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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Evangelho do dia 02 de fevereiro DOMINGO 2020 - APRESENTAÇÃO DO SENHOR


02 fevereiro - Apresentação do Senhor.
Aprendamos a nos desprender inteiramente de nós mesmos, de nossos gostos, de nossa vontade, de nosso ponto de vista. Em todas as nossas ações não visemos senão fazer a santa vontade de Deus do modo mais perfeito possível. (S 359).). São Jose Marello
Lucas 2,22-40

"Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: "Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor." Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
- Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois
eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel.

O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
- Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria.
Havia ali também uma profetisa chamada Ana, que era viúva e muito idosa. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Sete anos depois que ela havia casado, o seu marido morreu. Agora ela estava com oitenta e quatro anos de idade. Nunca saía do pátio do Templo e adorava a Deus dia e noite, jejuando e fazendo orações. Naquele momento ela chegou e começou a louvar a Deus e a falar a respeito do menino para todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Quando terminaram de fazer tudo o que a Lei do Senhor manda, José e Maria voltaram para a Galiléia, para a casa deles na cidade de Nazaré.
O menino crescia e ficava forte; tinha muita sabedoria e era abençoado por Deus.
"

Meditação:

Hoje, a Palavra de Deus nos convida a contemplar a vida familiar. Vivemos em um mundo em que todas as instituições estão sendo relativizadas. Também a família, como lugar da vida digna, passa por uma séria crise de identidade e de sentido.

No evangelho, vemos toda a família de Nazaré no cumprimento dos preceitos religiosos; mas o mais importante é ver a família unida, realizando o plano de Deus.

Ontem vimos o ancião Simeão bendizendo a Deus pela presença do Salvador. Hoje, no mesmo ato da apresentação, a família encontra-se com Ana, uma profetisa. Ela, assim como Simeão, envelheceu esperando ver a glória de Deus. Em Jesus ocorre algo especial: o menino é a vida nova, o cumprimento da promessa libertadora de Deus.

Ana é uma mulher excluída por ser mulher, por ser viúva e por ser anciã; como Simeão, perseverou muitos anos esperando o Salvador para conhecê-lo antes de morrer.

Ela sabe ler os sinais dos tempos, descobrindo a ação de Deus na história e na realidade cotidiana. Jesus é o Messias esperado e desejado por muitos que estão em condições de pobreza, para que surja uma nova ordem social.

Ana, cujo significado é "graça", que assim como Simeão personifica a espera do Senhor e a libertação de seu povo. A dupla formada por Simeão e Ana se relaciona com a formada por Zacarias e Isabel, os pais de João Batista; demonstrando o interesse de Lucas em destacar a importância do homem e da mulher no projeto de Deus.

O evangelho conclui dizendo que Jesus, o menino antes apresentado no Templo, de quem falavam o profeta Simeão e a profetisa Ana, que nos veio do pobre, do humilde, do simples, de quem não conta, "ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele".

Ele crescia integralmente no seio familiar; algo que vale a pena ressaltar hoje. Jesus configura seu ser no lar, com sua família, é ali onde aprende a amar, servir, trabalhar e lutar por justiça.
Assim como Jesus ia crescendo em sabedoria e graça de Deus, nós, como seus seguidores, também somos chamados a continuar nosso crescimento como cristãos autênticos.

Crescer em autenticidade cristã é viver plenamente em Cristo; e este viver se concretiza na aplicação de seu projeto de vida para que todos tenham vida em abundancia. Que nossa espiritualidade se fundamente no Espírito de Jesus e este nos inspire a cantar as maravilhas do Senhor, a exemplo de Maria.

Agora, já crescidos e encaminhados na fé, com nossos próprios passos e nossa própria palavra, apresentemo-nos a Deus, a cada dia, comprometendo-nos em dar um santo testemunho de vida e fé.

Sejamos sempre luz, cumpramos sempre a promessa de Deus, buscando o Amor. Viver com Deus, para Deus e por Deus. Sejamos espelho para que o próximo nos veja como sinais de Deus. E busquemos também esses sinais nas pessoas que nos cercam.
Por fim, que Deus nos dê o discernimento para entender as Suas promessas nas nossas vidas.

A palavra de Deus se fez carne para satisfazer a esperança de um povo oprimido por dimensões políticas, econômicas, culturais e religiosas.

Ao final do relato, termina a vigem que José e Maria fizeram em terras da Judéia, e regressam a Nazaré na Galiléia. É nesse último contexto, em um lugar simples, pobre e solitário, onde Jesus crescia e se fortalecia em sabedoria e onde o favor de Deus o acompanhava.

Oremos hoje por todas as famílias do mundo, para que sejam verdadeiras escolas de vida nas quais o amor, a escuta e a compreensão sejam as principais características.

Estou descobrindo a ação de Deus nos sinais dos tempos? Em que rostos estou reconhecendo a chegada de Jesus? Com que feitos concretos o estou recebendo e quais são meus compromissos reais para com os que esperam libertação de todo tipo de morte, de injustiça e desigualdade (não confundir isto com aberrações do tipo "casamento" entre pessoas do mesmo sexo)?
 
 Reflexão Apostólica: 

Como não admirar a Sagrada Família?! Portadores da graça, mas simples adoradores a servir e obedecer às leis. Num momento tão ímpar de suas vidas, se preocupavam primeiramente em cumprir, passo-a-passo as tradições de sua lei.

E hoje, temos o mesmo zelo? Nossos filhos vão a catequese, à crisma? E melhor que isso, os acompanho? O que adianta catequizar os filhos se não vou à missa, as reuniões periódicas, se não participo (…)?

Diz um ditado popular que o exemplo arrasta, sendo assim, pouco adianta o esmero dos mais talentosos catequistas em duas ou três horas semanais se o restante do tempo os pais não se empenham e regar a semente plantada. É uma dura e injusta luta: educar e ensinar duas horas e nas outras 22 horas deseducar. Não extingamos o Espírito Santo pela omissão.

O corre-corre nos fez um tanto omissos com a criação dos nossos filhos. Queremos o melhor para eles, mas esse melhor não podemos dar, pois trabalhamos o dia inteiro.

Tão cedo os colocamos na escola, para os ensinar o que é segundo a pedagogia, obrigação nossa. É um testemunho pessoal, pois apesar de escrever todo dia, quem ensinou o sinal da cruz para meu filho foi minha esposa.

Sim, graças a Deus, Ele sempre zela pelos nossos, mas isso não nos credencia a fugir de nossas responsabilidades. É tão fácil acender a lareira, mas é preciso ter uma motivação diária em buscar lenha para manter o fogo aceso.

É duro dizer isso, mas dá-se impressão que muitos pais acham que as obrigações pela fé pelos costumes e hábitos são dos professores e catequistas e não nossas.

Terrível é imaginar que a condição de eu ir a missa é que não me contrariem, não me cobrem, não me digam verdades. Que ao primeiro sinal de cobrança paro de ir, fico em casa, troco de religião…

O engraçado é que muitos que trocam de religião justificadas pelo excesso de regras e zelo da igreja acabam se rendendo a regras ainda mais severas em outras igrejas. Passam a não cortar os cabelos, saias cumpridas.

Graças a Deus nossa igreja não se rende a vontade das pessoas, pois se isso acontecesse imagino o que seria, pois temos a ingrata mania de escolher as regras e convicções que melhor nos agradam.

Descobri recentemente que durante o ofertório e comunhão não fazemos “filas” e sim procissões. Parece ser a mesma coisa, mais “procissão” denota de vontade própria, espontânea, que aguardará a espera, pois algo importante esta a frente, (…).

Nossa fé e dos nossos filhos não pode ser encarada uma fila e sim uma procissão. Se temos pouco tempo, planejemos então novas estratégias. Apesar de toda vontade de Deus em se revelar a nós é preciso que Ele não precise mendigar pelo nosso amor, nosso interesse…

Como a Sagrada Família, temos algumas obrigações a serem cumpridas: “(…) E vós, pais, não provoqueis revolta nos vossos filhos; antes, educai-os com uma pedagogia inspirada no Senhor“. (Ef 6, 4)

Propósito:
Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, e torna-me proclamador da salvação presente na nossa história. Senhor Jesus Cristo, tu restaurastes a família humana, restabelecendo a primitiva unidade, vivendo com Maria, tua Mãe, e são José, o pai adotivo, durante 30 anos em Nazaré. Afaste das famílias do mundo os  males que as ameaçam. Ajude-me a promover em minha família, os sentimentos e os propósitos de união indissolúvel, amor generoso, fidelidade permanente, preservação dos valores morais e perseverança constante na tua graça.


Evangelho do dia 01 de fevereiro sábado 2020


01 fevereiro Apaixonemo-nos pelos grandes modelos e comecemos a agir! (L 10) São Jose Marello
Marcos 4,35-41
"Naquele dia, de tardinha, Jesus disse aos discípulos:
- Vamos para o outro lado do lago.
Então eles deixaram o povo ali, subiram no barco em que Jesus estava e foram com ele; e outros barcos o acompanharam. De repente, começou a soprar um vento muito forte, e as ondas arrebentavam com tanta força em cima do barco, que ele já estava ficando cheio de água. Jesus estava dormindo na parte detrás do barco, com a cabeça numa almofada. Então os discípulos o acordaram e disseram:
- Mestre! Nós vamos morrer! O senhor não se importa com isso?
Então ele se levantou, falou duro com o vento e disse ao lago:
- Silêncio! Fique quieto!
O vento parou, e tudo ficou calmo. Aí ele perguntou:
- Por que é que vocês são assim tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?
E os discípulos, cheios de medo, diziam uns aos outros:
- Que homem é este que manda até no vento e nas ondas?!
"
Meditação:

A barca no meio da tempestade tem sido freqüentemente considerada como uma alegoria da Igreja. E esta imagem adquire todo o seu sentido na atual conjuntura da Igreja no mundo.

Do mesmo modo que os discípulos, a Igreja abandonou as multidões levando Jesus consigo. E hoje em dia se encontra isolada em suas instituições seculares e pela proa tem uma profunda tempestade.

Também os que foram chamados correm o risco de isolar-se apesar de sua própria disciplina, de sua fé, de sua consagração; e isto, por sua vez, é uma grande desordem. A solução? Recorrer aos poderes de Deus? Ao poder de sua palavra ameaçadora? Apelar simplesmente para o sobrenatural?
Talvez; mas então se corre o risco de ter que ouvir que nos digam: Ainda não tendes fé? Porque a fé não deve empurrar-nos a utilizar a segurança das instituições eclesiais ou clericais, mas a contemplar Jesus morto e ressuscitado; a comprometer-se com a própria morte... e voltar à margem para misturar-se com o povo.

Por causa do medo, a Igreja se isola; em virtude da fé, recusa-se trazer à tona seus próprios problemas. Mas o lugar da verdade é para a Igreja o mundo; não outro.

O evangelho de hoje nos apresenta Jesus no término de um dia de trabalho. O capítulo quatro do evangelho de Marcos inicia mostrando Jesus ensinando as multidões às margens do mar de Galileia.

Tantas eram as pessoas que iam escutá-lo que teve de entrar numa barca para falar dali, ensinar aos seus seguidores por meio de parábolas. (Mc 4,1-3).

Podemos imaginar que depois de um dia anunciando o Reino de Deus, Jesus esteja cansado ao ponto de querer se retirar com seus amigos mais íntimos.
É por isso que ele entra na barca e dorme! É um cansaço feliz, e como uma criança descansa no colo do Pai a quem buscou servir ao longo deste dia, (Sl 130).

Mas antes de dormir, Jesus disse claramente para onde queria ir: «Vamos para o outro lado do mar», ou seja, vão atravessar o mar de Galileia para ir à terra dos pagãos a continuar sua missão.

Ele quer continuar sua missão, é ciente que veio ao mundo para "pregar o Reino de Deus" (Mc 1,38-39), e essa paixão pelo projeto de Deus o queima por dentro e o movimenta a ir ao encontro das pessoas nas diferentes situações e lugares onde estão.
Esta barca que se dirige às terras pagãs, levando Jesus e seus discípulos, é uma imagem muito bonita da Igreja missionária hoje. Ela também, possuída pela mesma paixão e zelo missionário de Jesus, atravessa diferentes mares para ir ao encontro dos homens e mulheres para lhes comunicar a boa notícia do reino de Deus.

Quais são os mares que a comunidade cristã hoje está atravessando para dar continuidade à missão de Jesus?
Ousamos sinalizar algumas travessias como exemplo, sabendo que existem muitas outras.

O respeito e diálogo com as outras religiões para construção de uma ética e cultura da paz é sem dúvida uma grande viagem que está realizando a Igreja. O cuidado e defesa dos refugiados e migrantes num mundo global, mas excludente é outra grande travessia.
Não podemos esquecer a urgência da Igreja em encontrar uma linguagem adequada, novas categorias para dialogar com a cultura pós-moderna em continua mudança.

O evangelista conhecedor das dificuldades que sofre a comunidade dos anos 70 dC, apresenta uma viagem com tormenta: "Começou a soprar um vento muito forte, e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já estava se enchendo de água".
Quais são as ondas que tentam hoje fazer soçobrar nossa barca?

Talvez "ondas" de desânimo, de desesperança: somos cada vez menos na comunidade; o que temos mudado com nosso trabalho? "Ondas" de aburguesamento e cumplicidade: já fizemos bastante, pobres sempre existiram e existirão.  "Ondas" de fundamentalismo e superioridade: é importante cuidar a pureza de nossos ritos, liturgias...
Como os discípulos ao experimentar essas ondas batendo na nossa barca, na nossa comunidade, sentimos medo. Seria ótimo que seguíssemos seu exemplo e acudíssemos também nos Jesus.

No seu desespero, os discípulos foram despertar Jesus, sua fé se confunde com a recriminação: «Mestre, não te importas que nós morramos?».
Jesus descansa nos braços do Pai, não porque não sinta a tormenta da travessia, está na mesma barca, senão porque confia que Deus Pai está com eles cuidando-os na missão.

Aqui está a chave do que Marcos quer transmitir aos seus. Quando a comunidade segue os passos de seu Mestre, vai sofrer perseguições, vai ter dificuldades, vai vivenciar noites de tormentas, mas Deus é maior que tudo isso.
São duras as palavras que o evangelista coloca nos lábios de Jesus: «Por que vocês são tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?», buscando atiçar o fogo da fé de sua comunidade.

Nossa fé pode crescer cada vez mais, somos convidados/as a passar de uma fé desesperada a uma fé plenamente
confiada, ao ponto de poder dormir mesmo na tormenta da travessia missionária.

Reflexão Apostólica: 

Existem muitas coisas na nossa existência que nos deixam com medo, desde coisas simples, como o medo de insetos inofensivos, até coisas verdadeiramente terríveis, que podem em questão de segundos aniquilar a nossa vida, como é o caso de terremotos ou guerras nucleares.


Além disso, temos os nossos fantasmas que criamos e que nos metem medo, como por exemplo o medo de escuro ou de almas do outro mundo.

Existem pessoas que possuem também um medo muito grande do próprio Deus, e isso acontece porque não foram capazes de descobri-lo como amor e de buscarem um relacionamento amoroso com ele, fazendo do próprio Deus um fantasma a mais nas suas próprias vidas.
Muitas vezes costumamos usar frases como "estou passando por uma tempestade" para falar que estamos passando por uma situação difícil e quantas vezes também dizemos que nossa comunidade esta navegando em "águas tranqüilas" ou de "vento em popa".

Com isso queremos dizer que o momento não há dificuldades, que tudo vai bem, as pessoas se entendem e de fora não há maiores ameaças que possam destruir o espírito comunitário.

É assim que sentimos normalmente a comunidade? Ou tem outras figuras que explicam melhor o que se passa? Por exemplo: parece que o "barco esta afundando" ou uma "tempestade" atingiu nossa comunidade, ou ainda, tem muita "onda brava" querendo nos arrasar.

Que significa isso? Que mar de nossa sociedade está tão cheio de perigos, ameaças que a gente não consegue mais se defender. Ou que os ventos do espírito de egoísmo e consumismo invadem tudo. E nós, ficamos com medo ou resistimos com confiança e coragem? Como sentimos a presença de Jesus que acalma a tempestade?
Propósito: Passar para outra margem, sair de nós mesmos entrando na dinâmica de Jesus, confiados que nenhuma tormenta poderá submergir nossa barca porque Jesus viaja conosco.
PARA CADA DESAPONTAMENTO
O sentimento proveniente do desapontamento é sempre ruim, seja ele causado por pessoas, circunstâncias ou pelos seus próprios erros. Ainda assim, em cada desapontamento, existem também oportunidades. Este é um fato incontestável na vida. 
Através dos desapontamentos – num contexto mais amplo da vida – você irá descobrir que os desapontamentos podem ter um valor positivo. Apesar de uma porta ter se fechado, outras muito mais acabam de ser abertas. Para cada desapontamento, você pode ganhar conhecimento, motivação, perspectiva e um propósito mais claro e definido. Para cada desapontamento, você pode aprender muito sobre a vida, sobre você mesmo e sobre o mundo ao seu redor. 
Tente não se esquecer: quando a vida o joga pra baixo, lembre-se de que existem valores os quais - pela graça de Deus - podem colocá-lo para cima. Um desapontamento pode ser o seu grande aliado para um sólido crescimento e exposição do seu caráter.


Evangelho do dia 31 de janeiro sexta feira 2020


31 janeiro - Por que fugir da luta, sabendo que é o nosso legado? Ou sofrer ou morrer, diziam os santos; e nós digamos, pelo menos: ou trabalhar ou morrer! (S 30). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 4,26-34

"Jesus disse:
- O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, ela brota e cresce, sem ele saber como isso acontece. É a própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita.
Jesus continuou:
- Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar para isso? Ele é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce muito até ficar a maior de todas as plantas. E os seus ramos são tão grandes, que os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas.
Assim, usando muitas parábolas como estas, Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos.
"

1º Meditação:

Jesus é atacado pelos judeus: se de fato for o Messias, que mostre os sinais precursores do reino! Jesus lhes responde que não há sinais extraordinários. Deus deixa crescer a semente lentamente, mas é necessário esperar; não há continuidade absoluta entre esse trabalhoso parto do reino de Deus e sua manifestação em plenitude.

Que aqueles que colaboram na instauração do reino não percam sua confiança em Deus. Ele começou, e após o silêncio, virá o cumprimento de sua obra. Que se espere com paciência; sem querer adiantar-se a ele. E aqueles que não quiserem crer no reino a não ser no momento de sua manifestação, estejam muito atentos: esse reino está já perto deles em Jesus, e será preciso reconhecê-lo agindo na pobreza dos meios e na lentidão do crescimento.

A parábola do grão de mostarda alimenta a confiança em Deus ao sublinhar o contraste entre os humildes começos do reino e a magnitude da tarefa. Com esta parábola Jesus quis, seguramente, responder à objeção daqueles que se opunham à pequenez dos meios empregados por ele para a glória do reino esperado.
É a partir da pequenez que Deus se manifesta plenamente. A partir do que não conta para os poderes deste mundo. A partir da insignificância, é que Deus acontece com mais força. Na obscuridade da vida é quando maior se pode ver a luz”, diria santa Teresa de Jesus.

Hoje o evangelho nos convida a sentar-nos como discípulas e discípulos aos pés do mestre Jesus. Ele com sua simplicidade e profunda sabedoria nos explicará em parábolas o sentido daquele Reino com o qual nos quer comprometer.
As parábolas, mais que histórias ou exemplos didáticos, são símbolos com os quais Jesus deseja questionar nossos esquemas mentais e convidar-nos a renovar nossas formas de pensar e ver a vida.

Jesus compara o Reino com um agricultor que semeia a semente na terra. Enquanto ele dorme e se levante, de dia e de noite a semente cresce sem que ele saiba como.
Este homem sabe que o crescimento da semente não lhe corresponde, nem as flores, nem o tempo que se leva a maturação do fruto. Mas nem por isto ele renuncia a sua tarefa. É a terra que guarda o segredo do processo, ela dá desde a sabedoria de sua entranha: a erva, a espiga, o crescimento.

O semeador escuta e se submete ao ritmo da terra e ela por sua vez lhe bendiz com fruto abundante. Imagem desconcertante num mundo modernizado que submeteu a terra ao ritmo da exploração e o mercado, e nega aos filhos da terra o alimento que dela emana gratuitamente.
O Reino, igualmente como a terra não é propriedade de ninguém, mas sim um dom gratuito de Deus para ser cuidado e partilhado entre seus filhos e filhas.

Reflexão Apostólica: 

Jesus nos oferta duas simples comparações: a primeira da semente que é lançada na terra e indiferentemente da nossa vontade, cresce, e a do grão de mostarda, que pequeno e simples aos nossos olhos, ao crescer torna-se a maior das plantas do seu tipo; A primeira comparação gera em nós a idéia da espera confiante e paciente após o trabalho e empenho realizado e a segunda a humildade que cresce da simplicidade e que nos enaltece aos olhos de Deus.

Todos os dias somos provados, tentados (não por Deus), assolados por coisas boas e outras não tão boas no nosso tornando o servir uma missão não tão fácil. Trabalho, família, paixões, estudo, (…) coisas que seriam motivos para agradecer a Deus passam a tomar tanto tempo de nossas vidas que às vezes acabam nos afastando…

Nunca perceberam isso? Pessoas muito empolgadas acabam sumindo de nossas comunidades quando arrumam namorados, casam ou vão fazer faculdade… Será que se esqueceram de Deus?

Não! Eu não vejo assim!

É verdade que muita gente constrói sua religiosidade na areia e nesse mundo cheio de luzes e encantos, acabamos nos comportando como mariposas, sendo atraídos por elas, mas discordo quando dizem ou afirmam que essas pessoas esqueceram Deus, pois creio eu isso pareça ser um caminho natural no nosso amadurecimento que precisa ser bem orientado, pois se mal dosado, provavelmente não terá mais volta, ai sim de fato, ela sumirá.

 Se você, que lê isso hoje é um que deseja partir ou partiu e pensa voltar, uma coisa não muda: o valor que Deus dá por você! E parafraseando o evangelho de hoje, independente da nossa vontade, o reino de Deus cresce dentro de nós tornando-se impossível não se sentir amado e atraído por ele.

Sim! Valemos muito para Deus, mas nossa fé e nossas forças às vezes nos traem. Somos muito imediatistas, queremos tudo para agora ou o mais breve que possível. Queremos alcançar o céu, mas se possível de elevador. É ainda difícil de entender que as conquistas virão degrau por degrau e não rapidamente. “(…) PRIMEIRO APARECE A PLANTA, DEPOIS A ESPIGA, E, MAIS TARDE, OS GRÃOS QUE ENCHEM A ESPIGA. QUANDO AS ESPIGAS FICAM MADURAS, O HOMEM COMEÇA A CORTÁ-LAS COM A FOICE, POIS CHEGOU O TEMPO DA COLHEITA”.

Notei que a ansiedade e a preocupação nos acompanharão enquanto vivermos, pois somos seres humanos. Que os benditos cabelos brancos virão independentemente de nossa vontade. Nossos cabelos são contados, inclusive esses brancos que insistem em povoar nossas cabeças. Temos medo de ficarmos sós, medo de não conseguir um bom emprego e um digno salário, medo de não conseguir se firmar depois que acabar a faculdade, (…) e esses tantos medos nos fazem a agarrar qualquer luz que passa aos nossos olhos… E lá vai mais um cristão-mariposa deixando o serviço da messe!

Mas também tenhamos o divino discernimento que nem todo aquele que some é porque deixou a vinha. Muita gente “dá um tempo” dos nossos olhos e não dos olhos de Deus. Conheço pessoas que ao deixar um grupo ou pastoral foram esquecidas ou tratadas como “desertoras”. Não cometamos o erro de esquecer que, talvez Deus, quisesse que a semente dessa mostarda crescesse em outro lugar desse suporte aos pássaros perdidos de outra comunidade, pastoral ou movimento.

Aprendi que o semeador passa toda noite em nossos pensamentos (geralmente as três da manha – riso), vendo nossos anseios e potencialidades, os fazendo crescer durante a noite. A mostarda é bem comum próximo a regiões onde possuem água, como o mar da Galiléia, onde o vento a balançará e por vezes a maltratará, mas sua flexibilidade, que prefiro chamar de maturidade, a fará resistir. A algumas pessoas Deus chamou para ser cedros do Líbano, ou seja, imponentes, rígidos, austeros, colunas robustas a outros maleáveis, tolerantes, acolhedores e adaptáveis como a mostarda.

Quem ta dando um tempo precisa saber que carrega consigo algo tão precioso dentro do seu coração. Algo que pulsa todo dia o desejo de voltar e permanecer fiel. Se você se afastou, creia, Ele mesmo assim, vai com você… E se você se sente pequeno no serviço que faz em sua comunidade, preste atenção, pássaros talvez já repousam em seus galhos…

Propósito:
Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.
Meditação:  
A semente que germina e cresce por si mesma exprime a ação de Deus que comunica amor e vida a todos, suplantando os poderosos deste mundo que semeiam a fome e a morte. A segunda parábola, da inexpressiva semente que se transforma em uma árvore acolhedora dos pássaros, exprime que a fé dos discípulos, desprezível diante do mundo, pode gerar o mundo novo de fraternidade e paz. A prática e o ensino de Jesus são caminho e luz.
Marcos mostra Jesus como Mestre do Reino ensinando às multidões desde a barca de Pedro (4,1). Seu ensino é na base de parábolas ou exemplos. A parábola é uma narração que sob o aspecto de uma comparação, está destinada a ilustrar o sentido de um ensino religioso.
Quando todos os detalhes têm um sentido e significado real, a parábola se taransforma em alegoria. Como em Jo 10,1-16, no caso do bom pastor. No A T as parábolas são escassas, um exemplo é 2 Sm 12, 1-4 em que Natã dá a conhecer seu crime a Davi.
Porém no NT Jesus usa frequentemente as parábolas especialmente como parte de seu ensino do Reino dos Céus, para iluminar certos aspectos do mesmo. No dia de hoje temos duas pequenas parábolas, a primeira própria  de Marcos e a segunda compartida por Mateus (13, 21+) e Lucas (13, 18).
Na parábola da semente, Jesus indica que o Reino tem uma força intrínseca que independe dos trabalhadores. Na segunda que o Reino, minúsculo nos tempo de Jesus, expandir-se-á de modo a se estender pelo mundo inteiro. Vejamos versículo por versículo as palavras de Jesus.
 E dizia: assim é o Reino do Deus, como se um homem lançasse a semente sobre a terra (26). Que significa Reino de Deus? No AT Jahvé, o Deus de Israel, era o verdadeiro rei e seu reino abrangia todo o Universo.
Os juízes eram praticamente os seus representantes. Por isso, o seu profeta Samuel, último juiz, escutou estas palavras: Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, porque não querem mais que eu reine sobre eles (I Sam 8, 7).
A partir de Davi o reino de Deus tem como representante um rei humano, mas a experiência terminou em fracasso, e o reino de Deus acabou por ser um reino futuro escatológico como final dos tempos e transcendente, como sendo Deus mesmo o que seria ou escolheria o novo rei.
Esse reino está chegando e tem seu representante na pessoa de Jesus e dos apóstolos. Nada tem de material ou geográfico, e é formado pelos que aceitam Jesus como Senhor, caminho, verdade e vida.
Por isso dirá Jesus que o reino está dentro de vocês. A Igreja fundada por Jesus é a parte visível desse reino, que não é como os do mundo, mas tem sua base em servir e não em ser servido (Lc 22, 27).
O oposto do amor, que é serviço no reino é o amor ao dinheiro ( Mt 6, 24), de modo que podemos afirmar que o dinheiro é o verdadeiro deus deste mundo.
A primeira comparação que revela como atua o Reino é esta parábola de Jesus, facilmente entendida como tipo, e que finalmente veremos como protótipo nas observações.
E durma e se levante noite e dia; e a semente germine e cresça de um modo que ele não tem conhecido. É importante unir este versículo ao anterior para obter o sentido completo da parábola.
O agricultor faz sua vida independente e a semente nasce e cresce sem ter nada que ver com o agricultor fora o fato de ser semeada por ele no início.
Deste modo Paulo pode afirmar: Eu plantei, Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer. Aquele que planta nada é; aquele que rega nada é; mas importa somente Deus, que dá o crescimento (1 Cor 3, 6-7). Assim, a continuação dirá Jesus: Pois por si mesma a terra frutifica primeiramente a erva, depois a espiga, depois o trigo pleno na espiga .
Quando porém, tiver aparecido o fruto, rapidamente ele envia a foice porque tem aparecido a ceifa. Não há nada a comentar a não ser que o trabalho do agricultor. Vemos como se reduz a semear e ceifar. A terra e a semente fazem o resto.
E dizia: a que compararíamos o Reino do Deus , ou em que parábola o assemelharíamos? Parece que Jesus medita antes de afirmar ou escolhe uma comparação apropriada.
Seu estilo é de chamar a atenção dos ouvintes, um simples recurso oratório que indica por outra parte uma memória viva dos ouvintes e não uma posterior reconstrução. É possível que estas palavras formem parte do método de ensino de Jesus.
Como com a semente da mostarda, a qual quando sendo semeada na  terra é a menor de todas as sementes sobre a terra. A mostarda é uma planta da família da couve ou repolho, de grandes folhas, flores amarelas e pequenas sementes, que tem duas espécies principais: branca e preta. A branca chega até atingir 1,2 m de altura e a preta pode chegar até 3m e 4 m de altura. A negra é comum nas margens do lago de Tiberíades e seu tronco se torna lenhoso. Por isso os árabes falam de árvores de mostarda. Esta variedade so cresce ao longo do lago e nas margens do Jordão. Os pintassilgos, gulosos de suas sementes chegam em bandos para pousar nos seus galhos e comer os grãos. As sementes não são as menores entre as conhecidas, mas parece que eram modelo, na época, de coisas insignificantes.
A mais comum é a branca não tão ardente como a preta, precisamente por sua maior facilidade em recolher os frutos. E quando está semeada surge e se torna maior do que todas as hortaliças e produz galhos grandes de modo que podem, sob sua sombra, as aves do céu habitar . Temos visto como chegam até 3 ou 4 m de altura, suficientes para aninhar os pássaros em seus galhos.
E com muitas parábolas semelhantes falava a eles a palavra do modo que podiam ouvir . Temos aqui uma discriminação feita sem saber a razão de por que foi escolhida por Jesus.
Os discípulos tinham ocasião de saber o significado verdadeiro das comparações, por vezes não muito claras para o ouvinte geral. O caso mais evidente é o do semeador e os diversos terrenos em que a semente cai.
O público em geral podia ficar com a idéia de que a semente da palavra era recebida de formas mui diversas pelos ouvintes, mas a razão destas diferenças só era explicada aos que, interessados, perguntaram junto aos doze pela explicação da mesma (Mc 4, 13-20).
O encontro com a palavra é um dom de Deus, mas a resposta à mesma depende da vontade e do interesse de cada um. A explicação correspondente sempre a receberá quem esteja interessado em saber a verdade.
Na primeira destas parábolas do dia de hoje temos a exposição de como o Reino se expande com uma força que não depende dos homens mas do próprio Deus. Poderíamos dizer que descreve a força interna do Reino.
Na segunda parábola encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria espetacular desde um pequeno grupo insignificante como é a semente da mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete, até uma árvore que nada tem a invejar os carrascos da Palestina.
Uma certeza é evidente: o Reino é uma realidade que não se pode ignorar. Em que consiste? Jesus não revela sua essência, mas devido ao nome estamos inclinados a afirmar que o Reino como nova instituição é uma irrupção da presença de Deus na História humana, que seria uma revolução e uma conquista, não violenta mas interior do homem, e que deveria mudar a religião em primeiro lugar e as relações sociais em segundo termo.
Numa época em que revoluções externas e lutas pelo poder estavam unidas a uma teocracia religiosa era perigoso anunciar a natureza verdadeira do Reino. Daí que só as externas qualidades do Reino tenham sido descritas e de modo a não levantar reações violentas. O reino sofrerá violências mas não será o violentador (Mt 11, 12).
Se quisermos apurar as coisas, poderíamos atribuir ao Reino uma universalidade que não tinha a Antiga aliança. Mas isto é esticar as coisas além do estado natural das coisas e da narração de hoje no evangelho de Marcos.
Reflexão Apostólica:
As duas parábolas do evangelho de hoje são estímulo e fortalecimento da esperança nas comunidades. O lavrador aplica-se com esforço à semeadura e ao cultivo de sua plantação. Porém, a vida que se desenvolve a partir da semente é obra de Deus. E uma insignificante semente já tem certa grandiosidade, revelada com o tempo.
Os sistemas opressores defendem o progresso que os beneficia, mas sacrifica o povo e a natureza. Contudo, estas parábolas das sementes revelam o projeto do Reino de Deus de resgatar a vida sobre a terra.
Tal projeto parece frágil diante dos poderes deste mundo. Todavia, seu desabrochar e crescimento, como obras de Deus, não serão tolhidos por ninguém. O Reino de Deus é o banquete da celebração da vida plena para todos, a qual se vai manifestando até atingir a plenitude.
As religiões querem se sentir com todo poder e auto-suficientes, crendo que a tarefa da salvação está nelas e, pior ainda, afirmam que fora delas não há salvação. Mas Deus age com outros parâmetros. O que nos recorda a parábola de hoje é que as plantas crescem pela força da terra e não pelo poder do semeador. Esta grande comparação é aplicada por Jesus ao Reino.

Quer dizer, o Reino é obra de Deus. Para conseguir entender esta grande lição que sai da alma de Jesus, primeiro temos que perceber que Deus, ao assumir a dimensão humana, não tem medo de impulsionar, desde esta dimensão, sua grande obra de divinização da humanidade. O evangelho deixa claro que, é Deus e não os instrumentos de nenhuma instituição, quem torna possível que o Reino cresça.

Da pequenez, Deus faz que uma realidade tão majestosa como o Reino aconteça. O Reino é a simplicidade, a humildade, o resgate do irmão, a inclusão dos que são diferentes, a dignificação do pobre. Por isso o Evangelho o expressa com o símbolo do grão de mostarda. A Igreja será cada vez mais parecida ao Reino se nos voltarmos às pequenas comunidades, sementes de uma nova maneira de ser Igreja e de ser cristão.

O reino de Deus é como uma semente que é lançada no nosso coração por meio da mensagem que Jesus Cristo veio nos trazer. Quando nós acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós o processo de germinação e fecundação do reino de Deus, uma vida nova que iremos oferecer ao mundo.
É Deus quem no nosso próprio coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem nós mesmos percebamos. A cada dia, mais e mais nós vamos ficando plenos do Espírito Santo, que opera em nós e, por isso, os nossos valores vão mudando, as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações vão se afeiçoando aos ensinamentos de Jesus.
Isto significa que o reino de Deus cresce dentro de nós de mansinho, silenciosamente, de tal maneira que um dia nós estamos tão cheios de alegria, paz e felicidade que não dá mais para conter, por isso, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. É o momento da colheita!
O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia.
Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu.
Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar nós teremos como conseqüência, uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade.
Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente.
A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos. 
Você tem notado o crescimento do reino de Deus em você? Quais as mudanças que aconteceram em você? Você se sente mais feliz, hoje do que antes? Você já está sendo árvore que dá sombra? Você se sente amado (a) por Deus?
Propósito:
Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.
Meditação

Chama a atenção nas narrativas dos evangelhos a abundância de parábolas atribuídas a Jesus. As parábolas pertencem ao gênero da sabedoria e, a partir de situações comuns de vida, permitem que seja extraído um ensinamento ou uma motivação à ação. Particularmente, servem também para ilustrar os mistérios de Deus.

A grande virtude das parábolas é a de superar os obstáculos mais óbvios e imediatos do entendimento. Uma parábola é um arco que se eleva pelo ar e cai exatamente no seu objetivo, afastando os obstáculos, focando sua meta.

As parábolas de Jesus têm um efeito similar. Diante das interpretações obscuras e carregadas de limites para com as quais seus interlocutores dos mestres da lei costumavam responder com uma claridade demolidora. Diante das intrincadas e sofisticadas interpretações dos mestres gregos, o ensinamento de Jesus se apresenta com uma evidencia sem controvérsia.

As palavras de Jesus falam da vida cotidiana: do agricultor que salva sua colheita; da pessoa que ao cozinhar administra com tino e prudência o sal.

A palavras do profeta Ezequiel nos falam do cedro, uma árvore excepcional por sua longevidade e pela qualidade de sua madeira. Paulo nos falará do corpo, como um domicílio provisório mas imprescindível para alcançar uma residência permanente em um corpo ressuscitado.

O profeta Ezequiel compara a ação de Deus com a de um agricultor que refloresta os montes áridos com cedros que se caracterizam por seu tamanho excepcional, pela duração de sua madeira e por sua singular beleza.

O novo Israel será um broto jovem plantado no alto dos montes de Judá; para trás ficará a soberba da monarquia e todos os períodos de sua desmedida avidez de poder. O profeta tem a esperança de que seu povo renasça logo do exílio e sua descendência perdure como o fazem os cedros que podem chegar a durar dois mil anos.

As parábolas de Jesus, porém, não falar a partir da perspectiva das árvores grandes, mas dos arbustos que podem crescer em nossos jardins sem derrubar a casa nem secar as hortaliças.

A primeira parábola fala da força interna da semente, que age praticamente sem que o agricultor perceba. Se a semente encontra as condições favoráveis, florescerá.

O trabalho do agricultor se limita a preparar o terreno para oferecer condições que tornem possível o cultivo; os cuidados indispensáveis para que a semente germine e se fortaleça; e a ação oportuna para a realização da colheita dos frutos. De modo semelhante age a ação do cristão, favorecendo a implantação da semente do Reino.

A meditação poderia orientar-se também muito justificadamente, mais que por essa linha bíblica, pela linha teológica: o tema do Reino, que é o protagonista das parábolas de Jesus do evangelho de hoje.

Na realidade, sabemos que o tema do Reino foi... a paixão, a mania, o estribilho, a obsessão de Jesus, por ter sido também a causa pela qual foi perseguido, capturado, condenado e executado.

Para compreender a mensagem de Jesus, nada melhor que procurar compreender o Reio e a relação de Jesus com ele. É importante lembrar, sem marcar demasiadamente os contrastes históricos no risco de repetir os erros do passado, que o reino era na realidade um ausente maior no cristianismo clássico, inclusive no cristianismo do Concilio Vaticano II.

É preciso salientar o tema do Reino de Deus, sua redescoberta, a partir desse citado “eclipse do Reino”, é sem dúvida o tema teológico que mais transformou a Igreja, e a eclesiologia e a teologia toda.

O Reinocentrismo significa a superação do eclesiocentrismo, que se instalou na igreja bem cedo, contra a mentalidade de Jesus.

Não é uma “nova teologia”, mas o pensamento mesmo de Jesus... Seria inútil ficar em explicações simplórias sobre a semente e as grandes árvores que acolhem todas as aves... sem entrar no que realmente significa para Jesus o tema do Reino e sem deixar entrever que essa paixão por conseguir a Utopia do Reino por parte de Jesus é a “ipsíssima verba Iesu” e também a “ipsíssima intentio Iesu”, ou seja, a mesmíssima intenção de Jesus e, portanto, sua mesmíssima causa e que, em conseqüência, deve ser esta a causa do cristianismo. Mostrar isto é de fato o principal objetivo da homilia...

Reflexão Apostólica: 

Jesus nos oferta duas simples comparações: a primeira da semente que é lançada na terra e indiferentemente da nossa vontade, cresce, e a do grão de mostarda, que pequeno e simples aos nossos olhos, ao crescer torna-se a maior das plantas do seu tipo; A primeira comparação gera em nós a idéia da espera confiante e paciente após o trabalho e empenho realizado e a segunda a humildade que cresce da simplicidade e que nos enaltece aos olhos de Deus.

Todos os dias somos provados, tentados (não por Deus), assolados por coisas boas e outras não tão boas no nosso tornando o servir uma missão não tão fácil. Trabalho, família, paixões, estudo, (…) coisas que seriam motivos para agradecer a Deus passam a tomar tanto tempo de nossas vidas que às vezes acabam nos afastando…

Nunca perceberam isso? Pessoas muito empolgadas acabam sumindo de nossas comunidades quando arrumam namorados, casam ou vão fazer faculdade… Será que se esqueceram de Deus?

Não! Eu não vejo assim!

É verdade que muita gente constrói sua religiosidade na areia e nesse mundo cheio de luzes e encantos, acabamos nos comportando como mariposas, sendo atraídos por elas, mas discordo quando dizem ou afirmam que essas pessoas esqueceram Deus, pois creio eu isso pareça ser um caminho natural no nosso amadurecimento que precisa ser bem orientado, pois se mal dosado, provavelmente não terá mais volta, ai sim de fato, ela sumirá.

 Se você, que lê isso hoje é um que deseja partir ou partiu e pensa voltar, uma coisa não muda: o valor que Deus dá por você! E parafraseando o evangelho de hoje, independente da nossa vontade, o reino de Deus cresce dentro de nós tornando-se impossível não se sentir amado e atraído por ele.

Sim! Valemos muito para Deus, mas nossa fé e nossas forças às vezes nos traem. Somos muito imediatistas, queremos tudo para agora ou o mais breve que possível. Queremos alcançar o céu, mas se possível de elevador. É ainda difícil de entender que as conquistas virão degrau por degrau e não rapidamente. “(…) PRIMEIRO APARECE A PLANTA, DEPOIS A ESPIGA, E, MAIS TARDE, OS GRÃOS QUE ENCHEM A ESPIGA. QUANDO AS ESPIGAS FICAM MADURAS, O HOMEM COMEÇA A CORTÁ-LAS COM A FOICE, POIS CHEGOU O TEMPO DA COLHEITA”.

Notei que a ansiedade e a preocupação nos acompanharão enquanto vivermos, pois somos seres humanos. Que os benditos cabelos brancos virão independentemente de nossa vontade. Nossos cabelos são contados, inclusive esses brancos que insistem em povoar nossas cabeças. Temos medo de ficarmos sós, medo de não conseguir um bom emprego e um digno salário, medo de não conseguir se firmar depois que acabar a faculdade, (…) e esses tantos medos nos fazem a agarrar qualquer luz que passa aos nossos olhos… E lá vai mais um cristão-mariposa deixando o serviço da messe!

Mas também tenhamos o divino discernimento que nem todo aquele que some é porque deixou a vinha. Muita gente “dá um tempo” dos nossos olhos e não dos olhos de Deus. Conheço pessoas que ao deixar um grupo ou pastoral foram esquecidas ou tratadas como “desertoras”. Não cometamos o erro de esquecer que, talvez Deus, quisesse que a semente dessa mostarda crescesse em outro lugar desse suporte aos pássaros perdidos de outra comunidade, pastoral ou movimento.

Aprendi que o semeador passa toda noite em nossos pensamentos (geralmente as três da manha – riso), vendo nossos anseios e potencialidades, os fazendo crescer durante a noite. A mostarda é bem comum próximo a regiões onde possuem água, como o mar da Galiléia, onde o vento a balançará e por vezes a maltratará, mas sua flexibilidade, que prefiro chamar de maturidade, a fará resistir. A algumas pessoas Deus chamou para ser cedros do Líbano, ou seja, imponentes, rígidos, austeros, colunas robustas a outros maleáveis, tolerantes, acolhedores e adaptáveis como a mostarda.

Quem ta dando um tempo precisa saber que carrega consigo algo tão precioso dentro do seu coração. Algo que pulsa todo dia o desejo de voltar e permanecer fiel. Se você se afastou, creia, Ele mesmo assim, vai com você… E se você se sente pequeno no serviço que faz em sua comunidade, preste atenção, pássaros talvez já repousam em seus galhos…
PARA CADA DESAPONTAMENTO
O sentimento proveniente do desapontamento é sempre ruim, seja ele causado por pessoas, circunstâncias ou pelos seus próprios erros. Ainda assim, em cada desapontamento, existem também oportunidades. Este é um fato incontestável na vida. 
Através dos desapontamentos – num contexto mais amplo da vida – você irá descobrir que os desapontamentos podem ter um valor positivo. Apesar de uma porta ter se fechado, outras muito mais acabam de ser abertas. Para cada desapontamento, você pode ganhar conhecimento, motivacão, perspectiva e um propósito mais claro e definido. Para cada desapontamento, você pode aprender muito sobre a vida, sobre você mesmo e sobre o mundo ao seu redor. 
Tente não se esquecer: quando a vida o joga pra baixo, lembre-se de que existem valores os quais - pela graça de Deus - podem colocá-lo para cima. Um desapontamento pode ser o seu grande aliado para um sólido crescimento e exposição do seu caráter.


Evangelho do dia 30 de janeiro quinta feira 2020


30 JANEIRO - O espírito humano, como os fluídos, se coloca sempre no nível dos objetos que o rodeiam. (L 5). São Jose Marello


Marcos 4,21-25
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. 24Jesus dizia ainda: “Pres­tai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”. 
Meditação:
O povo de Israel também teve essa vocação de iluminar o mundo inteiro, mas os interesses mesquinhos e o fanatismo fizeram com que se extinguisse a chama da humanidade nova, em torno do Deus libertador e humanizador. Por isso Jesus assume o compromisso de convidar seus discípulos e discípulas a tomar a chama que Israel não manteve acesa e reiniciar um processo novo de iluminação de toda a humanidade.

Nessa linha evangélica, a tarefa de todo cristão é fazer com que a luz de Cristo que emana, que inclui, que redime, que humaniza, que valoriza e respeita toda diferença, que faz possível a justiça, os direitos dos povos e salvaguarda a criação, chegue a todos os rincões do mundo e se possa conseguir a grande civilização do amor. Esta é uma grande responsabilidade que todo crente em Jesus tem ante a história. Ser luz!

A pessoa que recebeu a Palavra de Deus de bom grado em seu coração há de frutificar grandemente, de maneira que todos possam ver os seus frutos. Daí a parábola da candeia, que revela a posição que ocupará no reino espiritual aquele que se deixou transformar completamente pela semente da Palavra.
Marcos apresenta alguns ditos de Jesus que são encontrados, dispersos, em Mateus e Lucas. O dito a respeito da lâmpada sobre o candelabro é encontrado no evangelho de Mateus, introduzido pela proclamação: “Vós sois a luz do mundo!” no início do Sermão da Montanha.

Assim, o testemunho dos discípulos deve ser uma luz para o mundo. No ensinamento de Jesus, não há nenhuma falsidade oculta, como na doutrina dos fariseus, nem ensinamento reservado a grupos elitizados, como no gnosticismo.

“E disse-lhes: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O candelabro era a lâmpada dos tempos de Jesus. Na parábola, a candeia significa a luz de Deus que brilha através de alguém que realmente teve uma experiência pessoal com Jesus. Sua vida vai manifestar um brilho especial como que dizendo ao mundo que se achou o caminho da paz, da alegria, da fé, que as pessoas tanto procuram.

O papel da Palavra de Deus no coração do homem é justamente este, o de tirar o homem das trevas do ódio e da amargura, e coloca-lo na luz do amor de Deus.

Uma vez que o indivíduo teve essa experiência e vai crescendo mais e mais no conhecimento de Deus, a luz de Cristo no seu interior vai brilhar cada vez mais intensamente a fim de se manifestar aos homens que ainda vivem nas trevas (Jo 1,4-5; I Jo 1,5-7)

“E disse-lhes: Vem porventura o candelabro para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O texto diz que a lamparina não vem para ser deixada num lugar qualquer da casa, mas sim no velador que sempre era posicionado em lugares altos de onde podia iluminar toda a casa.

Jesus está dizendo que aquele que teve uma experiência genuína com Deus e que está crescendo em maturidade através da semente plantada em seu coração, certamente será posicionado em lugares cada vez mais estratégicos no reino espiritual de maneira que possa abençoar as pessoas de forma mais eficaz.

Quem nos posiciona em lugares altos é o Senhor nosso Deus. Ele conhece o nosso coração e sabe se de fato temos frutificado e sido abençoadores de outras vidas. Aquele que é fiel no pouco sobre o muito será colocado (Mt 25,23).

“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4,22). Jesus disse que nada está encoberto senão para vir à luz.

Ele está querendo dizer que assim como uma semente plantada na terra permanece oculta por um certo tempo, vindo depois à luz, da mesma forma, toda semente divina plantada no coração do homem, tende a manifestar-se no seu devido tempo, revelando sua espécie.

Aquele que tem recebido pela fé a Palavra de Deus em seu coração, mais cedo ou mais tarde, terá a alegria de ver esta Palavra manifestada aos homens, pelas novas atitudes e obras praticadas. A luz de Deus deixará de estar no oculto do coração, para ser algo notório a todos os homens (Gl 5,22-23)
“Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” - Marcos 4,23. Os versículos seguintes aos mencionados acima mostram que, para que a luz venha a de fato manifestar-se, é necessário que o homem, canal da luz, seja um bom ouvinte da Palavra. Os versículos 23 e 24 dizem: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Também lhes disse: Atendei ao que ouvis”.

Os ouvidos precisam atentar a toda palavra que sai da boca de Deus, porque destas viverá o homem (Dt 8,3 b). O solo que frutificou na parábola do semeador foi aquele que, antes de tudo, ouviu a Palavra e a recebeu, e só então pôde dar o fruto esperado. Antes da frutificação vem o receber, e antes do receber vem o ouvir.

A pergunta que queremos deixar aqui é sobre como temos ouvido a Palavra. Não o ouvir com os ouvidos naturais, mas com os ouvidos do coração. Porque toda frutificação depende de ouvidos sensíveis e receptivos ao que Deus está falando.

 “E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis.” (Mc 4,24-25)

Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe não condena, mas pratica a misericórdia. Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância.

A sentença final pode ser um provérbio popular da Antigüidade, que interpreta as relações socioeconômicas daquelas sociedades, no mundo grego-romano e oriental.

O rico acumula cada vez mais riquezas, à custa dos pobres, cada vez mais empobrecidos. Com certo constrangimento, seria aplicado na perspectiva da fé. Quem tem a fé vai se fortalecendo cada vez mais, enquanto aquele que não a tem, vai se debilitando.
Com que intensidade nós queremos ver a manifestação do brilho de Deus em nossas vidas? Qual o posicionamento no reino espiritual que esperamos da parte de Deus? 

Todas estas questões dependem de como nos debruçamos de coração ao que estamos a ouvir da parte de Deus. A medida de unção, revelação e autoridade espiritual dependem de uma atitude cada vez mais positiva em relação à Palavra de Deus a nós ministrada. Se a desprezarmos ela não terá proveito para nós; mas se a valorizarmos, Deus nos acrescentará mais e mais de tudo o que ela oferece (Jr 29,13; 33,3).

Que toda transformação do nosso coração, operada por Deus e por Sua Palavra, possa resultar na iluminação de milhares de pessoas.
Reflexão Apostólica:

A luz é o símbolo mais apropriado para falar da finalidade do anúncio da Boa Nova e do que deve ser a comunidade cristã no mundo. A Boa Nova é como uma lâmpada que deve ser posta em um lugar apropriado para que toda a “casa” (a criação, a comunidade) fique iluminada e possa ver com clareza o mistério de Deus revelado em Jesus e possa perceber suficientemente os perigos, as ausências de luz.

É necessário anunciar a Boa Nova da salvação a toda humanidade, para que seja escutada e vivida, celebrada e compartilhada. Ela não pode ser ocultada, pois ela revela o destino final da pessoa: viver plena e dignamente. Quem é partícipe dessa Boa Nova deve adquirir o compromisso de vivê-la e comunicá-la; do contrário, essa luz, igual à semente em terreno pedregoso, se desvanecerá e morrerá.

Em Marcos não encontramos longas falas de Jesus como, por exemplo, nos evangelhos de Mateus e, principalmente, de João. Contudo, Marcos reúne (Mc 4,1-34) uma coletânea de parábolas e sentenças em formato de um discurso de Jesus, articuladas entre si e inseridas no contexto de formação dos discípulos, na perspectiva de esclarecimentos sobre o Reino e a missão. A lâmpada vem para iluminar, não para ficar escondida: a palavra vem para ser divulgada e testemunhada.

A lâmpada é a palavra que revela e desmascara a ideologia e as práticas escusas dos dirigentes de Jerusalém e das sinagogas. Ouvir é acolher a Palavra e pô-la em prática. Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe, não condena, mas pratica a misericórdia.

Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância. A alusão ao "ter" e "não ter" é um dito realista da sociedade injusta que exclui cada vez mais os pobres. Com certo constrangimento, aplica-se à disposição de acolhida a Palavra (a este "será dado"), questionando o Judaísmo que se fechou (a este "será tirado").

O evangelho de hoje expressa que a melhor maneira de manter acesa a lâmpada da Boa Nova, da presença salvifica de Deus no meio da comunidade, é através de uma entrega sem medida aos demais; deve-se imitar Deus que se entrega por inteiro, oferecer-se todo para salvar as pessoas da escuridão.

As nossas ações devem ser produtos dos nossos pensamentos e também dos nossos sentimentos. Nesta leitura Jesus nos exorta para que elas sejam como lâmpadas acesas colocadas em lugar alto a fim de que todas as pessoas que as vejam sejam iluminadas, isto é, tenham conhecimento. Portanto, as nossas ações devem revelar o que nós cultivamos dentro de nós mesmos (as).

Se, cultivamos em nós bons pensamentos e regamos os nossos bons sentimentos nós poderemos também realizar boas obras as quais são como lâmpadas acesas que podem ser vistas por todas as pessoas.

Quando nós falseamos, quando nós blefamos e escondemos as nossas reais intenções nós também somos capazes de praticar ações duvidosas que por mais que aparentem bondade, são, no entanto, arapucas que nós armamos para que outros caiam.

Aí, nós revelamos, apenas escuridão. Jesus continua nos advertindo em relação às nossas ações e, agora também, quanto aos nossos julgamentos quando diz: “com a mesma medida com que medirdes também vós sereis medidos”.

Muitas vezes nós usamos critérios muito exigentes para com os nossos irmãos e irmãs e não nos apercebemos de que com o mesmo rigor nós também seremos julgados (as), e… por nós mesmos (as)!

A medida, então, é a que nós usamos, isto é, a nossa medida. Existe um ditado popular que expressa muito bem o que o Senhor nos fala: “quem disto usa, disto cuida”.

Portanto, que nós tenhamos cuidado de purificar os nossos pensamentos e sentimentos a fim de que possamos atuar com sinceridade e com transparência irradiando ao mundo a Luz que vem do Senhor. E que as nossas ações e os nossos julgamentos para com os nossos irmãos (ãs) sejam feitos com uma medida ajustada à nossa própria fraqueza, portanto, cheios de misericórdia e compaixão. 

Você é uma pessoa transparente e sincera? As suas ações acompanham os seus sentimentos e pensamentos ou você consegue camuflá-las? Você é muito rigoroso (a) com os erros das pessoas? E com os seus? Você é uma pessoa que se impacienta por qualquer coisa? Qual é a sua medida?

Propósito:
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.
APONTANDO O CAMINHO
Você não desenvolve coragem ao se sentir diariamente feliz com os seus relacionamentos. Você desenvolve coragem ao sobreviver tempos difíceis entre duras e desafiadoras adversidades. 
Aquilo que parece ser um obstáculo em seu caminho, na realidade não é um obstáculo em seu caminho. Na realidade o aparente obstáculo está apenas está apontando o caminho. Aquilo que parece estar lhe amarrando, sendo um impedimento, na realidade isso não está lhe amarrando e nem lhe causando nenhum impedimento. Essas circunstâncias - na realidade - estão apenas construindo em você uma nova determinação de seguir em frente. 
Não ouse se desesperar quando as coisas se tornam difíceis e complicadas. Regozije-se no fato de que a razão pela qual você está encontrando grandes obstáculos e resistência é porque você está ganhando terreno, você está avançando. Celebre! 
Sinta a sua determinação à medida que ela cresce mais forte ainda porque – pela graça de Deus – você tem chances muito fortes de alcançar aquilo que você está buscando. Não desista!