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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Evangelho quinta feira 30 de janeiro

30 - O espírito humano, como os fluídos, se coloca sempre no nível dos objetos que o rodeiam. (L 30)  São Jose Marello

Marcos 4,21-25
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. 24Jesus dizia ainda: “Pres­tai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”. 
Meditação:  
O povo de Israel também teve essa vocação de iluminar o mundo inteiro, mas os interesses mesquinhos e o fanatismo fizeram com que se extinguisse a chama da humanidade nova, em torno do Deus libertador e humanizador. Por isso Jesus assume o compromisso de convidar seus discípulos e discípulas a tomar a chama que Israel não manteve acesa e reiniciar um processo novo de iluminação de toda a humanidade.

Nessa linha evangélica, a tarefa de todo cristão é fazer com que a luz de Cristo que emana, que inclui, que redime, que humaniza, que valoriza e respeita toda diferença, que faz possível a justiça, os direitos dos povos e salvaguarda a criação, chegue a todos os rincões do mundo e se possa conseguir a grande civilização do amor. Esta é uma grande responsabilidade que todo crente em Jesus tem ante a história. Ser luz!


A pessoa que recebeu a Palavra de Deus de bom grado em seu coração há de frutificar grandemente, de maneira que todos possam ver os seus frutos. Daí a parábola da candeia, que revela a posição que ocupará no reino espiritual aquele que se deixou transformar completamente pela semente da Palavra.
Marcos apresenta alguns ditos de Jesus que são encontrados, dispersos, em Mateus e Lucas. O dito a respeito da lâmpada sobre o candelabro é encontrado no evangelho de Mateus, introduzido pela proclamação: “Vós sois a luz do mundo!” no início do Sermão da Montanha.

Assim, o testemunho dos discípulos deve ser uma luz para o mundo. No ensinamento de Jesus, não há nenhuma falsidade oculta, como na doutrina dos fariseus, nem ensinamento reservado a grupos elitizados, como no gnosticismo.

“E disse-lhes: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O candelabro era a lâmpada dos tempos de Jesus. Na parábola, a candeia significa a luz de Deus que brilha através de alguém que realmente teve uma experiência pessoal com Jesus. Sua vida vai manifestar um brilho especial como que dizendo ao mundo que se achou o caminho da paz, da alegria, da fé, que as pessoas tanto procuram.

O papel da Palavra de Deus no coração do homem é justamente este, o de tirar o homem das trevas do ódio e da amargura, e coloca-lo na luz do amor de Deus.

Uma vez que o indivíduo teve essa experiência e vai crescendo mais e mais no conhecimento de Deus, a luz de Cristo no seu interior vai brilhar cada vez mais intensamente a fim de se manifestar aos homens que ainda vivem nas trevas (Jo 1,4-5; I Jo 1,5-7)

“E disse-lhes: Vem porventura o candelabro para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” (Mc 4,21)
O texto diz que a lamparina não vem para ser deixada num lugar qualquer da casa, mas sim no velador que sempre era posicionado em lugares altos de onde podia iluminar toda a casa.

Jesus está dizendo que aquele que teve uma experiência genuína com Deus e que está crescendo em maturidade através da semente plantada em seu coração, certamente será posicionado em lugares cada vez mais estratégicos no reino espiritual de maneira que possa abençoar as pessoas de forma mais eficaz.

Quem nos posiciona em lugares altos é o Senhor nosso Deus. Ele conhece o nosso coração e sabe se de fato temos frutificado e sido abençoadores de outras vidas. Aquele que é fiel no pouco sobre o muito será colocado (Mt 25,23).

“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4,22). Jesus disse que nada está encoberto senão para vir à luz.

Ele está querendo dizer que assim como uma semente plantada na terra permanece oculta por um certo tempo, vindo depois à luz, da mesma forma, toda semente divina plantada no coração do homem, tende a manifestar-se no seu devido tempo, revelando sua espécie.

Aquele que tem recebido pela fé a Palavra de Deus em seu coração, mais cedo ou mais tarde, terá a alegria de ver esta Palavra manifestada aos homens, pelas novas atitudes e obras praticadas. A luz de Deus deixará de estar no oculto do coração, para ser algo notório a todos os homens (Gl 5,22-23)
“Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” - Marcos 4,23. Os versículos seguintes aos mencionados acima mostram que, para que a luz venha a de fato manifestar-se, é necessário que o homem, canal da luz, seja um bom ouvinte da Palavra. Os versículos 23 e 24 dizem: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Também lhes disse: Atendei ao que ouvis”.

Os ouvidos precisam atentar a toda palavra que sai da boca de Deus, porque destas viverá o homem (Dt 8,3 b). O solo que frutificou na parábola do semeador foi aquele que, antes de tudo, ouviu a Palavra e a recebeu, e só então pôde dar o fruto esperado. Antes da frutificação vem o receber, e antes do receber vem o ouvir.

A pergunta que queremos deixar aqui é sobre como temos ouvido a Palavra. Não o ouvir com os ouvidos naturais, mas com os ouvidos do coração. Porque toda frutificação depende de ouvidos sensíveis e receptivos ao que Deus está falando.

 “E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis.” (Mc 4,24-25)

Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe não condena, mas pratica a misericórdia. Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância.

A sentença final pode ser um provérbio popular da Antigüidade, que interpreta as relações socioeconômicas daquelas sociedades, no mundo grego-romano e oriental.

O rico acumula cada vez mais riquezas, à custa dos pobres, cada vez mais empobrecidos. Com certo constrangimento, seria aplicado na perspectiva da fé. Quem tem a fé vai se fortalecendo cada vez mais, enquanto aquele que não a tem, vai se debilitando.
Com que intensidade nós queremos ver a manifestação do brilho de Deus em nossas vidas? Qual o posicionamento no reino espiritual que esperamos da parte de Deus? 

Todas estas questões dependem de como nos debruçamos de coração ao que estamos a ouvir da parte de Deus. A medida de unção, revelação e autoridade espiritual dependem de uma atitude cada vez mais positiva em relação à Palavra de Deus a nós ministrada. Se a desprezarmos ela não terá proveito para nós; mas se a valorizarmos, Deus nos acrescentará mais e mais de tudo o que ela oferece (Jr 29,13; 33,3).

Que toda transformação do nosso coração, operada por Deus e por Sua Palavra, possa resultar na iluminação de milhares de pessoas.
Reflexão Apostólica:

A luz é o símbolo mais apropriado para falar da finalidade do anúncio da Boa Nova e do que deve ser a comunidade cristã no mundo. A Boa Nova é como uma lâmpada que deve ser posta em um lugar apropriado para que toda a “casa” (a criação, a comunidade) fique iluminada e possa ver com clareza o mistério de Deus revelado em Jesus e possa perceber suficientemente os perigos, as ausências de luz.

É necessário anunciar a Boa Nova da salvação a toda humanidade, para que seja escutada e vivida, celebrada e compartilhada. Ela não pode ser ocultada, pois ela revela o destino final da pessoa: viver plena e dignamente. Quem é partícipe dessa Boa Nova deve adquirir o compromisso de vivê-la e comunicá-la; do contrário, essa luz, igual à semente em terreno pedregoso, se desvanecerá e morrerá.

Em Marcos não encontramos longas falas de Jesus como, por exemplo, nos evangelhos de Mateus e, principalmente, de João. Contudo, Marcos reúne (Mc 4,1-34) uma coletânea de parábolas e sentenças em formato de um discurso de Jesus, articuladas entre si e inseridas no contexto de formação dos discípulos, na perspectiva de esclarecimentos sobre o Reino e a missão. A lâmpada vem para iluminar, não para ficar escondida: a palavra vem para ser divulgada e testemunhada.

A lâmpada é a palavra que revela e desmascara a ideologia e as práticas escusas dos dirigentes de Jerusalém e das sinagogas. Ouvir é acolher a Palavra e pô-la em prática. Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe, não condena, mas pratica a misericórdia.

Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância. A alusão ao "ter" e "não ter" é um dito realista da sociedade injusta que exclui cada vez mais os pobres. Com certo constrangimento, aplica-se à disposição de acolhida a Palavra (a este "será dado"), questionando o Judaísmo que se fechou (a este "será tirado").

O evangelho de hoje expressa que a melhor maneira de manter acesa a lâmpada da Boa Nova, da presença salvifica de Deus no meio da comunidade, é através de uma entrega sem medida aos demais; deve-se imitar Deus que se entrega por inteiro, oferecer-se todo para salvar as pessoas da escuridão.

As nossas ações devem ser produtos dos nossos pensamentos e também dos nossos sentimentos. Nesta leitura Jesus nos exorta para que elas sejam como lâmpadas acesas colocadas em lugar alto a fim de que todas as pessoas que as vejam sejam iluminadas, isto é, tenham conhecimento. Portanto, as nossas ações devem revelar o que nós cultivamos dentro de nós mesmos (as).

Se, cultivamos em nós bons pensamentos e regamos os nossos bons sentimentos nós poderemos também realizar boas obras as quais são como lâmpadas acesas que podem ser vistas por todas as pessoas.

Quando nós falseamos, quando nós blefamos e escondemos as nossas reais intenções nós também somos capazes de praticar ações duvidosas que por mais que aparentem bondade, são, no entanto, arapucas que nós armamos para que outros caiam.

Aí, nós revelamos, apenas escuridão. Jesus continua nos advertindo em relação às nossas ações e, agora também, quanto aos nossos julgamentos quando diz: “com a mesma medida com que medirdes também vós sereis medidos”.

Muitas vezes nós usamos critérios muito exigentes para com os nossos irmãos e irmãs e não nos apercebemos de que com o mesmo rigor nós também seremos julgados (as), e… por nós mesmos (as)!

A medida, então, é a que nós usamos, isto é, a nossa medida. Existe um ditado popular que expressa muito bem o que o Senhor nos fala: “quem disto usa, disto cuida”.

Portanto, que nós tenhamos cuidado de purificar os nossos pensamentos e sentimentos a fim de que possamos atuar com sinceridade e com transparência irradiando ao mundo a Luz que vem do Senhor. E que as nossas ações e os nossos julgamentos para com os nossos irmãos (ãs) sejam feitos com uma medida ajustada à nossa própria fraqueza, portanto, cheios de misericórdia e compaixão. 

Você é uma pessoa transparente e sincera? As suas ações acompanham os seus sentimentos e pensamentos ou você consegue camuflá-las? Você é muito rigoroso (a) com os erros das pessoas? E com os seus? Você é uma pessoa que se impacienta por qualquer coisa? Qual é a sua medida?

Propósito:
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.

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