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terça-feira, 26 de abril de 2022

EVANGELHO DO DIA 28 DE ABRIL QUINTA FEIRA 2022

 


28 abril - O catecismo é o livro por excelência. Bem vulgar seria quem o quisesse taxar de vulgaridade. Este livro revela com eficácia admirável toda a utilidade da religião e faz de um garoto de dez anos um pensador profundo, que possui todos os grandes princípios da verdadeira filosofia e está à altura de discorrer a qualquer momento sobre a essência e os atributos de Deus, falando sem confusão da Unidade e da Trindade, da geração e da procedência das Pessoas Divinas, que conhece a gênese do mundo, a queda do homem, a vinda do Restaurador, a necessidade da graça e os meios que a difundem, o sacramento da reconciliação e a comunhão da oração. Sem dúvida alguma, nenhum filósofo poderá encarar um menino cristão na exposição exata das grandes verdades que constituem o patrimônio da nossa religião. (L 25). São Jose Marello

 



Evangelho João 3, 31 - 36

"Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele'.  

Reflexão – “para entender a linguagem de Deus”

Jesus Cristo veio ao mundo também para nos ensinar a enxergar as coisas do alto e “entender” a linguagem de Deus.   Ele foi o único que veio do céu, por isso, somente Ele pôde dar testemunho das palavras de Deus Pai. Aquele que vem do alto está acima de todos porque dá testemunho do que viu e ouviu, portanto, o testemunho de Jesus é verdadeiro!  É pelo poder do Espírito Santo que também podemos ver mais além das aparências e apreciar as realidades da nossa vida de acordo com o olhar de Deus. À primeira vista o entendimento disso parece ser complicado, mas o Espírito Santo que Deus nos concedeu sem medidas, nos ilumina para esclarecer as coisas santas. Tudo se torna mais simples quando paramos de raciocinar e acreditamos no que Jesus nos diz: “Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna e aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida!” A partir daí, então, nós começamos a “enxergar” as coisas do céu e dar às coisas da terra um valor relativo. A vida eterna começa aqui para quem cultiva no seu coração a percepção das coisas santas, dos mistérios de Deus. Quanto mais nos aprofundarmos no conhecimento de Deus, mais nos apropriaremos também das realidades do céu e poderemos começar a viver a vida eterna. Assim sendo, podemos afirmar que a fé em Jesus Cristo nos abre a porta do céu.  A sintonia com o Espírito Santo nós leva a perceber os “sinais de Deus” que nos revelam um modo de viver diferente dos que pertencem a terra.  De acordo com o que nós falamos ou vivenciamos é que podemos dar testemunho de que pertencemos a terra ou já somos cidadãos do céu. Quem está ligado ao céu percebe os sinais de Deus nos acontecimentos da sua vida e do mundo; percebe o itinerário de Deus e vê nas coisas mais incoerentes e desencontradas, aonde Deus quer levá-lo, não porque entenda, mas porque confia.  Essa harmonia, porém, só acontece a partir de uma vida de oração, porque orar é estar junto de Deus e com Ele dialogar tendo no interior do coração um contato direto com o Seu pensamento.  É difícil, porém, para aqueles que não têm contato com Deus e não param para alcançar o caminho sobrenatural, pois só enxergam com os olhos do mundo, achando que tudo poderá ser resolvido com o seu raciocínio e inteligência.    -  Como você encara a realidade do céu? – Você consegue perceber quando o céu se abre na sua vida? – Como você tem vivido mais: no corpo ou no espírito? – O que predomina em você: o céu ou a terra? – Pense um pouco sobre isto e peça ao Espírito Santo que revele a você os Seus mistérios.

Neste texto (João 3,31-36), que parece ser a continuação do texto no fim do diálogo de Jesus com Nicodemos, o evangelista João nos apresenta João Batista dando testemunho a seus discípulos sobre a procedência divina de Jesus e, ao mesmo tempo, declarando a serviço de quem está aquele que realmente é o Messias.

 Jesus é o enviado de Deus e tudo o que ele disse é o que ouviu de Deus. Mas junto com a palavra, ele nos dá também um hálito de vida, o sopro do Espírito Santo. Ouçamos, ou seja, creiamos na palavra de Jesus e então nos encheremos do seu Espírito e teremos a verdadeira vida em nós.

 Esta passagem do Evangelho estabelece uma diferença entre o que vem do alto, e o que está na terra. O que vem do alto, Jesus, está por cima de todos os profetas anteriores enviados por Deus, iniciando por Moisés, seu protótipo. Ao chegar a plenitude, a antiga aliança e os antigos mediadores perdem sua validade e, com eles, a Escritura, enquanto solicitam a

fidelidade aquela aliança. Tradicionalmente, a expressão “em cima” designa o lugar de Deus. Quando Jesus fala das coisas do alto, fala então das coisas de Deus, às quais ele pode referir-se com toda propriedade, assim como quem fala com propriedade das coisas da terra, procede da terra.

 Aqui, João estabelece uma espécie de tensão entre as coisas de cima, do céu, sobre as quais está Jesus, mas não para acentuar uma incompatibilidade e irreconciliabilidade absoluta; muito pelo contrário: as coisas da terra, e também as que procedem dela, encontram em Jesus o meio único e definitivo para sintonizar com as coisas do alto, com Deus e seu plano salvífico, porque o Pai deu poder ao Filho sobre todas as coisas, isto é, sobre as do céu e as da terra.

 Moisés era da terra e falava desde a terra. Isto não nega que tiveram um encargo divino, porém se indica a temporariedade de seu cargo, a incompletude de sua mensagem, limitada por um horizonte terreno, e dizer, condicionada por uma cultura da época a qual vivia.

 Em contraste com Moisés, que, sendo “da terra”, precisa de conhecimento imediato de Deus, o que vem do céu dá testemunho, que nasce de sua experiência pessoal e direta de Deus. Só Ele pode formular a vontade certa e completa de Deus.

 Tal convergência ou sintonia entre terra e céu, do criado com o Criador, estabelece-se graças à fé e à aceitação de Jesus como Senhor e doador da vida; mas quem não crê, priva-se ele mesmo dessa vida que Jesus oferece.

 A sintonia entre o céu e a terra adquire seu pleno significado neste tempo pascal. Cristo triunfou sobre a morte após ter sido erguido na cruz. Dessa forma, atraiu para si todas as coisas (João 12, 32); colocado como intermediário entre o céu e a terra, selou a compatibilidade entre ambos. Um dia, Deus baixou à terra para fazer-se homem; com seu sacrifício elevou agora o homem, restituindo-lhe a herança “de cima”.

 Quem não aceita o Filho se nega a entrar no território da vida-amor, se cai no terreno da morte, das trevas, que combate à luz divina. Aí o ser humano se destrói, porque as ideologias da mentira o levam a atuar contra seu próprio ser. Por isso cai sobre esse âmbito a reprovação de Deus. O amor de Deus oferece a todos, por meio de Jesus, a possibilidade de sair desse terreno de morte. Quem deprecia o oferecimento de Deus e resiste voluntariamente a ele, permanece abaixo do peso da reprovação: “já tem a sentença”). Por Jesus somos tornados filhos de Deus. O Mestre dos mestres não apenas ensina mas nos muda interiormente para sermos não apenas alunos, mas filhos do Altíssimo. São João Crisóstomo comentou:"Aqueles que temem a Deus não correm perigo algum, mas somente aqueles que não o temem."

 As ambições do homem moderno e pós-moderno, vão para a educação científica e tecnológica, a profissão, a família, as finanças, o comer e o beber, os divertimentos, e outras coisas similares. Vivemos na sociedade ocidental e não só, numa corrida consumista. Nem isto nem outra coisa qualquer trarão satisfação ao homem.

 Hoje como ontem não gostamos de ouvir falar de pecado e que somos pecadores. Por isso Ele não é muito popular e o Seu evangelho também. Preferimos ouvir de direitos. Pecamos porque somos pecadores, somos pecadores porque a nossa essência humana está afetada, degenerada, decaída; porque nos tornamos inimigos de Deus, porque somos hostis à Sua vontade, plano e propósito; porque não andamos como Ele quer.

 O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. Encontrar-se com o Filho é encontrar-se com o Pai. Cristo é o enviado do Pai. Através de Jesus Cristo perscrutamos a vida com outros olhos. A vida que começa em Deus. A vida que se perdeu nos labirintos da rebeldia, desobediência, orgulho, egoísmo, pecado e morte espiritual. A vida que é salva por Jesus Cristo. Em nossa vida diária, em nossos relacionamentos, é que manifestamos nossa fé; nessa vida de todo o dia é que sabemos se cremos ou não. Como o Pai ama profundamente seu Filho Jesus, Ele nos ama também a cada um de nós, para que assim possamos ser suas testemunhas em meio a situações conflituosas.

 "Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes, enganando-vos a vós mesmos." Cada palavra de Jesus tem valor de salvação, e não se pode deixar cair nada por terra. O cristão é aquele que a ouve e a guarda cuidadosamente no coração. É a essa atitude que constantemente nos convida a Igreja. "Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele, e tudo mais ele fará.".

 Oração: Suba até Vós, ó Deus eterno e todo-poderoso — que, pela ressurreição de Cristo, nos renovais para a vida eterna —, as nossas preces, fazendo-nos dóceis e acolhedores diante do testemunho de Jesus que nos revela a Vossa Palavra, empenhando-nos a levar cada ser humano a entrar em profunda comunhão convosco para que vejam, como nós, frutificar em toda nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na Vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.



 

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