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domingo, 25 de fevereiro de 2018

Evangelho do dia 26 de fevereiro segunda feira


26 fevereiro - Repitamos sempre: “Omnia cooperantur in bonum” tudo coopera para o bem, até nas menores coisas, como já há tempo a experiência nos tem ensinado. (L 167). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 6,36-38

""Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês. 
Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. Dêem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. A mesma medida que vocês usarem para medir os outros Deus usará para medir vocês".
" 
Meditação:

Enquanto Mateus qualifica Deus como perfeito ("Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48), Lucas qualifica Deus como misericordioso ("Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso"). 

A perfeição tem um sentido muito amplo, e pode significar até auto-suficiências e poder. A misericórdia, por sua vez, significa relação amorosa e humilde com o próximo. Em Jesus, Deus revela-se como sendo amor e misericórdia. 

O "julgar" no texto de Lucas é empregado com o sentido de "condenar". O exercício do julgamento crítico dos fatos para melhor compreensão da realidade é saudável. A distorção está em condenar as pessoas, pois todas são filhas de Deus e objeto do seu amor misericordioso.

No imenso tesouro do Evangelho, a misericórdia é como uma gema preciosa: sólida e delicada ao mesmo tempo; verdadeira e transparente na sua simplicidade; brilhante pela vida e alegria que difunde. Compaixão, solidariedade, ternura e perdão são como seus ângulos de polimento, por onde se reflete – em raios coloridos e acessíveis – o amor regenerador de Deus.

Para nós cristãos, neste tempo da Quaresma, a misericórdia de Deus se traduz em resgate, cura, abrigo, libertação, sustento, proteção, acolhida, generosidade e salvação – tão marcantes na caminhada do Povo de Deus. No decorrer dos séculos, a comunidade cristã tem atualizado esta experiência em novos contextos, lugares e relacionamentos. A liturgia a celebra; a prece a invoca; a pregação a proclama; os místicos a enfatizam; o magistério a propõe; as obras a cumprem.

Antiga e sempre nova, a misericórdia de Deus se pode entender em outras palavras sob três pontos:  bem-aventurança, profecia e terapia. Como bem-aventurança, a misericórdia aproxima o Reino de Deus das pessoas, e as pessoas do Reino de Deus. É prática que dignifica o ser humano: tanto quem a dá, quanto quem a recebe. Está repleta de gratuidade e alegria, como disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).

As obras de misericórdia são também profecias da justiça do Reino, que supera toda fronteira de raça, credo ou ideologia: diante da humanidade ferida e carente, somos servidores da vida e da esperança, dentro e fora da Igreja, para crentes e não-crentes, afim de que “todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10).

Jesus nos indicou o exemplo do bom samaritano para mostrar a todos que a misericórdia não aceita fronteiras! Enfim, a misericórdia é também terapia: compaixão que restaura, toque que regenera e cuidado que aquece.

As obras de misericórdia têm eficácia curadora: socorrem nossa humanidade ferida pelo pecado e pelo desamor, restaurando em nós a imagem do Cristo glorioso, para que suas feições resplandeçam na nossa face, na face da Igreja, na face de toda a humanidade redimida.

Se a compaixão é um sentir que nos comove na direção do próximo, a misericórdia se caracteriza como gesto que realiza este sentir solidário.

Na compaixão temos um sentimento que mobiliza; na misericórdia temos o exercício deste sentimento. Daí os verbos: cumprir, mostrar, fazer e agir – que expressam a eficácia do amor misericordioso humano e, sobretudo, divino (Êx 20,6; Sl 85,8; Lc 1,72 e 10,37).

A misericórdia tem caráter operativo: é amor em exercício de salvação. Se o amor é a qualidade essencial de Deus; a misericórdia é este mesmo amor exercitado para com a criatura humana, revelando a qualidade ativa de Deus.
  
Assim, a misericórdia se mostra muito mais na experiência do dia a dia, do que na conceituação teológica, catequética ou espiritual.

Ainda que tal experiência se revista de beleza, o lar da misericórdia não é o discurso e nem explicações. Porque as crianças abandonadas, os andarilhos e os excluídos da sociedade não comem explicações.

O lar da misericórdia é a solidariedade. Seu órgão vital é o coração e as mãos: erguem o caído, curam o ferido, abraçam o peregrino, alimentam o faminto.

A misericórdia que Deus exige de nós não é outra senão a evangélica, que consiste em 14 obras. 7 corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir quem está nu, visitar os doentes e assistir aos prisioneiros e sepultar dignamente os mortos. Sete obras, centradas na exortação “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (25,40). E 7 espirituais: dar bom conselho a quem necessita, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e mortos.

Obras de misericórdia corporais: dar de comer ao faminto, dar de beber ao sedento, vestir os maltrapilhos, abrigar os peregrinos, cuidar dos enfermos, visitar os encarcerados,

Em Emaús e à beira do lago da Galiléia, Jesus toma o pão, abençoa e reparte: os discípulos o reconhecem, por causa de seu tato característico (Lc 24,30; Jo 21,12-13).

 Que gestos você tem feito para que as pessoas lhe reconheçam como discípulo de Jesus? Saiba que os gestos alimentam, curam e restauram! Eles são toques da misericórdia de Deus.

O nosso mandato é a prática da misericórdia para com o irmão: “Vai e faze o mesmo!

Reflexão Apostólica:  

Hoje temos uma reflexão já bem conhecida. No entanto, seria normal que todos andassem sobre essas certezas de que amando somos amados etc. Mas parece que existe algo em nossa mente que distorce esta profecia e ela passa a ser uma espécie de negócio, um amor interesseiro, uma doação que visa interesses próprios.

É preciso ter um coração que se doa sem esperar algo em troca, é preciso parar de criticar e ajudar quem age de forma errada para que possamos melhorar juntos. 

Enquanto criticamos ou julgamos o outro não percebemos a gravidade. Mas, quando somos julgados e criticados, ai sim queremos reclamar e debater. Tudo porque só pensamos em nossos interesses e esquecemos os alheios.

Na oração do Pai-Nosso, em Mateus (6,7-15), pedimos que sejamos perdoados, assim como nós perdoamos. Mantendo esta mesma estrutura, podemos orar: não nos condeneis, como nós não condenamos, dai-nos, como nós damos... 

A medida boa recebida em recompensa é uma forma de expressão para a compreensão de que a felicidade e a alegria que almejamos estão em viver em comunhão de vida com os irmãos. Perdoando, não condenando, partilhando, removendo as estruturas que geram pobres e ricos, é assim que descobrimos nossa vida em Deus, já neste mundo.

A leitura desse evangelho denota o quanto ainda precisamos amadurecer como pessoas e em especial como cristãos, pois geralmente ofertamos as coisas boas apenas a aqueles que gostamos e escolhemos, tornando assim, o evangelho de hoje, um grande desafio para cada um de nós.

Existem várias promessas nele, mas que carecem como já frisamos, de um grande amadurecimento pessoal. Estamos na quaresma, portanto o tempo é esse!

No entanto, é importante separar e salientar que: A mudança de atitude não pode ser encarada como uma troca ou permuta (o Senhor faz isso e eu faço isso) e sim como conseqüência da mudança. Se passarmos a fazer as coisas aos outros somente para recebermos algo em troca, de que vale o gesto? Um parêntese: fazemos isso demais com Deus.

Jesus apresenta na verdade, uma proposta de MUDANÇA DE VIDA e PARADIGMAS e não somente uma solução mágica. Ele proporciona também que vejamos os frutos dela.

Muitas dessas coisas que Ele nos oferece “chocam” com o nosso jeito egoísta de ser e se comportar, ou será que nos imaginamos hoje perdoando quem nos ofendeu ou se calando (evitando fofocas) quando alguém nos difama, critica ou ataca? Ainda não é fácil! Se nos batem, queremos partir pra cima; se nos ofendem procuramos sempre algo ainda maior que nos faça vencedor… Somos reféns da “última palavra”.

Marcos, em um trecho de sua narrativa (Mc 4,26-27), apresenta o reino de Deus como a semente que cresce e nós nem a percebemos. 

Ao mudar minha forma de pensar ou responder as agressões que recebo, SEM PERCEBER, começo a permitir que o reino de Deus cresça dentro de mim diferentemente daqueles que buscam aos bons atos ou caridade ou a denúncia do pecado sem a devida acolhida como forma autopromoção.

Se existe algo que precisa ser policiado em nossas vidas e a língua e o pensamento, pois sobre eles não temos muito controle. 

Imaginemos que o controle que temos sobre eles é análogo quando, sem querer, chutamos, com o dedinho do pé, a perna mesa ou a mesinha de centro da sala. 

É difícil não querer xingar, mas é desse controle , no momento de raiva, da dor, da revolta, de que estou falando. “(…) Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. Dêem aos outros, e Deus dará a vocês”.

Sim, a proposta é desafiadora, mas deve começar no reconhecimento, que não nos esforçamos ou empenhamos no limite das forças, portanto, continuemos a tentar… 

O próprio escritor do livro de Daniel (primeira leitura) deixa claro que a primeira fase dessa mudança consiste em reconhecer que também somos falhos e precisamos também mudar: “(…) ‘Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo o povo do país. A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto:seja ao homem de Judá” (Dn 9,4b -7),

Quaresma é um tempo de reflexão, oração e se for o caso, arrependimento. Reflitamos hoje com mais atenção o que diz o ato de contrição, trazendo a mente se de fato estamos empenhados a controlar nossos instintos, quereres e nosso ímpeto em prol dos outros: "
Senhor, eu me arrependo sinceramente DE TODO MAL QUE PRATIQUEI E DO BEM QUE DEIXEI DE FAZER. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus e sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. PROMETO FIRMEMENTE, ajudado com a vossa graça, fazer penitência e fugir às ocasiões de pecar. Senhor, tende piedade de mim, pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador. Amém!"

Propósito: Viver como irmãos de verdade, sem máscaras, sem segundas intenções, só em favor do crescimento no amor comum.
 ABUNDANTE GRATIDÃO
Existe muitas e múltiplas tantas coisas boas presentes em sua vida hoje. Não importa o que você esteja enfrentando, sempre há razões mais do que suficientes para você expressar uma abundante gratidão. Obviamente que existem desafios e dificuldades. Porém, - acima das dificuldades e problemas – sempre existe ainda mais oportunidades e possibilidades para grandes alegrias. 

Em vez de reclamar daquilo que você não tem, seja verdadeiramente agradecido por tudo de bom que você já tem; em vez de se ressentir contra aqueles que lhe feriram, lembre-se e se alegre por todos aqueles que tem lhe encorajado e demonstrado apoio. 

Mesmo aqueles profundos anseios que ainda não foram satisfeitos, eles são os mesmos que lhe dão razões mais do que suficientes para ser grato. Tudo é uma questão de perspectiva. Redirecione a energia da sua frustração para uma positiva direção; e por essa nova direção você pode ser abundantemente grato.Com um grato coração você pode de maneira amorosa e bem sucedida fazer do seu mundo um lugar muito melhor.

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