31 dezembro - Desejo a todos vocês uma coroa resplandecente de pérolas preciosas, trabalhadas aqui na terra no crisol do sofrimento e da provação. E faço votos que ninguém falte ao encontro feliz onde todos nos encontraremos aos pés do Altíssimo para cantar o hino de louvor eterno e de eterna gratidão. (S 359). São José Marello
31 Dezembro 2025
Tempo do Natal - 7º dia da Oitava do
Natal
Primeira leitura: 1 João 2, 18-21
18*Meus filhos, estamos na última
hora. Ouvistes dizer que há - de vir um Anticristo; pois bem, já apareceram
muitos anticristos; por isso reconhecemos que é a última hora. 19*Eles saíram
de entre nós, mas não eram dos nossos, porque, se tivessem sido dos nossos,
teriam permanecido conosco; mas aconteceu assim para que ficasse claro que
nenhum deles é dos nossos. 20*Vós, porém, tendes uma unção recebida do Santo e
todos estais instruídos. 21Não vos escrevi por não saberdes a verdade, mas
porque a sabeis, e também que da verdade não vem nenhuma mentira.
S. João exorta a comunidade cristã à vigilância
pela iminência da «última hora» da história, marcado por um violento ataque do
«anticristo», símbolo de todas as forças hostis a Deus e personificadas nos
heréticos. O tempo final da história não deve ser entendido em sentido cronológico
mas teológico, isto, como tempo decisivo e último da vinda de Cristo, tempo de
luta, de perseguição e de provação para a fé da comunidade. O agudizar das
dificuldades indica que o fim está próximo. Vislumbra-se já no horizonte o
perfil de um mundo novo. O sinal mais evidente vem dos heréticos que difundem a
mentira. Embora tivessem pertencido à comunidade, mostram-se agora seus
inimigos, ao abandonarem a Igreja e ao criar-lhe dificuldades.
É duro verificar que Deus possa permitir a Satanás encontrar instrumentos da sua ação dentro da própria comunidade eclesial. Mas, a esses instrumentos, opõem-se os verdadeiros discípulos de Jesus, aqueles que receberam «a unção do Santo» (cf. v. 20), isto é, a palavra de Cristo e o seu Espírito que, pelo batismo, lhes ensina a verdade completa (cf. Jo 14, 26). Essa verdade refere-se a Jesus, o Verbo de Deus feito carne, como professa o Apóstolo, e não um Jesus aparentemente humano, figura de uma realidade apenas espiritual, como dizem os hereges.
Evangelho: João 1, 1-18
1*No princípio já existia o Verbo; o Verbo estava
em Deus; o Verbo era Deus. 2No princípio Ele estava em Deus; 3*por Ele é que
tudo começou a existir; sem Ele nada veio à existência. 4*Nele é que estava a
Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens. 5A Luz
brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. 6*Apareceu um homem enviado
por Deus, que se chamava João. 7Este vinha como testemunha, para dar testemunho
da Luz e todos crerem por meio dele. 8Ele não era a Luz, mas vinha para dar
testemunho da Luz. 9*O Verbo era a luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo
o homem ilumina. 10*Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência,
mas o mundo não o reconheceu. 11*Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam. 12*Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder
de se tornarem filhos de Deus. 13*Estes não nasceram de laços de sangue, nem de
um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. 14*E o Verbo
fez-se homem e veio habitar conosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória
que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade. 15*João
deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem
depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'» 16*Sim, todos
nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças. 17*É que a
Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo.
18*A Deus nunca ninguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e que está no seio
do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.
Ao contrário dos evangelhos da infância, o prólogo de S. João não narra os acontecimentos históricos do nascimento e da infância de
Jesus. De forma poética, descreve a origem do Verbo na eternidade de Deus e a
sua pessoa divina no amplo quadro bíblico do projeto de salvação, que Deus traz
para o homem.
Começa pela preexistência do Verbo (vv. 1-5), real e em comunhão de vida
com o Pai; o Verbo pode falar-nos do Pai porque possui a eternidade, a
personalidade e a divindade (v. 1). Depois fala da vinda histórica do Verbo
para meio dos homens (vv. 6-13), de cuja luz deu testemunho João Baptista (vv.
6-8); a luz põe o homem perante a necessidade de fazer uma opção de vida:
recusá-la ou acolhê-la, permanecer na incredulidade ou aderir à fé (vv. 9-11);
o acolhimento favorável tem por consequência a filiação divina, que não procede
da carne ou do sangue, isto é de possibilidades humanas (vv. 12-13).
Finalmente, a Incarnação do Verbo (v. 14) como ponto central do prólogo. Este Verbo
já tinha entrado na história humana por meio da criação, mas agora vem habitar
entre os homens de um modo ativo: «O Verbo fez-se homem», na fragilidade de
Jesus de Nazaré, para mostrar o amor infinito de Deus. Nele, a humanidade
crente pode contemplar a glória do Senhor, a glória de Jesus, o Revelador
perfeito e escatológico da Palavra que nos faz livres, o verdadeiro Mediador
humano-divino entre o Pai e humanidade, o único que nos manifesta Deus e no-lo
faz conhecer (vv. 17-18).
Meditação
«Todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre
graças», diz-nos João no Prólogo do seu evangelho. Vamos partir desta frase
para n os colocarmos numa atitude de ação de graças, neste último dia do ano.
Ao longo dele, fomos recebendo cada dia graça sobre graça, cada um segundo as
suas necessidades e capacidades de receber. E, as graças que recebemos este
ano, preparam as que havemos de receber no ano que vai começar.
Recebemos a graça do perdão misericordioso de Deus para os nossos
pecados e para termos coragem de avançar no caminho da santidade. Recebemos luz
para avançarmos, dia a dia no ano que termina. Essa luz também não o deixará de
brilhar sobre nós no ano que começa. A luz é o próprio Filho de Deus feito
homem: «Eu sou a Luz do mundo». Essa luz é-nos dada como força e como amor,
sobretudo na Eucaristia. Há que acolhê-la de coração aberto e disponível para
todos os dons e surpresas de Deus.
A falta dessa abertura levou alguns cristãos, logo na primitiva Igreja,
à heresia. Não aceitavam que Deus se pudesse fazer homem e, mais ainda, homem
pobre, homem frágil. Ao longo da história, e ainda em nossos dias, não faltam
falsos profetas e mestres de falsidade, que se servem do nome de Cristo para
propagar as suas ideias e doutrinas. Muitas vezes, provêm das próprias
comunidades cristãs. Há que distinguir o verdadeiro do falso. A verdadeira
doutrina traz alegria e paz interior.
O dom e o mistério de pertencer à Igreja têm como única garantia a
fidelidade à Palavra de Cristo, em humilde e permanente busca da verdade.
Recusar a Igreja é recusar a Cristo, a verdade e a vida (cf. Jo 14, 6). Recusar
a Igreja é não acreditar no Evangelho e na Palavra de Jesus, é viver nas
trevas, no não-sentido. O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que, tendo
recebido a unção do Espírito Santo, se deixa conduzir suavemente pela sua ação
e pela sua verdade, reconhecendo os caminhos de Deus, esperando a sua vinda sem
alarmismos nem fantasias milenaristas. A Incarnação de Cristo impregnou toda a
história e toda a vida dos homens, porque só nele reside a plenitude da vida e
toda a aspiração de felicidade e o homem entrou de pleno direito entre os
familiares de Deus.
O fim do ano civil recorda-nos que a história humana é guiada por Deus.
Para Ele a nossa gratidão e a nossa súplica de vida nova que sempre nos quer
oferecer.
Ó abismo de amor! A alma que Te contempla eleva-se admiravelmente acima
da terra, eleva-se acima de si mesma e paira, pacificada, no mar da
serenidade».
S. João é o pregador do amor. Todo o seu evangelho está neste espírito.
A sua primeira página é uma elevação de amor para o Verbo incarnado. «Nós
vimos, diz, o Filho de Deus cheio de graça e de glória». Só ele descreve as
núpcias tocantes de Canaã, o colóquio com a Samaritana, a grande promessa da Eucaristia,
a parábola do bom Pastor, a ressurreição de Lázaro, o lava-pés e os discursos
tão ternos do Bom Mestre durante a Ceia e depois da Ceia. Narra a abertura do
Coração de Jesus.
As suas epístolas pregam a caridade: «Deus é caridade... amou-nos primeiro...
deu- nos o seu Filho por nosso amor. Portanto, amemo-lo também da nossa parte».
E sem cessar repete: «Amemo-nos uns aos outros».
Vivendo junto de Maria e da Eucaristia, caminha para a consumação do
amor. Chega à união mística mais intensa com Nosso Senhor, às visões, às
revelações. O céu está aberto para ele. Descreve-o inteiramente. Mas sobretudo
o Cordeiro triunfante retém o seu olhar: o Cordeiro sempre ferido no Coração e
imolado, o Cordeiro que é bem o laço de amor entre Deus e nós.
Dia 31
O final de
mais um ano é oportunidade para
agradecermos
pelo extremo cuidado de Deus
para com a
humanidade. Apesar dos desafios
e
dificuldades surgidas,
ele nos
conduziu pela mão,
oferecendo-nos
diversas oportunidades
de
crescimento.
Vamos,
pois louvá-lo com estas palavras:
“Louvai a
Deus no seu santuário,
louvai-o
no firmamento do seu poder. Louvai-o
por suas
grandes obras. Louvai-o pela
sua imensa
grandeza.
Todo ser
vivo louve o Senhor. Aleluia!”
(cf. Sl
150[149] 1,-2.5).
Quando
mudam a maneira de pensar e agir,
as pessoas
podem modificar o mundo.
“Aquele
que está sentado no trono disse:
´Eis que
faço novas todas as coisas´.
depois,
ele me disse:
´Escreve,
pois, estas palavras são dignas de fé e
verdadeiras´.
E disse-me ainda: ´Está feito!
Eu sou o
Alfa e o Ômega,
o
Princípio e o Fim. A quem tiver sede, eu darei,
de graça,
da fonte da água vivificante´” (Ap 21,5-6).



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