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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Evangelho 10 de janeiro

Lucas 5,12-16

 "Estando Jesus numa das cidades, apareceu um homem coberto de lepra. Ao ver Jesus, ele caiu com o rosto em terra e suplicou-lhe: "Senhor, se queres, tens o poder de purificar-me". Estendendo a mão, Jesus tocou nele e disse: "Quero, sejas purificado". E imediatamente a lepra desapareceu. E ordenou-lhe que não o contasse a ninguém. "Mas", disse, "vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta por tua purificação a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho". Cada vez mais, sua fama se espalhava, e as multidões acorriam para ouvi-lo e para serem curadas de suas doenças. Ele, porém, se retirava para lugares desertos, onde se entregava à oração"   
                                              
Meditação

O Evangelho de hoje nos coloca um milagre de cura aparentemente diferente das outras curas que Jesus realizou. Na de hoje, o leproso diz a Jesus: "Senhor, se quiseres, Tu tens o poder de me purificar!" E Jesus responde: "Quero, sejas purificado" E imediatamente a lepra o deixou. Parece até que o homem não precisou fazer nada, mas será que foi assim mesmo?
Sabemos que na época de Jesus, os que tinham doenças contagiosas (a lepra era uma delas) eram proibidos de entrar nas cidades. E caso precisassem entrar, a lei os obrigava a sair gritando e fazendo muito barulho, para avisar às pessoas que não se aproximassem dele. Imagine a humilhação!

O Evangelho de hoje começa dizendo que Jesus estava numa cidade, e um leproso foi procurá-lo. Quando encontrou Jesus, o leproso caiu aos seus pés e começou a falar com o mestre. Fico imaginando o quanto esse coitado já havia sofrido pela sua doença. O simples ato de se atirar aos pés de Jesus já denotava o desespero que ele já vinha sentindo.
É difícil imaginar como se sente alguém que é privado do convívio social por causa de uma doença (e naquele tempo, doença era sinônimo de pecado!). A solidão é uma sensação assustadora! O leproso procurou Jesus porque era a sua última esperança!
Ao pedir a Jesus a sua purificação (perdão dos pecados), também estava pedindo a sua cura física. Ao dizer que queria que o leproso ficasse purificado, estava fazendo algo que transcende ao nosso entendimento superficial...

Jesus estava fazendo com que o leproso deixasse de se sentir culpado, independente de qual fosse a razão dessa culpa! Jesus estava dando uma nova oportunidade de recomeçar a vida a partir daquele momento, deixando o passado pra trás, e vivendo o presente para preparar o futuro.
É isso que Jesus diz a nós hoje: "Eu quero, fica purificado! Não fique se culpando pelo que já passou! Gaste suas energias físicas e mentais com aquilo que você pode fazer daqui por diante para ser feliz, e fazer os outros felizes! Eu quero! O leproso quis! E você, quer?"

Reflexão Apostólica:

Sabe aquelas lendas que rondam a internet? Histórias que de fato não sabemos se foram verdade ou não? Vou contar um pedaço de uma pra enfatizar sobre o que explanaremos hoje.
Dizem que um certo homem chamado Mahatma Gandji, líder hindu e grande expressão na Índia e no no século passado, era um grande admirador de Jesus.
Relatam que, com muita frequência, usava os ensinamentos do sermão da montanha em suas colocações diárias. Dizia ele que se vivêssemos o sermão do monte teríamos a resposta para a paz no mundo.

Por que alguém que tanto admirava a Jesus permaneceu hindu? Relatos dizem que ficou muito decepcionado conosco (os cristãos), pois não pode entrar numa igreja.
Se essa estória é verdadeira ou não, talvez não importe, mas algo nos remete ao evangelho de hoje. Quantos passaram a procurar Jesus pelo que falavam de bem dele. Não acredito que eram apenas os milagres que traziam as pessoas. Lembrem de ontem.

Tenho tanta convicção disso que me entristeço pelas pessoas que conduzem outras a Jesus por coisas passageiras, mas ao mesmo tempo alegro-me por que vieram.
Como diria um frei da nossa comunidade quando questionado sobre aquele famoso dizer que acostumamos a ouvir “os piores estão na igreja” ele respondeu: Sim, pode ser, mas pelo menos são pessoas que reconhecem sua pequenez e dentro da igreja procuram algo melhor, crescer, amadurecer, enquanto outros acham que não precisam!
Mas trazendo de volta os primeiros parágrafos dessa reflexão… O que adianta Deus arrebanhar seu povo se nós mesmos não os deixamos entrar?

Já falei isso e volto a afirmar: criamos regras impossíveis para quem acabou de ter a epifania de Deus em suas vidas e ardentemente desejam voltar. Não estou falando das regras que cada igreja tem, mas das “regras” que nós impomos as pessoas.
Jesus corria dos holofotes e dos tapinhas nas costas. Tentava sem sucesso passar despercebido aos olhos dos mestres da lei, mas algo Nele era uma santa rotina “Jesus ia para lugares desertos e orava”.
É estranho ver hoje a exploração da imagem Dele na TV. Vejo um senhor se dizer apóstolo, marcar hora e lugar e cobrar por um milagre, vejo-o também em troca dizer que “não precisa ter fé, pois a dele bastará”.
Jesus nas mãos dessas pessoas e de outras muitas se tornou uma peça exposta naqueles canais de compras pela TV.

Virou um “Jesus” comercial que “obedece” as vontades deles. E não é somente eles que vemos a afastar as pessoas do que é santo e belo em troca de uma falsa prosperidade. É muito triste, mas muitos usam o sofrimento que passam as pessoas para facilitar o acesso.
Não posso afirmar e nem me atrever a dizer que ali ou acolá não aconteceram graças, pois onde abundou o pecado superabundou a graça e nem tão pouco deixar de crer na fé das pessoas que como o leproso, viram Jesus, se colocaram aos seus pés e foram curados.
O que cura verdadeiramente não são as mãos do pregador, do pastor, do padre, mas a misericórdia infinita de Deus sobre aquele que pede e consegue tocar ao Senhor.

(…) Aqui entramos no mistério de Deus. Nós não conhecemos os planos d’Ele na escolha de quem será atendido. Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do Senhor”. (livro “Como se faz um santo” -  Cardeal Saraiva Martins)
Em suma, ninguém que viu o Senhor continuou o mesmo depois do encontro. A epifania muda a rota de uma pessoa. Cura as lepras da alma.
Devemos favorecer esses encontros e não afugentar as pessoas.


Oração: Pai, que a oração me ajude a descobrir o verdadeiro sentido do serviço que presto 

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