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terça-feira, 30 de novembro de 2021

EVANGELHO DO DIA 05 DE DEZEMBRO 2021 - 2º DOMINGO DO ADVENTO

 


05 dezembro - A experiência nos ensina todos os dias: nas obras, ficamos sempre abaixo do que prometemos em palavras. (L 8). São Jose Marello

 


Lucas 3,1-6

 "No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes administrava a Galiléia, seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto.  E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, como está escrito no Livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados.  E todas as pessoas verão a salvação de Deus’”." 

 Meditação:

 Lucas tem interesse em precisar com detalhe os nomes dos personagens que controlam as diferentes esferas do poder político e religioso naquele momento. São eles aqueles que planejam e dirigem tudo. No entanto, o acontecimento decisivo de Jesus Cristo prepara-se e acontece fora do seu âmbito de influência e de poder, sem que eles saibam nem decidam nada.

É assim que o essencial aparece sempre no mundo e nas nossas vidas. É assim que penetra na história humana a graça e a salvação de Deus. O essencial não está nas mãos dos poderosos. Lucas diz sucintamente que “veio no deserto a Palavra de Deus a João”, não na Roma imperial nem no recinto sagrado do Templo de Jerusalém.

 O evangelista São Lucas, que nos prega neste Advento, tem uma característica muito própria: a universalidade. Ele se propõe a provar que Jesus não veio só para salvar os judeus, mas para salvar toda a humanidade. Por isso, procura situar os lugares sagrados de João e Jesus dentro do universo do seu tempo. Dá fronteiras geográficas, históricas e religiosas amplas. Faz questão de mencionar até a vizinhança pagã: Ituréia, Traconítide e Abilene. É bom que tenhamos esse cenário diante dos olhos para entendermos o Evangelho.

No tempo de Jesus, a Palestina era uma nação cativa de Roma e pagava impostos ao imperador romano(...) O nome do imperador no momento era Tibério.

Como era costume, o imperador, ao conquistar uma nação, retalhava-a em regiões e colocava à frente de cada uma um representante para cobrar os impostos.

Pôncio Pilatos era o seu representante na Judéia. Herodes Antipas o representava na Galiléia, região de Jesus; e as regiões pagãs vizinhas de Ituréia e Abilene tinha também os seus representantes.

João Batista é o último dos grandes profetas do Antigo Testamento e o primeiro do Novo. É filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria.

Nasceu num lugar chamado hoje "En Karin", região montanhosa, 7 quilômetros e meio a oeste de Jerusalém. Alguns autores dizem que João se preparou para a sua missão na comunidade essênia de Qumram.

No tempo de Jesus, o deserto de Judá era habitado por centenas de monges chamados essênios. O profeta aliava um zelo incomparável no cumprimento da sua missão a uma vida de despojada penitência. Talvez tenha feito o voto do nazireato, pelo qual a pessoa se abstinha, entre outras coisas, de bebidas alcoólicas e de cortar o cabelo. Pregava um batismo de penitência e centrava a sua pregação na preparação da vinda do Messias.

João era a voz que gritava no deserto exigindo um caminho para a passagem do Senhor. Quando um rei resolvia visitar qualquer dos seus domínios, perdidos que fossem na imensidão do deserto, era expedido para lá um arauto com a incumbência de preparar um caminho para a carruagem passar.

O arauto aqui era João e o rei era Jesus. Isaías (40, 3) descreve como seria abrir um caminho no deserto: "Seja entulhado todo o vale, todo o monte e toda colina sejam nivelados; transformem-se os lugares escarpados em planície, e as elevações, em largos vales."

Abrir uma estrada real, uma estrada para um rei passar, no deserto parece impossível. Pois é justamente essa a grande dificuldade, que é a nossa conversão.

Na estrada da nossa vida, os apegos, os vícios são montes, às vezes, intransponíveis. Aliás, o deserto era justamente a imagem da humanidade, uma terra ressequida, mas que tinha tudo para reverdecer. Só faltava a água viva de Cristo.

As forças apresentadas por João para resolver os obstáculos eram a penitência e o desprendimento. Está aí o que se pede de nós neste advento.

A figura de João Batista que nos aparece neste momento da preparação do Natal é a de um homem vestido de pele de camelo, que se alimenta de gafanhotos e mel silvestre e não bebe vinho nem bebidas inebriantes. E, da nossa parte, como estamos nos preparando para o nosso Natal?

O que temos feito no momento é expedir cartões de Natal para os amigos que moram longe; desejar "feliz Natal", a viva voz, para os amigos que não vamos encontrar até as festas; comprar os presentes com antecedência por causa da futura superlotação das lojas, ver os preços das frutas cristalizadas e dos panetones enquanto ainda estão em conta.

Verifiquemos a diferença entre a proposta de João Batista e a nossa preparação.

 Reflexão Apostólica:

 A vinda de Jesus foi devidamente preparada pela pregação e pelo testemunho de João Batista. O batismo de conversão para o perdão dos pecados, anunciado pelo Precursor, predispunha o coração das pessoas para a proposta do Reino que Jesus iria anunciar.

 A figura os costumes austeros do Batista constituíam um questionamento contínuo para quem buscava algo melhor e se dispunha a acolher o Messias que estava para vir.

 Assim como João Batista foi enviado para preparar o caminho do Senhor, nós também hoje, somos convocados, para também anunciar a todos, a Salvação de Jesus Cristo.

Mesmo que às vezes tenhamos de “gritar no deserto” para quem não deseja escutar nós poderemos aplainar os caminhos do Senhor na nossa casa, no trabalho, no mundo, na sociedade para que “vejam a salvação de Deus!”

Isto nós podemos fazer dando testemunho de que Jesus nos transformou, por isso, não somos mais aquelas pessoas que tinham medo de tudo, que aprendemos a perdoar, a partilhar, a consolar o irmão que sofre e muitas outras coisas.

Não serão as nossas belas palavras que tocarão os corações, mas a nossa postura coerente com o que Jesus nos ensina no Evangelho.

João Batista pregava o que vivia, por isso, Ele arrastou multidões para que fossem batizados e se convertessem. Nós somos o João Batista dos dias atuais.

O que você tem feito para preparar o caminho da Salvação de Jesus para os da sua casa? Em que consiste a Salvação de Jesus para você?

 

Evangelho do dia 04 de dezembro sábado 2021

 


04 dezembro - As contrariedades e os sofrimentos que nos perturbam são como tantas outras cruzes sobre as quais está escrito o nome de Jesus. (S 209). São Jose Marello

 


Mateus 9,35-10,1.6-8

 "Jesus andava visitando todas as cidades e povoados. Ele ensinava nas sinagogas, anunciava a boa notícia sobre o Reino e curava todo tipo de enfermidades e doenças graves das pessoas. Quando Jesus viu a multidão, ficou com muita pena daquela gente porque eles estavam aflitos e abandonados, como ovelhas sem pastor. Então disse aos discípulos:

- A colheita é grande mesmo, mas os trabalhadores são poucos. Peçam ao dono da plantação que mande mais trabalhadores para fazerem a colheita.
Jesus chamou os seus doze discípulos e lhes deu autoridade para expulsar espíritos maus e curar todas as enfermidades e doenças graves.
Pelo contrário, procurem as ovelhas perdidas do povo de Israel. Vão e anunciem isto: "O Reino do Céu está perto." Curem os leprosos e outros doentes, ressuscitem os mortos e expulsem os demônios. Vocês receberam sem pagar; portanto, dêem sem cobrar.
"  

Meditação:

 Advento é tempo de grande compromisso com o projeto de Deus. A Celebração Eucarística é o lugar onde o povo oprimido pode ficar de pé e levantar a cabeça, porque a libertação está próxima.

 Jesus começou a percorrer todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, anunciando a Boa Nova do Reino e curando todo tipo de doença e de enfermidade.

 Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!

Chamando os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder para expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doença e de enfermidade. Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! No vosso caminho, anunciai: O Reino dos Céus está próximo. Curai doentes, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!

O envio dos Apóstolos marca abertura do projeto universal da evangelização. É preciso que o mundo conheça e veja Jesus – Caminho, Verdade e Vida.

 Por nosso intermédio as pessoas sejam esperançosas, pois se trata de um plano que visa ter vida em plenitude.

 É fundamental que as pessoas vejam Jesus no lugar onde moram, estudam e trabalham. Onde são chamados a ser cristãos. Que durante a sua vida terrena tenham os olhos da fé Jesus que é Caminho, Verdade e Vida.

 A Igreja, nossa mãe, nos auxiliará a vislumbrá-lo. Ver biblicamente é tão importante quanto testemunhar, pois, pretende-se atingir nossos amigos, vizinhos, parentes e até mesmo nossos inimigos.

Oxalá, que o bom Deus nos ajude a cumprir com sucesso esse projeto de evangelização. Haja disponibilidade e fidelidade da minha e tua parte que abracemos este desejo divino de levar a Boa Notícia aos nossos irmãos.

 Reflexão Apostólica:

 Aqui se vê claramente que a missão de Jesus se prolonga por meio dos discípulos; mais do que isso, é um mandamento expresso. É o tempo do serviço aos irmãos, homens e mulheres de todos os tempos, lugares e raças.

 É dever do cristão ser missionário, proclamar a tempo extemporaneamente a Boa Nova de que o Reino chegou. Nós somos os construtores desse Reino.

 Devemos difundir a mensagem de salvação com nossa oração, nossas palavras e, sobretudo, com nosso testemunho.

 Jesus nos entrega o poder para curar e nos envia ao serviço dos outros, mas um serviço gratuito, sem esperar nada em troca; somente por amor; pois reconhecemos em cada irmão e irmã o próprio Jesus.

 O Pai enviou seu Filho à Terra, e este, por sua vez, envia seus discípulos; mas também envia seu Espírito para iluminar o missionário e lhe permitir chegar ao coração e ao espírito de quem o escuta.

 Por isso devemos invocar sempre o Espírito ao iniciar uma tarefa, qualquer que ela seja, para que nos ilumine e sejamos o mais fielmente possível intérpretes da mensagem do Senhor.

 Propósito:

Senhor Jesus, que eu tenha sempre em mente minha missão de ser presença do Reino e, onde quer que esteja, possa eu ser portador dos bens divinos. Santa Maria, Rainha da Evangelização, ajuda-nos na missão de servir e de difundir a esperança, o amor, o Reino de Cristo.

 

Evangelho do dia 03 de dezembro sexta feira 2021


 

03 dezembro - Deus faz sempre o que é melhor para nós. (S 176). São Jose Marello


Mateus 9,27-31

 "Jesus saiu daquele lugar, e no caminho dois cegos começaram a segui-lo, gritando:

- Filho de Davi, tenha pena de nós!
Assim que Jesus entrou em casa, os cegos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
- Vocês crêem que eu posso curar vocês?
- Sim, senhor! Nós cremos! - responderam eles.
Jesus tocou nos olhos deles e disse:
- Então que seja feito como vocês crêem!
E os olhos deles ficaram curados. Aí Jesus ordenou com severidade:
- Não contem isso a ninguém!
Porém eles foram embora e espalharam as notícias a respeito de Jesus por toda aquela região.
"
  

Meditação:

 A justiça do Reino liberta os homens para o discernimento (ver) e expulsa a alienação (demônio) que impede de dizer a palavra que transforma a realidade.

 A justiça libertadora, porém, provoca a oposição daqueles que querem apossar-se da salvação, para restringi-la a pequeno grupo de privilegiados.

Esta narrativa da cura de dois cegos é uma duplicata, com algumas adaptações, da narrativa de Mt 20,29-34.

 Aqui, Mateus a insere no bloco de dez milagres, narrados em vista de iluminar e fortalecer a fé dos discípulos, preparando-os para o discurso apostólico, apresentado em seguida.

Os cegos seguem Jesus e pedem-lhe compaixão. Dirigem-se a Jesus como "filho de Davi". A tradição da volta de um descendente de Davi, messias, ou cristo, para restaurar a glória de Israel tem um caráter ideológico e foi elaborada pelas elites do Judaísmo que surgiu a partir do exílio. Vemos, agora, dois pobres cegos impregnados por esta ideologia do poder.

Aí está a sua verdadeira cegueira. Jesus provoca nos cegos sua confissão de fé, tendo resposta afirmativa. Tocando-lhes nos olhos, atende-lhes o pedido feito com fé, e seus olhos se abrem.

Abrir os olhos aos cegos é um dos sinais da chegada da salvação e da libertação, anunciados pelos profetas.

 A advertência final para manter segredo, um tanto quanto impossível, sugere a prática de Jesus em não exacerbar a imaginação popular, ansiosa por um messias grandioso e glorioso.

Somos como os cegos que seguiam Jesus! Freqüentamos os lugares onde Ele está e vamos com Ele até a sua casa. Clamamos pela sua piedade, suplicamos e imploramos pela Sua assistência e pelo Seu socorro.

Porém, muitas vezes não temos certeza do que pedimos e, nem mesmo acreditamos que Ele seja capaz de realizar o milagre que nós buscamos.

Os “milagres” que precisam acontecer na nossa vida estão condicionados à convicção que tenhamos de que eles constituem para nós uma necessidade vital.

Quando nos damos conta das nossas carências, da nossa cegueira e da necessidade de “enxergar” as coisas, nós também precisamos ir a busca d'Aquele que é capaz de realizar em nós muito mais do que nós mesmos esperamos.

A partir da nossa fidelidade e da nossa perseverança, da nossa firmeza de propósitos, Deus vai abrindo os nossos olhos e nos conscientizando de que tudo acontece a partir do desejo do nosso coração.

Por isso, também Jesus nos pergunta: “Você crê que Eu posso fazer isso que você deseja?”? Tudo poderá acontecer de acordo com a nossa fé e da necessidade real das coisas que nós pedimos ao Pai.

Como está a sua fé em relação às coisas que você tem clamado ao Senhor? Você sabe do que você está precisando? Isto que você pede lhe é necessário? Você precisa abrir os olhos para enxergar alguma coisa que não está vendo?

Os dois cegos dão prova de uma autêntica fé: confiam no poder que tem Jesus para libertá-los. Mas o Senhor evita curá-los publicamente porque não quer que se confunda a finalidade de sua vinda.

 Como o reitera na despedida, uma vez em casa, Jesus repete, como em outras vezes: “que seja feito como vocês crêem!”, ou “vai, sua fé o salvou”, pondo em primeiro lugar nossa fé e confiança no poder salvífico de Deus.

 A resposta clara e segura dos cegos é a mesma que nos pede hoje; e temos que entregá-la com a mesma força e segurança: “Sim, Senhor, creio. Creio que és meu Deus e salvador, que me amas e perdoas!” 

 Depois desta manifestação de fé, vamos sair pelos caminhos a proclamar que o Senhor é bom, como procedeu o cego.

 Reconheçamos, pois, nossa cegueira e entreguemo-nos confiantes nas mãos do Senhor, porque ele é a Luz que nos ilumina; graças à sua luz tudo nos parece claro e transparente.

 Reconheçamos também nossa capacidade de ver, para assim poder ajudar aos que ainda andam por diferentes caminhos da escuridão. Digamos, portanto, como os dois cegos: “Tem compaixão de nós, Filho de Davi!”.

 Reflexão Apostólica: 

Essa pedagogia de Jesus além de ser intrigante é fascinante. Ele espera o momento certo, o local e a condição certa e age.

Ele poderia realizar mais esse prodígio aos olhos de todos, mas prefere “entrar em casa” e lá, longe dos olhos e dos julgamentos dos fariseus, reabre os olhos dos cegos que insistiram, ou melhor, persistiram em segui-lo.

Jesus reabre os olhos dos que persistem. Talvez seja esse o maior dos milagres ordinários do Senhor. Ninguém que procurou a Jesus deixou de ser visto, tocado, lembrado. Ninguém o confundia, todos sabiam o quanto aquele profeta era repleto de graça.

A própria samaritana do poço teve a nítida impressão que aquele homem que lhe pedia água já lhe conhecia. Talvez sim Jesus já tivesse “entrado em sua casa”. Pode até parecer um trocadilho de mau gosto, mas aqueles dois cegos confiaram “sem ver”.

Uma analogia: Quando pedimos a interseção de algum santo, o pedido vem pelo correio; quando pedimos a interseção de Maria, vem por SEDEX e por fim, como canta Celina Borges, “rasgo o céu com minhas orações” e toco ao Senhor, o pedido, o consolo, a mão amiga vem por DRIVE-THRU. Mal fizemos o pedido, o clamor, o conforto, (…) já temos a resposta.

Quantas vezes o Senhor esperou o pedido puro e verdadeiro antes de realizar o milagre? Assim aconteceu também com os dois cegos: “(…) vocês crêem que eu posso curar vocês?”.

Em nós, o que precisa ser revisto? O que de fato precisa ser feito para reconhecermos a face do Senhor em nossas vidas? O que ainda nos impede de reconhecer seus sinais na nossa vida, no nosso trabalho, na nossa família? Será que precisamos sempre ficar cegos ou chegar ao fundo do poço para encontrar a mão de Deus? Será que o sofrimento é necessário a todos?

Existe um dizer popular que afirma que só encontramos Deus pelo amor ou pela dor, mas um fato é crucial no entendimento do amor de Deus: Todo encontro de DEUS conosco é SEMPRE por AMOR.

Talvez seja por isso que ele prefira um local e momento reservado, onde dois ou três estejam reunidos em Seu nome (…). Reparemos que dessa vez não foram os gritos dos cegos que chamaram a atenção, foi o doce atrevimento.

Rasgar o céu com nossa oração vem precedido de uma vitória, pois só chegam ao céu as orações que saem de um coração puro como de uma criança, sendo assim vitorioso todo aquele que se despoja nos pés do senhor e consegue entrar em sua casa.

Diferentemente do que muitos pensam, nossa qualidade de fé ou oração não é medida pelo quanto conseguimos, mas pelo quanto abrimos nossos olhos e vemos a luz.

Uma pessoa de fé busca a conciliação, a paz e fraternidade. A que tem oração terá paz interior, discernimento, paciência e sabedoria.

Esses são milagres ordinários que às vezes não damos conta. Uma pessoa não muda quando consegue parar de fumar, mas quando RESOLVE parar; o alcoólatra passa a uma nova vida quando DESCOBRE no que se transformou e o que deixou de fazer e PEDE ajuda, pois quando o coração muda, os olhos se abrem.

Notem, por fim e como exemplo, o acontecido com os discípulos de Emaús: (…) Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão’!” (Lc 24, 31-34)

Dê o primeiro passo… deixe-o falar e os olhos se abrirão!

Propósito:

Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.

 

Evangelho do dia 02 de dezembro quinta feira 2021

 02 Dezembro - Humilhemo-nos ao considerar os nossos defeitos, mas por outro lado alegremo-nos com a bondade e a misericórdia de Jesus que nos quer perdoar: alegremo-nos com as dívidas de gratidão que nos unem cada vez mais intimamente a Ele. (S 234). São jose Marello



Mateus 7,21.24-27

 "Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”"  

Meditação:

A liturgia do dia de hoje nos apresenta o final do Sermão da Montanha. Jesus, depois de ter exposto sua lei de vida e o ideal de vida da comunidade em relação ao ser humano e sua dignidade, afirma: “quem escuta estas palavras e as pratica...” e “quem faz a vontade do Pai, este entra no reino dos céus”.

 Jesus, que escuta e faz a vontade do Pai, é o fundamento a partir do qual a comunidade se integra.

Jesus inicia este evangelho dizendo: “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus”.

Com essas palavras Ele quer nos alertar que devemos ser fiéis até o fim; que procuremos perseverar sempre nas Suas palavras e ensinamentos, todos os dias da nossa vida.

Não basta dizer Senhor, Senhor, é necessário que consigamos, através do nosso contato diário com tudo o que é de Deus, de maneira sincera e, segundo os seus ensinamentos.

Quando Ele nos coloca as suas palavras é para nos despertar, que é muito importante que fortifiquemos a nossa fé, através dos nossos atos de caridade com os irmãos e de piedade para com Ele.

Somente aqueles que constroem a sua vida dia após dia; hora após hora, minuto a minuto e segundo a segundo, calcadas na sua Fé em Deus, certamente, se permanecerem até o fim, conseguirão o seu lugar reservado na casa do Pai.

A casa sobre a rocha que Jesus usa como exemplo neste Evangelho -- que a tempestade, as chuvas, os ventos impetuosos não conseguem derrubá-la, destruí-la --, é a nossa vida que, sendo construída com os alicerces  da Fé em  suas palavras, nunca se sentirá abalada pelos problemas, decepções, maldades, doenças e até pela morte.

Nada abalará as nossas estruturas, que estará repleta do amor de Deus. Temos uma base sólida.

São Paulo nos fala em uma das suas cartas: “Quando me sinto fraco aí é que fico mais forte, porque a fé que trago no coração, me impulsiona para frente”.

O cristão deve enfrentar a sua corrida para alcançar os louros da vitória, sem nunca duvidar da sua força, que vem de Deus.

Essa força está ligada ao pedido que Jesus fez ao Pai em sua Oração (Jo 17,1-26). Ali, Jesus roga ao Pai por todos nós aqueles que seguirem as suas palavras.

Por isso, São Paulo também fala: “nada me afastará do amor do Pai – nem as alturas, nem as profundezas, nem as angústias, nem as aflições, nem a miséria, nem a riqueza ... nada, nada me afastará do amor de Deus.

Não nos basta dizer Senhor, Senhor, quando às coisas apertam para o nosso lado.  Lembrar d’Ele só quando tudo nos parece difícil, sem saída, sem solução.

É preciso que nos acostumemos com a certeza da eterna fidelidade de Deus para conosco, seus filhos.

Ele também espera, para o nosso bem, que não esqueçamos de louvá-lo, em reconhecimento pelo muito que recebemos do Seu grande amor.

Muitos lembram-se  só para pedir e... mesmo não vivendo como Ele pede, ficam bravos, batem os pés xingam e até blasfemam, porque acham que não foram atendidos.

Só Ele sabe o que pode e deve fazer e, quando é o momento certo para atender os pedidos que fazemos.

Nós mesmos não sabemos que aquela não é a hora de sermos atendidos e... por isso pedimos... e, por isso muitos se dizem decepcionados e se afastam até, do caminho do Senhor.

É preciso pedir. Jesus mesmo nos diz: “Tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, Ele vos atenderá”.

Jesus não mente. Suas palavras significam tudo aquilo que representam..., mas, não esqueçamos, que existe, também, a nossa parte a ser cumprida. Há uma aliança bilateral entre nós e Deus, para ser cumprida.

Reflexão Apostólica:

 Anunciar a Cristo é muito mais que fazer prodígios e realizar ações espetaculares. Anunciar Cristo é primeiramente crer nele, crer no que ele acreditou e foi o fundamento de sua vida: a vontade do Pai. A parábola é bastante clara: construir nossa casa, ou sobre a rocha ou na areia.

Construir na rocha é construir na coerência de vida, que se consegue se permitimos que a vontade de Deus fale à nossa realidade, entre nela e a transforme.

 A casa é a nossa vida. A Rocha é a Palavra de Jesus Cristo que nos dá a garantia do Amor e da proteção de Deus Pai. A areia é a ilusão dos ensinamentos do mundo.

Se, não permanecermos firmes na vivência da Palavra de Jesus, se, não concretizarmos com as nossas ações, o que proferimos com os nossos lábios, nós estaremos construindo a nossa história sobre falsos fundamentos e, na hora da tempestade, a nossa vida ruirá e nós experimentaremos o fracasso.

Não precisamos imaginar muito, apenas uma simples enfermidade ou um baque financeiro podem nos tirar do sério, quando não temos a nossa vida firmada em Deus e nas Suas promessas.

Não nos basta apenas dizer Senhor, Senhor, mas, confiar INTEIRAMENTE no Seu Amor e na Sua real proteção, fazendo tudo o que Ele nos mandar.

Como está a minha relação com a Palavra de Deus que escuto e que prego? A minha vida está construída sobre a verdade e a vida que é Cristo? A sociedade atual constrói sua "casa" sobre qual fundamento? 

 O segredo da fé é a escuta e a prática. A coerência entre palavra e ações. Isto é o que identifica os verdadeiros discípulos de Jesus.

 As crises, as tempestades, os espinhos, a desolação, a aridez... fazem parte de nossa vida. Por isso mesmo, precisamos estar firmes para quando chegarem.

 Construamos nossa vida em Cristo. Ele deve ser a rocha de nossa vida, a nossa Salvação.

 Propósito:

 Senhor, te bendigo por todos os teus dons, particularmente pelo dom da Redenção. Assombra-me a grandeza e a beleza de teu amor para comigo. Tenho sede de Ti, de encontrar-me contigo, de deixar-me guiar por ti nesta oração. Pai Santo, dai-me o dom de viver amando em Cristo, desde Cristo, por Cristo, como Cristo, até que Ele seja tudo para mim.

 

Evangelho do dia 01 de dezembro 2021 quarta feira

 

01 Dezembro -  Consolemo-nos por nos acharmos na impossibilidade de pagar as muitas dívidas
contraídas com Jesus, pois esse pensamento servirá para nos manter na humildade e para nos fazer sentir uma gratidão sempre mais viva para com o celeste Credor.(S 235).
São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 15,29-37
"Jesus saiu daquela região e voltou para perto do mar da Galiléia. Subiu a uma colina e sentou-se ali. 
Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos, coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os curou, 
de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel. 
Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: “Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho”. 
Disseram-lhe os discípulos: “De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão?’ 
Pergunta-lhes Jesus: “Quantos pães tendes?” “Sete, e alguns peixinhos”, responderam eles. 
Mandou, então, a multidão assentar-se no chão, 
tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuíram à multidão. 
Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos.

 Meditação: 

 É difícil acolher quando nosso coração já se encontra cheio de tantas coisas. Neste Tempo do Advento é preciso ter um “coração vazio” de si mesmo, como o de José e o de Maria, como o de João Batista e o dos pobres e simples do evangelho, que acolheram e reconheceram em Jesus o Filho de Deus que veio para nos salvar.

 Se outras coisas ocuparam o lugar de Deus em nós, então Deus não tem lugar em nosso coração. Mas, em sua misericórdia, podemos mudar nosso jeito e nosso modo de ser. Agora a decisão é nossa.

O traço marcante da ação de Jesus foi a sua capacidade de acolher a todos. Os pobres e marginalizados foram os que melhor captaram esta predisposição do Messias. Houve quem o hostilizasse, o rejeitasse e assumisse contra ele postura de inimigo. Neste caso, jamais a iniciativa partiu do Mestre. Ele tinha consciência de ter sido enviado para a salvação de todos.

Os coxos, aleijados, cegos, mudos e toda sorte de gente flagelada por doenças e enfermidades, levados a Jesus para serem curados, retratam a imensa misericórdia contida de seu coração, e seu desejo de comunicá-la à humanidade sofredora. Por seu amor eficaz, os mudos começavam a falar, os aleijados, a sarar, os coxos, a andar, os cegos, a enxergar. Nenhuma necessidade humana passava-lhe despercebida.

 O Messias Jesus, apesar de sua condição de Filho de Deus, preocupava-se com os problemas materiais do povo, como foi o caso da falta de alimento para os que tinham vindo escutá-lo, numa região bastante afastada.

O episódio da multiplicação dos pães serviu-lhe para ensinar às multidões a lição da solidariedade e da partilha. Este, sem dúvida, foi seu milagre maior: eliminar o egoísmo presente no coração de seus ouvintes, e movê-los a colocar em comum o que cada um possuía para sua própria alimentação, de modo que todos pudessem ser igualmente saciados. Desta forma, a acolhida do Messias estava dando os seus primeiros frutos nos corações dos que o seguiam.

A multidão aproxima-se de Jesus para escutá-lo. Aproximam-se os pobres, os coxos, os aleijados, os abandonados e a todos Ele curava física e espiritualmente.

E de mim se aproximam as pessoas quando abro a minha boca para falar? Minhas palavras salvam, curam, libertam ou matam, oprimem e condenam?

O Deus que vem e permanece entre nós é aquele que traz a vida e liberta. Quando nós cristãos nos tornamos semelhantes a Jesus e bem próximos de sua missão, certamente nos aproximaremos dos mais pobres, dos sofredores e dos marginalizados.

Que a fé verdadeira me desacomode e me leve ao encontro dos que estão à margem de oportunidades e da vida. Pois, louvor maior que agrada a Deus é a misericórdia que faz viver.

 Reflexão Apostólica:

 Existem ótimos fatos nessa narrativa de hoje, mas em especial temos duas.

(…) primeira

A primeira multiplicação dos pães aconteceu na Galiléia em meio aos judeus e esta segunda multiplicação acontece em uma região próxima ao mar da Galiléia, mas estas terras pertenciam aos gentios, ou seja, povos de outras nações, estrangeiros, não-judeus e lá Jesus opera milagres que pela falta de fé dos seus (nossa), deixou de operar em sua terra.

De certa forma, se não vemos os MILAGRES EXTRAORDINÁRIOS de Deus é por que não temos os olhos e a fé para ver os ORDINÁRIOS, ou seja, aqueles que acontecem no cotidiano, mas não percebemos. O período que vivemos, o advento, é repleto de sinais ordinários, em especial os de mudança de vida, conversão, retorno, retomada, ressurgimento, (…). Conseguimos vê-los em nós?

Vejo na TV e em muitos lugares a preocupação em se ver os milagres extraordinários. As pessoas parecem querer ver cegos voltar a enxergar, paralíticos voltar a andar, mas não mudam uma vírgula de sua própria vida para voltar a enxergar. Não abandonam os próprios interesses, debruçando-se em pedidos e pedidos, mas não param ou pelo menos se propõem a parar de mancar com julgamentos maldosos, falsidades, hipocrisia, dissimulação, (…)

É uma grade verdade, Jesus disse para pedirmos, mas a sabedoria de um monte em Israel explica um fato que esquecemos. Um monte batizado por Abraão, após ter sido poupado seu filho Isaac, de Javé-Yiré, cuja tradução significa “O Senhor dará o que for preciso

Abramos nossa casa como são Francisco ao irmão sol, irmã lua, a irmã vida… As demais coisas serão dadas por acréscimo e realmente será dado o que é preciso.

(…) Segunda…

Entre os seus, na primeira multiplicação ele pegou os pães e os abençoou, como ainda é feito nas nossas missas como memória viva e presente do Cristo.

Em meio aos gentios, não negou quem fosse ou sua missão, mas, talvez preferindo não assoprar o monte de folhas secas (veja reflexão do evangelho de ontem), Jesus dá Graças a Deus, faz o milagre acontecer e partilha o pão.

Quantas pessoas ainda hoje se preocupam em moldar as pessoas a sua forma de pensar, deixando de amá-las, pois são “gentios” que pensam diferentes? Esquecem então de dar Graças a Deus por elas, não se fazem milagre e tão pouco partilham o pão. Esses irmãos são aqueles que se enterram em suas pastorais e movimento, ou só no trabalho, ou só na oração, em modos de pensar onde “quem congrega comigo é irmão, caso contrário pagão”. Esquecem que Jesus também operou milagres nos gentios

Pedimos nessa primeira semana do Advento o perdão pelas vezes que separei e não conciliei; pelas rusgas ou invés do agregar, pelos partidarismos e panelinhas ao invés de viver o Ato dos Apóstolos.

Evangelho do dia 30 de novembro terça feira 2021

 


30 novembro - Santo André, fazei com que também eu ame a cruz. (E 193). São Jose Marello



Mateus 11,25-27

 "Poucos dias depois, num sábado, Jesus estava atravessando uma plantação de trigo. Os seus discípulos estavam com fome e por isso começaram a colher espigas e a comer os grãos de trigo. Quando alguns fariseus viram aquilo, disseram a Jesus:

- Veja! Os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado!
Então Jesus respondeu:
- Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros estavam com fome? Davi entrou na casa de Deus, e ele e os seus companheiros comeram os pães oferecidos a Deus, embora isso fosse contra a Lei. Pois somente os sacerdotes tinham o direito de comer esses pães. Ou vocês não leram na Lei de Moisés que, nos sábados, os sacerdotes quebram a Lei, no Templo, e não são culpados? Eu afirmo a vocês que o que está aqui é mais importante do que o Templo. Se vocês soubessem o que as Escrituras Sagradas querem dizer quando afirmam: "Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais", vocês não condenariam os que não têm culpa. Pois o Filho do Homem tem autoridade sobre o sábado.
"

Meditação:

Na Lei dada por Moisés, que não era mais que uma sombra, Deus ordenou a todos que repousassem e não fizessem nenhum trabalho no dia de sábado. Mas isso não era senão uma imagem e uma sombra do verdadeiro sábado, o qual é concedido à alma pelo Senhor. Com efeito, a alma que foi julgada digna do verdadeiro sábado cessa de se abandonar às suas preocupações vergonhosas e humilhantes e repousa; celebra o verdadeiro sábado e goza do verdadeiro repouso, estando liberta de todas as obras das trevas. Ela prova o repouso eterno e a alegria do Senhor.

Antes, estava prescrito que mesmo os animais desprovidos de razão deviam repousar no dia de sábado: o boi não devia ser submetido à canga, nem o burro carregar o fardo, porque os próprios animais repousavam dos trabalhos penosos. Ao vir para o meio de nós, o Senhor trouxe o repouso à alma que estava carregada e oprimida pelo fardo do pecado, e que morria sob o constrangimento das obras de injustiça, subjugada como estava, por mestres cruéis. Ele aliviou-a do peso intolerável das ideias vãs e ignóbeis, libertou-a do jugo doloroso das obras de injustiça, deu-lhe o repouso. É este repouso pelo qual todos nós lutamos e esperamos um dia alcançar em Cristo Jesus.

Senhor Deus, Tu que nos cumulaste de tudo, dá-nos a paz (Is 26, 12), a paz do repouso, a paz do sábado, do sábado que não tem ocaso. Porque esta tão bela ordem das coisas que criaste, e que são “muito boas” (Gn 1, 31), passará quando tiver chegado ao termo do seu destino. Sim, elas tiveram a sua manhã e terão a sua tarde. Mas o sétimo dia não tem tarde, não tem ocaso, porque Tu o santificaste a fim de que ele dure para sempre. No termo das Tuas obras “muito boas”, que, contudo, fizeste em repouso, Tu repousaste ao sétimo dia, a fim de nos fazeres compreender que, no termo das nossas obras, que são muito boas porque foste Tu que nos deste (Is 26, 12), também nós repousaremos em Ti, no sábado da vida eterna. Então repousarás em nós como agora ages em nós; assim, o repouso que experimentaremos será o Teu, tal como as obras que fazemos são as Tuas.

Tu, Senhor, trabalhas constantemente e estás constantemente em repouso. Quanto a nós, chega um momento em que somos levados a fazer o bem, depois do nosso coração o ter concebido pelo Teu Espírito, enquanto anteriormente éramos levados a fazer o mal, quando Te abandonávamos. Tu, único Deus bom, nunca deixaste de fazer o bem. Algumas das nossas obras são boas – pela Tua graça, é certo –, mas não são eternas; depois de as fazermos, esperamos repousar na Tua inefável santificação. Mas Tu, bem que não precisa de nenhum outro bem, tu estás constantemente em repouso, porque Tu próprio és o Teu repouso.

Quem, dentre os homens, poderá dar a conhecer tudo isto ao homem? Que anjo o dará a conhecer os anjos? Que anjo ao homem? É a Ti que devemos pedir esse conhecimento, em Ti que devemos procurá-lo, à Tua porta que devemos bater. E dessa maneira sim, dessa maneira receberemos, dessa maneira encontraremos, dessa maneira abrir-se-á a Tua porta, para nos conceder a verdadeira Paz, que só o vosso coração sabe dar aos que lhe pedem com fé, esperança e confiança. 

 Reflexão Apostólica

Jesus Cristo veio nos mostrar que a misericórdia do Pai não se prende a fórmulas, conceitos ou regras humanas. Ela é o maior motivo para que demos passos aqui na terra em busca da vida em abundância. Deus não age conforme nós pensamos e pregamos.

Ele deseja matar a fome do homem e não se importa de se oferecer como alimento para a nossa fome espiritual não implicando o dia nem a hora. Porque sonda o nosso coração e conhece os nossos desejos mais profundos, o Senhor não impõe condições para nos saciar. Mas, ele precisa de nós, homens e mulheres, como Seus instrumentos.

Os homens impõem um jugo pesado, cheio de regras e limitações, mas para Deus a Misericórdia é a norma que pode ser vivenciada a todo dia e a qualquer hora na nossa vida. Jesus nos chama para alimentar o Seu povo, mesmo que seja em dia de sábado.

Muitas vezes a desculpa do “dia de sábado” esconde uma má vontade para que não façamos o bem e usemos de misericórdia, por acomodação, preguiça e falta de interesse. Preferimos oferecer a Deus sacrifícios baratos, oferendas sem sentido do que ocupar o nosso tempo em dar atenção a quem necessita do nosso olhar, da nossa compreensão, do nosso apoio ou mesmo de uma simples palavra ou de um ouvido para escutar.

Jesus nos ensina que as leis foram feitas para nos orientar e não para nos consumir e que a nossa vida está muito acima e vale muito mais do que os conceitos que nós mesmos adotamos para a nossa acomodação.

Você é muito ligado (a) a regras e preconceitos? Quando você encontra alguém com “fome” o que você faz? Você espera uma oportunidade melhor para ajudar às pessoas ou você o faz em qualquer circunstância?

 Propósito:

Pai, dá-me forças para ser verdadeiro companheiro na missão de seu Filho Jesus, mesmo devendo sofrer perseguições e contrariedades.

 

Evangelho do dia 29 de novembro 2021

 29 novembro - Sejamos sempre humildes, mesmo nas boas obras, porque, às vezes, começamos um trabalho com reta intenção, mas lentamente se introduz um pouco de amor próprio, de vaidosa satisfação, e lá se vai a reta intenção. (S 231).  São Jose Marello

 Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 8,5-11

 "Quando Jesus entrou na cidade de Cafarnaum, um oficial romano foi encontrar-se com ele e pediu que curasse o seu empregado. Ele disse:

- Senhor, o meu empregado está na minha casa, tão doente, que não pode nem se mexer na cama. Ele está sofrendo demais.
- Eu vou lá curá-lo! - disse Jesus.
O oficial romano respondeu:
- Não, senhor! Eu não mereço que o senhor entre na minha casa. Dê somente uma ordem, e o meu empregado ficará bom. Eu também estou debaixo da autoridade de oficiais superiores e tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Digo para um: "Vá lá", e ele vai. Digo para outro: "Venha cá", e ele vem. E digo também para o meu empregado: "Faça isto", e ele faz.
Quando Jesus ouviu isso, ficou muito admirado e disse aos que o seguiam:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca vi tanta fé, nem mesmo entre o povo de Israel! E digo a vocês que muita gente vai chegar do Leste e do Oeste e se sentar à mesa no Reino do Céu com Abraão, Isaque e Jacó.
"  

Meditação:

Esta narrativa envolvendo a fé de um centurião é encontrada, com pequenas diferenças, no Evangelho de Lucas.

Contudo é também encontrada no Evangelho de João, com vários pontos divergentes. Porém podemos perceber que todas têm uma origem comum na tradição surgida dentre as primeiras comunidades cristãs.

 A centralidade do episódio está em dois aspectos: o primeiro e principal aspecto é a grande fé de um gentio e o outro, a cura a distância.

A fé do gentio opõe-se à incredulidade dos israelitas, e o gentio passa a tomar lugar na mesa do Reino.

 Na disciplina militar, a obediência à autoridade faz que, em virtude de uma palavra dada, a ordem deve ser realizada.

O centurião conhecia bem este contexto e por isso, reconhecendo a autoridade de Jesus para curar, pediu essa palavra. Este gesto suscitou em Jesus admiração pela fé deste soldado pagão.

Este encontro ressalta a abertura da mensagem de Jesus a todos, superando discriminações de qualquer tipo, preconceitos e particularismos. O centurião não só era pagão, também era parte das forças de ocupação que oprimiam o povo.

Mas Jesus se relaciona com ele, rompendo a segregação existente entre judeus e gentios de sua época. Desta maneira, convida seus seguidores a serem pontes e laços em meio à divisão e às diferenças.

A comunidade cristã deve se caracterizar pela vivência dessa abertura e pela esperança, alimentada pela Palavra. Deve-se ter coragem para poder superar os preconceitos, acolher as pessoas pela sua dignidade de filhas de Deus e lutar pela igualdade.

Jesus chama e acolhe a todos, sem eleitos nem excluídos. Jesus cura o servo sem ir à casa do centurião. A cura a distância soma-se à cura pelo toque, tão presente em várias outras narrativas.

Esta fé operante, pela simples palavra de Jesus, supre a sua ausência sensível nas comunidades ao longo da história.

 Reflexão Apostólica:

Estamos no Advento! O que será que aconteceu no mundo das 23h59 de sábado para a zero hora de domingo? O que muda de uma noite para outra em nossas vidas que, para as mais sensíveis, parecem ser impregnados de um tempo de calmaria, paz e perdão…

 Parece que estamos imbuídos de realizar uma grande festa de aniversário onde todos são convidados e ao mesmo tempo responsáveis em prepará-la.

 Faz-nos lembrar aquelas comemorações de criança que precisamos providenciar os convites, o local, o bolo, as atrações, (…). A festa é tão grandiosa que todos se empenham para que ela aconteça com máximo sucesso.

Não sou apenas CONVIDADO a participar da festa e sim também ser COLABORADOR para que ela aconteça.

Portanto, o Natal só acontece em minha vida se entendo que preciso fazer minha parte no duro processo chamado MUDANÇA.

Deus sempre será um Pai bom e misericordioso, pois deixa bem claro isso com suas demonstrações físicas, chamadas de alianças com seu povo, mas não posso partindo desse amor incondicional, me apegar à misericórdia de Deus e não ser pelo menos melhor que ontem, ou seja, não somente convidado, mas sim um colaborador.

 O centurião do evangelho de hoje consegue tocar o coração de Jesus não somente apelando para usa infinita misericórdia e sim porque demonstra uma fala verdadeira e sincera. Ao ser declarar indigno da presença de Jesus em sua casa, na verdade abre as portas de sua própria salvação.

 Quantas vezes nós, em virtude do orgulho, da arrogância, da leviandade, da soberba, nos afastamos de Jesus crendo que estávamos ao seu lado? Quantos irmãos que vivem dentro da igreja, se dizem cristãos, mas na verdade apenas participam da festa sem ter ajudado em nada na sua realização?

 Aqui estão aqueles que levantam a bandeira da santidade sem buscá-la. Irmãos que são “santos” aos olhos dos outros, mas no mundo real enganam, sonegam, mentem, maltratam as pessoas. Quantas pessoas ainda acham que Coordenações (Responsabilidades) em Movimentos, Pastorais ou Comunitárias, eletivas (vereadores, deputados…) são uma oportunidade de serem vistos, ganhar status, dinheiro? Quantos por ai andam usando o nome de Deus em programas de TV para poder idolatrar o deus dinheiro por trás de seus “santos milagres”?

Os preparativos da festa começaram ontem… O que eu tenho que fazer para que a festa aconteça em minha casa?

Propósito:

Pai, que a purificação da fé predisponha-me para ir ao encontro do Senhor. Como o homem pagão, quero manifestar uma fé imensa no poder salvífico de teu Filho Jesus.