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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Evangelho 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM 19 DE JANEIRO

19 Senhor, inspirai-nos a melhor oração com que nos havemos de dirigir a Vós e depois concedei-nos a graça de adorar sempre os decretos de vossa Vontade. (L 183). São Jose Marello

João 1,29-34

Naquele tempo, 29João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. 32E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. 34Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!” 

Meditação:  

O Amor de Deus marcou para sempre nossas vidas. Ele nos tirou das trevas e nos fez enxergar a luz da eternidade. Não há mais razão para ficar triste ou viver amargurado se Deus está conosco e no meio de nós. Grande significado tem para nós, hoje, o dedo indicador de João: “ Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
Cordeiro de Deus em latim é Agnus Dei, uma expressão utilizada pela religião cristã para se referir a Jesus Cristo, identificado como o salvador da humanidade, ao ter sido sacrificado em resgate pelo pecado original. Na arte e na simbologia icônica cristã, é freqüentemente representado por um cordeiro com uma cruz. A expressão aparece no Novo Testamento, principalmente no Evangelho de hoje, onde João Batista diz de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).

No Evangelho deste domingo, encontramos uma profissão de fé em Jesus Cristo que se articula em três afirmações: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”; “eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele”; “eu vi e dou testemunho, este é o Filho de Deus”.
Obviamente, a afirmação de maior peso é a primeira, tanto que a cada missa a repetimos três vezes no “cordeiro” e ouvimos uma antes da comunhão.
Há exegetas que vêem nesta imagem o cordeiro pascal do qual se fala no livro do êxodo (12,1-28), onde o sangue do cordeiro livrava o povo da morte e a sua carne era consumida na partida para o êxodo.
Há outros que vêem uma referência à oferta cotidiana de um cordeiro no templo (Ex 29,38-46). E há ainda quem veja no Cordeiro de Deus o Servo de Deus que toma sobre si (tirando) o pecado do povo.
O verbo que João usa para passar esta ideia, ao mesmo tempo significa levar, tomar sobre os próprios ombros, carregar, e com isso, tira o peso dos ombros de alguém.

Ambos significados estão presentes nesta última comparação com Is 53: a inocência do Servo e a sua solidariedade com os pecadores. Os dois motivos estão presentes no gesto de Jesus que vem para ser batizado, como vimos na semana passada: ele não se afasta do povo pecador, mas se confunde com ele, mesmo na consciência da própria inocência e da própria origem divina, ele começa com o batismo a levar o peso da cruz.
Assim, a encarnação toma todo o seu sentido: entendida não somente como um fazer-se homem, mas como plena solidariedade com a humanidade e a sua história.

A proclamação de João: “eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” tem como fundo o quarto cântico do Servo do Senhor. A primeira leitura, porém, é um outro texto, isto é, o segundo cântico do Servo do Senhor (49,3-6).
Também aí nós encontramos alguns traços que precisam a rosto de Jesus e da sua missão. O Servo toma a palavra para ilustrar a própria eleição, a sua função de pregador e as dificuldades que encontra na sua atividade.
A sua missão é reunir Israel e ser mediador de salvação para todos os homens. Aparecem muitos temas aí, como a gratuita eleição da parte de Deus, amado desde o seio materno; uma missão de anúncio e libertação com dimensão universal. O Servo é humilhado com o seu povo (escravo de tiranos, em exílio), mas será glorificado em meio ao seu povo frente a todas as nações.
Como Servo do Senhor, Jesus tira a nossa culpa e a carrega. O que caracteriza Deus é a sua misericórdia, que se manifesta no levar e tirar a culpa. Enquanto Cordeiro de Deus que é Filho de Deus, Jesus age como Deus e tira a culpa do mundo: assim, nele se manifesta a misericórdia de Deus. Toma sobre si a culpa de todas as pessoas e oferece a própria vida por elas.

Aquele que vem humilde e indefeso como um cordeiro e oferece ao mundo este inestimável serviço de libertá-lo do pecado, é realmente o salvador do mundo e, ao mesmo tempo, possui uma dignidade incomparável.
João já havia declarado que não era digno nem de carregar suas sandálias. João dá testemunho de Jesus e ao mesmo tempo, mostra em qual modo é legitimado como testemunha. Sublinha duas vezes que não conhecia Jesus por conta própria nem por ideia própria. Mas, com a ajuda do Espírito Santo, reconhece Jesus.
Assim, João dá testemunho de Jesus não somente baseado naquilo que viu, mas também por causa da revelação do Espírito Santo que este experimentou. E João testemunha fiel, leva os seus discípulos a Jesus a fim de que eles que somos nós demos testemunho de Jesus Cristo. Batizados no Espírito Santo, somos convidados a testemunhar ao mundo Jesus Cristo que nos livra e carrega toda a nossa culpa, permitindo-nos viver em plenitude.
 
Reflexão Apostólica:

O evangelho de João manifesta a universalidade da salvação de Deus por meio da vida e missão de Jesus de Nazaré, visto este como cordeiro de Deus, que se sacrifica, se entrega obedientemente à vontade do Pai para salvar da morte (do pecado) a toda a Humanidade.

Jesus é o enviado do Pai, o ungido pelo Espírito de Deus, o servidor de Javé de que fala o Profeta Isaías (49,3) que tem como especial missão estabelecer no mundo a justiça do reino. É quem verdadeiramente traz a salvação de Deus à humanidade. João Batista já havia compreendido sua própria missão e a missão de Jesus.

Por tal razão o profeta do deserto diz que atrás dele vem um que é mais importante do que ele, pois o que vem é o Messias, Palavra nova de Deus para o mundo. O Batista reconhece Jesus como o Filho de Deus, por isso dá testemunho dele. E o faz com as imagens daquele tempo, imagens que há muito tempo ficaram sem base e que até perderam sua inteligibilidade.

Falar de Cordeiro de Deus, sacrificado, que expia nossos pecados, que tira o pecado do mundo com seu sangue, que nos "redime” é falar em categorias que somente podemos conhecer pelo estudo histórico-bíblico, por cultura especializada religiosa, porém que não podemos captar “por sentido comum”, por uma vivencia que se respira através do subconsciente coletivo social, como normalmente são captadas as boas imagens, as imagens que estão vivas.

Algumas imagens já morreram, ainda que continuem sendo lidas ou repetidas. Uma tarefa pendente da comunidade que crê hoje é testemunhar esse encontro profundo com Jesus com metáforas novas, para que expressem e comuniquem esse encontro.Será essa a forma de se poderá concretizar uma vida fundada na entrega e no amor, na justiça e na comunhão com a Natureza.


Propósito:

Pai, tu enviaste Jesus com a missão de nos introduzir no Reino da fraternidade. Dá-me a graça de reconhecê-lo e fazer-me seguidor dele.


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