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quarta-feira, 27 de abril de 2022

EVANGELHO DO DIA 1º DE MAIO - 3º DOMINGO DA PÁSCOA 2022

 


01 MAIO - Festa de São José Trabalhador. As atividades intelectuais e aquelas manuais sejam equilibradas como dois meios que conduzem ao único fim: o serviço de Deus na imitação de São José. (L 207). São Jose Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São João 21,1-19

 "Depois disso, Jesus apareceu outra vez aos seus discípulos, na beira do lago da Galiléia. Foi assim que aconteceu: 

Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado "o Gêmeo"; Natanael, que era de Caná da Galiléia; os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos. Simão Pedro disse aos outros: 
- Eu vou pescar. 
- Nós também vamos pescar com você! - disseram eles. 
Então foram todos e subiram no barco, mas naquela noite não pescaram nada. De manhã, quando começava a clarear, Jesus estava na praia. Porém eles não sabiam que era ele. Então Jesus perguntou: 
- Moços, vocês pescaram alguma coisa? 
- Nada! - responderam eles. 
- Joguem a rede do lado direito do barco, que vocês acharão peixe! - disse Jesus. 
Eles jogaram a rede e logo depois já não conseguiam puxá-la para dentro do barco, por causa da grande quantidade de peixes que havia nela. Aí o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: 
- É o Senhor Jesus! 
Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a capa, pois havia tirado a roupa, e se jogou na água. Os outros discípulos foram no barco, puxando a rede com os peixes, pois estavam somente a uns cem metros da praia. Quando saíram do barco, viram ali uma pequena fogueira, com alguns peixes em cima das brasas. E também havia pão. Então Jesus disse: 
- Tragam alguns desses peixes que vocês acabaram de pescar. 
Aí Simão Pedro subiu no barco e arrastou a rede para a terra. Ela estava cheia, com cento e cinqüenta e três peixes grandes, e mesmo assim não se rebentou. Jesus disse: 
- Venham comer! 
Nenhum deles tinha coragem de perguntar quem ele era, pois sabiam que era o Senhor. Então Jesus veio, pegou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com os peixes. 
Foi esta a terceira vez que Jesus, depois de ter sido ressuscitado, apareceu aos seus discípulos. 
Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro: 
- Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam? 
- Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! - respondeu ele. 
Então Jesus lhe disse: 
- Tome conta das minhas ovelhas! 
E perguntou pela segunda vez: 
- Simão, filho de João, você me ama? 
Pedro respondeu: 
- Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! 
E Jesus lhe disse outra vez: 
- Tome conta das minhas ovelhas! 
E perguntou pela terceira vez: 
- Simão, filho de João, você me ama? 
Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: "Você me ama?" E respondeu: 
- O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor! 
E Jesus ordenou: 
- Tome conta das minhas ovelhas. Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria. Mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não vai querer ir. 
Ao dizer isso, Jesus estava dando a entender de que modo Pedro ia morrer e assim fazer com que Deus fosse louvado. 
Então Jesus disse a Pedro: 
- Venha comigo!
"
 

Meditação:

Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu-o a eles. E fez a mesma coisa com o peixe

É pela terceira vez que Jesus aparece aos seus amigos, desta vez foi junto ao lago de Tiberíades. O que mais se destaca aqui é a fé em Jesus que brota do coração e não dos olhos somente.

 Somos convidados a confiar no testemunho idôneo daqueles que o rodearam e adquiram a inteligibilidade da verdade do testemunho da Sua Ressurreição.

Com esta narrativa - colocada como apêndice ao evangelho de João -, conclui-se seu evangelho. Serve ela para introduzir a narrativa da missão de Pedro e dos demais apóstolos que iriam levar sua doutrina a toda a parte. Esta mesma passagem é colocada em parte pela comunidade de Lucas no capítulo 5,1-11.

 Não foi fácil para os apóstolos aprender que Jesus, uma vez ressuscitado, tinha inaugurado um novo tipo de presença, ficando mais perto deles agora do que antes, quando estava fisicamente entre eles. Cristo ressuscitado vive agora com o Pai, mas não abandonou os seus discípulos. Continua presente, orienta-nos a vida e as atividades com sua Palavra.

 Quando seguimos as orientações que decorrem de sua meditação, sempre alcançamos resultados extraordinários.

O Evangelho de hoje mostra-nos Jesus ressuscitado que se encontra de novo com os Apóstolos, junto ao mar de Tiberíades. É um momento extraordinário, em que S. Pedro tem a oportunidade de manifestar todo o seu amor por Jesus, que o confirma na missão de Pastor de todas as suas ovelhas.

Mas quem eram os Apóstolos, com quem Jesus ressuscitado convive de um modo tão íntimo e tão carinhoso?

Sabemos pelos Evangelhos, e o texto de hoje confirma-o, que eram na maioria pescadores e, ao que tudo indica, bastante novos; não só João, que, segundo a tradição, era o mais novo, mas também todos os outros, que deviam rondar a idade de Jesus – que tinha cerca de trinta anos quando iniciou a sua vida pública.

 Certos quadros pintam os Apóstolos «muito solenes, de longas barbas, sérios e quase sempre velhos. Mas a realidade foi muito diferente: os acompanhantes de Jesus pelos caminhos poeirentos da Palestina estavam na plenitude da vida, e muitos acabavam de 'estrear' a sua juventude.

 A leitura do Evangelho deixa um sabor inconfundível, um ardor, uma pressa alegre, uma vibração, que só os jovens possuem».

 Por que motivo os chamou Jesus? Terá sido porque eram fortes, generosos, sinceros, espontâneos, leais, de coração limpo, bons rapazes? Podia ter sido por tudo isto, mas, de fato, não foi... Porque foi então?

Por uma única razão: porque Jesus quis (Mc 3, 13-19). Mas não foi um capricho. O Evangelho de S. Lucas conta-nos que, antes de escolher os Doze Apóstolos, Jesus «passou a noite a orar a Deus» (Lc 6, 12). 

A razão principal, portanto, foi esta: uma decisão livre de Jesus, nascida do fundo do seu coração. Não ao acaso, mas de acordo com o seu projeto de salvar todos os homens.

Podemos mesmo dizer que Deus tinha pensado naqueles homens desde toda a eternidade, e agora é Cristo que passa pelas suas vidas e lhes dá um sentido completamente novo, que eles certamente nunca teriam imaginado. 

Mostramos com nossos exemplos que não aceitamos os sinais de morte à nossa volta e que tudo fazemos para diminuí-los? Estamos imbuídos da ideia de que nosso cuidado com a natureza a fim de a não prejudicar é imenso louvor que dirigimos ao Criador? Vivemos a fé na presença de Jesus Ressuscitado entre nós? Acreditamos de fato que somente unidos a ele nossa atividade é abençoada e produz muitos frutos?

 Reflexão Apostólica:

 Pela terceira vez Jesus ressuscitado aparece diante dos seus discípulos. Desta vez Jesus os encontrou na beira do mar, tristes e acabrunhados pelo fracasso da pesca que haviam tentado fazer. “Não pescaram nada naquela noite e já tinha amanhecido”. 

 Se prestarmos atenção nós verificaremos que, pela segunda vez, Jesus pede aos Seus discípulos, “algo para comer” como que demonstrando que a refeição tomada juntos era um sinal de intimidade e que, portanto, Ele era íntimo dos Apóstolos.

 Porém, como das outras vezes, eles ainda não O reconheceram e estavam indo fazer as coisas do mesmo modo como faziam antes de encontrarem Jesus. 

Praticavam o que era costume para eles, porém Jesus interveio e mandou que eles fizessem justamente o contrário. Eles obedeceram e o milagre aconteceu. “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Porém, somente depois que eles viram o milagre acontecer foi que eles distinguiram a Jesus e disseram: “É o Senhor!”. 

Eles estavam ainda muito apegados às obras de Jesus, por isso, ainda não reconheciam a Sua pessoa.

 Hoje, também, Jesus está muito perto de nós à beira da nossa vida, nos pede de comer e nos manda lançar a rede de outro modo, de um jeito novo, do contrário do que nós sempre temos feito.

Ele sabe precisamente do que nós precisamos pescar e nos dá as dicas, porém continuamos envolvidos com a nossa “falta de sorte” e não ouvimos o que Ele fala para direcionar a nossa caminhada. 

 Ficamos presos nas nossas expectativas e buscamos apenas os milagres que achamos ser preciso que aconteçam na nossa vida. Perdemos as oportunidades e a hora da graça passa. 

 Por isso, necessitamos ter consciência de que Jesus ressuscitado continua muito perto de nós e nos manda lançar a rede de outra maneira, de um jeito novo, do contrário do que nós sempre temos feito. 

Ele sabe precisamente do que nós precisamos pescar e nos dá as palavras-chaves para termos sucesso nos nossos empreendimentos. 

 Pergunte a Jesus qual o lado certo para você lançar a sua rede? O que você precisa fazer diferente? Peça para que Ele lhe mostre a vida nova, o novo jeito de viver e ser feliz! Você tem certeza de que está fazendo as coisas da maneira que Jesus quer?

Jesus não queria deixar dúvidas no coração de Pedro, por isso, o interpelou três vezes como que para confirmar a sua misericórdia para com ele que o negara também três vezes. “Tu me amas mais do que estes?”

 Jesus tinha consciência do amor de Pedro, porém queria que ele também se conscientizasse de que apesar das suas faltas, o amor e a misericórdia de Deus são infinitos. 

Por detrás dos acontecimentos da nossa vida, a certeza do amor de Deus por nós fará toda a diferença.

 A medida do amor de Deus é a medida da nossa abertura a este amor. Deus nos ama sempre e muito, porém o sentir o Seu amor está na nossa capacidade para acolhê-lo. E até o nosso amor por Deus é o resultado do Seu amor agindo dentro do nosso coração. 

 O amor que nós damos a Deus vem do amor que Ele tem por nós. O amar mais que os outros é efeito do Seu grande amor por nós. Mas este amor de Deus não pode ficar recluso! Ele tem que transbordar, por isso, Jesus recomendou a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”!

É este o pedido do Senhor. Apascentar é levar a paz, é dar testemunho com atos concretos de que realmente o amor de Deus em nós tem o poder de nos deixar serenos (as) e firmes apesar de todas as intempéries. Somos chamados a amar assim! 

 Você ama com o amor de Deus? Você ama a Jesus mais do que os outros? Como você pode garantir isso? Deus o ama mais do que às outras pessoas? Você se sente julgado pelas pessoas?

Propósito:

 Senhor nosso Deus, queremos obedecer às ordens do Vosso Filho. Não permitais que façamos o contrário. Obedecer a Vosso Filho é certeza de vida feliz. Pai, que a presença do Ressuscitado reforce a comunhão com meus irmãos e minhas irmãs de fé, a fim de podermos atrair para Ele muitas outras pessoas de boa vontade. Espírito de dedicação, que eu cuide, com total generosidade, do rebanho a mim confiado pelo Senhor, sabendo conduzi-lo com amor.



 

Evangelho do dia 30 de abril sábado 2022

 


30 abril Vale mais um pensamento de caridade que se desenvolve no coração do nosso Cottolengo do que mil projetos filantrópicos que se procura promover à custa de milhões espremidos das veias do povo. (L 76). SÃO JOSE MARELLO

 


Evangelho João 6, 16 – 21

Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. Soprava um vento forte e o mar estava agitado. Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.

 Reflexão – “vento forte e mar agitado”

 A imagem do vento forte e do mar agitado nos leva a refletir sobre os momentos na nossa vida em que achamos que iremos sucumbir em vista das tribulações. Tudo se torna escuro à nossa volta e não temos capacidade para distinguir o que pode estar tão perto de nós. Na escuridão não enxergamos uma saída para os nossos problemas. Já remamos muito, já tentamos tudo, no entanto, não sentimos paz e entramos em desespero. A margem, isto é, a solução, já está bem próxima de nós, no entanto, nos angustiamos por causa do vento. Mas, é justamente nesses momentos, que precisamos parar para perceber os sinais de Deus. Jesus não nos esqueceu!  Ele chega à nossa vida “andando sobre as águas”, vencendo as nossas dificuldades empunhando na mão a vitória que conquistou para nós. Mesmo assim, às vezes, não acreditamos na Sua intervenção e O confundimos com as pessoas comuns, por isso, temos medo.

Se pararmos para pensar, na maioria das vezes em que isto nos acontece também estamos indo para o “mar”, sozinhos, isto é, assumindo compromissos, em hora imprópria, por nossa conta. Muitas vezes nós entramos na “barca”, e enfrentamos os trabalhos e tomamos as decisões sem esperar por Jesus. Não estamos orando, não refletimos a Sua Palavra e queremos resolver tudo sozinhos (as)!  Assim sendo, remamos por conta própria e a tempestade é consequência das nossas deliberações equivocadas e as coisas não dão certo porque estamos confiando em nós mesmos (as). Escolhemos estar sozinhos (as), talvez porque não nos importemos muito em saber a opinião de Deus, se é hora para ir ou para ficar. Na maioria das vezes nos antecipamos e traçamos os nossos planos, os nossos projetos sem esperar pelas sugestões do Espírito Santo que conhece melhor o caminho pelo qual vamos cruzar. Então o inesperado acontece: durante o percurso que escolhemos o mar encontra-se agitado e a tempestade nos surpreende. O vento nos tira do sério e ficamos aflitos (as) e angustiados (as). Não nos apercebemos, porém, que Jesus está por perto e espera que olhemos para Ele, que confiemos na Sua autoridade sobre as tempestades da nossa vida.  Mesmo que passemos por borrascas não precisamos mais nos angustiar, já estamos perto da praia, o pior vai passar e Jesus já vem ao nosso encontro, recebe a nossa barca e a coloca em lugar seguro. 

–  Alguma vez você já viveu essa situação?  – Você reconhece a voz de Jesus no meio do mundo? – Você também tem enfrentado as dificuldades, sozinho (a)? – Você leva sempre Jesus na sua barca ou algumas vezes O tem esquecido na praia? –Você confunde Jesus com as pessoas do mundo?

Depois de refugiar-se a sós na montanha para fugir da multidão, Jesus desceu para mostrar aos discípulos o verdadeiro sentido da sua missão: conduzir as pessoas para o Reino de Deus. Para isso, Jesus foi revestido de poder.

 Esta narrativa (João 6,16-21) de Jesus andando sobre as águas do mar agitado, após a partilha dos pães, está presente, também, nos Evangelhos de Marcos e de Mateus, com poucas e insignificantes discordâncias.

 Este é um relato curioso, considerado ao longo da história da igreja e da interpretação dos evangelhos, como um dos maiores milagres realizados por Jesus: caminhar por cima das águas, transformando em terra firme a plataforma instável e móvel do mar. O relato não se refere a um milagre real de Jesus, um milagre da natureza. Porém trata-se de um relato altamente simbólico. O mar, à noite, o forte vento, o caminhar pelo mar, são indicações que nos conduzem a uma interpretação simbólica. Os discípulos de Jesus decidem ir na barca até Cafarnaum, porque como explica o evangelista “havia chegado a noite”, dado com que o evangelista designa a ideologia própria do sistema opressor, cujos falsos valores ainda professam os discípulos de Jesus, ansiosos por um messianismo político. Eles são partidários de um messias de poder. Porém, o poder, que somente os priva da liberdade, impedido o crescimento humano, convertendo-se em antítese do projeto divino e inimigo da pessoa humana.

 A noite é um período de ameaças, de ventos, de tempestades, de pesadelos. Aos discípulos parece às vezes que sempre é noite. Fazem uma longa travessia, procuram a margem, mas não se vê porque é de noite. A intensidade do vento aumenta. É o momento no qual os "fantasmas" aparecem e o medo toma posse do corpo. Foi isso exatamente o que sentiram os discípulos. Jesus se aproxima deles. Mais um motivo para se assustarem? Exatamente o contrário, pois as palavras de Jesus ajudam a recuperar o sentido, para que a viagem volte a ter sentido e direção. "Sou eu, não tenhais medo". Hoje voltamos a ouvir suas palavras, por isso não há razão para ter medo.

 Para interpretar com fidelidade o Evangelho da tempestade acalmada por Jesus:” Soprava um vento forte e o mar estava agitado...” temos que usar o simbolismo; pois sem ele a narrativa parece ser um sucesso normal em que um homem se revela com poder especial sobre a natureza. Em primeiro lugar Jesus deixa seus apóstolos sozinhos, à noite, no meio do mar que por seu estado de turbulência aparece como representante do mal, dominado pelo maligno. A barca com tudo o que na hora representava o Reino, era realmente uma pequena semente de mostarda. Sem Jesus, o vento contrário a domina e a impede de chegar a seu destino. Não adianta o esforço dos remos porque a vela, com o vento em contra, não pode ser usada. E esse vento não é humano.

 Apesar de serem pescadores e de terem anos de experiência no mar e principalmente pescando a noite, eles tiveram medo. Diz o Evangelho que eles remaram uns cinco quilômetros, ou seja, não estavam muito longe da praia. Mas do que será que os Apóstolos de Jesus tinham medo? Porque era noite, ou porque o vento agitava o barco e eles tinham medo de morrer? Acredito que a maior tempestade estava dentro dos Apóstolos, e era essa agitação que Jesus queria acalmar. Jesus quer acalmar os corações, porque o medo é uma ameaça que começa a destruir por dentro, mesmo que tenha situações muito concretas no exterior, o medo nos destrói de dentro para fora.

 A tempestade que ameaçava suas vidas só acabou pela presença segura e tranqüilizadora de Jesus. A fé nos deita na mão de Deus. A fé acalmou o temporal e levou os discípulos "ao lugar aonde iam". Nas mãos de Jesus, chegaremos ao lugar aonde vamos. Sonhando com Jesus, nosso objetivo não pode estar errado, mas estará no ponto de visão de Deus, no horizonte dele. E Ele nos levará até lá pela fé.

 A fé em Deus não livra a ninguém das dificuldades e dos incontáveis desafios da vida comum não tira os nossos sofrimentos e dificuldades, como querem tantos hoje, mas nos dá as forças necessárias para vencê-las. Há uma garantia da vinda e da presença do Senhor. Sua presença é garantia vitoriosa. Sua espera e sua experiência se fazem na comunidade. Os outros são também peregrinos pelo mesmo caminho, companheiros de alto mar. As ondas são enfrentadas na mesma barca, mesmo quando há medos. Se do coração dos discípulos brotam gritos de medo, do coração do Senhor e Mestre brota a certeza: ‘Coragem! Sou eu! Não tenhais medo’! Fraco é o discípulo que não acredita na força desta presença, merecedor da qualificação de fraco na fé. Uma fraqueza que só é superável pelo reconhecimento que faz confessar, de todo coração: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”. Uma confissão que só faz, de coração, aqueles que se prostram diante d’Ele, ‘a sós, orando’. Jesus está sempre presente nas comunidades, confortando os discípulos e garantindo o bom termo da missão. 

 Quantas situações nos aprisionam as mãos e os pés, colocando em nossas mãos algemas e nos pés correntes, mas quando isso chega a acontecer é porque o nosso coração já está cativo, a aparente calmaria externa pode revelar um turbilhão de tempestade dentro de nós e enquanto não fizermos como Pedro, estendermos nossa mão para dizer: “Senhor socorra-me estou perecendo”. Pois o medo tem a capacidade de nos paralisar, o medo é a prisão do coração. E quem vivi com medo não caminha, anda se esbarrando nas esquinas dos seus sentimentos, e tenta completar-se no vazio dos sentimentos dos outros. Quando temos medo de perder, somos aprisionados pelo sentimento de posse, pois onde há temor não há amor verdadeiro. "No mundo tereis aflições. Coragem! Eu venci o mundo!”. Não podemos desanimar diante dos problemas e das provações que temos passado, pois sabemos que a nossa força vem do Senhor e por isso precisamos dizer: Mesmo enfermo, “Eu sou Guerreiro “.

 A vida nos reserva altos e baixos; sombras e luzes; vitórias e derrotas; alegrias e tragédias! Aliás, tragédias são indescritíveis. Elas não têm hora para chegar, não pedem licença e sem que as autorizemos abruptamente invadem nossas vidas interrompendo sonhos, projetos e ideais.

 Deus não é um déspota masoquista que tem prazer na dor e no sofrimento dos homens. Nosso Senhor, usa nossas agonias e angustias no intuito de que O conheçamos melhor. Na verdade, são momentos de adversidade que podemos sentir de perto os braços acolhedores do Pai.

 É neste contexto que se entende o texto de hoje. Os discípulos, ao verem Jesus, acham que é um fantasma e ficam apavorados. A comunidade de Mateus era semelhante - diante da perseguição e do sofrimento, Jesus parecia para eles um fantasma - uma ilusão, uma fugacidade, incapaz de dar sustento à sua vida comunitária de fé. Diante do medo dos discípulos, Jesus é taxativo: "Coragem! Não tenham medo! Sou eu!". Mateus relata essa história - acrescentando esses elementos ao texto mais sóbrio de João - para ajudar a sua comunidade a entender que Jesus não é um fantasma, mas uma presença real, vivificante, fortalecedor e libertador no meio da comunidade, mesmo e especialmente na hora das dificuldades e perseguições.

 Não é fácil aprender isso. Não existem palavras, existe só ação abandonada e ativa na sua mão, na sua história em nós. Na sociedade de hoje, nas grandes cidades, o fantasma da violência surge como uma sombra. As mudanças políticas, econômicas e das relações de emprego ameaçam a nossa capacidade de sustento a nossa família. Como nossa presença espanta fantasmas e resgata de terríveis pesadelos, a presença de Deus nos agarra pela mão e os seus passos nos conduzem a lugar seguro. O mundo já não é mais uma ameaça, mas lugar do projeto de Deus. O temporal é o espaço para a manifestação de Deus; o fracasso e o temor são a possibilidade dele agir em nós. Temer o quê?

 Somos todos comprometidos com o Reino, mas precisamos da presença do Ressuscitado, pois temos horas difíceis, como a dos apóstolos em alto mar. Enquanto confiarmos apenas em nós próprios, seremos como os homens das passagens acima: Angustiados, temerosos e hesitantes. Quando tiramos os nossos olhos do Senhor começamos afundar porque não acreditamos Naquele que tudo pode, quantas vezes o Jesus nos chama a caminhar sobre as águas e dizemos não, pois temos medo de enfrentar as tempestades, os ventos fortes, mas hoje Jesus nos convida a fazer uma grande experiência com Ele caminhar sobre as águas acreditando que Ele está conosco, e se começarmos afundar Ele estará com suas mãos estendidas para nós chamando-nos a erguer a cabeça ir em frente.

 Nós estamos neste barco hoje e a tempestade está ao nosso derredor. Agora é preciso remar para dentro de nós mesmos e para dentro de DEUS, onde encontraremos a calmaria do conhecimento e da Verdade, ai seremos livres, livres de todos os medos. Onde ouviremos duplamente essa voz, de dentro de nós e do coração de Deus: “Sou Eu. Não tenhais medo!”. Reafirmemos nossa fé e Deus nos tornará fortes e seguros como a rocha.

 Oração: Senhor, nas horas difíceis, quando o mar se agita e o vento sopra, percebemos quanto precisamos de vós. Pensamos que estais longe, ficamos com medo achando que não vos importais. Mas, como dissestes, não precisamos ter medo, porque vós sois quem sois, o Filho de Deus, e podeis ajudar-nos, mesmo quando pensamos que estais longe. Cremos, Senhor, que caminhais conosco, e por isso a viagem será curta e o mar sem perigo.  

Lembrai-vos, Senhor, de todas as pessoas que passam por dificuldades materiais e espirituais para que possamos conhecer a Vossa verdade e sermos fiéis por toda a vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



 

terça-feira, 26 de abril de 2022

Evangelho do dia 29 de abril sexta feira 2022

 


29 abril - O mundo sofre por falta de fé, de esperança e de caridade. (L 25). São Jose Marello

 Jesus alimenta uma multidão. - Jo 6,1-15

Depois disso, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, ou seja, de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais que ele fazia a favor dos doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer[...] Jesus disse: “Fazei as pessoas sentar-se”. [...] Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. [...].

 Meditação:

 Os quatro Evangelhos seguem basicamente o mesmo fio da meada, com as divergências próprias a cada tradição e teologia. O enfoque mais “sacramental” ou “eucarístico” é do João, mostrando mais uma vez uma das características da comunidade do Discípulo Amado: a de ter uma teologia eucarística mais desenvolvida.

 É interessante observar que João, em seu Evangelho, ao narrar a última ceia de Jesus destaca o gesto do lava-pés como o exemplo maior do serviço, sem menção à partilha eucarística do pão e do vinho. No Evangelho de hoje (João 6,1-15), ele nos apresenta um Jesus completamente encarnado e comprometido com a íntegra realidade de seus seguidores. Ele é o paradigma do pregador para todos os tempos. Nosso serviço da Palavra inclui também o interesse e o empenho por tocar as dimensões todas da pessoa. Os ensinamentos que Jesus acaba de dar tiveram a ver certamente com o projeto do reino, que é antes de tudo amor, solidariedade, fraternidade, desprendimento, serviço de uns para com outros sem nenhum tipo de separação.

 Esta passagem do Evangelho é particularmente problemática porque implicaria que quem estivesse a serviço da Palavra teria também o compromisso de tirar a fome das pessoas. A situação de fome que o evangelista nos descreve é apenas uma das conseqüências que o povo sofre dentro de uma sociedade baseada em estruturas injustas e que descuida dos direitos fundamentais de seus membros. Frente a isto, que é o “pão nosso de cada dia”, poderíamos cair na tentação do assistencialismo, de fazer-nos simples intermediários entre os famintos/empobrecidos e os opulentos, conseguindo ajudas que tiram a fome de um dia, porém deixando intactas as estruturas injustas e, o que é pior, adormecendo tanto a consciência do opressor, castrador, ladrão, usurpador, como a do indigente. O assistencialismo poderia ser compreendido (não justificado) em pessoas ou grupos de voluntários (filantropos) não necessariamente crentes, não, porém, em quem se confessa cristão, seguidor de Jesus. Nada tão contrário ao Evangelho do Mestre!

 Porém, vejamos como foi o exemplo do Mestre. Jesus pergunta a seus discípulos sobre o que deve fazer para dar de comer a tanta gente. Os discípulos, contudo, crêem que a solução deve vir de fora. Entretanto, este é o momento no qual Jesus deve ensinar a conjugar a mensagem, a palavra, com a ação. A comunidade que recebe a mensagem deve aprender a aplicá-la a si mesma e a buscar dentro de si mesma os mecanismos e linhas de ação orientados à solução momentânea de suas dificuldades e problemas, porém ao mesmo tempo criando o impacto necessário orientado a atacar e destruir as estruturas injustas que regem a sociedade. Passa-se, pois, da mera filantropia ao compromisso realmente cristão.

 Este relato é identificado como o “milagre da multiplicação dos pães e dos peixes”. Sem embargo, creio que o título não se adapta ao conteúdo. Mais que multiplicação, aqui se fala de um problema tremendamente atual; tão atual que poderia dizer eterno: se fala de repartir o pão para que tenha para todos e sobre. Fala-se não de fazer o milagre da multiplicação de pães e peixes, dos alimentos necessários para a vida – milagre que muito tem feito à ciência moderna, pois há alimentos suficientes para todos os que habitam no planeta, senão, de um convite a repartir o que cada um tem entre todos, de modo que haja para todos e sobre; se fala de que todos possam exercer o direito de sentar-se a mesa e participar dos dons que Deus nos tem dado, de modo que se acabe com esta sociedade injusta em que uma minoria vergonhosa de famílias poderosas e países ricos retenha o capital necessário para que o resto tenha o suficiente, ao menos para viver. É o monopólio dos bens criados por parte de uns poucos, o sentido de propriedade privada in solidária tem se fixado em nossa sociedade criando a necessidade e a carência. Diante da sociedade injusta que provoca a miséria, Jesus propõe sua alternativa: a abundância se consegue rompendo com o egoísmo monopolizador e com a prática da solidariedade em partilhar.

 A partilha decorre da solidariedade. Alguém pôs seu pequeno farnel à disposição de todos. Então, sob as ordens de Jesus e a intermediação dos apóstolos, os grupos sentaram-se na relva. Depois, à medida que recebiam pão e peixe, também os partilhavam com os que estavam ao redor. Desta forma, todos puderam comer até ficarem saciados. E ainda sobraram doze cestos cheios. Quando existe partilha, existe abundância!

 "Cinco não é suficiente", é símbolo do incompleto, mas falta muito pouco para chegar à plenitude; e aí há também o número dois; o que é incompleto e insuficiente pode chegar a sê-lo e sobrepujar, e muito, a plenitude, se todos dermos, trouxermos, pusermos em comum o pouco ou muito quer tenhamos; dessa forma, ficamos todos satisfeitos e ainda sobra. Jesus não utiliza de meios divinos, senão de mediação puramente humana. Não há um maná caído do céu, procurado milagrosamente, senão pão terrestre, feito pelo próprio ser humano e distribuído por este. Tal episodio quer nos ensinar que, para resolver problemas humanos, não é necessário requerer uma extraordinária intervenção divina, bastando apenas à ação de uma pessoa humana coordenada com a de Deus. O povo captou muito bem o sinal, mas em seguida desvirtuou também sua essência, seu sentido último; maravilhado, pretendeu arrebatar Jesus para fazê-Lo rei. Por isso, Ele teve de se retirar para o alto da colina.

 Vale lembrar que este é o único “milagre” contado nos quatro Evangelhos, tanto pela tradição sinótica como da Comunidade do Discípulo Amado. Isso mostra claramente que, para as primeiras comunidades cristãs de diversas tradições, a história hoje relatada possuía um grande valor e uma mensagem muito importante.

 Embora seja este um dos relatos mais conhecidos dos Evangelhos, vale a pena sublinhar um elemento que talvez possa parecer estranho: embora nós sempre nos refiramos ao milagre da “multiplicação dos pães”, em nenhum dos quatro relatos usa-se o verbo “multiplicar”! Usa-se outros termos nos quatro Evangelhos: “pegar”, “distribuir”, “partilhar”! Não é o caso de discutir aqui o que foi que Jesus fez! Nem teríamos condições de descobrir. O enfoque é outro. Se os evangelistas tivessem colocado a ênfase sobre o “multiplicar”, ou seja, sobre o estritamente milagroso, então a história não teria grandes conseqüências para nós hoje, pois nós não temos o poder de fazer milagres!! Mas, colocando a ênfase sobre a o “partilhar” e o “distribuir”, então os evangelistas nos desafiam hoje! Pois partilhar e distribuir está ao nosso alcance!

 Assim, podemos trazer este fato para a nossa realidade: No Brasil, no mundo assolado pela injustiça e miséria, não precisamos multiplicar nada! O Brasil não precisa multiplicar terras - somos um dos maiores países do mundo! Nem precisa multiplicar a renda – somos a quinta ou sexta potência econômica do mundo! Não, o que precisamos é uma partilha e uma redistribuição das terras, e da renda. O que precisamos é uma mudança de mentalidade, de coração e das estruturas, e não milagres paliativos. Por outro lado, o que significa dar de comer diante da grande pobreza? Hoje ficamos perdidos perante o escândalo de tanta miséria. Na confusão, nasceram uma caridade e uma solidariedade esvaziadas, ideológicas, institucionalizadas, sem relação direta com o pobre. A história de João e dos outros evangelistas insiste que a solução para a carência se acha na solidariedade, na partilha e na redistribuição, a partir da nossa fé no Deus da Vida. A dificuldade está em muitos não quererem assumir sua parte de responsabilidade na tarefa comum. Preferem uma figura de poder que lhes assegure suas próprias vidas a solução da injustiça, sem apreensão, não se encontra em poder de um só, mas no amor e na solidariedade de todos.

 Ao concluir o texto, fica o eco das palavras de Jesus no Evangelho, que terão influído na decisão de Pedro: «As palavras que Eu disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam.» Para que a História da Aliança continue, só falta que nós, renovemos uma vez mais a nossa fé, atualizada pela escuta-aceitação da Palavra de Deus. O discípulo não é somente o que re-transmite a mensagem do mestre, mas o que procura por todos os meios possíveis re-atualizar as atitudes e gestos de seu mestre. Somos convidados a viver a eucaristia como partilha concreta, para que nada falte a ninguém.

 De acordo com o que acabamos de refletir, como fazer que uma necessidade geral se torne contribuição de todos para todos? Lá haviam cinco pães e dois peixes, números que são simbólicos; dão a entender que onde há sentido de desprendimento, de solidariedade de uns para com outros, por pouco que seja, alcança a todos. O dom de tudo o que se tem que aparece no episódio do Evangelho, é uma formulação extrema. Ao ensiná-la Jesus nos diz que o amor não se põe limites, expressa a disposição a procurar o bem da humanidade sem reservas. Jesus dá um exemplo de solidariedade ilimitada para estimular a solução generosa dos problemas do mundo. Por isso, devemos buscar através do conhecimento da Palavra, capacitação para vivermos uma vida cristã renovada, plena em unção e gozo da graça de Deus. Que Deus nos abençoe!

 Propósito: Ter um olhar de fé, para os outros, para as pessoas que encontrar no dia de hoje .



EVANGELHO DO DIA 28 DE ABRIL QUINTA FEIRA 2022

 


28 abril - O catecismo é o livro por excelência. Bem vulgar seria quem o quisesse taxar de vulgaridade. Este livro revela com eficácia admirável toda a utilidade da religião e faz de um garoto de dez anos um pensador profundo, que possui todos os grandes princípios da verdadeira filosofia e está à altura de discorrer a qualquer momento sobre a essência e os atributos de Deus, falando sem confusão da Unidade e da Trindade, da geração e da procedência das Pessoas Divinas, que conhece a gênese do mundo, a queda do homem, a vinda do Restaurador, a necessidade da graça e os meios que a difundem, o sacramento da reconciliação e a comunhão da oração. Sem dúvida alguma, nenhum filósofo poderá encarar um menino cristão na exposição exata das grandes verdades que constituem o patrimônio da nossa religião. (L 25). São Jose Marello

 



Evangelho João 3, 31 - 36

"Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele'.  

Reflexão – “para entender a linguagem de Deus”

Jesus Cristo veio ao mundo também para nos ensinar a enxergar as coisas do alto e “entender” a linguagem de Deus.   Ele foi o único que veio do céu, por isso, somente Ele pôde dar testemunho das palavras de Deus Pai. Aquele que vem do alto está acima de todos porque dá testemunho do que viu e ouviu, portanto, o testemunho de Jesus é verdadeiro!  É pelo poder do Espírito Santo que também podemos ver mais além das aparências e apreciar as realidades da nossa vida de acordo com o olhar de Deus. À primeira vista o entendimento disso parece ser complicado, mas o Espírito Santo que Deus nos concedeu sem medidas, nos ilumina para esclarecer as coisas santas. Tudo se torna mais simples quando paramos de raciocinar e acreditamos no que Jesus nos diz: “Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna e aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida!” A partir daí, então, nós começamos a “enxergar” as coisas do céu e dar às coisas da terra um valor relativo. A vida eterna começa aqui para quem cultiva no seu coração a percepção das coisas santas, dos mistérios de Deus. Quanto mais nos aprofundarmos no conhecimento de Deus, mais nos apropriaremos também das realidades do céu e poderemos começar a viver a vida eterna. Assim sendo, podemos afirmar que a fé em Jesus Cristo nos abre a porta do céu.  A sintonia com o Espírito Santo nós leva a perceber os “sinais de Deus” que nos revelam um modo de viver diferente dos que pertencem a terra.  De acordo com o que nós falamos ou vivenciamos é que podemos dar testemunho de que pertencemos a terra ou já somos cidadãos do céu. Quem está ligado ao céu percebe os sinais de Deus nos acontecimentos da sua vida e do mundo; percebe o itinerário de Deus e vê nas coisas mais incoerentes e desencontradas, aonde Deus quer levá-lo, não porque entenda, mas porque confia.  Essa harmonia, porém, só acontece a partir de uma vida de oração, porque orar é estar junto de Deus e com Ele dialogar tendo no interior do coração um contato direto com o Seu pensamento.  É difícil, porém, para aqueles que não têm contato com Deus e não param para alcançar o caminho sobrenatural, pois só enxergam com os olhos do mundo, achando que tudo poderá ser resolvido com o seu raciocínio e inteligência.    -  Como você encara a realidade do céu? – Você consegue perceber quando o céu se abre na sua vida? – Como você tem vivido mais: no corpo ou no espírito? – O que predomina em você: o céu ou a terra? – Pense um pouco sobre isto e peça ao Espírito Santo que revele a você os Seus mistérios.

Neste texto (João 3,31-36), que parece ser a continuação do texto no fim do diálogo de Jesus com Nicodemos, o evangelista João nos apresenta João Batista dando testemunho a seus discípulos sobre a procedência divina de Jesus e, ao mesmo tempo, declarando a serviço de quem está aquele que realmente é o Messias.

 Jesus é o enviado de Deus e tudo o que ele disse é o que ouviu de Deus. Mas junto com a palavra, ele nos dá também um hálito de vida, o sopro do Espírito Santo. Ouçamos, ou seja, creiamos na palavra de Jesus e então nos encheremos do seu Espírito e teremos a verdadeira vida em nós.

 Esta passagem do Evangelho estabelece uma diferença entre o que vem do alto, e o que está na terra. O que vem do alto, Jesus, está por cima de todos os profetas anteriores enviados por Deus, iniciando por Moisés, seu protótipo. Ao chegar a plenitude, a antiga aliança e os antigos mediadores perdem sua validade e, com eles, a Escritura, enquanto solicitam a

fidelidade aquela aliança. Tradicionalmente, a expressão “em cima” designa o lugar de Deus. Quando Jesus fala das coisas do alto, fala então das coisas de Deus, às quais ele pode referir-se com toda propriedade, assim como quem fala com propriedade das coisas da terra, procede da terra.

 Aqui, João estabelece uma espécie de tensão entre as coisas de cima, do céu, sobre as quais está Jesus, mas não para acentuar uma incompatibilidade e irreconciliabilidade absoluta; muito pelo contrário: as coisas da terra, e também as que procedem dela, encontram em Jesus o meio único e definitivo para sintonizar com as coisas do alto, com Deus e seu plano salvífico, porque o Pai deu poder ao Filho sobre todas as coisas, isto é, sobre as do céu e as da terra.

 Moisés era da terra e falava desde a terra. Isto não nega que tiveram um encargo divino, porém se indica a temporariedade de seu cargo, a incompletude de sua mensagem, limitada por um horizonte terreno, e dizer, condicionada por uma cultura da época a qual vivia.

 Em contraste com Moisés, que, sendo “da terra”, precisa de conhecimento imediato de Deus, o que vem do céu dá testemunho, que nasce de sua experiência pessoal e direta de Deus. Só Ele pode formular a vontade certa e completa de Deus.

 Tal convergência ou sintonia entre terra e céu, do criado com o Criador, estabelece-se graças à fé e à aceitação de Jesus como Senhor e doador da vida; mas quem não crê, priva-se ele mesmo dessa vida que Jesus oferece.

 A sintonia entre o céu e a terra adquire seu pleno significado neste tempo pascal. Cristo triunfou sobre a morte após ter sido erguido na cruz. Dessa forma, atraiu para si todas as coisas (João 12, 32); colocado como intermediário entre o céu e a terra, selou a compatibilidade entre ambos. Um dia, Deus baixou à terra para fazer-se homem; com seu sacrifício elevou agora o homem, restituindo-lhe a herança “de cima”.

 Quem não aceita o Filho se nega a entrar no território da vida-amor, se cai no terreno da morte, das trevas, que combate à luz divina. Aí o ser humano se destrói, porque as ideologias da mentira o levam a atuar contra seu próprio ser. Por isso cai sobre esse âmbito a reprovação de Deus. O amor de Deus oferece a todos, por meio de Jesus, a possibilidade de sair desse terreno de morte. Quem deprecia o oferecimento de Deus e resiste voluntariamente a ele, permanece abaixo do peso da reprovação: “já tem a sentença”). Por Jesus somos tornados filhos de Deus. O Mestre dos mestres não apenas ensina mas nos muda interiormente para sermos não apenas alunos, mas filhos do Altíssimo. São João Crisóstomo comentou:"Aqueles que temem a Deus não correm perigo algum, mas somente aqueles que não o temem."

 As ambições do homem moderno e pós-moderno, vão para a educação científica e tecnológica, a profissão, a família, as finanças, o comer e o beber, os divertimentos, e outras coisas similares. Vivemos na sociedade ocidental e não só, numa corrida consumista. Nem isto nem outra coisa qualquer trarão satisfação ao homem.

 Hoje como ontem não gostamos de ouvir falar de pecado e que somos pecadores. Por isso Ele não é muito popular e o Seu evangelho também. Preferimos ouvir de direitos. Pecamos porque somos pecadores, somos pecadores porque a nossa essência humana está afetada, degenerada, decaída; porque nos tornamos inimigos de Deus, porque somos hostis à Sua vontade, plano e propósito; porque não andamos como Ele quer.

 O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. Encontrar-se com o Filho é encontrar-se com o Pai. Cristo é o enviado do Pai. Através de Jesus Cristo perscrutamos a vida com outros olhos. A vida que começa em Deus. A vida que se perdeu nos labirintos da rebeldia, desobediência, orgulho, egoísmo, pecado e morte espiritual. A vida que é salva por Jesus Cristo. Em nossa vida diária, em nossos relacionamentos, é que manifestamos nossa fé; nessa vida de todo o dia é que sabemos se cremos ou não. Como o Pai ama profundamente seu Filho Jesus, Ele nos ama também a cada um de nós, para que assim possamos ser suas testemunhas em meio a situações conflituosas.

 "Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes, enganando-vos a vós mesmos." Cada palavra de Jesus tem valor de salvação, e não se pode deixar cair nada por terra. O cristão é aquele que a ouve e a guarda cuidadosamente no coração. É a essa atitude que constantemente nos convida a Igreja. "Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele, e tudo mais ele fará.".

 Oração: Suba até Vós, ó Deus eterno e todo-poderoso — que, pela ressurreição de Cristo, nos renovais para a vida eterna —, as nossas preces, fazendo-nos dóceis e acolhedores diante do testemunho de Jesus que nos revela a Vossa Palavra, empenhando-nos a levar cada ser humano a entrar em profunda comunhão convosco para que vejam, como nós, frutificar em toda nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na Vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.



 

Evangelho do dia 27 de abril quarta feira 2022

 


27 abril - É preciso voltar ao catecismo, o livro por excelência, que contém uma verdade, um conselho, um ensinamento para todos: aos reis ensina a arte de governar e ao povo delineia os princípios de igualdade e de liberdade; ao poder legislativo fornece os critérios da legislação; orienta o funcionário na administração dos bens públicos; aponta aos magistrados os caminhos da justiça; revela ao operário a honestidade no trabalho; garante ao rico seus direitos de propriedade e ao pobre assegura o pão cotidiano da caridade. (L 25 SÃO JOSE MARELLO

 


João 3,16-21

"Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.
- Aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus. E é assim que o julgamento é feito: Deus mandou a luz ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que eles fazem. Mas os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que as suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus.
"

Meditação

 O fariseu, líder dos judeus Nicodemos procura Jesus à noite. Este homem reconhece que Jesus é um mestre enviado por Deus. Jesus lhe diz que é preciso "nascer de novo".

Não queria, na verdade, dizer nascer no sentido que entendemos. Queria dizer, "converter-se", deixar para trás os velhos esquemas mentais e acolher o "novo", a novidade de vida proposta por Jesus

Em muitas ocasiões a proposta de amor cristão foi entendida simplesmente como um conjunto de princípios éticos, que não permitem viver em comunidade, como um discurso emotivo que impacta nos corações de alguns “ingênuos”; e não se assumiu como um projeto de vida, que exige a conversão radical e a entrega total da vida em beneficio dos mais debilitados da sociedade.

 O Amor, eixo central do evangelho de João, é o ato que melhor define a vontade de Deus frente à humanidade; é a melhor maneira de expressar a total proximidade de Deus com o ser humano; que se concreta definitivamente na Encarnação e na entrega de seu Filho na Cruz, com o único fim de que a humanidade tenha vida em abundancia. Deus é amor e seu profundo desejo é salvar a humanidade por meio de seu Filho, que é a luz do mundo.

Deus é puro amor. Sua vontade é somente comunicar uma vida que supera a morte. Deus não julga, não condena, não manda ninguém para o inferno. É a liberdade humana que determina nossa sorte. A luz está acesa e há aqueles que fecham os olhos. Na verdade não há pior cego que aquele que não quer ver. E não quer ver porque suas obras são más.

A salvação à qual João se refere consiste em acolher as ações da “luz” e rechaçar as “trevas”, símbolo do pecado. Os que assumiram como projeto de vida o amor cristão tem obrigação de ser testemunhas da luz, por meio da solidariedade e fraternidade.

Este texto é uma radiografia de cada um de nós e de nossa sociedade. Quando escutamos alguns dirigentes, escandalizam-nos o cinismo com que falam da pobreza como custo social. Entram em comunhão de vida eterna com Jesus todos aqueles que praticam a verdade e a justiça, empenhados na promoção da vida plena para todos.

São insensíveis. São cegos que não querem ver porque sabem que suas obras são más. E isto que já é grave quando acontece conosco, é mais grave ainda quando é cegueira institucional, encarnada em estruturas injustas. E como se o escândalo fosse pouco nas instituições civis, nós o temos encarnado no seio de nossas Igrejas.

Sim. A Igreja se deixou invadir pela cegueira e fechou seus olhos ante a injustiça por defender seu poder e privilégios. Precisamos nos voltar a Jesus. Com faz falta abrir os olhos e voltar a ver a luz.

 Reflexão Apostólica

Somos de certa forma, “vítimas” ou reféns das nossas decisões, pois muitas delas nem sempre são as melhores, mais recomendadas ou pensadas, mas, em virtude do livre arbítrio, somos sempre protagonistas no que se diz a nossa vida e não apenas espectadores.

Fazer ou não. Crer ou não… A conseqüência virá após cada resposta. O Apóstolo Paulo se preocupava muito com o livre arbítrio em suas cartas apostólicas. “(…) Alguém vai dizer: Eu posso fazer tudo o que quero. Pode, sim, mas nem tudo é bom para você. Eu poderia dizer: Posso fazer qualquer coisa. Mas não vou deixar que nada me escravize”. (ICo 6,12)

O filtro do livre arbítrio é a consciência dos fatos e de suas conseqüências a qual muitos chamam (ou preferem chamar) de SUPEREGO (Com a palavra as queridas irmãs: Sofia e Irene).

Esses limites são representados pelos valores pessoais, condutas, opiniões, disciplinas, hábitos e tato, adquiridos pela convivência social nos relacionamentos interpessoais, mas como os valores são individuais, podemos esperar várias posturas para um mesmo fato.

Estou fazendo outra faculdade à noite e como é intrigante ouvir tantos discursos agressivos a fé, em especial a nossa. Qualquer pequeno enredo ou alocução sobre história, passado ou ciência pode se tornar calorosas discussões, que por fim colocarão a igreja na forca. Que motivo ou motivos movem as pessoas ainda a viver atacando os valores da igreja? Os pretextos são sempre os mesmos: A inquisição, o casamento, o celibato, a virgindade, o medo…

Quanto ao passado relacionado à inquisição nenhum de nós se orgulha, mas será que nada de bom foi feito após os erros da idade média? Nada vai reparar essa imagem, mas creio que na verdade, o fato de Jesus ainda viver em nós, incomoda muito mais

Qual é o problema com o casamento? Que mal existe em alguém querer a benção de sua igreja e de Deus para viver com sua (seu) amada (o) para vida toda? Incutiram com a vontade de se guardar. Uma menina ou rapaz que preferem esperar um pouco mais para ter sua primeira relação sexual são vistos como ETs (…).

 Quem ajuda na igreja, trabalha e ainda tem família bem sabe como é difícil conciliar esses mundos. A exortação de Paulo ao celibato dos padres previa isso.

O católico, bem como ateu, o judeu,… tem o mesmo direito, ou seja, de acreditar ou não no que quiser, e não ser pressionado ou hostilizado a mudar de opinião para se adequar ao que pensa o outro segmento. O livre arbítrio funciona pra mim e pra ele

Às vezes parece que Jesus ainda anda pelo mundo pregando e incomodando os fariseus. Todo aquele que mantém a fé e não se esconde, fatalmente será perseguido.

 Pessoas conseguem ficar trinta minutos contando uma piada, mas vemos poucas que conseguem perder cinco minutos pensando em como ajudar seu próximo. “(…) Aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus. E é assim que o julgamento é feito: Deus mandou a luz ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. POIS TODOS OS QUE FAZEM O MAL ODEIAM A LUZ E FOGEM DELA, PARA QUE NINGUÉM VEJA AS COISAS MÁS QUE ELES FAZEM”.


A fé cristã não se baseia em POR MEDO NAS PESSOAS, pois cremos em coisas sólidas aos nossos olhos. Fizemos a opção em crer e isso não nos será tirado a não ser que eu desista de acreditar, portanto, se tantas pessoas somem ou deixam de acreditar, foi por que fizeram essa opção. Agora fica claro porque disse que somos vítimas do nosso livre arbítrio.

Ninguém mudará meu pensamento, minha fé, minha postura se não começar de dentro pra fora. Vigiai e Orai para que não sejamos contaminados pela falta de fé que vemos crescer nesse mundo.

Não esmoreça na fé!

Propósito: Descobrir e viver a novidade da Ressurreição de Jesus. O Espírito me indicará os novos caminhos.