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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

4º DOMINGO COMUM 02 DE FEVEREIRO

02 - Apresentação do Senhor. Aprendamos a nos desprender inteiramente de nós mesmos, de nossos gostos, de nossa vontade, de nosso ponto de vista. Em todas as nossas ações não visemos senão fazer a santa vontade de Deus do modo mais perfeito possível. (S 359). São Jose  Marello
Mateus 5,1-12

Naquele tempo, 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:
3”Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.

Meditação:
 
O chamado Sermão da Montanha, faz parte do discurso inaugural do ministério público de Jesus, que se estende entre os capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus. O de hoje o primeiro dos cinco discursos que o evangelista distribui estrategicamente no seu livro.
No texto destacamos dois elementos fundamentais: primeiro está o lugar de onde Jesus fala e o conteúdo do discurso. Depois de pregar nas sinagogas da Galileia, acompanhado de uma grande multidão, Jesus subiu ao monte para rezar, escolhe os doze apóstolos e depois chega a um lugar plano e sentando, os seus discípulos e toda a multidão se aproxima d’Ele e então, Ele tomando a palavra e começa ensinar. Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus…

A intenção evidente do evangelista é apresentar-nos um discurso completo. Há, portanto aqui uma unidade retórica, sendo este termo entendido não só como uso de figuras de estilo, mas, sobretudo como forma de usar as palavras e construir o discurso visando cumprir um determinado objetivo, que neste caso é proclamar de um modo novo o Evangelho do Reino.

Não há aqui espaço para uma interpretação detalhada do texto. Utilizaremos como marco hermenêutico a novidade que este sermão nos traz, advertindo desde já que de maneira nenhuma se trata de ruptura com o Antigo Testamento, mas sim do seu pleno cumprimento em Jesus Cristo. De fato, Ele declara: Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. Levar à perfeição é o mesmo que dar pleno cumprimento, realizar plenamente.

À semelhança de Moisés, que sobe ao monte Sinai para receber as tábuas da Lei que há-de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex 19, 3. 20; 24, 15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens, chamados à vocação universal de serem discípulos de Cristo, pela escuta e vivência da sua Palavra: Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu; 7, 24: Ou ainda: Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha). Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha) como o Moisés maior, que estende a Aliança a todos os povos. Assim podemos ver o Sermão da Montanha como «a nova Torah trazida por Jesus».

Devemos insistir, porém que não se trata aqui de abandonar a Torah dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica, enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir nada do que Moisés tinha deixado, Cristo, com a sua ação, o supera e leva à perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro profeta.

O que Mateus nos apresenta no texto de hoje não tenho nem se quer uma sombra de dúvidas de que seja o anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da nova aliança em Cristo, assim como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas da esmola, da oração e do jejum.

A atitude dos filhos do Reino traduz-se numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça, antes de tudo.

Como não se pode dizer que se ama a Deus se não se ama os irmãos, não falta aqui à referência a uma nova relação com o próximo. Finalmente, o epílogo do sermão faz uma recapitulação e um apelo veemente à não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática, de forma consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível, ver como em Jesus Cristo se cumpre a promessa de Deus ao povo de Israel em Dt 18, 15 O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar e a Moisés em Dt 18, 18 Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos; porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar. Como acontece noutras passagens dos Evangelhos, também aqui Jesus Cristo anuncia o Reino dos céus.

Esta é uma forma semítica de dizer “Reino de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado de Deus sobre todas as suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo Homem, criado à sua imagem e semelhança.
O Sermão da Montanha é então para nós um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática em todos os dias, pois ele compreende o ANÚNCIO DE NOVO CÉU E DA NOVA TERRA onde haveremos de morar.

Reflexão Apostólica:

As bem-aventuranças são o anúncio da felicidade, porque proclamam a liberdade, e não o conformismo ou a alienação. Elas anuciam a vinda do Reino através da palavra e ação de Jesus.

Estas tornam presente no mundo a justiça do próprio Deus. Justiça para aqueles que são inúteis ou incômodos para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime.

Os que buscam a justiça do Reino são os “pobres em espírito”. Sufocados no seu anseio pelos valores que a sociedade injusta rejeita, esses pobres estão profundamente convictos de que eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores podem vigorar, surgindo assim uma nova sociedade.
O Evangelho deste domingo nos traz o Sermão da Montanha. Falar dele em poucas palavras é uma missão bem difícil para mim, já que eu olho para ele e vejo uma grande lição em cada versículo.
Sempre que o Sermão da Montanha é mostrado nos filmes, Jesus está andando pelo meio da multidão e falando bem alto. Quando lemos no Evangelho, descobrimos que não foi bem assim, como nos filmes.

Na verdade, Jesus olhou para a multidão, subiu o monte em silêncio, e sentou. Os discípulos se aproximaram e sentaram perto dEle. Foi então que Jesus abriu a boca e começou a ensinar-lhes. Então se os discípulos estavam perto, não tinha pra que falar alto! Foi uma "aula particular" para os discípulos, e que deve ter sido bem mais extensa do que as poucas linhas que ficaram registradas no livro de Mateus.

O Sermão da Monatanha é um dos sermões mais famosos e lembrados de Jesus. Aqui nos detemos em sua introdução, mais conhecida como as “Bem-aventuranças”, pois o sermão é muito mais longo, pois vai até 7, 29, onde acontece a conclusão dizendo que as pessoas ficam assombradas com a sua doutrina “porque ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. Por que pode causar assombro esse ensinamento de Jesus? Vejamos de perto as bem aventuranças e tentemos dar uma resposta.

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus." Quem são os "pobres de Espírito"? E por que é deles o Reino dos Céus? Se alguém nos perguntasse "de quem é o Reino dos Céus?", responderíamos: "dos pobres de espírito"? Com certeza, não? Para entender o que está escondido nesse versículo... Pobre em espírito é aquele que tem o espírito vazio de si próprio, a ponto de reconhecer sua pequenez e pedir humildemente que Deus ocupe esse vazio do seu espírito. Não importa se a pessoa é rica ou pobre de dinheiro, pois não é impossível para o pobre ser arrogante, nem para o rico ser humilde. O Reino dos Céus é destas pessoas porque são estas que se permitem ser preenchidas, no seu vazio, pelo próprio Deus. São estas pessoas que espalham as sementes do Reino dos Céus em forma de Amor.

"Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados." Lembramos aqui que só se aflige quem se importa, quem se preocupa. Com que/quem você se importa? Quem está aflito de verdade, chora. Como Jesus chorou no Getsêmani. Você já chorou de arrependimento pelos seus erros? Pelas dificuldades que você teve (ou está tendo) que enfrentar? Elas foram ou estão sendo necessárias, acreditemos. Se Deus as permitiu, existe uma razão. Você pode até não entender hoje, mas confie em Deus: depois de uma grande aflição, sempre vem uma grande recompensa.

"Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra." O verdadeiro manso é aquele que, mesmo tendo a possibilidade e a escolha de aniquilar aqueles que se opõem a ele, escolhe a paciência. No entanto, o verdadeiro manso não é passivo e indiferente ao que é errado, mas defende a Verdade mesmo que isso lhe custe a vida. Nesse mundo cruel em que vivemos, o normal é que os mansos sejam "engolidos" pelos violentos. Mas na lógica de Jesus, quem vai "herdar a terra", ou seja, quem vai permanecer ao final de tudo, são os mansos. Por quê? Porque os violentos matam-se uns aos outros.

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados." Aqui está implícito algo interessante: que neste mundo a justiça é falha. Mas todos nós já ouvimos a expressão: "a justiça divina tarda, mas não falha". Alguém lhe caluniou? Alguém lhe trapaceou? Alguém lhe condenou e castigou injustamente? Não se preocupe: mais cedo ou mais tarde, essa pessoa terá de acertar as contas com Deus. E, sem sombra de dúvidas, irá colher o que plantou.
A que “bem-aventuranças” se opõem estas bem-aventuranças? Por que essa insistência de Jesus em afirmar as bem-aventuranças? Diante das bem aventuranças (ou do “êxito”) que a sociedade injusta e insolidária oferece, Jesus proclama oito veze onde se encontra e quais as bem-aventuranças do reino de Deus. A verdadeira felicidade se encontra em uma sociedade justa, misericordiosa, pacífica.

A sociedade injusta oferece felicidade no egoísmo, no êxito pessoal, no acúmulo. O reino de Deus oferece felicidade no amor, na sinceridade, na simplicidade. A sociedade injusta, às custas da infelicidade da maioria, cria a felicidade da minoria. A proposta de Jesus no sermão da montanha é a de eliminar toda opressão e toda injustiça procurando a felicidade e a vida em abundancia para todos.

A mesma lógica proposta por Mateus é a lembrada por Paulo (1Co 1,26-31) à comunidade de Corinto. A força de Deus se concretiza em pessoas que não são forte nem sábias na consideração da opinião comum, porém que sabem concretizar a presença de Cristo, força e sabedoria de Deus para que ele “se sinta orgulhoso no Senhor”.

A mensagem que nós podemos tirar deste Evangelho já tão conhecido de todos, é que o conceito de felicidade que o mundo prega é completamente diferente da felicidade que Deus planejou para a nossa vida.
Ser pobre, aflito, manso, faminto, misericordioso, puro de coração, promotor da paz, perseguido, insultado, na concepção humana é, na realidade, uma infelicidade.

Porém, se nos aprofundarmos na sabedoria de Deus, o Espírito nos convencerá de que tudo isso é inerente à nossa condição humana, porém quando nos reconhecemos completamente dependentes da misericórdia do nosso Pai, então, todas essas dificuldades transformam-se em ocasiões para que experimentemos o Seu Amor infinito, e aí então, seremos realmente felizes.

A nossa felicidade aqui na terra está condicionada à nossa experiência pessoal com o Amor de Deus. Nesse caso, todas as ocasiões em que somos mais provados são justamente os momentos em que mais nós temos a amostra da ação de Deus na nossa vida.
Você já experimentou alguma vez a felicidade dessa maneira? Para você o que significa ser feliz? Você já foi perseguido (a) por causa do reino de Deus?
 
Propósito:


Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.

EVANGELHO SÁBADO 01 DE FEVEREIRO

01 Apaixonemo-nos pelos grandes modelos e comecemos a agir! (L 10)  São jose marello
Marcos 4,35-41
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Meditação
Após o período inicial de seu ministério pela Galileia, Jesus se volta também aos territórios gentílicos vizinhos. A expressão "Passemos para a outra margem" significa a nova meta do anúncio do Reino, na outra margem do mar galileu.

Na narrativa da travessia do mar, temos um "milagre da natureza", com a curiosa imposição de silêncio ao vento. Há o contraste entre a tranquilidade de Jesus e a angústia e perturbação dos discípulos diante do mar agitado.

Jesus dá andamento a sua proclamação, ao enfrentar serenamente os conflitos oriundos de seus adversários. Contudo, os discípulos estão atemorizados ante esse novo contexto criado por Jesus, em particular agora em que vão para missão em território exclusivamente gentio. Ele, provocativamente, questiona-os quanto a seu medo e falta de fé. Por sua vez, os discípulos questionam entre si a natureza da missão de Jesus.

A Bíblia nos ensina que é possível que sejamos atingidos por três tipos de “tempestades” em nossas vidas: (1) as “tempestades” que nós mesmos criamos (como aquelas que Sansão viveu por causa de seu envolvimento com Dalila e por não ter domínio próprio); (2) as “tempestades” que são causadas por Deus (como esta passagem do Evangelho de hoje); (3) as “tempestades” criadas por outras pessoas (como a que Paulo e Silas viveram quando foram levados ao cárcere).

Algumas histórias pagãs antigas mencionavam indivíduos poderosos capazes de subjugar as forças da natureza, estes eram considerados deuses. O Evangelho nos mostra que Jesus é Deus porque Ele tem poder e autoridade sobre todas as coisas incluindo as forças da natureza.

Jesus convidou seus discípulos a passarem para a outra margem do Mar da Galiléia. Após um dia cansativo, o Senhor precisa recompor suas forças; descansar; e Ele sabia bem que seus discípulos precisavam fazer isso também a fim de ter uma vida equilibrada.

Vamos para a outra margem!” Foi o convite do Senhor. Jesus olhou aqueles homens que haviam trabalhado duramente, sem descanso e os convida a se retirarem.

Imaginemos o quão estressante seria a vida de Jesus, se Ele não separasse tempo para descansar. Sem privacidade, sem uma casa sua, em seu ministério itinerante, dia após dia o Mestre ia de um lugar a outro, atendendo a todos aqueles que a Ele se achegavam com suas dores, seus problemas de quaisquer ordens.

Facilmente o Mestre teria se esgotado se Ele não soubesse QUANDO devia descansar. Não raro Ele ia ao deserto ou às montanhas refazer-se, por meio da oração, conectando-se ao Pai.

Jesus sabia que o descanso NÃO era algo opcional, por isso Ele sobreviveu ao stress bem como à ansiedade e ao pânico que tantas vezes poderiam ter assolado Sua vida e seu ministério.

Enquanto Jesus dormia tranqüilo, levantou-se grande temporal de vento; o que era bastante comum na região do Mar da Galiléia, o qual era considerado muito perigoso.

Embora fossem homens experientes no lidar com o mar, os discípulos encheram-se de pavor e de ansiedade, pois nunca tinham estado com o barco à deriva, longe da costa. Estavam certos da morte, do naufrágio que os abateria por causa daquela tempestade. Então acordaram a Jesus, porque as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já começava a encher-se de água.

A verdade é que ninguém gosta de tempestades. E nós, que somos cristãos, apesar de sermos advertidos de que seremos provados, muitas vezes enfrentamos grandes problemas ao nos depararmos com as “tempestades” da vida, com nossas dificuldades.

Como permanecer calmos, manter a coragem e a confiança em Deus, não importando as circunstâncias, quando estou em crise em meu casamento, meu trabalho ou com alguém na própria igreja? Como não sucumbir, se forças para além das minhas teimam em me ameaçar?

Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Assim perguntaram os discípulos. Assim perguntamos tantas vezes a Deus. “Senhor, não te importas comigo? Com meu casamento, com minha saúde, com minha vida espiritual, com minhas finanças?”, “Senhor, eu vou perecer!” gritamos assustados e ansiosos pelo “socorro divino”! (Sl 121,1-2)

Os discípulos viviam com Jesus, viam seus feitos todos os dias e ainda assim se angustiaram. É, amados irmãos, a incredulidade é a mãe do pânico e faz parte de nossa natureza humana, principalmente se esta não estiver submetida continuamente a Deus.

Jesus levanta-se, chama a atenção de seus discípulos. Chama-os à razão! “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”, Ele afirma convictamente.

De fato, com Jesus em nosso barco, é preciso que dominemos nossas emoções, nossos temores. A Bíblia nos adverte que nossas emoções são enganosas. (Pv 23,7)

Jesus, então, repreende os ventos e o mar e faz-se GRANDE bonança. Não somente bonança, amados! Porém GRANDE bonança. O que aprendemos com isto? Aprendemos que o Senhor Jesus é Deus! É o Senhor da criação! Ter poder sobre as forças da natureza era para os judeus uma evidência da Divindade. Somente Deus poderia dominar as forças naturais. Todavia sua visão espiritual estava vedada. 

E, ao clamarem por socorro, os discípulos demonstravam que ainda não conheciam o Senhor! Eles ainda não sabiam QUEM Jesus era! Porque o mero conhecimento de Deus é insuficiente para vencermos em tempos difíceis. É necessário passar do limite! É necessário que o conheçamos não apenas de ouvir falar, como bem disse Jó, mas de experimentarmos seu amor real, sua misericórdia que nos resgata sempre!

Será que sabemos QUEM Ele é? Será que quando as adversidades nos assolam, dormimos tranqüilamente, repousando em Deus, crendo que, com Ele em nosso barco, nada poderá nos abater ? Ou será que temos perguntado “Mestre, não te importa que morramos?”, incrédulos ainda do grande poder que o Senhor tem para acalmar TODAS as tempestades, sejam elas terríveis como forem?

Quando o Senhor se levanta, a tempestade cessa, a agitação pára, os ventos se acalmam, porque Ele é Deus! E então experimentamos GRANDE bonança.

Tendo Jesus ordenado que o mar e que os ventos se acalmassem, aqueles homens maravilhados perguntavam-se entre si: “Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?”
Vejamos que a preposição ATÉ em nossa língua é usada para dar a idéia de inclusão. Implicitamente, eles diziam “Ele pode fazer tudo, INCLUSIVE ordenar ao mar e aos ventos que se acalmem!” 
Para que Deus Pai permitiu aquela tempestade? A fim de dar a conhecer aos discípulos QUEM era Jesus.
Vejamos, o que significam, então, para Jesus, os meus problemas, os seus problemas? Sabemos QUEM Ele é? Temos confiado completamente nossa vida a Ele?
Jesus é o amado filho de Deus, que morreu por nós, a fim de nos dar vida em abundância! Ele está aqui hoje e deseja entrar no barco da sua e da minha vida para mudar completamente a nossa sorte!

Você crê nisso? Receba hoje a Ele e você verá que, mesmo em meio às muitas lutas e às tempestades da vida, com Jesus no barco, tempestade alguma nos abaterá!
 Reflexão Apostólica:
Às vezes Jesus também nos chama a ir com Ele para a “outra margem” e nós temos que sair da tranqüilidade da nossa vida e enfrentar a tempestade. Nesses momentos nós até achamos que “procuramos sarnas para nos coçar”, como diz o ditado.

O seguimento de Jesus implica em que saiamos da comodidade da nossa “vidinha” para entrar na Sua barca que na maioria das vezes enfrenta o mar bravo onde a ventania lança ondas fortes e tenta nos afogar. Mesmo sabendo que Jesus está conosco, nós deduzimos que Ele dorme e nos deixa entregue à nossa sorte.

A nossa falta de fé em Jesus que está presente na nossa vida é a causa do medo que nós sentimos nos nossos momentos difíceis. Como o próprio Jesus falou, “Ainda não temos fé”, ou melhor, ainda não nos apossamos deste dom precioso.

Por isso, acordamos Jesus e reclamamos a sua assistência com revolta: “e tu não te importas?” Entretanto, o homem novo, cheio de fé tem confiança em que Jesus está perto, no barco da sua vida e embora que às vezes pareça estar “dormindo”, nunca o abandonará. O medo, embora faça parte da nossa humanidade, não deve, porém, dominar nossa nova criatura.

A fé é como uma ponte que se move debaixo dos nossos pés quando atravessamos as dificuldades com Jesus 

De que você tem medo? Você confia que Jesus está perto de você? Você também costuma argüir a Deus porque as coisas não são diferentes? Você suporta o sofrimento confiando no poder e no Amor de Deus? Qual é a sua reação diante dos seus fracassos? Você já entrou na barca com Jesus?

O Reino de Deus exige seguidores com uma fé profunda e resistente. Ela deve superar todo temor. É o convite que o texto do Evangelho de hoje nos faz. Jesus está dormindo, enquanto os discípulos sentem medo do vento, que é impetuoso.

Os discípulos correm para acordar Jesus: é uma memória da ressurreição e de seu senhorio. É por isso que Jesus fala com o vento como se fosse uma pessoa e o faz com autoridade. Diante de sua Palavra o vento não tem outra saída a não ser obedecer.

No relato, o vento é sinal do maligno e outra vez se demonstra que os espíritos do mal reconhecem o senhorio de Jesus e o obedecem. No Reino, Jesus está ao lado dos que aderem à sua proposta. Não há o que temer! Deus dá a garantia de que seu amor não abandona nunca o crente.

O que o crente deve fazer é convencer-se da companhia sincera de Jesus na história. Deus mesmo caminha e avança com o povo até levá-lo ao porto seguro. Compreendamos algo extremamente importante: Deus não falha!

 Propósito:


Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Evangelho sexta feira 31 janeiro - S. João Bosco

31 - Por que fugir da luta, sabendo que é o nosso legado? Ou sofrer ou morrer, diziam os santos; e nós digamos, pelo menos: ou trabalhar ou morrer! (S 30).  São Jose Marello
Marcos 4,26-34
Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão:
“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.
28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.
30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
Meditação:  
A semente que germina e cresce por si mesma exprime a ação de Deus que comunica amor e vida a todos, suplantando os poderosos deste mundo que semeiam a fome e a morte. A segunda parábola, da inexpressiva semente que se transforma em uma árvore acolhedora dos pássaros, exprime que a fé dos discípulos, desprezível diante do mundo, pode gerar o mundo novo de fraternidade e paz. A prática e o ensino de Jesus são caminho e luz.
Marcos mostra Jesus como Mestre do Reino ensinando às multidões desde a barca de Pedro (4,1). Seu ensino é na base de parábolas ou exemplos. A parábola é uma narração que sob o aspecto de uma comparação, está destinada a ilustrar o sentido de um ensino religioso.
Quando todos os detalhes têm um sentido e significado real, a parábola se taransforma em alegoria. Como em Jo 10,1-16, no caso do bom pastor. No A T as parábolas são escassas, um exemplo é 2 Sm 12, 1-4 em que Natã dá a conhecer seu crime a Davi.
Porém no NT Jesus usa frequentemente as parábolas especialmente como parte de seu ensino do Reino dos Céus, para iluminar certos aspectos do mesmo. No dia de hoje temos duas pequenas parábolas, a primeira própria  de Marcos e a segunda compartida por Mateus (13, 21+) e Lucas (13, 18).
Na parábola da semente, Jesus indica que o Reino tem uma força intrínseca que independe dos trabalhadores. Na segunda que o Reino, minúsculo nos tempo de Jesus, expandir-se-á de modo a se estender pelo mundo inteiro. Vejamos versículo por versículo as palavras de Jesus.
 E dizia: assim é o Reino do Deus, como se um homem lançasse a semente sobre a terra (26). Que significa Reino de Deus? No AT Jahvé, o Deus de Israel, era o verdadeiro rei e seu reino abrangia todo o Universo.
Os juízes eram praticamente os seus representantes. Por isso, o seu profeta Samuel, último juiz, escutou estas palavras: Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, porque não querem mais que eu reine sobre eles (I Sam 8, 7).
A partir de Davi o reino de Deus tem como representante um rei humano, mas a experiência terminou em fracasso, e o reino de Deus acabou por ser um reino futuro escatológico como final dos tempos e transcendente, como sendo Deus mesmo o que seria ou escolheria o novo rei.
Esse reino está chegando e tem seu representante na pessoa de Jesus e dos apóstolos. Nada tem de material ou geográfico, e é formado pelos que aceitam Jesus como Senhor, caminho, verdade e vida.
Por isso dirá Jesus que o reino está dentro de vocês. A Igreja fundada por Jesus é a parte visível desse reino, que não é como os do mundo, mas tem sua base em servir e não em ser servido (Lc 22, 27).
O oposto do amor, que é serviço no reino é o amor ao dinheiro ( Mt 6, 24), de modo que podemos afirmar que o dinheiro é o verdadeiro deus deste mundo.
A primeira comparação que revela como atua o Reino é esta parábola de Jesus, facilmente entendida como tipo, e que finalmente veremos como protótipo nas observações.
E durma e se levante noite e dia; e a semente germine e cresça de um modo que ele não tem conhecido. É importante unir este versículo ao anterior para obter o sentido completo da parábola.
O agricultor faz sua vida independente e a semente nasce e cresce sem ter nada que ver com o agricultor fora o fato de ser semeada por ele no início.
Deste modo Paulo pode afirmar: Eu plantei, Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer. Aquele que planta nada é; aquele que rega nada é; mas importa somente Deus, que dá o crescimento (1 Cor 3, 6-7). Assim, a continuação dirá Jesus: Pois por si mesma a terra frutifica primeiramente a erva, depois a espiga, depois o trigo pleno na espiga .
Quando porém, tiver aparecido o fruto, rapidamente ele envia a foice porque tem aparecido a ceifa. Não há nada a comentar a não ser que o trabalho do agricultor. Vemos como se reduz a semear e ceifar. A terra e a semente fazem o resto.
E dizia: a que compararíamos o Reino do Deus , ou em que parábola o assemelharíamos? Parece que Jesus medita antes de afirmar ou escolhe uma comparação apropriada.
Seu estilo é de chamar a atenção dos ouvintes, um simples recurso oratório que indica por outra parte uma memória viva dos ouvintes e não uma posterior reconstrução. É possível que estas palavras formem parte do método de ensino de Jesus.
Como com a semente da mostarda, a qual quando sendo semeada na  terra é a menor de todas as sementes sobre a terra. A mostarda é uma planta da família da couve ou repolho, de grandes folhas, flores amarelas e pequenas sementes, que tem duas espécies principais: branca e preta. A branca chega até atingir 1,2 m de altura e a preta pode chegar até 3m e 4 m de altura. A negra é comum nas margens do lago de Tiberíades e seu tronco se torna lenhoso. Por isso os árabes falam de árvores de mostarda. Esta variedade so cresce ao longo do lago e nas margens do Jordão. Os pintassilgos, gulosos de suas sementes chegam em bandos para pousar nos seus galhos e comer os grãos. As sementes não são as menores entre as conhecidas, mas parece que eram modelo, na época, de coisas insignificantes.
A mais comum é a branca não tão ardente como a preta, precisamente por sua maior facilidade em recolher os frutos. E quando está semeada surge e se torna maior do que todas as hortaliças e produz galhos grandes de modo que podem, sob sua sombra, as aves do céu habitar . Temos visto como chegam até 3 ou 4 m de altura, suficientes para aninhar os pássaros em seus galhos.
E com muitas parábolas semelhantes falava a eles a palavra do modo que podiam ouvir . Temos aqui uma discriminação feita sem saber a razão de por que foi escolhida por Jesus.
Os discípulos tinham ocasião de saber o significado verdadeiro das comparações, por vezes não muito claras para o ouvinte geral. O caso mais evidente é o do semeador e os diversos terrenos em que a semente cai.
O público em geral podia ficar com a idéia de que a semente da palavra era recebida de formas mui diversas pelos ouvintes, mas a razão destas diferenças só era explicada aos que, interessados, perguntaram junto aos doze pela explicação da mesma (Mc 4, 13-20).
O encontro com a palavra é um dom de Deus, mas a resposta à mesma depende da vontade e do interesse de cada um. A explicação correspondente sempre a receberá quem esteja interessado em saber a verdade.
Na primeira destas parábolas do dia de hoje temos a exposição de como o Reino se expande com uma força que não depende dos homens mas do próprio Deus. Poderíamos dizer que descreve a força interna do Reino.
Na segunda parábola encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria espetacular desde um pequeno grupo insignificante como é a semente da mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete, até uma árvore que nada tem a invejar os carrascos da Palestina.
Uma certeza é evidente: o Reino é uma realidade que não se pode ignorar. Em que consiste? Jesus não revela sua essência, mas devido ao nome estamos inclinados a afirmar que o Reino como nova instituição é uma irrupção da presença de Deus na História humana, que seria uma revolução e uma conquista, não violenta mas interior do homem, e que deveria mudar a religião em primeiro lugar e as relações sociais em segundo termo.
Numa época em que revoluções externas e lutas pelo poder estavam unidas a uma teocracia religiosa era perigoso anunciar a natureza verdadeira do Reino. Daí que só as externas qualidades do Reino tenham sido descritas e de modo a não levantar reações violentas. O reino sofrerá violências mas não será o violentador (Mt 11, 12).
Se quisermos apurar as coisas, poderíamos atribuir ao Reino uma universalidade que não tinha a Antiga aliança. Mas isto é esticar as coisas além do estado natural das coisas e da narração de hoje no evangelho de Marcos.
Reflexão Apostólica:
As duas parábolas do evangelho de hoje são estímulo e fortalecimento da esperança nas comunidades. O lavrador aplica-se com esforço à semeadura e ao cultivo de sua plantação. Porém, a vida que se desenvolve a partir da semente é obra de Deus. E uma insignificante semente já tem certa grandiosidade, revelada com o tempo.
Os sistemas opressores defendem o progresso que os beneficia, mas sacrifica o povo e a natureza. Contudo, estas parábolas das sementes revelam o projeto do Reino de Deus de resgatar a vida sobre a terra.
Tal projeto parece frágil diante dos poderes deste mundo. Todavia, seu desabrochar e crescimento, como obras de Deus, não serão tolhidos por ninguém. O Reino de Deus é o banquete da celebração da vida plena para todos, a qual se vai manifestando até atingir a plenitude.
As religiões querem se sentir com todo poder e auto-suficientes, crendo que a tarefa da salvação está nelas e, pior ainda, afirmam que fora delas não há salvação. Mas Deus age com outros parâmetros. O que nos recorda a parábola de hoje é que as plantas crescem pela força da terra e não pelo poder do semeador. Esta grande comparação é aplicada por Jesus ao Reino.

Quer dizer, o Reino é obra de Deus. Para conseguir entender esta grande lição que sai da alma de Jesus, primeiro temos que perceber que Deus, ao assumir a dimensão humana, não tem medo de impulsionar, desde esta dimensão, sua grande obra de divinização da humanidade. O evangelho deixa claro que, é Deus e não os instrumentos de nenhuma instituição, quem torna possível que o Reino cresça.

Da pequenez, Deus faz que uma realidade tão majestosa como o Reino aconteça. O Reino é a simplicidade, a humildade, o resgate do irmão, a inclusão dos que são diferentes, a dignificação do pobre. Por isso o Evangelho o expressa com o símbolo do grão de mostarda. A Igreja será cada vez mais parecida ao Reino se nos voltarmos às pequenas comunidades, sementes de uma nova maneira de ser Igreja e de ser cristão.

O reino de Deus é como uma semente que é lançada no nosso coração por meio da mensagem que Jesus Cristo veio nos trazer. Quando nós acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós o processo de germinação e fecundação do reino de Deus, uma vida nova que iremos oferecer ao mundo.
É Deus quem no nosso próprio coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem nós mesmos percebamos. A cada dia, mais e mais nós vamos ficando plenos do Espírito Santo, que opera em nós e, por isso, os nossos valores vão mudando, as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações vão se afeiçoando aos ensinamentos de Jesus.
Isto significa que o reino de Deus cresce dentro de nós de mansinho, silenciosamente, de tal maneira que um dia nós estamos tão cheios de alegria, paz e felicidade que não dá mais para conter, por isso, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. É o momento da colheita!
O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia.
Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu.
Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar nós teremos como conseqüência, uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade.
Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente.
A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos. 
Você tem notado o crescimento do reino de Deus em você? Quais as mudanças que aconteceram em você? Você se sente mais feliz, hoje do que antes? Você já está sendo árvore que dá sombra? Você se sente amado (a) por Deus?
Propósito:


Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Evangelho quinta feira 30 de janeiro

30 - O espírito humano, como os fluídos, se coloca sempre no nível dos objetos que o rodeiam. (L 30)  São Jose Marello

Marcos 4,21-25
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. 24Jesus dizia ainda: “Pres­tai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”. 
Meditação:  
O povo de Israel também teve essa vocação de iluminar o mundo inteiro, mas os interesses mesquinhos e o fanatismo fizeram com que se extinguisse a chama da humanidade nova, em torno do Deus libertador e humanizador. Por isso Jesus assume o compromisso de convidar seus discípulos e discípulas a tomar a chama que Israel não manteve acesa e reiniciar um processo novo de iluminação de toda a humanidade.

Nessa linha evangélica, a tarefa de todo cristão é fazer com que a luz de Cristo que emana, que inclui, que redime, que humaniza, que valoriza e respeita toda diferença, que faz possível a justiça, os direitos dos povos e salvaguarda a criação, chegue a todos os rincões do mundo e se possa conseguir a grande civilização do amor. Esta é uma grande responsabilidade que todo crente em Jesus tem ante a história. Ser luz!


A pessoa que recebeu a Palavra de Deus de bom grado em seu coração há de frutificar grandemente, de maneira que todos possam ver os seus frutos. Daí a parábola da candeia, que revela a posição que ocupará no reino espiritual aquele que se deixou transformar completamente pela semente da Palavra.
Marcos apresenta alguns ditos de Jesus que são encontrados, dispersos, em Mateus e Lucas. O dito a respeito da lâmpada sobre o candelabro é encontrado no evangelho de Mateus, introduzido pela proclamação: “Vós sois a luz do mundo!” no início do Sermão da Montanha.

Assim, o testemunho dos discípulos deve ser uma luz para o mundo. No ensinamento de Jesus, não há nenhuma falsidade oculta, como na doutrina dos fariseus, nem ensinamento reservado a grupos elitizados, como no gnosticismo.

“E disse-lhes: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O candelabro era a lâmpada dos tempos de Jesus. Na parábola, a candeia significa a luz de Deus que brilha através de alguém que realmente teve uma experiência pessoal com Jesus. Sua vida vai manifestar um brilho especial como que dizendo ao mundo que se achou o caminho da paz, da alegria, da fé, que as pessoas tanto procuram.

O papel da Palavra de Deus no coração do homem é justamente este, o de tirar o homem das trevas do ódio e da amargura, e coloca-lo na luz do amor de Deus.

Uma vez que o indivíduo teve essa experiência e vai crescendo mais e mais no conhecimento de Deus, a luz de Cristo no seu interior vai brilhar cada vez mais intensamente a fim de se manifestar aos homens que ainda vivem nas trevas (Jo 1,4-5; I Jo 1,5-7)

“E disse-lhes: Vem porventura o candelabro para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O texto diz que a lamparina não vem para ser deixada num lugar qualquer da casa, mas sim no velador que sempre era posicionado em lugares altos de onde podia iluminar toda a casa.

Jesus está dizendo que aquele que teve uma experiência genuína com Deus e que está crescendo em maturidade através da semente plantada em seu coração, certamente será posicionado em lugares cada vez mais estratégicos no reino espiritual de maneira que possa abençoar as pessoas de forma mais eficaz.

Quem nos posiciona em lugares altos é o Senhor nosso Deus. Ele conhece o nosso coração e sabe se de fato temos frutificado e sido abençoadores de outras vidas. Aquele que é fiel no pouco sobre o muito será colocado (Mt 25,23).

“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4,22). Jesus disse que nada está encoberto senão para vir à luz.

Ele está querendo dizer que assim como uma semente plantada na terra permanece oculta por um certo tempo, vindo depois à luz, da mesma forma, toda semente divina plantada no coração do homem, tende a manifestar-se no seu devido tempo, revelando sua espécie.

Aquele que tem recebido pela fé a Palavra de Deus em seu coração, mais cedo ou mais tarde, terá a alegria de ver esta Palavra manifestada aos homens, pelas novas atitudes e obras praticadas. A luz de Deus deixará de estar no oculto do coração, para ser algo notório a todos os homens (Gl 5,22-23)
“Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” - Marcos 4,23. Os versículos seguintes aos mencionados acima mostram que, para que a luz venha a de fato manifestar-se, é necessário que o homem, canal da luz, seja um bom ouvinte da Palavra. Os versículos 23 e 24 dizem: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Também lhes disse: Atendei ao que ouvis”.

Os ouvidos precisam atentar a toda palavra que sai da boca de Deus, porque destas viverá o homem (Dt 8,3 b). O solo que frutificou na parábola do semeador foi aquele que, antes de tudo, ouviu a Palavra e a recebeu, e só então pôde dar o fruto esperado. Antes da frutificação vem o receber, e antes do receber vem o ouvir.

A pergunta que queremos deixar aqui é sobre como temos ouvido a Palavra. Não o ouvir com os ouvidos naturais, mas com os ouvidos do coração. Porque toda frutificação depende de ouvidos sensíveis e receptivos ao que Deus está falando.

 “E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis.” (Mc 4,24-25)

Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe não condena, mas pratica a misericórdia. Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância.

A sentença final pode ser um provérbio popular da Antigüidade, que interpreta as relações socioeconômicas daquelas sociedades, no mundo grego-romano e oriental.

O rico acumula cada vez mais riquezas, à custa dos pobres, cada vez mais empobrecidos. Com certo constrangimento, seria aplicado na perspectiva da fé. Quem tem a fé vai se fortalecendo cada vez mais, enquanto aquele que não a tem, vai se debilitando.
Com que intensidade nós queremos ver a manifestação do brilho de Deus em nossas vidas? Qual o posicionamento no reino espiritual que esperamos da parte de Deus? 

Todas estas questões dependem de como nos debruçamos de coração ao que estamos a ouvir da parte de Deus. A medida de unção, revelação e autoridade espiritual dependem de uma atitude cada vez mais positiva em relação à Palavra de Deus a nós ministrada. Se a desprezarmos ela não terá proveito para nós; mas se a valorizarmos, Deus nos acrescentará mais e mais de tudo o que ela oferece (Jr 29,13; 33,3).

Que toda transformação do nosso coração, operada por Deus e por Sua Palavra, possa resultar na iluminação de milhares de pessoas.
Reflexão Apostólica:

A luz é o símbolo mais apropriado para falar da finalidade do anúncio da Boa Nova e do que deve ser a comunidade cristã no mundo. A Boa Nova é como uma lâmpada que deve ser posta em um lugar apropriado para que toda a “casa” (a criação, a comunidade) fique iluminada e possa ver com clareza o mistério de Deus revelado em Jesus e possa perceber suficientemente os perigos, as ausências de luz.

É necessário anunciar a Boa Nova da salvação a toda humanidade, para que seja escutada e vivida, celebrada e compartilhada. Ela não pode ser ocultada, pois ela revela o destino final da pessoa: viver plena e dignamente. Quem é partícipe dessa Boa Nova deve adquirir o compromisso de vivê-la e comunicá-la; do contrário, essa luz, igual à semente em terreno pedregoso, se desvanecerá e morrerá.

Em Marcos não encontramos longas falas de Jesus como, por exemplo, nos evangelhos de Mateus e, principalmente, de João. Contudo, Marcos reúne (Mc 4,1-34) uma coletânea de parábolas e sentenças em formato de um discurso de Jesus, articuladas entre si e inseridas no contexto de formação dos discípulos, na perspectiva de esclarecimentos sobre o Reino e a missão. A lâmpada vem para iluminar, não para ficar escondida: a palavra vem para ser divulgada e testemunhada.

A lâmpada é a palavra que revela e desmascara a ideologia e as práticas escusas dos dirigentes de Jerusalém e das sinagogas. Ouvir é acolher a Palavra e pô-la em prática. Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe, não condena, mas pratica a misericórdia.

Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância. A alusão ao "ter" e "não ter" é um dito realista da sociedade injusta que exclui cada vez mais os pobres. Com certo constrangimento, aplica-se à disposição de acolhida a Palavra (a este "será dado"), questionando o Judaísmo que se fechou (a este "será tirado").

O evangelho de hoje expressa que a melhor maneira de manter acesa a lâmpada da Boa Nova, da presença salvifica de Deus no meio da comunidade, é através de uma entrega sem medida aos demais; deve-se imitar Deus que se entrega por inteiro, oferecer-se todo para salvar as pessoas da escuridão.

As nossas ações devem ser produtos dos nossos pensamentos e também dos nossos sentimentos. Nesta leitura Jesus nos exorta para que elas sejam como lâmpadas acesas colocadas em lugar alto a fim de que todas as pessoas que as vejam sejam iluminadas, isto é, tenham conhecimento. Portanto, as nossas ações devem revelar o que nós cultivamos dentro de nós mesmos (as).

Se, cultivamos em nós bons pensamentos e regamos os nossos bons sentimentos nós poderemos também realizar boas obras as quais são como lâmpadas acesas que podem ser vistas por todas as pessoas.

Quando nós falseamos, quando nós blefamos e escondemos as nossas reais intenções nós também somos capazes de praticar ações duvidosas que por mais que aparentem bondade, são, no entanto, arapucas que nós armamos para que outros caiam.

Aí, nós revelamos, apenas escuridão. Jesus continua nos advertindo em relação às nossas ações e, agora também, quanto aos nossos julgamentos quando diz: “com a mesma medida com que medirdes também vós sereis medidos”.

Muitas vezes nós usamos critérios muito exigentes para com os nossos irmãos e irmãs e não nos apercebemos de que com o mesmo rigor nós também seremos julgados (as), e… por nós mesmos (as)!

A medida, então, é a que nós usamos, isto é, a nossa medida. Existe um ditado popular que expressa muito bem o que o Senhor nos fala: “quem disto usa, disto cuida”.

Portanto, que nós tenhamos cuidado de purificar os nossos pensamentos e sentimentos a fim de que possamos atuar com sinceridade e com transparência irradiando ao mundo a Luz que vem do Senhor. E que as nossas ações e os nossos julgamentos para com os nossos irmãos (ãs) sejam feitos com uma medida ajustada à nossa própria fraqueza, portanto, cheios de misericórdia e compaixão. 

Você é uma pessoa transparente e sincera? As suas ações acompanham os seus sentimentos e pensamentos ou você consegue camuflá-las? Você é muito rigoroso (a) com os erros das pessoas? E com os seus? Você é uma pessoa que se impacienta por qualquer coisa? Qual é a sua medida?

Propósito:
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Evangelho quarta feira 29 janeiro

29 Temos que sofrer muitas contradições na carne e no espírito. Mas esta é a nossa missão: carregar generosamente a cruz seguindo as pegadas do Mestre. Ele certamentenos dará a força necessária para que possamos chegar, sem desvios, à grande meta doParaíso. (L 52). São jose marello

EVANGELHO Mc 4, 1-20

Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo à beira mar. Veio reunir-se junto d’Ele tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar. Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas. E dizia-lhes no Seu ensino: «Escutai: Saiu o semeador a semear. Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram as aves e comeram-na. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; logo brotou, porque a terra não era funda. Mas, quando o sol nasceu, queimou-se e, como não tinha raiz, secou. Outra parte caiu entre espinhos; os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto. Outras sementes caíram em boa terra e começaram a dar fruto, que vingou e cresceu, produzindo trinta, sessenta e cem por um». E Jesus acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça». Quando ficou só, os que O seguiam e os Doze começaram a interrogá-l’O acerca das parábolas. Jesus respondeu-lhes: «A vós foi dado a conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas, para que, ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam; senão, convertiam-se e seriam perdoados». Disse-lhes ainda: «Se não compreendeis esta parábola, como haveis de compreender as outras parábolas? O semeador semeia a palavra. Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada, são aqueles que a ouvem, mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles. Os que recebem a semente em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria; mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente. Outros há que recebem a semente entre espinhos. Esses ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e todas as outras ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica sem dar fruto. E os que receberam a palavra em boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam e frutificam, dando trinta, sessenta ou cem por um».

Compreender a PalavraA Palavra de Deus é muitas vezes comparada com a semente. É Deus a força da Palavra que gera fruto no homem que a escuta. É também Deus a força da Palavra que actua na história do seu povo. Esta parábola faz parte de um conjunto de três, sendo esta a maior de todas e a única que apresenta uma explicação só para os discípulos.

O semeador é Deus, a semente é a sua Palavra e o terreno é o coração de cada homem, o que se anuncia é a chegada do Reino. Aparentemente há um fracasso, porque apenas um grupo de ouvintes tem um coração onde a palavra germina e produz trinta, sessenta e cem por um. No entanto, ainda é tempo de preparar o terreno, acolher a semente e esperar confiado. O tempo decisivo ainda virá e aí se decide quem deu fruto e quem só deu espinhos.

Meditar a Palavra
A força da Palavra de Deus é evidente e põe a descoberto a atitude dos ouvintes. Deus, que dá à palavra o poder de gerar fruto naqueles que a escutam, nem por momentos, tem como intenção obrigar o homem a aceitar a verdade que lhe comunica. A liberdade de cada um gera situações diferentes criando quatro grupos distintos entre os ouvintes.

Aquele que escuta corre sérios riscos de tomar a pior decisão. Duas conclusões podemos tirar: primeiro, a situação da Palavra na nossa vida exige um tempo de espera para que se vejam os frutos trazidos pela chegada do Reino até nós e segundo, a importância da Palavra exige que me questione sobre a qualidade do terreno do meu coração. Como estou a preparar o coração para acolher a Palavra e o reino que nela me é anunciado?

Rezar a Palavra
Senhor, é evidente a força da tua Palavra. Dela surgiram todas as coisas e ao sopro da tua boca todas te obedecem. Quiseste criar-me à tua imagem e semelhança e deste-me a possibilidade de decidir, de acordo com a minha liberdade. No limite, esta liberdade, pode recusar-te e rejeitar a tua voz.

Ao contrário de todas as criaturas, eu posso recusar ouvir a tua voz e rejeitar a tua palavra. É loucura, porque sem o teu sopro não posso viver. Sei que posso esquecer-me de ti mas sei também que se te esquecesses de mim deixaria de existir. Peço-te que, na minha liberdade, seja capaz de compreender que, sem a tua voz, sem a tua Palavra, sem o sopro que sai da tua boca, não viverei.


CompromissoQuero prestar atenção ao modo como estou a acolher a Palavra de Deus na minha vida.