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terça-feira, 31 de agosto de 2021

SEMENTES DE ESPIRITUALIDADE JOSEFINA

 

SEMENTES DE ESPIRITUALIDADE JOSEFINA

 

Publicação Mensal do Centro Internacional Josefino-Marelliano

 

Setembro de 2021

 

 

1. Acolhida

 

2. Oração Inicial

 

3. Tema do Mês:

 

 

 

 

José, filho de Davi, não temas

 

 

         “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1,20-21).

        

         O Papa Francisco, na Carta Apostólica “Patris Corde”, nos ensina que Deus confiava plenamente em São José e nas ações que empreenderia para salvar e proteger a vida do Menino Jesus e de Maria. Fiel ao seu estilo didático e questionador de ensinar, o Papa inicia perguntando por que, mesmo diante de graves situações de perigo para a vida do Menino e sua Mãe, Deus não age diretamente e continua a confiar em José, e que ele fará o que for preciso para salvar a vida da Sagrada Família.

 

Vejamos:

         “Frequentemente, ao ler os «Evangelhos da Infância», apetece-nos perguntar por que motivo Deus não interveio de forma direta e clara. Porque Deus intervém por meio de acontecimentos e pessoas: José é o homem por meio de quem Deus cuida dos primórdios da história da redenção; é o verdadeiro «milagre», pelo qual Deus salva o Menino e sua mãe. O Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem que, tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria possa dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo (cf. Lc 2, 6-7).

         “Face ao perigo iminente de Herodes, que quer matar o Menino, de novo em sonhos José é alertado para O defender e, no coração da noite, organiza a fuga para o Egito (cf. Mt 2, 13-14).”

 

(Papa Francisco. Carta Apostólica “Patris Corde”, Item 5:

Pai com coragem criativa)

 

         Em seu questionamento inicial, o Papa Francisco leva-nos a perguntar: por quê Deus não age diretamente? Por quê Deus não intervém diretamente na história? Nesta frase que acabamos de ler, o Papa nos dá uma importante contribuição para encontrarmos uma resposta: “o Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem (José)”. Ou seja, Deus intervém, mas sem dispensar a ação humana, ao contrário, contando com ela, confiando nas pessoas e suas ações.

 

         É sobre isso que iremos refletir nesta e em algumas edições seguintes de “Sementes de Espiritualidade Josefina”: o modo como José, mesmo em ambientes e condições de grande perigo, conseguiu desempenhar a missão que lhe foi confiada de ser o provedor, protetor e educador de Jesus, preparando-o assim para sua missão, e contando com a preciosa ajuda de Maria para isso. E veremos, também, que José desempenhou tão bem esta missão, que Deus lhe confiou uma outra: guardar e proteger a Igreja, como nos ensinou o Papa São João Paulo II. Vejamos:

 

         “Chamado a proteger o Redentor, «José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa» (Mt 1,24). Inspirando-se no Evangelho, os Padres da Igreja, desde os primeiros séculos, puseram em relevo que São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo.”

 

(Papa São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos. Item 1)

         Veremos, com o Papa Francisco, que “se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que podemos projetar, inventar, encontrar.”

 

         Após descrever situações de perigo para a Sagrada Família e como Deus contou com a coragem criativa de São José, o Papa destaca que “Deus encontra sempre a forma de realizar o seu plano de salvação”. Vejamos:

 

         “Numa leitura superficial destas narrações, a impressão que se tem é a de que o mundo está à mercê dos fortes e poderosos, mas a «boa notícia» do Evangelho consiste precisamente em mostrar como, não obstante a arrogância e a violência dos dominadores terrenos, Deus encontra sempre a forma de realizar o seu plano de salvação. Às vezes também a nossa vida parece à mercê dos poderes e fortes, mas o Evangelho diz-nos que Deus consegue sempre salvar aquilo que conta, desde que usemos a mesma coragem criativa do carpinteiro de Nazaré, o qual sabe transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência. Se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que podemos projetar, inventar, encontrar.”

 

(Papa Francisco. Carta Apostólica Patris Corde. Item 5:

Pai com coragem criativa)

 

         Veremos que a Igreja sempre confiou em São José e contou com sua “especial proteção”, como nos relembrou o Papa São João Paulo II:

 

         “Em tempos difíceis para a Igreja, Pio IX, desejando confiá-la à especial proteção do Santo Patriarca José, declarou-o «Patrono da Igreja católica». Esse Sumo Pontífice sabia que não estava realizando um gesto descabido, porque, em virtude da excelsa dignidade concedida por Deus a este seu servo fidelíssimo, «a Igreja, depois da Virgem Santíssima, esposa dele, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Bem-aventurado José e, no meio das angústias, de preferência foi a ele que recorreu». Quais são os motivos de tão grande confiança? O Papa Leão XIII expõe-nos assim: «As razões pelas quais o Bem-aventurado José deve ser considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar muitíssimo da sua proteção e do seu patrocínio, provêm principalmente do fato de ele ser esposo de Maria e pai putativo de Jesus (…). José foi a seu tempo legítimo e natural guarda, chefe e defensor da divina Família (…). É algo conveniente e sumamente digno para o Bem-aventurado José, portanto, que, de modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo»”.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

(Papa São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos. Item 28)

 

São José, nosso pai e protetor, rogai por nós.

 

4. Reflexão e Partilha

 

         Partilhar sobre este ensinamento do Papa São João Paulo II: Chamado a proteger o Redentor, «José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa» (Mt 1,24). Inspirando-se no Evangelho, os Padres da Igreja, desde os primeiros séculos, puseram em relevo que São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo.”

 

5. Compromisso do Mês

 

         Recomendamos ler o item 5 da Carta Apostólica “Patris Corde”.

 

6. Oração Final.


 

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

EVANGELHO DO DIA 05 DE SETEMBRO 2021 - 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


05 setembro - Vivamos alegres para nos conformar ao preceito: “Servite Domino in laetitia”: Servi ao Senhor com alegria. (L 72). São Jose Marello

 


Marcos 7,31-37

Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade.
36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar

Meditação: 

Voltamos aqui, a propósito do aspecto particular das curas de mudos na Bíblia, ao tema da fé, que é o ponto principal desta passagem. A maioria das narrativas que tratam da vocação de profetas, quer dizer, de personagens que foram portadores da Palavra de Deus, narram ao mesmo tempo curas de surdos ou mudos (Ex 4,10-17; Jr 1).

Trata-se de um procedimento literário cuja finalidade é dar a entender que o profeta apoiado tão-somente em suas faculdades naturais não é capaz sequer de começar a falar, mas que recebe de “Outro” uma palavra que deve transmitir. Por isso a cura de um mudo que proclama a Palavra é considerada como um sinal evidente do que é a fé: uma virtude infusa que não depende das qualidades humanas.

A cura de um mudo quer nos dar, portanto, a entender que devemos ter consciência de que a fé é um bem messiânico. Mas, ao relatar esta cura, Marcos quer tornar como seu o tema do Antigo Testamento que relaciona mutismo e falta de fé.

O evangelista sublinha repetidas vezes que a multidão tinha ouvidos e não ouvia, tinha olhos e não via. Somos chamados a profetizar e evangelizar, e somente de Deus procedem nossas capacidades.

Jesus encontra com uma comunidade surda e muda. Isto é algo que simboliza o personagem que nos apresenta o relato evangélico. Esse homem representa a comunidade que tem que ser curada espiritualmente. Essa cura, que é produto do amor gratuito de Deus, levará a comunidade a entender as palavras de Jesus e chegar a confessá-lo como o "Filho de Deus Crucificado e Ressuscitado".

Este relato evangélico tem muitos sinais libertadores que são necessários para compreender, para poder assimilar o conteúdo profundo desta perícope. Este milagre, antes de tudo, estabelece uma gratidão na qual a humanidade total de Jesus se encontra comprometida. Jesus utiliza suas mãos, a utilização das mãos manifesta a aproximação de Deus que Jesus possui.

Esta aproximação se faz necessária, para que o povo volte a escutar e seja capaz de proclamar. A religião oficial havia distanciado Deus da esfera popular e por isso eles sentiam-no distante e abstrato.

Jesus emprega também a saliva: é símbolo que recria o indivíduo novamente e torna-o apto para que possa continuar a história, pela nova história de liberdade inaugurada por Jesus.

Outro sinal: os olhos levantados para o céu: são expressão com a qual o evangelista manifesta o desejo intenso de Jesus de curar a comunidade que padece de surdez e de mudez e esse desejo se converte em oração que o Pai misericordioso escuta para o bem do povo.

Uma palavra: "Effatá". Com esta palavra Jesus convida a comunidade a se abrir, para que o projeto de Deus se faça efetivo no meio da comunidade. Todos esses sinais externos que Jesus realiza para que o milagre seja possível na vida do povo, são um Dom gratuito de Deus e este Dom gratuito do Pai é que tornará possível que a comunidade confesse a Jesus como o Senhor da história.

A surdez impossibilitava a comunidade seguidora de Jesus a compreender mesmo o que Jesus dizia. Hoje também nós, em nossas comunidades, padecemos de surdez que nos impossibilita de escutar o projeto libertador de Deus em nossas vidas.

Reflexão Apostólica:

 O milagre que nedutanis no texto de hoje está vinculado com a compreensão universal do Evangelho. A salvação chega a todos os povos, os limites se ampliam com o anúncio da Boa Nova aos pagãos. O surdo-mudo representa o povo pagão, e expressa simbolicamente o silencio e a negação dessa palavra salvadora para os não judeus.

Curando o surdo mudo Jesus abre a possibilidade aos pagãos. Eles devem ser participantes ativos da salvação. Concede a eles a capacidade de escutar e falar a Palavra de Deus.

 Jesus cura o surdo-mudo com sinais muito expressivos. Eles ilustram a ternura e a compaixão de Deus pelos que são excluídos da comunidade. Jesus é apresentado como aquele que restaura todas as coisas, dando-lhes um novo alento de vida.

Com a cura do surdo-mudo, Jesus torna presente o projeto de uma nova humanidade e de uma nova criação. Essa nova humanidade e criação estão fundamentadas na Palavra de vida e no amor de Deus Pai, que defende e protege a vida. A escuta da Palavra deve nos conduzir a uma verdadeira mudança de vida.

Jesus levou o homem para fora da multidão, colocou os dedos nos seus ouvidos e tocou a sua língua. Assim Ele quer fazer conosco: tirar-nos do mundo, da multidão e nos levar para um lugar onde nós possamos escutá-lo, onde Ele possa nos tocar.

Ele quer abrir os nossos ouvidos e a nossa boca porque nós só conseguiremos deixar de ser mudos quando deixarmos de ser surdos à Sua Palavra que são ensinamentos preciosos para nós. Como pode falar de Deus aquele que não escuta a Deus?

Um coração surdo, é um coração que não sabe se expressar, não sabe contagiar, não sabe atrair as pessoas. Jesus quer fazer também em nós esse grande milagre: abrir os nossos ouvidos para que possamos falar com facilidade as coisas lindas que o Espírito Santo nos revelar.

Primeiramente Jesus quer nos afastar do meio da multidão para poder tocar com os dedos nos nossos ouvidos, depois disso tornar-se-á mais fácil para nós soltar a nossa língua a fim de divulgar as coisas que o Senhor tem feito bem na nossa vida.

“Efatá”, (Abre-te), é a palavra chave que Jesus ordena aos nossos ouvidos e boca espirituais. – Jesus já tocou os seus ouvidos ou você continua no meio da multidão daqueles que não “ouvem”, por isso, não entendem a Palavra de Deus? 

Você acha que não fala em nome de Deus porque você é tímido (a) ou porque você não pára para escutar o que Ele tem a lhe dizer? Você precisa ser tocado por Jesus em relação a isso? 

Jesus “fazia bem todas as coisas”. Isto revela o empenho que colocava no exercício de sua missão. Ele não fazia as coisas pela metade, não concedia benefícios parcelados e condicionados, nem se contentava com ações malfeitas. Pelo contrário, seus gestos poderosos traziam a marca da plenitude.

No caso do surdo-mudo, a plenitude do gesto de Jesus deve ser entendida para além da cura física. O fato de abrir-lhe os ouvidos, possibilitando-lhe ouvir perfeitamente, e da libertação da mudez, de modo a poder falar sem dificuldade, já é, por si, formidável. Contudo, isto ainda seria insuficiente para que a ação de Jesus fosse declarada bem-feita.

Era necessário possibilitar ao surdo-mudo um “abrir-se” ainda mais radical: desfazer-lhe as outras prisões, e num nível tal de profundidade, de forma a colocá-lo em plena sintonia com Deus e com os seus semelhantes.

Sem esta passagem da cura física à cura espiritual, a primeira não teria muita importância. Vale a pena alguém ser curado da surdez e da mudez para levar uma vida egoísta, sem solidarizar-se com os necessitados? Tem sentido ser privilegiado com um gesto de misericórdia de Jesus, e recusar-se a ser misericordioso com o próximo?

Só uma cura radical possibilitaria àquele homem ser misericordioso com os demais. E era isto que interessava a Jesus.

Hoje é comum vermos nas ruas muitas pessoas com fones de ouvidos, ouvindo música ou mesmo programas do mundo, alienando-se dos acontecimentos que o cercam.

Vemos também muitos jovens passeando em seus automóveis com o som ligado no último volume e também muitos em suas próprias casas gostam de ouvir música no volume máximo.

Entretanto para ouvir o que seus pais têm a dizer ou a Palavra de Deus eles viram as costas e preferem não ouvir. Somos rebeldes à nossos pais e não queremos ouvir a Palavra de Deus. Por isso, há entre nós tantos enfermos do corpo e da alma.

O Senhor nos fez com dois ouvidos e uma boca para que saibamos mais ouvir do que falar. A nossa fé vem pelo ouvir, se quisermos aumentar a nossa fé devemos ouvir mais.

Propósito:

Senhor queremos ser tuas ovelhas e ouvir a Tua voz!

 

Evangelho do dia 04 de setembro sábado 2021

 04 setembro Banimento aos escrúpulos, que são a peste, repito, a peste da vida espiritual: é preciso sufocar no nascer todo desejo fantasioso; não voltar atrás para refazer o caminho; não correr adiante demais, nem se demorar demais para ver se o passo foi acertado; confiança em Deus que está ao nosso lado para corrigir nossos erros, inevitáveis mesmo quando temos a melhor intenção do mundo. (L 168). São Jose Marello


EVANGELHO DO DIA LUCAS 6, 1 - 5

"Num sábado, Jesus estava atravessando uma plantação de trigo. Os seus discípulos começaram a colher e a debulhar espigas, e a comer os grãos de trigo. Então alguns fariseus perguntaram:
- Por que é que vocês estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado?
Jesus respondeu:
- Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros estavam com fome? Ele entrou na casa de Deus, pegou os pães oferecidos a Deus, comeu e deu também aos seus companheiros. No entanto é contra a nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso.
E Jesus terminou, dizendo:
- O Filho do Homem tem autoridade sobre o sábado."
  

Meditação:

Novamente os fariseus interagem com Jesus e seus discípulos através de um questionamento por seu mau comportamento frente à lei, que proíbe uma série de trabalhos em dia de sábado.

A resposta de Jesus vai em duas direções: primeiro recorre à Tradição, lembrando da ação de Davi que comeu os pães da proposição no Templo.

Na segunda parte da resposta, com conteúdo muito mais teológico, Jesus se apresenta como o Senhor do sábado. Jesus, ao se propor como Senhor do sábado, está abrindo a porta para estabelecer uma nova relação com Deus, que vai mais além do cumprimento da lei. Ele vai até a pessoa e suas circunstancias, como critério dessa nova forma de interação com Deus Pai.

A observância da lei do sábado era a maior instituição do judaísmo, e para isso tinham sido criadas leis extremamente rígidas e pormenorizadas, que proibiam qualquer atividade que se assemelhasse a um trabalho.

 Por exemplo, os especialistas interpretavam o gesto de debulhar espigas de trigo como colheita e, portanto, como violação do repouso sabático (6,1-2; Ex 34,21).

 Jesus responde à acusação dos adversários recorrendo a um exemplo tirado da Escritura (1 Sm 21,1-6): fugindo do rei Saul, Davi e seus homens entraram no santuário e comeram os pães oferecidos a Deus (os doze pães, renovados a cada sábado, e que só os sacerdotes do santuário podiam comer- Lv 24,5-9).

 Esse precedente celebrado na própria Escritura, diz Jesus, mostra que a lei positiva está subordinada ao bem do homem, e que a necessidade de sobreviver está acima de qualquer lei.

 É a segunda vez que Jesus se arroga um direito: o Filho do homem, que tem poder para perdoar pecados (5,24), também é “o senhor do sábado” (6,5).

 Em outras palavras, Jesus está introduzindo uma nova ordem humano-religiosa, onde as instituições, estruturas, leis e costumes devem estar sempre a serviço do homem, podendo ser abolidos e cair para segundo plano em qualquer circunstância em que uma necessidade urgente o exigir.

 “Sábado” provém do hebraico “Shabath”, que significa “repouso, cessão”. Assim, o sábado bíblico nada mais é que um dia de descanso observado a cada sete dias.

 Ele na Bíblia se prende ao ritmo sagrado da semana, que se encerra com um dia de repouso e de culto a Deus (Os 2,13; 2Rs 4,23; Is 1,13; Ex 20,8; 23,12; 34,21).

 O sábado deveria ser observado por diversas razões: por questões humanitárias (Ex 23,12; Dt 5,12-14), por ser sinal de distinção com relação aos outros povos (Ez 20,12.30; Ex 31,13-17), por ser um dia que não poderia ser profanado pelo trabalho (Ez 22,8) e por ser legislação sacerdotal, já que Deus teria descansado no 7º dia (Gn 1,1-2.4a; Ex 30,8-11; 31,17).

 O sábado era um dia festivo (Os 2,13; Is 1,13), no qual não podia haver compras, vendas ou trabalhos no campo (Am 8,5; Ex 34,21). Era também proibido acender fogo (Ex 35,3), recolher lenha (Nm 15,32) e preparar alimentos (Ex 16,23). Até mesmo a guarda do palácio era reduzida (2Rs 11,5-9)…

 Os fiéis iam ao santuário (Is 1,12s), após uma convocação santa (Lv 23,3), ofereciam sacrifícios (Nm 28,9-10) e renovavam o pão da proposição (Lv 24,8; 1Cr 9,32) ou simplesmente aguardavam a visita de um profeta (2Rs 4,23).

 Após o exílio babilônico, a observância do sábado foi radicalizada: Neemias agiu com energia para garanti-lo (Ne 13,15-22), as viagens foram proibidas (Is 58,13) assim como o transporte de cargas (Jr 17,19-27).

 Na época macabéia, a observância era tão cega que muitos se deixaram matar sem oferecer resistência (1Mc 2,37-38; 2Mc 6,11-12; 15,1-2).

 Finalmente, na época de Jesus, os fariseus elaboraram verdadeira “casuística” quanto ao sábado: 39 tipos de trabalho eram proibidos (entre eles colher espigas [Mt 12,2], carregar fardos [Jo 5,10] etc).

 Os médicos somente podiam atender os doentes em perigo iminente de morte (motivo pelo qual se opuseram a Jesus, que curava aos sábados (Mt 12,9-13; Mc 3,1-5; Lc 6,6-10; 13,10-17; 14,1-6; Jo 5,1-16; 9,14-16)… os essênios chegaram ao absurdo de proibirem a defecação no sábado!

 Já no Novo Testamento, os discípulos observaram o sábado para pregar o evangelho nas sinagogas (At 13,14; 16,13; 17,2; 18,4) logo se deram conta que a Nova Lei havia superado a Antiga.

 São Paulo sempre lutou contra a infiltração de idéias judaizantes, sobretudo quando escreve “que ninguém vos critique por questões de alimentos ou bebidas ou de festas, luas novas e sábados. Tudo isto não é mais do que a sombra do que devia vir. A realidade é Cristo.” (Cl 2,16-17; 2Cor 5,17).

 Os cristãos, então, passaram a realizar seus cultos no dia seguinte ao sábado, isto é, no domingo, dia em que o Senhor Jesus ressuscitou (aliás “domingo” vem de “domini dies”, isto é, “Dia do Senhor”).

 Diversas são as provas bíblicas da observância do domingo: Jo 20,22-23.26; At 2,2; At 20,7-16; 1Cor 16,1-2; Ap 1,10. Repare-se bem que esse era o dia em que os cristãos se reuniam!

 Dessa forma, a perspectiva cristã sempre enxergou o antigo sábado dos judeus como uma figura, da mesma forma que outras instituições do AT.

 “Pelo repouso do sábado os israelitas comemoravam o repouso (figurado) de Deus após haver criado o mundo e o homem. Ora, com a ressurreição de Cristo, a primeira criação tornou-se prenúncio e figura da segunda criação ou da nova criação do gênero humano que se deu quando Cristo venceu a morte e apareceu como novo Adão.

 Era justo, portanto, ou mesmo necessário, que os cristãos passassem a observar, como Dia do Senhor ou como sétimo dia e dia de repouso (sábado), o dia da ressurreição de Cristo”.

 A própria carta aos Hebreus acentua a índole figurativa do sábado, afirmando que o repouso do sétimo dia era apenas uma imagem do verdadeiro repouso que fluiremos na presença de Deus (Hb 4,3-11). E você cristão, ainda tem dúvida do porque deves observar os domingos e festas de guarda?

Finalmente Cristo se auto-declarou como “Senhor do Sábado” (tendo, portanto, poder sobre ele); Jesus ressuscitou num domingo; o Espírito Santo veio sobre a Igreja num domingo; os apóstolos se reuniam aos domingos; os cristãos antes do Período Constantiniano (séc. IV) se reuniam aos domingos; os cristão pós-Constantinianos também se reuniam aos domingos; todos os cristãos atuais (católicos, ortodoxos e protestantes – com exceção dos adventistas e batistas do 7º dia) ainda observam o domingo…

 Como duvidar que o domingo não foi instituído divinamente? Temos todos os testemunhos que precisávamos: Bíblia, Tradição e Magistério; temos a palavra final: Domingo é o Dia do Senhor!

“Vale mais um domingo, dia em que Cristo ressuscitou, do que todos os sábados sem ressurreição, sem a verdadeira libertação”!

 Que a vitória de Cristo sobre o sábado e a morte seja também a minha e a tua sobre o pecado e conseqüentemente sobre a morte para que com Cristo ressuscitemos eternamente!

 Reflexão Apostólica:

 Lucas nos leva pela mão, no caminhar de Jesus com seus discípulos, às margens do lago da Galiléia, para nos mostrar como o mestre vai instruindo os discípulos para que assumam as novidades do Reino.

 Agora o vemos caminhando por um campo de trigo e em dia de sábado; este detalhe oferecido pelo narrador é nossa porta de entrada para compreender o que nos propõe este evangelho.

 Como vimos, uma daquelas inúmeras regras seguidas pelos fariseus dizia que um judeu pode comer à vontade na plantação de outra pessoa, contanto que não leve nada para comer em outro lugar.

Outra regra relacionava tudo aquilo que não se podia fazer em dia de sábado. Portanto, comer do trigo alheio não era problema! O problema era fazer isso em dia de sábado!!!

Regras como essas podem parecer absurdas a nós! Mas se pensarmos bem nas pequenas regras absurdas que colocamos na nossa vida... regras estas que nos deixam irritados se não forem seguidas... deveríamos nos sentir envergonhados. Por exemplo:

...ter um lugar reservado à mesa. Ninguém pode ocupá-lo. Mas você pode sentar em qualquer lugar.
...ter talheres, ou um prato, ou um copo, ou roupas, ou qualquer objeto de uso exclusivo. E ai de quem usá-los! Mas você pode usar os de qualquer um.
...não respeitar os horários pré-estabelecidos. Mas exigir que os outros cumpram.
...exigir fidelidade. E não ser fiel.
...querer ser perdoado. Mas nunca perdoar.

A lista seria enorme, mas a essência já deve ter sido entendida: as regras não devem ser aplicadas para prender as pessoas livres. Se todos se amassem, seria fácil, pois não precisaríamos ter regras. Mas como ainda não estamos no paraíso, é preciso estabelecer algumas regras, que deveriam servir apenas de referência para que as pessoas não invadam o espaço (direito) do seu vizinho.

O apelo de hoje é para que você observe com atenção aquilo com que você anda implicando. Será que é algo realmente importante? Ou é uma daquelas regras absurdas dos fariseus?

Liberte-se dessas pequenas prisões que você mesmo criou, e principalmente, liberte as pessoas que você vem prendendo com essas regras... no trabalho, na escola, em casa, entre os amigos... Viva e deixe viver...

Propósito:

Pai, torna-me sensato na prática das exigências religiosas, para eu buscar, em primeiro lugar, o que realmente é do teu agrado e está a serviço da vida, cuja fonte és tu.

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Quanta violência nos ronda! Tememos por nós e por nossos familiares. Onde podemos encontrar segurança? O Rei Davi, o maior de todos reis de Israel nos mostra onde ele encontrou segurança: “Eu chamo o Deus Altíssimo; eu chamo a Deus, que me ajuda em tudo” (Salmo 57.2). A verdadeira segurança só tem quem confia no Salvador Jesus. O cristão não está livre da violência das nossas cidades. Ele encontra em Deus a coragem para superar o medo e continuar vivendo confiante de que Deus é por nós. Jesus foi também vítima da violência. Ele foi brutalmente assassinado. Quem o matou? Eu e você. Os nossos pecados mataram Jesus. Deus entregou o seu filho para que não tenhamos mais medo da condenação, mas para que estejamos seguros de que Cristo resolveu o nosso maior problema: a morte eterna. Em Cristo encontramos a segurança que nos liberta de todo o medo. Não tenha medo, confie em Cristo. Ele nos protege

Evangelho do dia 03 de setembro sexta feira 2021


 Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 5,33-39

 "Algumas pessoas disseram a Jesus:

- Os discípulos de João Batista jejuam muitas vezes e fazem orações, e os discípulos dos fariseus fazem o mesmo. Mas os discípulos do senhor não jejuam.
Jesus respondeu:
- Vocês acham que podem obrigar os convidados de uma festa de casamento a jejuarem enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!
Jesus fez também esta comparação:
- Ninguém corta um pedaço de uma roupa nova para remendar uma roupa velha. Se alguém fizer isso, estraga a roupa nova, e o pedaço de pano novo não combina com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Não. Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: "O vinho velho é melhor.""  

Meditação:

 Seguindo o fio condutor da narração de Lucas, podemos compreender o quadro geral da pregação de Jesus: ancorado na realidade e no cotidiano, parte de comparações simples e expressivas, e resgata sentido profundo da vida e, sobretudo, de verdade.

 A partir de um questionamento a partir de um certo comportamento, dele e de seus discípulos, aproveita para dar uma instrução simples e profunda.

Depois de ter sido questionado pelos fariseus por comer com os publicanos e pecadores, agora é cobrada de Jesus a observância do jejum e das orações rituais. Jesus rompe com a tradicional piedade da Lei.
 
O jejum caracteriza o tempo de espera. Mas esse tempo já terminou. Chegou a hora da festa do casamento, isto é, da nova e alegre relação entre Deus e os homens.

Além de sentar-se à mesa com companhias pouco recomendáveis segundo os critérios do legalismo religioso, “comem e bebem”, desprezando os jejuns rituais. Jesus, como um noivo presente entre os convidados em uma festa de núpcias, não vem trazer castigos, mas sim comunicar alegria e vida.

A atividade de Jesus mostra que o amor de Deus vem para salvar o homem concreto e não para manter as estruturas que sugam o homem.

 A novidade rompe estas estruturas simbolizadas pela roupa e barril velhos. Jesus não veio para reformar; ele exige mudanças radical.

Neste Evangelho de Lucas e no de Marcos, o questionamento a Jesus é feito por um sujeito indeterminado: “eles”. Já Mateus, de modo próprio, atribui a pergunta aos discípulos de João.

 O jejum era praticado tendo-se em vista o perdão dos pecados diante de um Deus vingativo para com homens e mulheres, o qual deveria ser aplacado com sacrifícios.

A parábola do remendo, em Lucas, é revestida de um colorido especial: não se corta um pedaço de uma roupa nova para colocá-lo como remendo em roupa velha. Além de estragar a roupa nova, repuxa a roupa velha e, ainda mais, não vai combinar! A sentença final é uma alusão aos judeus, apegados à sua antiga tradição, que rejeitam a novidade de Jesus.

A comparação do pedaço de pano novo e do odre novo. O jejum e a penitência, eram práticas religiosas externas comuns e obrigatórias nos tempos de Jesus, são agora recolocadas e deixadas de lado por Jesus e seus seguidores. Esta é a raiz do questionamento lançado a Jesus, que possibilita que deixe sua mensagem.

 O pedaço de pano novo que rompe a veste velha é a imagem usada por Jesus para expressar as implicações da mudança proposta pelo mestre.

 As novidades do Reino exigem pessoas, estruturas e sentimentos novos. As exigências e conseqüências desta mudança se reforçam com o exemplo do vinho novo que requer odres novos, do contrário, pode-se colocar tudo a perder.

Jesus não vem castigar nem condenar, mas libertar e acolher. A sua presença entre os discípulos, expressa pela imagem do noivo em um casamento, é motivo de alegria e festa, não de luto e jejum.

As duas parábolas que se seguem exprimem bem a novidade de Jesus, que não combina com a prática legalista da tradição do Primeiro Testamento.

 A frase final, que termina com a expressão: “o vinho velho é melhor”, é estranha no texto e indica inserções que se cristalizaram na tradição.

O que na verdade Jesus quer salientar é uma prática que saia do fundo do coração. É esta a proposta que Jesus nos apresenta para nossas ações. Diante de Deus todos os nossos atos terão o valor proporcional ao que o nosso coração lhes confere.

Fazer apenas por fazer, não nos edifica nem nos ajuda na caminhada para Deus. O odre e a roupa significam a nossa mentalidade e a maneira como acolhemos as observâncias que Deus nos propõe por meio da sua Palavra e dos seus mandamentos.

A maneira como encaramos os fatos da nossa vida e a mentalidade com a qual nós participamos das propostas de Deus nos dão a garantia para que as nossas ações diante do Senhor tenham valia.

O que é novo não cabe na mentalidade antiga. Precisamos de um espírito aberto, para acolher as novidades do Evangelho e viver segundo os mandamentos de Deus. Do contrário, não daremos frutos.

Você é uma pessoa apegada ao seu modo de pensar? Você é capaz de mudar de opinião diante das novidades do Evangelho? Com que espírito você jejua ou faz sacrifício? Você costuma murmurar e se lastimar das coisas boas que você faz aos outros?

Reflexão Apostólica:

 No Evangelho de hoje, Jesus é de uma sutileza incrível! E quem não parar para refletir por alguns momentos, vai deixar passar uma mensagem, no mínimo, profunda... 

Na primeira parte, os fariseus tentam, novamente, colocar Jesus contra a parede. E mais uma vez Jesus responde com toda a autoridade que enquanto o noivo está presente, os convidados devem comemorar. Mas que vai chegar o momento em que o noivo será tirado deles, e aí sim, eles jejuarão.

 Esta parte é muito clara para nós, pois nós já sabemos o que aconteceu com Ele, mas para os que estavam lá, essas últimas palavras não devem ter sido muito bem entendidas.

Porém, se já não devem ter entendido bem a primeira parte, a segunda, então, deve ter sido um verdadeiro enigma para eles. A sutileza de Jesus foi impressionante. "Remendo novo em roupa velha: vai rasgar a roupa nova, e não vai combinar com a roupa velha." O que é a roupa nova, e o que é a roupa velha? Vejamos...

A estrutura religiosa que existia na época de Jesus era muito complicada... Durante muitas décadas, talvez séculos, os fariseus e doutores da lei pegaram a Torá e outros livros sagrados, e foram formando uma doutrina cheia de regras.

 Só para citar algumas: no sábado não se podia amarrar as sandálias, porque isso era um trabalho; nem podia cortar unhas, cabelos ou barba; e um médico não podia socorrer alguém, a menos que estivesse em risco de vida.

 Existiam mais de 300 regras assim, a serem seguidas. Jesus veio trazer a Boa Nova do Reino dos Céus, e não se submeteu as regras impostas pelos fariseus. A doutrina de Jesus era a "roupa nova": amem-se uns aos outros como eu vos amo, o Reino é dos pequeninos, quem for maior dentre vós deve ser o primeiro a servir...

 Nada disso combinava com a "roupa velha" dos fariseus. E não adiantava enxertar alguns dos ensinamentos de Jesus na "roupa velha" dos fariseus, porque simplesmente "não combinaria". 

Até que ponto nós criamos regras sem sentido para a nossa vida, e se as pessoas não respeitarem, nós ficamos chateados?

 Por exemplo: "ninguém pode sentar no meu lugar à mesa", "tenho que dormir depois do almoço", "não posso repetir a roupa numa festa"...

 Jesus vem para acabar com todas as regras sem fundamento, e trazer a REGRA DE OURO: Amai a Deus sobre todas as coisas, e amai ao próximo como a si mesmos. E só!

A continuação é ainda mais interessante: "Vinho novo em odres velhos: o odre se quebra e o vinho se perde." O "vinho novo" é a Boa Nova, e O "ODRE VELHO" É AQUELA PESSOA QUE NÃO TEM A CAPACIDADE DE RECEBER O "VINHO NOVO".

Você já tentou ensinar a alguém que parece não estar entendendo nada do que você está dizendo? É como tentar empurrar vinho novo em odre velho... se forçar muito, ele quebra. "Vinho novo é para ODRES NOVOS".

Agora ficou fácil: "ODRE NOVO" É AQUELA PESSOA QUE ESTÁ ABERTA PARA RECEBER O "VINHO NOVO". É assim que nós devemos ser: ETERNOS APRENDIZES, e nunca nos fecharmos para aprender algo novo.

O melhor ficou pro final... O vinho novo vai envelhecendo dentro do odre... e a medida que vai envelhecendo, vai ficando mais saboroso.... a ponto de quem provar do vinho velho, não querer mais do vinho novo!

 O "vinho" que jorrava de Jesus era o "vinho velho", da melhor qualidade. Por isso que quem provava, não queria saber de nenhum outro. E assim o seu time de discípulos só aumentava... Muitos dos discípulos de João Batista e até dos fariseus passaram a ser discípulos de Jesus.

E agora, você está mais para odre novo ou odre velho? Ainda está aberto(a) para aprender, ou acha que já sabe o suficiente? E o seu vinho, que tal envelhecê-lo aos poucos e oferecê-lo para nós? O mundo precisa muito do seu vinho...

Propósito:

Pai, abre meu coração para acolher a novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos e contaminá-la com o egoísmo e o pecado.

 ++++

A vida é cheia de surpresas. Algumas boas e outras não. Dor, perda e sofrimento fazem parte da vida, e, a princípio, não percebemos nada de proveitoso nisso. Quando sentimos a dor, a perda e o sofrimento, toda a nossa vida é afetada. O medo surge nesses momentos. Onde se agarrar? Você se sente perdido? Existe uma solução? Existe sim! A resposta para vencer o medo é agarrar-se em Jesus. A Bíblia afirma: “As tentações que vocês têm de enfrentar são as mesmas que os outros enfrentam; mas Deus cumpre a sua promessa e não deixará que vocês sofram tentações que vocês não têm forças para suportar. Quando uma tentação vier, Deus dará forças a vocês para suportá-la, e assim vocês poderão sair delas” (1Coríntios 10.13). Confie nesta promessa de Deus, pois ele é fiel e quer salvar você.

Evangelho do dia 02 de setembro quinta feira 2021

 02 setembro - A tristeza é inimiga do bem. (S 197). São Jose Marello

 


Lucas 5,1-11 Lucas começa a detalhar mais o

 "Certo dia Jesus estava na praia do lago da Galiléia, e a multidão se apertava em volta dele para ouvir a mensagem de Deus. Ele viu dois barcos no lago, perto da praia. Os pescadores tinham saído deles e estavam lavando as redes. Jesus entrou num dos barcos, o de Simão, e pediu que ele o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se e começou a ensinar a multidão.

Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão:
- Leve o barco para um lugar onde o lago é bem fundo. E então você e os seus companheiros joguem as redes para pescar.
Simão respondeu:
- Mestre, nós trabalhamos a noite toda e não pescamos nada. Mas, já que o senhor está mandando jogar as redes, eu vou obedecer.
Quando eles jogaram as redes na água, pescaram tanto peixe, que as redes estavam se rebentando. Então fizeram um sinal para os companheiros que estavam no outro barco a fim de que viessem ajudá-los. Eles foram e encheram os dois barcos com tanto peixe, que os barcos quase afundaram. Quando Simão Pedro viu o que havia acontecido, ajoelhou-se diante de Jesus e disse:
- Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!
Simão e os outros que estavam com ele ficaram admirados com a quantidade de peixes que haviam apanhado. Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão, também ficaram muito admirados. Então Jesus disse a Simão:
- Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente.
Eles arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus.
"  


Meditação:

 Lucas começa a detalhar mais o ministério de Jesus e mostrar a grande demanda que o mestre tinha a sua frente. Ele é enfático ao anunciar novamente que “grande multidão seguia Jesus”, como se estive querendo mostrar que o trabalho do mestre era árduo e difícil para ser realizado apenas por uma pessoa.

Sendo assim, Lucas inaugura o capítulo cinco com o chamado de Jesus aos seus discípulos. Pode-se evidenciar um novo bloco do livro de Lucas, e esse bloco é iniciado pelo recrutamento dos discípulos.

 Jesus chama os chama como cooperadores na sua missão, os quais, com desprendimento, põem-se a seguir Jesus. O sucesso da missão implica no abandono e na docilidade à Sua Palavra.


Em Marcos e Mateus, o chamado se dá quando Jesus caminhava à beira-mar e vê dois irmãos, Simão e André, que do barco lançavam a rede ao mar, e em seguida Tiago e João que consertavam as redes em seu barco.

No evangelho de João, Jesus chama os seus discípulos dentre os discípulos de João Batista, na ocasião de seu batizado. Em Lucas o chamado acontece após uma prédica de Jesus às multidões, a beira mar, e uma pesca milagrosa.

Aqui, Jesus dá início ao Seu ministério com a chamada feita aos quatro primeiros discípulos. Exatamente, quatro pescadores.

 Quatro homens rústicos, duros e sem uma qualificação exemplar. Mas os fatos que antecedem ao seu chamado têm o propósito de nos ensinar muitas coisas.

Muitas vezes nós achamos mil e uma razões para não evangelizar: “Estou muito ocupado!”, “Eu não me dou bem com certas pessoas!”.

 A verdade é que, se fôssemos tão habilidosos em se tratando de evangelizar quanto o somos em fugir da tarefa, a  grande missão já teria sido cumprida há muito tempo!

Pedro e seus companheiros se sentiam muito mais a vontade como pescadores de peixes do que como pescadores de homens. Em Lucas 5, o Senhor Jesus, os ajuda a vencer as suas resistências.

O texto nos informa que os pescadores voltavam de uma pesca frustrada, e Jesus ao avistar o barco pede um auxílio aos pescadores para poder ensinar a multidão.

Os pescadores imediatamente oferecem sua ajuda e acabam por ouvir os ensinamentos do mestre, assim como a multidão.

 Terminado o período do ensinar a multidão, Jesus desafia os futuros discípulos a voltarem ao mar e lançarem novamente as redes.

Esse não era um desafio tão fácil, pois os próprios pescadores já sabiam que aquele não era um bom dia para a pesca, todavia ao som das palavras do mestre eles tentam novamente. Para a surpresa de todos, o mestre estava certo, e eles puxam as redes com muitos peixes.

 Após esse evento, Simão se prostra perante os pés de Jesus confessando sua pecaminosidade, e Jesus desafia-os para serem pescadores de homens.

 Lucas evidencia um processo gradativo, onde primeiro, o mestre ensina a multidão, entretanto, os discípulos são impactados com seu ensinamento e, por essa razão, obedecem a ordem de lançar as redes.

 Após isso, eles vêem o poder de Jesus e diante disso confessam sua pecaminosidade. Após confessados os pecados, o mestre lança o desafio, faz o convite para segui-lo e eles aceitam.

 Esse é o mesmo processo visto em Isaías capítulo 6, onde o profeta visualiza a glória de Deus, confessa seus pecados, é purificado e depois recebe o desafio e o chamado da parte de Deus.

 Com toda razão, nós que nos alegamos bons cristãos, pescadores de homens, devemos refletir constantemente sobre o nosso chamado e verificar se realmente fomos impactados pela palavra de Deus, se vimos o seu agir maravilhoso em nossa vida, se diante disso confessamos a nossa miserabilidade, se ao confessar nossos pecados recebemos um novo coração, e se, após tudo isso, renunciamos nossa segurança, nossa velha vida, nosso barco, e dissemos ao mestre: “Sim mestre, contigo, serei um pescador de homens”.

 Reflexão Apostólica:

 “Avança para águas mais profundas, e lançai as vossas redes para a pesca.” Esta palavra foi garantia para que Pedro e os outros apóstolos voltassem a pescar naquele dia, depois de uma noite toda de pesca infrutífera.

A Palavra de Jesus se cumpriu e eles reconheceram o Seu poder. A mensagem desse Evangelho nos motiva a nunca desistir e sempre tentar novamente.

Saber que Jesus está perto e que, na pesca da nossa vida, Ele nos orienta, nos ilumina com o Seu Espírito é segurança para nunca perdermos a esperança. Mesmo que nós também, já tenhamos trabalhado a noite inteira e nada tenhamos conseguido pescar.

Mesmo que já tenha se exaurido a nossa capacidade de pedir, de suplicar, de esperar por alguma coisa de que necessitamos, “em atenção à palavra de Jesus”, devemos prosseguir lançando as redes.

É esta a mesma Palavra que nos anima hoje a avançar na nossa vida, na nossa pescaria, na nossa luta em busca de paz, de felicidade, de vida plena.

Avançar para águas mais profundas significa para nós, buscar mais conhecimento de Deus, da Sua Lei, dos Seus ensinamentos, dos Seus decretos.

Quanto mais mergulharmos no Evangelho, nas Escrituras, mais nós iremos encontrar respostas para os nossos questionamentos, para as nossas angústias.

O homem é um ser criado por Deus com o objetivo de viver a harmonia com Ele e com o próximo e isso realmente só acontecerá quando ele se jogar nos braços do amor misericordioso de Deus.

Jesus também nos chama para sermos pescadores de homens! Ele providencia o peixe para nós, porém, necessita das nossas redes a fim de tomar para Ele as almas necessitadas de salvação.

A pesca maravilhosa ocorreu com Pedro, Tiago e João, mas pode acontecer conosco nos dias de hoje, basta querermos e pagarmos o preço de uma vida de busca ao Senhor, uma vida de renúncia aos pecados da carne, uma vida de entrega e confiança em Jesus.

Que lições podemos aprender com este texto bíblico?

1 – Ouvir a Palavra de Deus

*Devemos ler a Bíblia, a palavra de Deus, escutá-la, memorizá-la…pois através dela iremos vencer o diabo, as adversidades da vida, o pecado.

2 – Trabalho

*Deus chama quem está ocupado;
*Os pescadores estavam ocupados lavando as suas redes;
*Deus não chama desocupados, que não querem saber de trabalhar;
*Temos que nos mecher, fazer algo, pois “a seara é grande e poucos são os trabalhadores dispostos a trabalhar na seara…”

3 – Deixar Jesus entrar no barco de nossas vidas

*Pedro deixou Jesus entrar em seu barco, e seu problema foi resolvido;
*Devemos deixar Jesus entrar em nossas vidas e nos orientar, nos mostrar o caminho que devemos seguir;
*Muitas vezes deixamos lixo entrar em nossas vidas, através da televisão, através da internet;
*”…enchei-vos do Espírito e não satisfareis os desejos da carne…”
*Filipenses 4:8 “Finalmente irmãos, tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro…seja isso que ocupe o vosso pensamento…”

4 – Paciência

*Os pescadores tiveram paciência, e Pedro em especial deixou Jesus entrar em seu barco depois de ter passado uma noite inteira sem pegar um peixe se quer; Pedro tinha motivos suficientes para ir para casa, pois estava cansado, mas esperou Jesus ensinar a multidão e então pode ver o que ele não conseguiu ver a noite inteira;
*Muitas vezes somos impacientes, queremos que as coisas aconteçam imediatamente, mas “tudo tem seu tempo determinado…”conforme Eclesiastes 3.

5 –

*”….sob a tua palavra lançarei as redes…”
*Pedro ficou contrariado com o que Jesus lhe disse, mas se fundamentou na palavra e agiu por fé, creu que algo poderia acontecer;
*”Sem fé é impossível agradar a Deus”.

6 – Vitória

*O milagre aconteceu, a vitória chegou, os peixes vieram;
*O problema foi solucionado.

7 – Reconhecer

*Relembrar de onde saímos;
*Pedro reconheceu o poder de Deus em Jesus;
*Se humilhou diante do Mestre;
*Quando recebemos uma cura, um milagre, uma vitória, muitas vezes nos esquecemos de agradecer ao Senhor, nos esquecemos facilmente de onde Deus nos tirou;
*”…tirou-me de um tremendal de lama…”

8 – Evangelizar

*Pescadores de homens;
*Dar bom testemunho no trabalho, na escola, em casa;
*Testemunhar os feitos do Senhor em nossas vidas;
*Pregar em tempo e em fora de tempo.

9 - Deixar tudo

*Devemos deixar tudo para seguir a Jesus;
*Nosso comodismo;
*Nossa zona de conforto;
*Nossa preguiça.
*Renunciar nosso sono, tempo, dinheiro.

Que a nossa pesca seja profícua e não se restrinja somente ao nosso circulo de amizade. Jesus quer que nós sejamos pescadores no Seu reino e a rede que Ele nos dá é o Seu amor e a Sua Palavra.

Comecemos desde já: passemos para os nossos amigos e amigas a experiência que temos com a Palavra de Deus, com a oração, com a reflexão.

Contemos para todos o que mudou em nossas vidas, qual a nossa esperança e o que temos descoberto com a Palavra de Deus.

Avancemos para águas mais profundas pois, em nossa vida estamos em águas rasas, conformados com o estilo de vida que levamos, ír á missa ou ao culto e pronto, achamos que estamos no caminho da salvação. É preciso, portanto, que tomemos a decisão de buscarmo s o reino vivendo os ensinamentos de Jesus em toda a sua essência.

 Você tem usado o Amor de Deus como rede para atrair as pessoas para Ele?  Mesmo que você não tenha muita vontade você atende ao chamado de Jesus em atenção à Sua Palavra?

Propósito:

Pai, confirma minha vocação de pescador de pessoas humanas, e conduze-me para águas mais profundas onde se encontram os que mais carecem de meu amor.