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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Evangelho do dia 20 de novembro sábado 2021

 20 novembro Ter cuidado com as palavras que se dizem parece pouca coisa, mas ao invés é uma grande virtude. (S 197). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 20,27-40

Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns sa­duceus, que negam a ressurreição, 28e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.
34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. 39Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. 40E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus. 

 

Meditação: 

Jesus desmoraliza os saduceus, apresentando o cerne das Escrituras: Deus é o Deus comprometido com a vida. Ele não criou ninguém para a morte, mas para a aliança consigo para sempre. A vida da ressurreição não pode ser imaginada como cópia do modo de vida deste mundo.

A propósito de uma pergunta capciosa dos seus adversários que negavam a ressurreição dos mortos, Jesus procura fazer-lhes compreender que, no mundo novo da ressurreição, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno.

 

A ressurreição dos mortos pertence já a esse “mundo que há-de vir” para além da morte, em que Deus vive como Deus de vivos, como Ele Se tinha revelado no episódio da sarça ardente, ao apresentar-Se a Moisés como Deus dos que tinham vivido antes, mas que para Ele são sempre vivos, Ele “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob”.

 

Os saduceus, grandes proprietários de terras, formavam a elite dos sacerdotes (20,27-40). Não acreditavam na ressurreição, e propõem a Jesus um caso difícil, para mostrar que é absurdo crer na ressurreição.

 

Jesus retifica a questão, mostrando que a vida da ressurreição não deve ser concebida como mera cópia da vida na dimensão presente. E os mortos ressuscitam? Referindo-se à célebre forma “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó”, Jesus mostra que, sendo Deus dos vivos e da Vida, também Abraão, Isaac e Jacó devem estar vivos com ele.

 

Com efeito, o sentido de toda a criação é viver para Deus, e essa vida não conhece fim. Ruma para a plenitude, sempre. O que está com Deus está vivo para gozar a vida em abundância.

 

Os saduceus queriam embaraçar Jesus fazendo perguntas a partir da prática do levirato (Dt 25.5-6). No livro do Deuteronômio está ordenado que, no caso de um irmão falecer sem descendência, é a obrigação de um irmão casar com a viúva para dar o nome à família. Se, nessa prática, uma viúva casar sucessivamente, de quem será a mulher na ressurreição?

 

Jesus afirma a ressurreição (vv. 35-37), e mostra aos saduceus que as instituições pertencentes a esta ordem das coisas não continuarão pós-ressurreição. Em outras palavras, as instituições terrenas não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena. O mundo onde está presente o Reino de Deus. Todas as instituições e poderes são transitórios e provisórios, ainda.

 

A continuidade entre o agora e o então está em Deus e na sua graça. E Jesus faz excursão mais profunda no Pentateuco, lembrando-os do que Moisés disse a respeito de Deus como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. A ressurreição é contrastada, por isso, pela imposição da morte; pelos determinismos e fatalismos da cultura, da religião, da política corrompida, nos sistemas de pensar. A ressurreição é a dádiva da vida e vem de Deus.

 

Assim, à luz da ressurreição, a vida é vista e vivida sob o poder da graça. Em Lucas a ênfase recai na expressão: “não podem mais morrer” com referência aos filhos da ressurreição.

Reflexão Apostólica:

 

O Deus de Jesus é o Deus que ama a vida e a defende, que se faz presente na história humana para conduzi-la à plenitude, para além do natural, do tempo histórico e dos modos de viver. Jesus responde sabiamente à pergunta dos saduceus. Sua resposta tem como fundamento a fidelidade de Deus ao longo da história da salvação, que é doadora de sentido para todo cristão.

Afirma que para Deus todos vivem, são filhos da ressurreição, pois não a morte, mas a vida é o destino último do ser humano; uma vida plena e abundante que é concedida por Deus e confirmada por Jesus em sua ressurreição.

Baseando-se na lei de Moisés, segundo a qual o irmão de um homem falecido sem descendência deveria se casar com a viúva, os saduceus elaboram uma história truculenta apenas para desprestigiar Jesus e a fé na ressurreição.

 

A resposta do Mestre é clara: depois da ressurreição seremos como anjos; não viveremos segundo as leis deste mundo, incluindo o casamento. Jesus enfatiza e recalca que os mortos ressuscitam, porque o Deus em que cremos é o Deus dos vivos e não dos mortos, e para Ele todos os servos vivem. É um convite de Jesus para que seus discípulos assumam o compromisso pela vida e rechacem todas as atitudes de morte que crescem em nosso mundo.

 

Como todos nós vivemos num mundo marcado pelo materialismo, cada vez mais somos tentados a fazer da matéria a causa da nossa felicidade e nos fecharmos nessa realidade para analisar todas as coisas e, com isso, não somos capazes de ver outros caminhos para a felicidade ou até mesmo outras condições de vida que Deus pode nos conceder para o nosso bem, como é o caso da vida eterna.

 

O erro que os saduceus cometeram e que aparece no evangelho de hoje é esse: se tornaram tão materialistas que ficaram incapazes de abrir o próprio coração para a proposta da vida plena que nos é feita pelo próprio Deus.

Nós, cristãos, somos gestores da esperança e construtores de soluções de vida. Temos que testemunhar contra a "cultura da morte" e todas suas manifestações, rechaçá-las, lutarmos em favor de suas revisões e transformações; isso em fidelidade ao Deus que é Vida Eterna, fonte universal da vida e que nos enviou seu Filho, que "é a ressurreição e a vida", para que quem creia nele, ainda que morra tenha a vida eterna.

Somos chamados como crentes em Jesus a construir projetos que favoreçam, em todo momento, a vida e a dignidade das pessoas, em especial dos mais debilitados e necessitados, já que desta maneira é como Deus mesmo se vai manifestando à humanidade.

Ele nos chama à vida, à fraternidade, e devemos responder da mesma maneira: sendo testemunhas dessa vida, dessa esperança prometida por Deus na ressurreição. 

 

Propósito:

Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.

 

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