Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus - 1 de janeiro
No Dia Universal da Paz (1 de janeiro) o calendário
dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima no ministério de sua
Maternidade Divina.
Primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental, a festa de Maria
Santíssima, substituiu o costume pagão das dádivas e começou a ser celebrada em
Roma, no século IV.
A Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus, é um momento especial no calendário
litúrgico em que a Igreja Católica se reúne para celebrar e honrar a
singularidade e a importância da Virgem Maria como Mãe de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Neste dia sagrado, voltamos nosso olhar para a
humildade e a submissão de Maria diante do plano divino de Deus. Ela, escolhida
desde toda a eternidade para ser a Mãe do Salvador, aceitou com fé inabalável a
missão que lhe foi confiada. Sua resposta ao anjo Gabriel, "Eis a serva
do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lucas 1:38), reflete
sua total entrega à vontade de Deus.
Maria desempenha um papel singular na história da
salvação, sendo a ponte entre o divino e o humano, uma vez que ela trouxe o
Filho de Deus ao mundo. Na maternidade divina, ela não apenas concebeu Jesus,
mas também O nutriu, educou e esteve ao Seu lado ao longo de Sua vida terrena.
Sua fidelidade e amor incondicional são um exemplo inspirador para todos nós.
Além disso, ao ser proclamada Mãe de Deus, Maria
recebe a mais alta das honras, pois seu filho, Jesus, é verdadeiramente Deus e
verdadeiramente homem. Nessa dualidade, vemos a união íntima entre o divino e o
humano, enfatizando a centralidade de Cristo na nossa fé.
Na Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus, somos
convidados a contemplar o mistério da encarnação e a reconhecer o papel único
de Maria nesse grande mistério. Através da sua maternidade divina, Maria é uma
intercessora poderosa, e podemos confiar nela como nossa Mãe espiritual,
pedindo sua ajuda e proteção.
Que neste dia solene possamos renovar nosso amor e
devoção a Maria, buscando seguir o seu exemplo de fé, humildade e submissão à
vontade de Deus. Que ela interceda por nós, seus filhos, diante do trono
divino, e que possamos experimentar a graça e a bênção de seu materno cuidado
em nossas vidas.
No dia Mundial da Paz, celebrar a Santidade
Maternal de Maria é celebrar Jesus, Reis dos Reis e nosso Salvador. Oremos à
mãe de Jesus para abençoar nosso ano novo!
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós!
01 janeiro - Com grande
sabedoria, São Gregório de Nazianzo afirmou que, quem não reconhece Maria como
verdadeira Mãe de Deus, não crê na Divindade, é ateu. Prostrados aos vossos pés
santíssimos, ó Maria, vos proclamamos como verdadeira Mãe de Deus e, de hoje em
diante, vos escolhemos como nossa Mãe celestial! (S 32). São Jose Marello
Lucas 2,16-21
"Eles foram depressa, e
encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. Então
contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. Todos os que ouviram o que
os pastores disseram ficaram muito admirados. Maria guardava todas essas coisas
no seu coração e pensava muito nelas. Então os pastores voltaram para os
campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto.
E tudo tinha acontecido como o anjo havia
falado.
Uma semana depois, quando chegou o dia de
circuncidar o menino, puseram nele o nome de Jesus. Pois o anjo tinha dado esse
nome ao menino antes de ele nascer."
Reflexão para Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus - Lucas 2, 16-21
Apenas um versículo separa o texto evangélico da noite de Natal do indicado para a solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, celebrada hoje: Lc 2,15. Na noite de Natal, o evangelho foi Lc 2,1-14, e para a solenidade de hoje o texto proposto é Lc 2,16-21. De início, temos convicção de que o Evangelho de hoje, Lc 2,16-21, não pode ser bem compreendido sem considerarmos o versículo que o antecede: "Quando os anjos os deixaram e foram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: 'Vamos já a Belém para ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer'" (Lc 1,15).
Os pastores ficaram maravilhados com a Boa Notícia
que o anjo lhes tinha anunciado: um Salvador nasceu para eles! (cf. Lc 2,10).
Ao anúncio, seguiu-se o canto dos anjos glorificando a Deus (cf. 2,13-14).
Portanto, era inevitável a surpresa e a perplexidade nos pobres pastores e,
mais ainda, a dúvida, afinal, conforme os parâmetros religiosos da época, eles
seriam os últimos a receber uma mensagem do céu, pois pertenciam à categoria
das pessoas impuras e desprezíveis.
Uma das grandes novidades de Jesus, desde o
nascimento, foi contradizer o que a sua religião tinha afirmado sobre o
Messias. Ora, a religião tinha classificado as pessoas como puras e impuras,
piedosas e pecadoras, imaginando que a vinda do Messias seria marcada pelo
extermínio das classificadas como impuras e pecadoras, como os pastores, por
exemplo. Ao invés de seguir as determinações da religião, Jesus prefere, desde
o início, exatamente as categorias excluídas, contradizendo e frustrando muitas
expectativas.
É nessa perspectiva que podemos e devemos
compreender a reação dos pastores; a eles, a religião tinha dito que estavam
fora de cogitação a salvação, eram gente da pior qualidade e, de repente,
recebem um anúncio de salvação e sentem-se amados por Deus. Perplexos ainda,
decidem ir a Belém para conferir e tirar todas as dúvidas (cf. Lc 2,15).
Diante de uma novidade sem precedentes, é
impossível esperar, por isso “Os pastores foram às pressas a Belém e
encontraram Maria, José, e o recém-nascido deitado na manjedoura” (v. 16).
Chama a atenção a expressão ‘às pressas’, embora a tradução mais correta, de
acordo com o texto original é ‘apressaram-se’; trata-se de uma maravilha que
não pode ser adiada! Não há tempo a perder para quem passou toda a vida às
margens, na exclusão. Para esses, a inclusão tem que ser agora, hoje! Por isso,
foram às pressas.
Se os pastores ficaram surpresos com o anúncio do
anjo, talvez ficaram mais ainda com o que viram em Belém: ‘encontraram Maria,
José, e o recém-nascido deitado na manjedoura’ (v. 16b). Certamente, pensaram
entre si: ‘Que Salvador é esse? Pequeno, frágil, em meio às moscas, com cheiro
de esterco?’; ao mesmo tempo perceberam que se fosse um salvador conforme as
expectativas da religião oficial, eles não conseguiriam sequer chegar perto.
Aos poucos, foram compreendendo que um novo tempo com uma nova ordem estava
surgindo, quem estava às margens estava passando para o centro.
Após contemplarem a cena, ainda maravilhados, os
pastores “contaram tudo o que lhes fora dito sobre o menino” (v. 17),
tornando-se assim, também mensageiros de salvação, portadores de Boa Notícia.
Contaram que o anjo lhes aparecera anunciando o nascimento do Salvador, e que
depois ‘uma multidão da corte celeste’ baixou perto deles glorificando a Deus e
anunciando a paz a quem Ele ama (cf. Lc 2,10-14). Contaram coisas maravilhosas,
de modo que quem os escutava também se maravilhava, ou seja, ficavam perplexos,
admirados, pois, até então, não se tinha notícia de um Deus que fizesse conta
de gente que não presta, conforme os padrões da religião da época.
O texto deixa uma lacuna: diz que os anjos
encontraram Maria, José e o menino; em seguida afirma que ‘todos escutavam’ o
que os pastores contaram. Inicialmente, podemos imaginar somente os três, mas
na descrição da reação do auditório dos pastores, é provável que houvesse mais
gente ao redor da manjedoura, sobretudo quando dá destaque à reação
diferenciada de Maria: “guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu
coração” (v. 19). No entanto, é mais plausível supor que o autor quer apenas
evidenciar a reação diferenciada de Maria, ao invés de procurar outros ouvintes
para os pastores.
A reação de Maria é mais profunda que a dos demais,
afinal de contas, ela já estava habituada às maravilhas de Deus, pois foi a
primeira destinatária do anúncio salvífico através do anjo Gabriel (cf. Lc
1,26-38), assistiu à exaltação de Isabel quando a visitou (cf. Lc 1,39-52). No
entanto, ela não deixará de maravilhar-se, pois a trajetória de Jesus lhe trará
outras surpresas, como no episódio da apresentação no templo, Maria e José
ficaram admirados com o que se dizia do menino (cf. Lc 2,33). Mas, sua reação é
diferenciada.
A reação de Maria é de discípula: “guardava todos
esses fatos e meditava sobre eles em seu coração” (v. 19). O verbo grego
traduzido por meditar é συμβαλλω –
symbálô, o
qual possui um significado muito mais profundo que meditar; literalmente
significa ‘colocar junto’, ‘unir’, ‘reunir’. É exatamente aqui que Maria se sobressai sobre os
demais ouvintes, porque ela guardava, ou seja, escutava com atenção tudo o que
os pastores tinham dito, e juntava com o que já sabia: as palavras do anjo
Gabriel e as declarações de Isabel.
Aquela que já era mãe, inicia agora uma nova etapa,
o discipulado, e isso ela vai fazer ao longo de toda a vida de Jesus; ao invés
de ver os fatos isoladamente, ela vai juntando cada um, unindo as peças e
percebendo, no seu coração, que a história da salvação está sendo reescrita com
novos parâmetros, uma inversão de ordem: os últimos, como ela e os pastores,
passaram a ser os primeiros!
Tendo comprovado e visto que tudo o que lhes tinha
sido anunciado era verdade, “os pastores regressaram, glorificando e louvando a
Deus” (v. 20). Realmente, não faltavam motivos para os pobrezinhos dos pastores
glorificarem a Deus! É importante lembrar que a alegria e o louvor são traços
bem característicos de Lucas; quem faz a experiência do amor de Deus reage
louvando e glorificando.
O louvor dos pastores é mais um indício de que a
distância entre o céu e a terra foi eliminada: cantar glória a Deus era função
exclusiva dos anjos no céu, que excepcionalmente desceram à terra e louvaram a
Deus diante dos pastores (cf. Lc 1,13-14), mas logo retornaram para o céu.
Agora, também aos pastores, os últimos da terra, tem esse direito. Quanta
revolução: o que era privilégio dos primeiros do céu, se torna acessível aos
últimos da terra!
No final, vem evidenciado o papel importante de
José e Maria na educação de Jesus, levando para a circuncisão conforme previa a
lei e, ao mesmo tempo, a liberdade que tinham para seguir mais a Deus que a lei
que já não comunicava mais a vontade de Deus: “deram-lhe o nome de Jesus, como
fora chamado pelo anjo antes de ser concebido” (v. 21). Ao dar um nome
contrário ao que lei previa, nome de parente próximo, Maria e José se declaram
a favor da nova história que Deus está começando a escrever com a colaboração
de homens e mulheres, principalmente os mais simples e humildes.
O significado do nome é “Deus salva”, porque agora
a salvação entrou definitivamente na história, como o anjo tinha anunciado:
“Hoje, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor” (cf. 2,11).
Portanto, hoje, especialmente, é mais do que justo recordarmos a Mãe desse
Salvador, e seguir seu exemplo de discípula fiel.
Que Deus abençoe 2026 assim como o fez em 2025.
Mais um ano tem início...
Conquiste-o a cada dia, enfrentando o desconhecido e o que Deus
lhe propuser.
Quais serão as necessidades e as dificuldades que vão surgir?
A cada ano, surge uma possibilidade de aperfeiçoamento e
superação de limites.
Lembre-se de que a verdadeira proteção vem de Deus!
Somente nele é possível encontrar a verdadeira vida!
Ele o tomará pela mão e guiará pelos caminhos deste ano novo.
Agradeça a Deus de coração o ano que passou.
Em mais uma nova etapa, peça que lhe conceda a graça de
permanecer firme na fé.
“Que louvem o Senhor por sua bondade e por suas maravilhas em
favor dos homens”
(SL 107[106],15).



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