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domingo, 31 de março de 2013

EVANGELHO SEGUNDA FEIRA 01 ABRIL


Mateus 28,8-15

"
Elas foram embora depressa do túmulo, pois estavam com medo, mas muito alegres. E correram para contar tudo aos discípulos. De repente, Jesus se encontrou com elas e disse: - Que a paz esteja com vocês!
Elas chegaram perto dele, abraçaram os seus pés e o adoraram.
Então Jesus disse:- Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galiléia, e eles me verão ali.
O boato dos soldados
Enquanto as mulheres ainda estavam no caminho, alguns dos soldados que estavam vigiando o túmulo voltaram para a cidade e contaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que havia acontecido. Os chefes se reuniram com os líderes judeus e fizeram os seus planos. Então deram uma grande quantia de dinheiro aos soldados e ordenaram o seguinte:
- Digam que os discípulos dele vieram de noite, quando vocês estavam dormindo, e roubaram o corpo. Se o Governador souber disso, nós vamos convencê-lo de que foi isso mesmo o que aconteceu, e vocês não terão nenhum problema. Os soldados pegaram o dinheiro e fizeram o que os chefes dos sacerdotes tinham mandado. E esse boato se espalhou entre os judeus até o dia de hoje.
"
CAMINHO (JULGAR)
(O que o texto diz para mim, hoje?)

Meditação: 

No evangelho de Marcos, as mulheres, depois de irem ao sepulcro e receberem o anúncio do anjo “não disseram nada a ninguém, porque tinham medo”.

O evangelho de Lucas, sem embargo, com medo, mas também com muita alegria, caminharam para o sepulcro para anunciar aos discípulos que Jesus os esperava na Galiléia. Ali longe da instituição judaica que o tinha levado Jesus a cruz, tudo começará de novo.

O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de Jesus. No início de seu evangelho, na apresentação de Jesus, Mateus afirmou que Jesus é o Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23).

Agora, no final, comunica e aumenta a mesma certeza de fé, porque proclama que Jesus ressuscitou (Mt 28,6) e que estará sempre conosco, até o fim dos tempos! (Mt 28,20).

Nas contradições da vida, esta verdade é muitas vezes contestada. Não faltam as oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defenderam contra a Boa Nova da ressurreição e espalharam a notícia que o corpo tinha sido roubado pelos discípulos (Mt 28,11-13).

Isto ainda acontece hoje. De um lado, o esforço de muitas pessoas para viver e testemunhar a ressurreição. Do outro, tantas pessoas más que combatem a ressurreição e a vida.

 No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus é narrada através da linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos eventos. Mateus fala de tremores de terra, de raio e de anjos que anunciam a vitória de Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4).

É uma linguagem apocalíptica, muito comum naquele tempo, para anunciar que finalmente o mundo tinha sido transformado pelo poder de Deus! Realizava-se a esperança dos pobres que reafirmavam sua fé: "Ele está vivo, em nosso meio!"

Na manhã de domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres se dirigem ao sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria. Improvisamente a terra estremece e um anjo aparece como um raio. Os guardas que estavam vigiando o túmulo desmaiaram.

As mulheres ficaram com medo, mas o anjo as animou, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e mandando que avisassem os discípulos para que fossem para a Galileia.

Na Galiléia puderam vê-lo novamente. Aí começou tudo, aí aconteceu a grande revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a superar o medo. Começa assim o anúncio da vida e da ressurreição.

As mulheres saem correndo. Nelas se dá uma mistura de medo e de alegria. Sentimentos típicos daqueles que fazem uma profunda experiência do Mistério de Deus. Improvisamente, o próprio Jesus vai ao encontro deles e afirma: "Alegrai-vos!" E eles se prostraram e o adorar.

É a atitude daquele que acredita e acolhe a presença de Deus, também se surpreende e supera a capacidade humana de compreensão. Agora o próprio Jesus manda reunir os irmãos na Galiléia: "Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão"

A mesma oposição que Jesus teve em vida, aparece agora também após sua ressurreição. Os chefes dos sacerdotes se reúnem e dão dinheiro aos guardas. Eles devem espalhar a notícia que os discípulos roubaram o corpo de Jesus para evitar assim que se fale da ressurreição.

Os chefes não aceitam a Boa Nova da Ressurreição. Preferem acreditar que se trata de uma invenção por parte dos discípulos e das discípulas de Jesus.

O significado do testemunho das mulheres. A presença das mulheres na morte, sepultura e ressurreição de Jesus é significativa. Elas são testemunhas da morte de Jesus (Mt 27,54-56).

Na hora do sepultamento, ficam sentadas diante do sepulcro e portanto podem dar testemunho do lugar onde Jesus foi sepultado (Mt 27,61). Agora, na manhã de domingo, elas estão aí novamente. Sabe que aquele sepulcro vazio é realmente o sepulcro de Jesus!

A profunda experiência de morte e ressurreição que elas fizeram transformou suas vidas. Elas mesmas se tornam testemunhas qualificadas da ressurreição nas Comunidades cristãs. Por isso recebem a ordem de anuncias: "Jesus está vivo! Ressuscitou!"

Que experiência de ressurreição existe em minha vida? Existe em mim alguma força que busca combater a experiência da ressurreição? Qual é a minha reação? Qual é hoje a missão a missão da nossa Comunidade, Equipe, Grupo, discípulos e discípulas de Jesus? 
Reflexão Apostólica: 

Se este texto fosse escrito em um jornal de hoje, poderia ser assim: "Roubo de um cadáver de um dos crucificados da sexta passada". Essa era a história oficial que circulava cinqüenta anos depois, quando se escreveu o evangelho de Mateus.

Entretanto, havia outra história que as mulheres da comunidade contavam: o Senhor ressuscitou! E esta versão é a que correu durante mais de 2000 anos e chegou até nós hoje.

 Com a ressurreição começa um mundo novo no que já não há discípulos ou mestres “homens e mulheres”, escravos e livres, mas sim que todos são um Graças ao Senhor Jesus que ensina a todos a chamar a Deus de Pai.

Mas há quem, como os sumos sacerdotes, que não aceitaram essa nova ordem e desejaram calar a noticia com o dinheiro.

Com um álibi ridículo e incoerente, o Sinédrio suborna os guardas para dizer que estavam dormindo quando os discípulos roubaram o corpo de Jesus.

Como fizeram anteriormente com Judas para que lhes entregasse Jesus, agora prometem aos soldados dar-lhes uma quantia considerável, tendo como condição, que digam sobre o roubo do corpo de Jesus. É que a boa noticia da ressurreição tem um caráter subversivo e denunciador da ordem da injustiça que é melhor que não se divulgue.

Como diria um padre que conheço: “ESSE MUNDO AINDA PAGA PARA QUE NÃO OUÇAMOS OU ACREDITEMOS EM JESUS”.

Acreditar em Jesus em alguns momentos tornou-se um grande desafio em meio a tantas crenças e crendices que vemos crescer. São tantos pastores buscando dinheiro em troca de falsas promessas.

Acreditar em Jesus torna-se um ato de coragem quando se renega a programação de TV focada no corpo e no hedonismo que alguns programas oferecem.

Acreditar em Jesus virou um “ato heróico” em meio a tanta gente que se elege usando valores cristãos em seus comícios e propagandas eleitorais, mas que ao serem eleitos constroem leis para que Ele seja esquecido. Um estado laico que esquece que os funcionários não são.

Acreditar em Jesus é hoje um ato de personalidade quando um jovem opta pela missa, participar de uma pastoral, de uma ação social ao invés de preencher sua vida com o vazio das LAN HOUSES.

Acreditar no testemunho dos apóstolos e viver os atos dos apóstolos é um caminho desafiador em um mundo que nos ensina desde pequeno a sermos egoístas e individualistas.

A Páscoa traz de volta a esperança – o grão de trigo renasce. Revela-se novamente que ter fé, uma crença, uma identidade, vale à pena.

Renasce também quem já dava por perdido, desiludido ou desanimado. Como os apóstolos que se põem aos pés de Jesus e recebem um levante confiante e uma nova missão: “(…) Jesus disse: – Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galiléia, e eles me verão ali”.

A grande gratificação do cristão é ano após ano ver suas forças renovadas. Saber que o que acreditamos venceu o maior dos nossos medos – a morte. Entender que o tempo do silêncio e introspectivo litúrgico passa e agora retorna a alegria dos gestos e cantos.

Um tempo convidativo a sair pelo mundo em missão e convidar os irmãos. Um tempo de gritar, pular e louvar aquele que se fez pequeno e enalteceu os humildes. Alguém que vale toda a nossa luta e crença.

Os dias tristes passaram, mas sabemos que um dia voltarão, pois o inimigo ou inimigos do projeto de Deus não descansarão.

Procurarão transformar pequenas contendas em grandes discussões; pequenas dificuldades em muralhas intransponíveis, coragem em medo, ânimo em preguiça, projetos e sonhos em grandes decepções, mas feliz será aquele que mesmo assim perseverar e se atrever, como Pedro, levantar a vós e acreditar.

Viveremos agora a espera da Festa de Pentecostes, mas diferentemente de outros anos, não se esconda. Jesus cumpriu a promessa de vencer a morte, cumprirá quantas vezes for necessário o pentecostes em nossa vida.
Que a celebração da Ressurreição do Senhor, nos leve ao compromisso de construirmos juntos um reino que se mostre discípula e missionária de Jesus dos excluídos da sociedade. A você e a toda a sua família continuo desejando uma Feliz e Santa Páscoa!

VIDA (CELEBRAR)
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Pai, faze-me compreender que a ressurreição de Jesus é obra do teu amor por ele e por toda a humanidade.

VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

Propósito: Buscar forças e coragem para realizar nossa missão. 

sábado, 30 de março de 2013

O amor e o perdão de Deus caminham juntos - sábado especial


 

Jesus morreu na sexta-feira. No sábado vieram o luto e a incerteza. Talvez os discípulos tenham se perguntado: “Por que Jesus escolheu o caminho da morte? Não poderia ter fugido?” Poderia. E Pedro, o apóstolo, nos ensina a razão da escolha de Jesus: “Pois o próprio Cristo sofreu uma vez por todas pelos pecados, um homem bom em favor dos maus, para levar vocês a Deus.” (1Pe 3.18).
Hoje, séculos após a morte de Jesus, você sabe: o sofrimento de Jesus, o sacrifício do bom em lugar do mau, teve um propósito: levar você a Deus. Alegre-se! O luto acabou.

O amor e o perdão de Deus caminham juntos

Nessa véspera da Páscoa, que se chama de “sábado do silêncio” convido você, de uma forma muito especial, a navegar pelo tema do Perdão, sob a ótica de Mateus tendo em mente que “se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (II Co 5,17).

E por que isso é importante? Porque quando Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23,34) vejo que essa oração a Deus teve o objetivo atingir as seguintes pessoas: Primeiro Judas que o traiu; depois todos àqueles que tramaram para garantir uma sentença dada à revelia do acusado; também a Pedro que o negou por três vezes; e, por fim aos discípulos que fugiram atemorizados diante da sorte do Mestre.

Diante do endereçamento da oração de Jesus, vou fazer um convite a vocês: Vamos tentar nos transportar para aquela sexta-feira fatídica na Palestina, onde encontrarmos uma cena que apresenta a figura de Jesus despido de qualquer dignidade, reduzida à condição de trapo humano e sendo crucificado.

Olhando para tudo isso e sofrendo as mais agudas dores nas mãos e nos pés, Jesus lança um olhar de compaixão e ora: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23,34). É bem forte; mas, para um entendimento melhor desta oração é necessário dividi-la em partes:

A primeira parte é: “Pai, perdoa-lhes” – Jesus chama Deus de “Pai”, não de “Deus” ou de “Senhor”. Essa mudança no tratamento é porque Jesus quis que Deus exercesse a benignidade de Pai e não a severidade de um Juiz e evitar a cólera de Deus, que certamente seria provocada pelas atrocidades cometidas.

Jesus usa o substantivo masculino Pai. A palavra Pai parece conter em si mesma este pedido: Eu, Teu Filho, em meio de todos os meus tormentos, os perdoei. Faz Tu o mesmo, Pai Meu, estende Teu perdão a eles. Mesmo que eles não mereçam, os perdoa por Mim, Teu Filho, Teu único Filho. Lembra também de que és o Pai deles, pois os criaste, fazendo-os à Tua imagem e semelhança. Mostra-lhes, o Teu sublime amor de Pai, pois, mesmo sendo maus e fracos, eles são Teus filhos.

Depois, Jesus diz “Perdoa” - Esta palavra revela a Sua condição de advogado daqueles que passiva ou ativamente concorreram para o acontecido; e, principalmente daqueles que dias atrás, no domingo de ramos, O saldaram como rei ao entrar em Jerusalém e logo depois O trocaram por Barrabás. Ou seja, do alto da Sua Cruz, o Nosso Senhor orou pelo perdão de cada um de nós.

Já a afirmação: “Pois não sabem o que fazem” – é uma necessidade para que Sua oração seja razoável; na verdade, Jesus diminui-se, ou, mais ainda, dá uma desculpa plausível para os pecados da humanidade. Não restou a Jesus outra alternativa senão desculpar a falta cometida alegando ignorância. Jesus mostra a Deus que nem Pilatos, nem os sumos sacerdotes, nem o povo tinham a real consciência de que Ele era o Filho único de Deus.

Digo sem medo de errar, que essa oração de Jesus é aplicada hoje para cada um de nós, que ainda não tínhamos nascido; e, principalmente àquela multidão de pecadores que eram seus contemporâneos mas que não tinham conhecimento do que estava sucedendo em Jerusalém, então disse com muita verdade o Senhor: “Eles não sabem o que fazem”.

Finalmente, Jesus se dirigiu ao Pai também, ou melhor, principalmente, em nome de todos os que testemunharam os acontecimentos e sabiam que Jesus era o Messias e um homem inocente e nada fizeram.

E, tudo que Ele faz (assim mesmo no presente) é porque perdoar é um dos atos básicos da fé cristã; é a porta de entrada na vida que Jesus Cristo nos oferece, que só é possível porque recebemos perdão do nosso Deus e Pai. Deus nos perdoou, mediante a obra de seu Filho feita na cruz, em nosso favor. Por isso, não podemos esquecer que o amor e o perdão sempre caminham juntos.

Jesus, nos relatos de Mateus (Mt 18), apresenta uma nova realidade, uma nova forma de viver a relação entre as pessoas, vai enumerando a forma de viver plenamente o amor através do perdão. E, para aplicarmos esses preceitos de Jesus devemos ter em mente que a lógica do Filho de Deus, que morreu pedindo ao Pai perdão para os Seus assassinos e para todos que O abandonaram, é a lógica que nos leva ao amor incomensurável de Deus, tendo a certeza que “o coração do entendido adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios busca conhecimento” (Pv 18,15).

E, isso quer dizer que é no perdão onde o amor de Deus é revelado; é no perdão que pode nos ajudar a suportar e ultrapassar os nossos problemas, angústias e decepções; pois, “o Senhor sustém a todos os que estão a cair, e levanta a todos os que estão abatidos” (Sl 145,14). Com tudo isso, pode ser constatado com certa facilidade, que o tamanho dos nossos problemas é inversamente proporcional à importância que damos a Deus na nossa vida. Até porque perdão é um ato de amor, e “o amor é isto: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio dele, os nossos pecados fossem perdoados” (I Jo 4,10).

sexta-feira, 29 de março de 2013

EVANGELHO SEXTA FEIRA SANTA



PAIXÃO DO SENHOR
João 18,1-19,42

"
Depois de fazer essa oração, Jesus saiu com os discípulos e foi para o outro lado do riacho de Cedrom. Havia ali um jardim, onde Jesus entrou com eles. Judas, o traidor, conhecia aquele lugar porque Jesus tinha se reunido muitas vezes ali com os discípulos. Então Judas foi ao jardim com um grupo de soldados e alguns guardas do Templo mandados pelos chefes dos sacerdotes e pelos fariseus. Eles estavam armados e levavam lanternas e tochas. Jesus sabia de tudo o que lhe ia acontecer. Por isso caminhou na direção deles e perguntou: - Quem é que vocês estão procurando? - Jesus de Nazaré! - responderam.
- Sou eu! - disse Jesus.
Judas, o traidor, estava com eles. Quando Jesus disse: "Sou eu", eles recuaram e caíram no chão. Jesus perguntou outra vez: - Quem é que vocês estão procurando?
- Jesus de Nazaré! - tornaram a responder.
Jesus disse:
- Já afirmei que sou eu. Se é a mim que vocês procuram, então deixem que estes outros vão embora!
Jesus disse isso para que se cumprisse o que ele tinha dito antes: "Pai, de todos aqueles que me deste, nenhum se perdeu." Aí Simão Pedro tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou a orelha direita dele. O nome do empregado era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: - Guarde a sua espada! Por acaso você pensa que eu não vou beber o cálice de sofrimento que o Pai me deu?
Em seguida os soldados, o comandante e os guardas do Templo prenderam Jesus e o amarraram. Então o levaram primeiro até a casa de Anás. Anás era o sogro de Caifás, que naquele ano era o Grande Sacerdote. Caifás era quem tinha dito aos líderes judeus que era melhor para eles que morresse apenas um homem pelo povo.
Simão Pedro foi seguindo Jesus, junto com outro discípulo. Esse discípulo era conhecido do Grande Sacerdote e por isso conseguiu entrar no pátio da casa dele junto com Jesus. Mas Pedro ficou do lado de fora, perto da porta. O outro discípulo, que era conhecido do Grande Sacerdote, saiu e falou com a empregada que tomava conta da porta. Então ela deixou Pedro entrar e lhe perguntou: - Você não é um dos seguidores daquele homem?
- Eu, não! - respondeu ele.
Por causa do frio, os empregados e os guardas tinham feito uma fogueira e estavam se aquecendo de pé, em volta dela. Pedro estava de pé, no meio deles, aquecendo-se também.
"
CAMINHO (JULGAR)
(O que o texto diz para mim, hoje?)

Meditação

Jesus foi injustamente condenado a morte humilhante de Cruz, tendo que carregar esta mesma cruz como um criminoso qualquer.

Com extremo esforço ele subiu a encosta do Calvário, carregando aquela pesada cruz. Estava todo ferido e desfigurado, mas permanecia manso como um cordeiro levado ao matadouro.

Foi uma entrega amorosa e cheia de compaixão, foi morrer por nós, tomou sobre si todas as nossas enfermidades. Deu tudo o que tinha que dar para nos salvar a todos.

Hoje, Sexta-Feira Santa, lembramos o sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo  o  qual ficou conhecido como Paixão do Senhor.
A celebração da Paixão do Senhor consta de três partes. A Liturgia da Palavra, a Adoração da Cruz e a Sagrada Comunhão.

A Paixão do Senhor, que não pode tomar-se isoladamente como um fato encerrado em si mesmo, visto ser apenas um dos momentos constitutivos da Páscoa, só pode compreender-se à luz da Palavra divina.

Por isso, a Liturgia da Palavra, bastante desenvolvida, começa por nos introduzir, por meio de Isaías (Is 52,13-53.12), de São Paulo (Hb 4,14-16.5,7-9) e de São João (Jo 18,1-19,42), no mistério do sofrimento e Morte de Jesus.
A narrativa da Paixão, no Evangelho de João, apresenta-nos a imagem de Jesus que o evangelista quis forjar através de todo seu evangelho: um Jesus que é a revelação do Pai, ao mesmo tempo que nele se revela a plenitude do amor. Ainda que pendente na cruz, sua vida e sua morte é uma vitória, porque "tudo está consumado" como era da vontade do Pai.

A morte tem sido o grande mistério que preocupa o homem através de toda sua história. Porque ainda que este pretenda negar todas as verdades, entretanto, há uma que sempre o persegue e nunca pode rechaçar: a realidade da morte. Nem sequer os ateus mais convictos se atreveram a negar que eles também vão morrer.

Para o pagão, a morte era uma tragédia; não se tinha idéias claras sobre o além, por isso que se admitia uma existência "além da tumba", dita existência estava rodeada de escuridão e enigmas. Ademais, nem todos admitiam uma vida depois da morte, porque esta era um desaparecer total, o fim de todas as esperanças, a frustração de todos os anseios. Os próprios judeus aceitavam a ressurreição, mas a projetam para o fim da história.

Para os discípulos, a situação era desoladora. Eles esperavam um Messias terreno que revivesse as glórias do reinado de Davi e Salomão e é aqui que suas ilusões se desvaneceram como espuma.

 Essa sensação de desalento está claramente expressada em um dos discípulos de Emaús: "Nós esperávamos que ele resgataria Israel; mas já fazem três dias que tudo isso ocorreu".

A morte de Jesus foi um acontecimento trágico; seus inimigos conseguiram o que queriam: tirá-lo do meio; os fariseus, porque Jesus desmascarou sua hipocrisia, os sacerdotes porque denunciaram a vício de um culto formalista; os saduceus porque refutou a negação da ressurreição; os ricos porque havia jogado na cara a injustiça de suas atuações; os romanos porque pensavam que era um sedicioso.


Jesus morreu abandonado por todos; seus discípulos fugiram, os judeus o desprezavam; o Pai se fez surdo ao seu clamor; essa tarde, na cruz estava o corpo de um justiçado, condenado pela justiça humana e rechaçado pelo seu povo. Parecia que o ódio tinha vencido o amor; o poder sobre a debilidade de um homem, as trevas sobre a luz; a morte sobre a vida.

Aquela tarde, quando as trevas caíram sobre o monte Calvário, parecia que tudo estava terminado e os inimigos de Jesus poderiam descansar tranqüilos.

Porém, era aqui, no mais profundo dos acontecimentos, que a realidade era distinta. Jesus não era um vencido, mas um triunfador; a morte não o aprisionava, mas o havia libertado de seu abraço mortal.

O que parecia o fim se transformou em glória; o que muitos consideravam como o término era o começo de uma nova etapa de salvação.

A cruz deixou de ser um instrumento de tortura para se converter em um trono de glória de um novo reino e a coroa de espinhos posta sobre sua cabeça é agora um diadema de honra.

Ao morrer, Jesus deu um novo sentido à morte, à vida, à dor. A pergunta desesperada do homem sobre a morte encontrou uma resposta. Mas isto não significa que possamos cruzar os braços e nos contentar com o ensinamento de que a morte de Jesus significou uma mudança na vida da humanidade.

Essa mudança deve manifestar-se em nossa experiência porque ele não aceitou sua morte como a resignação de quem se submete a um destino iniludível, mas como quem aceita uma missão de Deus.

Por isso, sua morte condena a injustiça dos crimes e assassinatos, mas nos pede para fazer algo contra a injustiça porque não somente condena a exploração dos oprimidos, mas nos pede para melhorar sua situação; a morte de Jesus não somente é a rejeição do abandono das multidões, mas exige que nos aproximemos do desvalido.

Sua morte não é somente uma recordação que revivemos a cada ano, mas um chamado para melhorar o mundo, destruir as estruturas do pecado e restabelecer as condições de paz, construir uma sociedade baseada na concórdia, na colaboração e na justiça.

Jesus continua morrendo nos nossos bairros marginalizados, nos soldados e guerrilheiros que jazem nas selvas, nos seqüestrados e prisioneiros, nos enfermos e nos ignorantes.

A nós cabe fazer com que o grito de desespero de Jesus quando diz: "Pai, por que me abandonastes" se converta no grito de esperança: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito".

Reflexão Apostólica

Jesus era Deus e homem.  O Jesus-homem  sentia dor, fome, frio como qualquer pessoa.  Jesus-Deus sabia tudo o que iria lhe acontecer nos mínimos detalhes. 

Foi por isso que  Jesus-Homem ficou muito tenso e suou sangue no Horto das Oliveiras.  Na verdade, o nome exato é TRANSPIRAR SANGUE.

Você  sabe o dia da sua morte? Nem eu. Isso é bom, ou ruim? É claro que é bom. Imagine que hoje seria o seu último dia de vida e você ficou sabendo disso ao se levantar. 

Será que você estaria sentado aí,lendo esta reflexão, com toda esta calma? Não! Você estaria em PÂNICO! Pânico total e pleno.

Já teria telefonado para todos os amigos e parentes,  já  teria corrido atrás do sacerdote para fazer uma boa confissão ou a extrema unção...  e   provavelmente, teria também transpirado sangue. 

Conclusão: Não saber o dia da nossa morte é uma coisa muito boa, uma dádiva de Deus para que não soframos por antecipação.

Como aconteceu com Jesus enquanto homem na noite antes de sua morte. Jesus estava profundamente abalado em sentido psicológico, moral e físico, e foi por isso que o Evangelho diz que Jesus suou sangue.

Muita gente já deve ter dito ou pensado. Suar sangue? Isso não existe! Que coisa mais ingênua!  Vamos entender o que realmente aconteceu com Jesus naquele momento de grande aflição no Horto das Oliveiras  momentos antes da sua Paixão propriamente dita.

O fenômeno é cientificamente conhecido pelo nome de hematidrose. Hêmato+hidrose hêmato = a palavra é composta pelos radicais gregos: haima (de haimatos), que significa "sangue". Hidrose = suor, transpiração.

A pessoa quando submetida sob tensão ou ansiedade extrema, as artérias se rompem e o sangue penetra nas glândulas sudoríparas.

A hematidrose é um fenômeno raríssimo apenas uma fraqueza física excepcional onde o corpo inteiro dói, acompanhada de um abatimento moral violento causada por uma profunda emoção, por um grande medo.

Apenas um ato destes pode causar o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas  onde o suor anexa-se ao sangue formando a  hematidrose.  A hematidrose  pode ser mais entendida como uma transpiração de sangue acompanhada de suor.

Portanto, ler no evangelho que Jesus suou sangue, não se trata de uma coisa ingênua, como alguns pensam.

Nos Estados Unidos foram registrados mais de 100 casos.  Por exemplo. Pessoas que antes de irem para a cadeira elétrica, sob  forte tensão por saber que iam morrer, transpiraram sangue.

Pessoas com medo minutos antes da morte,  em caso de naufrágios, tempestades destruidoras, etc. Também transpiraram sangue.

Em seu caminho para o Calvário Jesus-Homem  sofreu muita humilhação e muita dor física e mental, dos quais Ele, enquanto Deus,  poderia ter se livrado num piscar de olhos com mais um milagre daqueles muitos que  fez.

Se você reparou, de todos os milagres que Jesus realizou, ele não operou nenhum milagre em benefício próprio. Todos foram para acabar com o sofrimento daqueles que eram excluídos da sociedade injusta.

Jesus-Deus podia simplesmente através de um gesto ou pensamento,  destruir o chicote que o flagelava,  derreter os cravos que penetraram  em seus pulsos, em fim transformar em  estátuas todos os soldados e os demais homens que o maltratavam.

Jesus precisava passar por todo aquele sofrimento. E, em vez de castigar seus agressores, Jesus rezou e pediu ao Pai para perdoá-los, pois se soubessem que Ele era o próprio Deus, não estariam fazendo tudo aquilo. 

Essa atitude de Jesus é uma demonstração da imensa e infinita misericórdia e bondade de Deus. Nós também precisamos perdoar as pessoas que são injustas conosco. Pois se elas conhecessem e seguissem os ensinamentos de Jesus, não agiriam dessa forma.

O Jesus-Homem no momento de desespero sentindo-se abandonado pelo Pai, gritou: "Pai! Por que me abandonastes?  Não, Deus Pai não o abandonou! Foi só uma impressão do Jesus-Homem naquele momento de desespero. Ele tinha de passar por tudo aquilo, mais o melhor estava por vir no sábado. A RESSURREIÇÃO!

Quantas vezes em nossas vidas nos sentimos abandonados! Na hora que perdemos o emprego, no momento em que desmanchamos o namoro com aquela pessoa que amamos tanto, no momento em estamos envolvidos em um acidente terrível etc.

Não! Deus nunca nos abandona! Nós é que nos afastamos de Deus, e depois colocamos a culpa nele pelas conseqüências  dos nossos atos  impensados ou irresponsáveis.

Além disso, às vezes não entendemos os desígnios  ou a vontade de Deus.  Exemplo. Desmanchar com aquela namorada que lhe fez sofrer tanto, foi bom para você.

Hoje você  está bem casado e feliz da vida, enquanto aquela sua ex-namorada seguiu outro caminho que nem vamos comentar...

VIDA (CELEBRAR)
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Ó Deus, que nos renovastes pela santa morte e ressurreição do vosso Cristo, conversai em nós a obra de vossa misericórdia, para que, pela participação deste mistério, vos consagremos sempre a nossa vida. Que a Paixão de Cristo perdoe os nossos pecados, e também ressuscitemos e voltemos  à vida da graça como um homem novo, uma mulher nova.


VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

Propósito: Ter um olhar de compaixão para com as pessoas que sofrem e ajudar, como Cireneu, os que caem.  

A grande verdade de Deus revelada na Páscoa



O Santo, culpado.
O Eterno, encarnado.
O sacrifício, perfeito.
O sangue, derramado.
O bom pastor, entregando a vida por ovelhas dispersas.
A vida, em novo começo: domingo chegará. É sexta-feira.
Na sexta-feira, o amor encobrindo multidão de pecados.
Tudo completado.
Satanás derrotado.
Inferno afastado.
Amor consumado.
Morte sem poder.
Morte pelos maus.
Morte por mim.
Morte por nós.
Jesus Cristo.
A vida garantida.

“Agora Jesus sabia que tudo estava completado... Quando ele tomou o vinho, disse: — Tudo está completado! Então baixou a cabeça e morreu.” (Jo 19.28a, 30)

A grande verdade de Deus revelada na Páscoa

Hoje diferente das demais sextas-feiras não vou me ater ao Evangelho que serviu, até ontem como base para as nossas conversas (Lc 19,29-40). Esta mudança se deve a necessidade, sob o meu ponto de vista, de refletimos um pouco mais sobre tudo o que Deus concedeu a humanidade e que nos leva a comemoração da Páscoa, celebrada no próximo domingo.

Algumas pessoas na páscoa festejam a libertação da escravidão no Egito; e, outro grande número a ressurreição de Jesus, que morreu e ressuscitou para que todos nós pudéssemos ter vida eterna através D’Ele.

Mas, será que existe alguma ligação entre as duas? Na verdade a primeira é nada mais do que um pressagio da segunda. Essa afirmação decorre porque, na primeira comemora-se a libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio durante o reinado do faraó Ramsés II, através de um enviado do Senhor: Moisés. Já na segunda, Deus também envia o Seu emissário; mas, não é um homem que retirará o povo de uma terra e transferi-lo para a outra, Deus manda o Seu próprio filho (o Seu único filho), para retirar o ser humano do estado letárgico, para transportá-lo para um estado muito mais elevado, muito mais sublime, que é o estado de filhos de Deus.

E, para fomentar essa libertação da humanidade, os fatos aconteceram exatamente da mesma forma do Egito; mas com um espectro bem mais abrangente; pois, Jesus Cristo veio ao mundo, há um pouco mais de dois mil anos atrás, totalmente disposto a ser o maior e mais belo exemplo de amor e verdade que a humanidade conheceria.

Assim, a Páscoa é a grande revelação do amor de Deus por todos e, principalmente, por cada um de nós de uma forma individual. E, por isso, devemos ver a morte e, principalmente, a ressurreição de Jesus como a vitória definitiva do amor sobre o egoísmo, do bem sobre o mal, da graça sobre o pecado; e, não uma simples vitória (se é que podemos chamar de “simples”). Essa é a razão que leva Cristo a nos fazer hoje um convite pessoal: “se alguém me quer servir, siga-me” (Jo 12,24-26).

Diante de toda essa maravilha, não há como negar que a segunda comemoração da páscoa é bem mais abrangente, incisiva e, o melhor, é bem mais renovadora; pois, nela comemoramos uma nova aliança com Deus, efetivada através da passagem de Jesus da morte para a vida. E, essa passagem nos traz um forte convite para também passarmos, através do batismo, para uma nova vida de filhos de Deus. É a grande libertação que foi conduzida pelo próprio Jesus, que nos concede não a terra prometida, mas uma vida nova. Pois, Ele foi, é e sempre será o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

E, mesmo a proposta de Jesus não tendo sido entendida por muitos e as grandes partes das pessoas conseguiram o grande feito de ignorar todos os seus propósitos de um mundo melhor. Por essa razão, cada um de nós deve ao olhar este que foi o momento mais negro da humanidade, lembrar que houve dor, angústia e escuridão; por três dias, o sol se recusou a brilhar, a lua se negou a iluminar a Terra, até que no terceiro dia algo maravilhoso aconteceu: Houve a Sua ressurreição! É por esse fato maravilhoso e inigualável é que não podemos deixar de festejar e lembrar a todos da importância deste ato de amor chamado ressurreição.

Devemos comemorar a ressurreição do sorriso; a ressurreição da alegria de viver; a ressurreição da amizade; a ressurreição dos sonhos, das lembranças; a ressurreição da vontade de ser feliz; a ressurreição do infinito amor de Deus e de uma verdade que está muito acima dos ovos de chocolate ou dos coelhinhos. Lembre: Jesus morreu e ressuscitou para demonstrar que temos a capacidade de matar os nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes, que, infelizmente, estão sepultadas no íntimo de nossos corações. É por isso que devemos tomar as palavras do apóstolo Paulo: “Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive assentado à direita de Deus. Pense nas coisas do alto, não nas que estão aqui na terra; porque morrestes, e a vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Cl 3,1-4).

Jesus morreu, não resta dúvida. Mas, Jesus também ressuscitou, e esse é o nosso maior motivo de orgulho. Porém, faz-se necessário ter a certeza de que Jesus não morreu para fazer Deus nos amar. Jesus não comprou o amor de Deus pelos pecadores. Foi exatamente o contrário: Foi o amor de Deus que fez Jesus morrer por cada um de nós. Jesus foi, é e sempre será o canal pelo qual o amor de Deus nos alcançou.
  
E, esse amor é a única estrada que poderá nos reconduzir à aliança definitiva que Deus nos propõe através do Ministério de Jesus: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (Ex 6,7). Que esta seja a verdade antes, durante e, principalmente depois da minha, da sua, da nossa Páscoa.

Feliz Páscoa para todos!

quarta-feira, 27 de março de 2013

EVANGELHO QUINTA FEIRA SANTA 28 MARÇO


João 13,1-15
"Faltava somente um dia para a Festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a hora de deixar este mundo e ir para o Pai. Ele sempre havia amado os seus que estavam neste mundo e os amou até o fim. Jesus e os seus discípulos estavam jantando. O Diabo já havia posto na cabeça de Judas, filho de Simão Iscariotes, a idéia de trair Jesus. Jesus sabia que o Pai lhe tinha dado todo o poder. E sabia também que tinha vindo de Deus e ia para Deus. Então se levantou, tirou a sua capa, pegou uma toalha e amarrou na cintura. Em seguida pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha. Quando chegou perto de Simão Pedro, este lhe perguntou: - Vai lavar os meus pés, Senhor? Jesus respondeu: - Agora você não entende o que estou fazendo, porém mais tarde vai entender! - O senhor nunca lavará os meus pés! - disse Pedro.- Se eu não lavar, você não será mais meu discípulo! - respondeu Jesus. - Então, Senhor, não lave somente os meus pés; lave também as minhas mãos e a minha cabeça! - pediu Simão Pedro. Aí Jesus disse: - Quem já tomou banho está completamente limpo e precisa lavar somente os pés. Vocês todos estão limpos, isto é, todos menos um. Jesus sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: "Todos menos um." Depois de lavar os pés dos seus discípulos, Jesus vestiu de novo a capa, sentou-se outra vez à mesa e perguntou: - Vocês entenderam o que eu fiz? Vocês me chamam de "Mestre" e de "Senhor" e têm razão, pois eu sou mesmo. Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz.."
CAMINHO (JULGAR)
(O que o texto diz para mim, hoje?)

Meditação: 
Esse evangelho de João é uma das peças mais bonitas de nossa tradição cristã. Nessa página, ele quis nos ensinar talvez a coisa mais difícil: não simplesmente amar, que quase todos nos acreditamos capazes. Mas reparem que ele diz que Jesus amou os seus discípulos até o fim.

A força está nesta última expressão: até o fim. Os nossos amores acabam, são frágeis, são como o amor de Judas, que começou entusiasmado por Jesus, era talvez um dos mais inteligentes, sendo-lhe até confiada a administração dos poucos recursos que tinham.

Aquele homem, que começou amando Jesus, terminou traindo-o. Portanto, amar até o fim não é fácil. De doze escolhidos, um deles não conseguiu. É uma proporção grande.

João continua querendo nos dizer o que nos faz amar até o fim e coloca quatro coisas bonitas. Começa dizendo que é uma coisa solene, importante, um ensinamento que Jesus queria deixar marcado no nosso coração ao tomar consciência de que era a grande hora, de sua passagem para o Pai.

No evangelho de João, Jesus come a sua ceia com os discípulos um dia antes da Páscoa dos judeus. A ceia é um momento de alegria e Jesus procura animar os discípulos, diante do pressentimento da repressão que se aproxima.

Cinco dias antes desta ceia, em uma outra, em Betânia, Maria, amorosamente, ungiu com perfume os pés de Jesus. Agora é Jesus que lava os pés dos discípulos. A vida e o ministério de Jesus resumem-se no ato de servir. É o serviço que liberta, gera e faz florescer a vida.

Não era um dia qualquer, um dia anódino, perdido na história, mas um dia único, solene. É como um pai que, no seu leito de morte, reúne os filhos para lhes dar uma última lição de alguém que parte desta vida.

Para que amemos até o fim é preciso que o Pai nos dê tudo. É dele que recebemos essa força, essa graça. Jesus sabia que vinha do Pai e para Ele voltava.

Nós não amamos porque esquecemos que viemos de Deus e para Ele voltamos. Só a consciência de nossa origem divina, de que Deus está na origem de nossa existência, de que somos criados e amados por Ele é que nos possibilita amar. Quem nunca descobriu que Deus está na sua própria origem não será capaz de amar até o fim, porque lhe faltará força.

Jesus se reconhece como Senhor e Mestre para ensinar os discípulos o caminho do desapego, da simplicidade e do serviço à comunidade. É este o caminho que leva à glória do Pai.

Todo discípulo deve imitar o Mestre e mesmo que não compreenda bem o porque dos seus ensinamentos, precisa obedecê-lo.

Somos discípulos de Jesus e sabemos que só Ele tem as palavras de vida eterna para nós. Jesus aproveitou os últimos momentos antes de ser levado para o Calvário para nos ensinar a vivenciar o verdadeiro amor. Ao pegar uma toalha e aplicar-se a lavar e enxugar os pés dos seus discípulos

Ele nos mostrou que lavar os pés significa servir, estar à disposição, solidarizar-se fraternalmente com as pessoas. Jesus despojou-se de si mesmo quando tirou o manto da realeza, da autoridade e da dignidade de ser Filho de Deus e abaixou-se para servir aos seus amigos.

Pedro, que não compreendeu o sentido da ação do Mestre tentou dissuadi-Lo do Seu propósito de lavar os pés dos discípulos, porém, Jesus replicou com uma afirmação que é muito importante para todos nós, hoje: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo.”

Os pés significam o nosso caminhar, nossas ações, nossas escolhas, nossas preferências. Jesus deseja nos purificar e usa os nossos irmãos como Seus instrumentos.

Portanto, nós também, quando acolhemos com humildade o auxílio de alguém que em Nome de Jesus se oferece para nos ajudar nós estamos nos deixando lavar por Jesus.

Quando nós não admitimos ser lavados é porque entendemos que somos muito perfeitos e, por isso, não carecemos da ajuda de ninguém.

Da mesma forma, seguindo o exemplo do Mestre nós necessitamos lavar os pés das pessoas que surgem no nosso caminho e precisam do nosso amor e da nossa atenção.

Por meio do nosso próximo mais próximo Jesus nos ampara, nos lava e nos purifica para que possamos também fazer o mesmo com outros.

Só quando nós nos deixarmos lavar nós iremos compreender a profundidade do gesto de Jesus. Por isso, Ele nos deu a seguinte explicação: “compreendeis o que acabo de fazer?… Se eu, o Senhor e mestre vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”.

O que você acha deste gesto de Jesus? Você tem deixado que as pessoas lavem os seus pés? O que significa para você lavar os pés do irmão? O que para você é melhor: “lavar os pés” de alguém ou deixar que alguém “lave os seus? ”

Reflexão Apostólica: 
Para ser o maior é preciso ser pequeno de vaidades, sem orgulhos e ambições desmedidas, é estar inserido numa caminhada que leva ao encontro d'Aquele de onde viemos.

Que tipo de servo você é? Ou você pensa ser o mestre? Mestre só tem um, e Ele é o Senhor da vida!

Num jardim, caminhavam tranquilamente vários insetos e cada um vivia sua vida de acordo com suas funções e atribuições. Muitos olhavam na vida dos outros, coisas que mereciam ser copiadas.

A minhoca queria ter as pernas do Sr. Gafanhoto, pois era tão difícil se locomover apenas perfurando buracos; a D. Aranha gostaria de ter menos pernas como a Srta. Pulga (que só tem uma), pois era muito caro comprar tantos tênis e sandálias (…). Como nós, nunca estão satisfeitos com aquilo que tem.
(…) O olhar do invejoso é mau; ele desvia o rosto e despreza sua alma. O olhar do avarento é insaciável a respeito da iniqüidade, só ficará satisfeito quando tiver ressecado e consumido a sua alma. O olhar maldoso só leva ao mal; não será saciado com pão, mas será pobre e triste em sua própria mesa“. (Eclo 14,8-10)

Nós caminhamos para Deus, estamos na história, num percurso, num itinerário que nos conduz ao Pai. Se soubermos que viemos de Deus e caminhamos para Ele, saberemos amar.

Se caminhamos para Deus, nenhum obstáculo poderá nos deter. Paulo mesmo é quem nos disse que nada poderá nos afastar do amor de Deus. Essa foi a experiência de Paulo, que já caminhava para o Pai.

Jesus é realista e tem medo das palavras bonitas, mas vazias, numa sociedade de tanta exterioridade, de tanta propaganda, como a que vivemos.

Vestido como mestre, se levanta em meio aos apóstolos, que se espantam imaginando o que Ele poderia fazer naquele momento. Ele tira o manto da sua dignidade divina, de sua superioridade, do poder que tantas vezes assustara os seus discípulos.

Troca o manto do mestre pela toalha do escravo e ainda vai mais longe ao debruçar-se sobre os pés de cada um dos apóstolos, inclusive de Judas. Lava-lhes os pés como o escravo lava os pés do seu senhor. Ele, o Senhor, se fez pequeno, e depois nos dirá que é isso que também nós devemos fazer para mostrar o nosso amor.
Se Jesus lavou os pés dos discípulos, porque nós não podemos fazer o mesmo? Lavar os pés do outro é perdoar, é acolher, é alimentar, é dar de si para que o outro viva melhor, na certeza de que nada vai lhe faltar.

Há ainda um pormenor lindo de João, quando Pedro diz que Jesus não poderia lavar-lhe os pés, e Ele retruca que Pedro só poderia ter parte com Ele se se deixasse lavar. Pedro precisava entender que Ele se fizera servo para que o imitasse.

Mantendo-se orgulhoso, não permitindo que Jesus se fizesse servo, Pedro não poderia fazer parte do Cristo, pois também não aceitaria fazer-se servo.

Só aceitando que o Senhor se fez servo, Pedro, assim como nós, poderá se fazer servo dos servos. E até os dias de hoje, ao assinar qualquer documento, o papa assinala: servo dos servos de Deus. Quando assume o poder maior na Igreja, de ser sumo pontífice, nos seus olhos reflete-se o exemplo de Pedro. Se valeu para Pedro, vale para cada um de nós.

Nunca jogue a sua toalha, ao contrário, amarre-a junto à sua cintura como exemplo de esforço por querer ser melhor e fazer a diferença neste mundo.

Que aprendamos estas quatro lições: Deus é a nossa força, dele viemos e para Ele voltamos, renunciemos aos mantos do poder e vistamos a toalha do servo para servir aos irmãos e só assim amaremos.

VIDA (CELEBRAR)
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Pai, ajuda-me a superar os esquemas mundanos que rompem a fraternidade e me reduzem aos esquemas do pecado, impedindo que eu me faça servidor do meu próximo.

VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

Propósito: Vestir a toalha do servo para servir aos irmãos.

terça-feira, 26 de março de 2013

EVANGELHO QUARTA FEIRA 27 MARÇO




Mateus 26,14-25

"Então um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi falar com os chefes dos sacerdotes. Ele disse: - Quanto vocês me pagam para eu lhes entregar Jesus? E eles lhe pagaram trinta moedas de prata. E daí em diante Judas ficou procurando uma oportunidade para entregar Jesus. No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, os discípulos chegaram perto de Jesus e perguntaram: - Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor? Ele respondeu:- Vão
até a cidade, procurem certo homem e digam: "O Mestre manda dizer: A minha hora chegou. Os meus discípulos e eu vamos comemorar a Páscoa na sua casa." Os discípulos fizeram como Jesus havia mandado e prepararam o jantar da Páscoa. Quando anoiteceu, Jesus e os doze discípulos sentaram para comer. Durante o jantar Jesus disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair. Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar: - O senhor não está achando que sou eu; está?Jesus respondeu:
- Quem vai me trair é aquele que come no mesmo prato que eu. Pois o Filho do Homem vai morrer da maneira como dizem as Escrituras Sagradas; mas ai daquele que está traindo o Filho do Homem! Seria melhor para ele nunca ter nascido! Então Judas, o traidor, perguntou:- Mestre, o senhor não está achando que sou eu; está? Jesus respondeu: - Quem está dizendo isso é você mesmo.
"
CAMINHO (JULGAR)
(O que o texto diz para mim, hoje?)

Meditação

O tom dramático e doloroso das narrativas dos últimos dias de Jesus, em Jerusalém, marca as celebrações da Semana Santa.

A tradição da Paixão, elaborada na ótica da religião sacrifical do AT, apresenta o sofrimento como caminho necessário para a salvação.

Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi a plena manifestação do amor que liberta, removendo o sofrimento e promovendo a vida.


Em conseqüência foi perseguido até a morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias que cooptam pessoas como Judas.

Ontem o evangelho falava da traição de Jesus e da negação de Pedro. Hoje temos o tema da traição de Judas na versão de Mateus.

A Palavra de Deus nos convida hoje a aprofundar a temática da traição de Judas. Os Doze estão à mesa, simbolismo de um novo projeto de humanidade a partir da comunhão do pão e do vinho. Quando Jesus anuncia que um vai traí-lo, todos dizem: “Serei eu, Senhor?”, reconhecendo Jesus como Senhor de suas vidas. 


Judas, ao contrário, pergunta: “Mestre, o senhor não está achando que sou eu; está?” Judas segue a mesma mentalidade dos que não entenderam o projeto messiânico de Jesus, que não é do poder, mas sim do Servo Sofredor que o torna Senhor, Filho de Deus. Em todo grupo humano sempre há alguém que tem preço; alguém que se vende e trai.


Na narração da paixão de Jesus, o evangelho de Mateus acentua muito o fracasso dos discípulos. Apesar de terem convivido três anos com Jesus, nenhum deles defende Jesus. Judas o trai, Pedro o nega, os outros fogem.


Mateus narra tudo isto não para criticar ou para condenar, nem para desanimar os leitores, mas para destacar que a acolhida e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos!


Esta maneira de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para a Comunidade do tempo de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos desanimaram e tinham abandonado a comunidade e se perguntavam: "Será possível voltar?

Deus nos acolherá e perdoará?" Mateus responde sugerindo que nós podemos quebrar a relação dom Jesus, mas Jesus nunca rompe seu amor para conosco.

Seu amor é maior da nossa infidelidade. Esta é a mensagem importante que captamos no evangelho durante a Semana Santa.

Judas tomou a decisão após Jesus não ter aceito a crítica dos discípulos contra a mulher que desperdiçou um perfume muito caso só para ungir Jesus (Mt 26,6-13).

Foi procurar os sacerdotes e perguntou: "O que me dareis se vos entregar Jesus?" Combinaram, então, trinta moedas de prata. Mateus cita as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12).


Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas faz lembrar a venda de José por parte dos irmãos, decidia com os compradores por vinte moedas (Gn 37,28). Lembra também o preço de trinta moedas a ser pagas pelo ferimento de um escravo (Ex 21,32).


Jesus chegava da Galileia. Não tinha casa em Jerusalém. Passava as noites no Jardim das Oliveiras (Jo 8,1). Nos dias de festa da páscoa a população de Jerusalém triplicava por causa do grande número de peregrinos que chegavam de todas as partes.


Para Jesus não era fácil encontrar uma grande sala onde celebrar a páscoa junto com peregrinos vindos da Galileia, como ele.


Manda seus discípulos encontrar uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece mais informações e deixa que a imaginação complete o que falta nas informações.


Era uma pessoa conhecida de Jesus? Um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos soube completar esta informação, com pouca credibilidade.


Jesus sabe que será traído. Apesar de Judas fizesse tudo às escondidas, Jesus sabia. Mas, apesar disso, quer confraternizar com o grupo dos amigos a que Judas pertence.


Quando estavam reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor "aquele que comigo põe a mão no prato". Esta maneira de anunciar a traição torna ainda mais claro o contraste.


Para os judeus, comunhão ao redor da mesa, molhar junto o pão no mesmo prato, era a maior expressão de intimidade e confiança. Mateus sugere que, apesar da traição, realiza por alguém muito íntimo, Jesus é maior da traição!


O que impressiona em Mateus é maneira como descreve os fatos. Entre a traição e a negação insere a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, depois (Mt 25,30-35).

Assim, ele destaca para todos nós a incrível gratuidade de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. O amor dele não depende daquilo que os outros fazem a ele.


Até entre os eleitos por Jesus isso aconteceu. Ai Judas, “seria melhor que não tivesse nascido”! Teria sido mais útil não ter feito o caminho de Jesus se fosse terminar dessa maneira tão dolorosa e vergonhosamente triste.

Quanto nós temos de Judas em nossas vidas? Quantas vezes traímos o Senhor pela nossa falta de amor radical e de serviço generoso?

Nesta Semana Santa é importante que tenhamos algum tempo para tomar consciência da incrível gratuidade do amor de Deus por nós.
Reflexão Apostólica

Acredito muito na simbologia e na magia de fé que existe nessa semana, por isso, nesses anos que faço a reflexão diária do Evangelho, não me atrevo, por respeito, a acrescentar qualquer tipo de interpretação, pois a mensagem por si se explica.

Certa vez ouvi uma fábula, que pode ser contada a adultos e crianças:

“(…) Deus havia encarregado um dos seus anjos mais próximos de cuidar do seu rebanho de estrelas. Cada uma da sua cor e cada cor representava um dom de Deus.

Certa vez as estrelas pediram para o anjo que as deixasse vir a Terra e conhecer as maravilhas do criador. O anjo não vendo problema as autorizou sob a condição que após uma hora estivesse de volta. E assim aconteceu.

Uma hora mais tarde uma a uma voltavam ao céu. O anjo foi conferi-las. Não podia faltar nenhuma. Notou que uma delas não voltou – a estrela verde.

Procurando no glossário celeste, descobriu que a ESPERANÇA não voltou para o céu e, desde aquele dia, no rebanho dos dons de Deus, faltaria a Esperança, pois como Deus tudo sabe, não tem esperança.

Deus preocupado com o destino da humanidade enviou o anjo para trazer de volta a esperança que insistia em ficar na terra.

Ao descer a terra o anjo encontrou a esperança sentada numa pedra a chorar. Dizia que estava inconsolável, pois viu o AMOR morrer numa CRUZ traído pela AMIZADE e pela falta de FÉ. O Anjo olhou nos olhos daquela pequena estrela e disse: Não se preocupe! O AMOR nunca morrerá.

Sem perceber, as lágrimas da ESPERANÇA caíram na terra. O anjo a pegou pela mão e disse: Vamos! Não tenha medo!

Do céu o anjo via admirado que pontos verdes apareciam na terra. A suprema entrega do AMOR na cruz fez brotar a ESPERANÇA."

O AMOR sempre teve ESPERANÇA na AMIZADE se convertesse e não o levasse para Cruz.

Não creio que Judas era “predestinado” a ser o traidor de Cristo. Creio que Deus revelava dia-a-dia o que Jesus deveria saber, prova é que Ele em certo momento diz não saber o dia da sua volta Gloriosa. Não é difícil de acreditar que isso só foi revelado pelo Pai a Jesus apenas na Santa Ceia.

O anjo levou a ESPERANÇA de volta para Deus. O AMOR devolveu a DEUS a esperança na conversão da criatura.

É um fato: A AMIZADE selou com um beijo a traição ao AMOR. Durante três dias a ESPERANÇA permaneceu inconsolável e escondida por uma pedra, mas ao raiar do dia, um anjo revelou que o AMOR NUNCA MORRERIA.

(…) Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo. E eis que houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. Resplandecia como relâmpago e suas vestes eram brancas como a neve. Vendo isto, os guardas pensaram que morreriam de pavor. Mas o anjo disse às mulheres: NÃO TEMAIS! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. NÃO ESTÁ AQUI: RESSUSCITOU COMO DISSE. Vinde e vede o lugar em que ele repousou”. (Mt 28,1-6)
VIDA (CELEBRAR)
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Pai, reforça minha comunhão com teu Filho Jesus, de forma que nenhuma atitude minha possa colocar em risco este relacionamento profundo propiciado por ti.

VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

Propósito: Pedir perdão a Jesus, por todas as traições que hoje Ele sofre no mundo, quando as pessoas se deixam vender

segunda-feira, 25 de março de 2013

EVANGELHO TERÇA FEIRA 26 MARÇO


João 13,21-33.36-38

"
Depois de dizer isso, Jesus ficou muito aflito e declarou abertamente aos discípulos: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair. Então eles olharam uns para os outros, sem saber de quem ele estava falando. Ao lado de Jesus estava sentado um deles, a quem Jesus amava. Simão Pedro fez um sinal para ele e disse: - Pergunte de quem o Mestre está falando. Então aquele discípulo chegou mais perto de Jesus e perguntou:- Senhor, quem é ele? - É aquele a quem vou dar um pedaço de pão passado no molho! - respondeu Jesus. Em seguida pegou um pedaço de pão, passou no molho e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. E assim que Judas recebeu o pão, Satanás entrou nele. Então Jesus disse a Judas: - O que você vai fazer faça logo! Nenhum dos que estavam à mesa entendeu por que Jesus disse isso. Como era Judas que tomava conta da bolsa do dinheiro, alguns pensaram que Jesus tinha mandado que ele comprasse alguma coisa para a festa ou desse alguma ajuda aos pobres. Judas recebeu o pão e saiu logo. E era noite. Quando Judas saiu, Jesus disse: - Agora a natureza divina do Filho do Homem é revelada, e por meio dele é revelada também a natureza gloriosa de Deus.E, se por meio dele a natureza gloriosa de Deus for revelada, então Deus revelará em si mesmo a natureza divina do Filho do Homem. E Deus fará isso agora mesmo. Meus filhos, não vou ficar com vocês por muito tempo. Vocês vão me procurar, mas eu digo agora o que já disse aos líderes judeus: vocês não podem ir para onde eu vou. Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros. Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos. Simão Pedro perguntou a Jesus: - Senhor, para onde é que o senhor vai? Jesus respondeu: - Você não pode ir agora para onde eu vou. Um dia você poderá me seguir! Pedro tornou a perguntar: - Senhor, por que eu não posso segui-lo agora? Eu estou pronto para morrer pelo senhor!
- Está mesmo? - perguntou Jesus. - Pois eu afirmo a você que isto é verdade: antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.
"
CAMINHO (JULGAR)
(O que o texto diz para mim, hoje?)

Meditação: 
Estamos no terceiro dia da Semana Santa. Os textos do Evangelho destes dias nos colocam diante de fatos terríveis que levarão à captura e à condenação de Jesus.

Os textos não nos apresentam só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também as traições e as negações dos discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus por parte das autoridades e contribuíram a aumentar mais ainda o sofrimento de Jesus.

Na última Ceia, com seus apóstolos, logo antes de ser entregue aos inimigos, Jesus senta-se à mesa lado a lado com o traidor.

Ao contrário do que pintaram muitos artistas, ao longo da História, inclusive na célebre tela de Leonardo da Vinci, não é Pedro que está junto a Jesus. É Judas Iscariotes.


O Evangelho de João apresenta um longo discurso de Jesus, após ter lavado os pés dos discípulos  (Jo 13,2-11) e ter falado da obrigação que temos de nos lavar os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comove profundamente. E não deve causar maravilha.

Ele estava realizando aquele gesto de serviço e de dom total de si, enquanto a seu lado um dos discípulos estava tramando como traí-lo naquela mesma noite.

É um do círculo íntimo de Jesus que fará a traição fatal. Uma cena chocante e tão real, que não poderia ser fruto da imaginação.

Jesus expressa sua emoção dizendo: "Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará!" Não diz: "Judas me trairá", mas "um de vós". É algum de seu grupo de amizade que o trairá.

O anúncio de Jesus sobre a traição iminente desconcerta seus discípulos. Eles ficam assustados. Não esperavam esta declaração, isto é que um deles teria sido o traidor.

Pedro faz um sinal a João, o discípulo a quem Jesus ama, para pedir a Jesus quem dos doze teria cometido a traição. Sinal este que não se conheciam bem, não conseguiam entender quem pudesse ser o traidor. Sinal que a amizade entre eles não tinha chegado à mesma transparência de Jesus em relação a eles ( Jo 15,15). João inclina-se perto de Jesus e lhe pergunta: "Quem é?"

Jesus diz: é aquele para quem vou molhar um pedaço de pão e vou lhe dar. Em sinal de amizade, acena com um gesto acolhedor, pega um pedaço de pão, o molha e o dá a Judas. 

Era um gesto comum e normal que os participantes numa refeição costumavam fazer. E Jesus disse a Judas: "O que tens a fazer, executa-o depressa!"

Judas guardava a bolsa comum. Era o responsável para comprar as coisas e dar a esmola aos pobres. Por isso, ninguém intuiu nada de especial no gesto e nas palavras de Jesus.

O amor de Jesus é um amor que não julga, que não conhece limites, que se estende ao inimigo mortal, que não força ninguém, que desiste da possibilidade de rechaço.

Para quem está com Ele não há inimigos a serem delatados. O Seu propósito não é denunciar o traidor nem o delatar diante de seus companheiros, mas oferecer a última oportunidade de se arrepender. É em vão. A tentativa de Jesus fracassa.  

Nesta descrição do anúncio da traição encontra-se o eco do salmo em que o salmista se lamenta do amigo que o traiu: "Até mesmo o meu amigo, em que confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair" (Sl 41,10; Sl 55,13-15).

Judas toma consciência que Jesus estava a par de tudo ( Jo 13,18). Mas, apesar de sabê-lo, não volta atrás e mantém sua decisão de trair o Mestre.

É este o momento em que se dá a separação entre Judas e Jesus. Jesus manifesta seu total respeito pela liberdade humana, ao preço de sua própria vida. João afirma que satanás entrou nele. Judas se levanta e sai. Posiciona-se do lado do adversário (satanás). João comenta: "Era noite". Era escuridão.

É como se a história tivesse esperado este momento de separação entre luz e trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entram em Judas quando ele decide de executar o que estava tramando.

Naquele momento se fez luz em Jesus que declara: "Agora foi glorificado o Filho do homem, e Deus foi glorificado nele".

Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo!" Tudo o que acontecer por diante é por contagem regressiva.

As grandes decisões já foram tomadas seja por parte de Jesus (Jo 12,27-28) e agora por parte de Jesus. Os eventos se precipitam.

Jesus o anuncia: "Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo como eu disse também aos judeus: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'". Falta pouco para a passagem, para a Páscoa.

Junto com a traição de Judas, o evangelho fala também da negação de Pedro. São os dois fatos que mais contribuem para a dor de Jesus. Pedro afirma que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: "Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo, o galo não cantará ante que me tenhas negado três vezes".

Marcos escreveu: "Antes que o galo cante duas vezes, tu me terás negado três vezes" (Mc 14,30). Todos sabem que o galo canta rapidamente. Quando pela manhã o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos cantam juntos. Pedro é mais rápido em sua negação que o galo a cantar!

Judas, o amigo, se torna traidor. Pedro, o amigo, nega Jesus. E eu? Fico no lugar de Jesus e penso: como enfrentar a negação e a traição, o desprezo e a exclusão?
Reflexão Apostólica

No Evangelho de hoje, não necessitamos de muitos esclarecimentos. A própria leitura já nos apresenta a VERDADE.

A traição anunciada nas Palavras do próprio Jesus e também através dos Profetas para a nossa glória. O Pai tudo faz com perfeição, embora não saibamos como Ele decide. Ele é Deus!

Pelas palavras do evangelista nós percebemos que Jesus “ficou profundamente comovido” quando testemunhou que um deles O trairia.

Mesmo sabendo que iria ser traído por Judas e que Pedro o negaria Jesus prosseguia na sua missão e não desanimava diante da perspectiva de que seria abandonado pelos Seus servos. Afinal, fora para aquele momento que Ele viera ao mundo e Nele o Pai seria glorificado.

Trazendo esta reflexão para a nossa vida pessoal, nos parece, que dentro do contexto das ações humanas sempre haverá alguém que terá a função de trair e, por isso, nós precisamos nos manter atentos (as), até quando servimos a Deus, para que a nossa fraqueza não nos imponha o papel de traidores (as).

Nós também temos dificuldades de entender os sinais de Deus e, por isso mesmo, muitas vezes, nós olhamos para as “evidências” e julgamos os outros, sem nos apercebermos de que também nós somos capazes de trair a Deus.

Nunca achamos que podemos ser nós, os responsáveis pelas coisas que não dão certo, todavia, o Senhor que conhece os nossos corações, sabe, de antemão, quando o havemos de trair, de negar, mas também tem ciência de quanto nós O podemos glorificar quando cumprimos com a nossa missão.

Está nas Palavras que também seremos provados, assim como Pedro foi. Hora nós agimos como Pedro, hora nós somos como Judas.

Sigamos Jesus até o fim e seremos salvos, mesmo nas maiores provações, pois assim diz o Filho de Deus. Os JUDAS de hoje, continuam matando a Jesus, trocando a Ele pelo dinheiro, pela ciência e pelo reconhecimento dos homens.

Há vidas entregues livremente para que seja possível o Reino. Fruto desta entrega é o dom do Espírito de Deus que dá ao ser humano a capacidade de amar sem limites, fazendo-o plenamente humano, ao estilo de Jesus.

Você sabia que trai a Deus quando não está vivendo segundo a Sua vontade? Você sabe que negar a Deus é não dar testemunho dos dons e das graças de Deus na sua vida? Você acha que o Senhor conhece o seu coração? Nós nos abrimos incondicionalmente ao amor sem limites?

Peçamos ao Senhor a graça de sermos como João, o discípulo amado, que se recostava no peito de Jesus e a quem o Mestre confidenciava os Seus segredos a fim de que não estejamos entre os infiéis.
VIDA (CELEBRAR)
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

Oração: Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a Ele.

VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

Propósito: Acolher Jesus na pessoa dos irmãos. Deixar de ser como Pedro: distante e sem compromisso