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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Evangelho do dia 01 de setembro quinta feira

01 Setembro - A maldade não entra no Céu. (S 196). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 5,1-11
 "Certo dia Jesus estava na praia do lago da Galiléia, e a multidão se apertava em volta dele para ouvir a mensagem de Deus. Ele viu dois barcos no lago, perto da praia. Os pescadores tinham saído deles e estavam lavando as redes. Jesus entrou num dos barcos, o de Simão, e pediu que ele o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se e começou a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão:
- Leve o barco para um lugar onde o lago é bem fundo. E então você e os seus companheiros joguem as redes para pescar.
Simão respondeu:
- Mestre, nós trabalhamos a noite toda e não pescamos nada. Mas, já que o senhor está mandando jogar as redes, eu vou obedecer.
Quando eles jogaram as redes na água, pescaram tanto peixe, que as redes estavam se rebentando. Então fizeram um sinal para os companheiros que estavam no outro barco a fim de que viessem ajudá-los. Eles foram e encheram os dois barcos com tanto peixe, que os barcos quase afundaram. Quando Simão Pedro viu o que havia acontecido, ajoelhou-se diante de Jesus e disse:
- Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!
Simão e os outros que estavam com ele ficaram admirados com a quantidade de peixes que haviam apanhado. Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão, também ficaram muito admirados. Então Jesus disse a Simão:
- Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente.
Eles arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus.

 Meditação: 

 Em Lucas, de maneira diferente às narrativas de Marcos e Mateus, e também de João, o chamado dos primeiros discípulos é antecedido por um ato de pregação da palavra feito por Jesus. A barca que servira para Simão (Pedro) e os companheiros pescarem é agora usada por Jesus para sua pregação à multidão. E é na adesão a esta palavra que se obtêm bons resultados imprevisíveis, como mostra a pescaria abundante.

Esta é a versão de Lucas da primeira chamada dos discípulos de Jesus. Ela difere significativamente das versões paralelas em Marcos e Mateus e é uma combinação de passagens de Marcos e João.

Dizem-nos que Jesus estava de pé na beira do Lago de Genesaré. Os escritores do evangelho outros chamam o Mar da Galiléia e João duas vezes se refere a ele como o Mar de Tiberíades.

Por causa das grandes multidões prementes sobre ele para ouvir a palavra de Deus, Jesus foi forçado a emprestar um de dois barcos ancorados perto da costa, onde seus proprietários estavam lavando as redes. "Ele entrou em um dos barcos, o que pertencia a Simão" e "permanecer sentado, ele continuou a ensinar as multidões do barco". Como vimos na sinagoga de Nazaré (e também no Sermão do Monte em Mateus), sentado foi o cargo de professor de costume. De um ponto de vista prático, pela pregação do barco Jesus poderia evitar a pressão da multidão e ainda estar perto o suficiente para falar com eles.

É uma afirmação simples e direta e ainda há um simbolismo aqui. Jesus entra no barco de Simão e ensina a partir dele. O barco, no Evangelho, é freqüentemente um símbolo da comunidade da Igreja.É muito significativo para dizer que Jesus entrou no barco, que era barco de Pedro, e que ele ensinou a partir daí. É um símbolo do que está por vir no futuro próximo.

Agora vem a lição e da revelação. No final do ensino, Simon é dito para ir para a água profunda e começar a pescar. (Ele não será chamado Pedro até o capítulo seguinte). "Mestre, ter sido difícil para ele toda a noite e ter pego nada, mas se você disser isso, vou baixar as redes." Há aqui algo da condescendência do perito para o amador. "Nós sabemos que não há peixes lá, mas, só para te fazer feliz, vamos deixar as redes."

Mas as redes eram pouco na água quando eles estavam tão cheios de peixes que estavam no ponto de ruptura. Eles (Pedro e os outros com ele no barco) teve que chamar seus companheiros no outro barco, para vir em seu auxílio (eles parecem não ter pego nenhum peixe, só o barco de Simão faz). Mas os dois barcos juntos eram agora tão cheia de peixes que eles estavam a ponto de afundar.

Pedro, só agora tão arrogante e onisciente, está totalmente superado. Ele sabia que não havia nenhum peixe lá. Então, só havia uma explicação. O homem de pé diante dele era alguém muito especial: "Vai para longe de mim, Senhor, eu sou um homem pecador." É a reação de uma pessoa na presença terrível do poder avassalador e bondade de Deus. Vemos reações semelhantes por Abraão (Gn 18,27), Jó (42,6) e Is (6,5).

Pedro não pertencem ali, o especialista percebe que ele não é nada, na presença deste homem. Em vez disso, ele se torna tão consciente de suas deficiências. Paradoxalmente, são os santos que estão mais prontos para reconhecer o seu pecado. E seus companheiros, Tiago e João, foram igualmente espantado. Não há menção de Andrew nesta versão da história, porque ele teria sido no barco de seu irmão Pedro. E a passagem indica que Pedro não estava sozinho no barco (" Nós trabalhamos duro durante toda a noite ... ")

Alguns exegetas acham que Lucas pode ter emprestado essa história a partir de relato de João dos discípulos que vão de pesca no final do evangelho. Tem-se observado que Simon chama de "Senhor Jesus, um título de pós-ressurreição e se refere a sua pecaminosidade, o que faz mais sentido depois de sua tríplice negação durante a Paixão. Ele também aguarda a liderança de Pedro o que é confirmado no mesmo capítulo de João.

Jesus, então, tranqüiliza Simão e seus companheiros: "Não tenha medo." São palavras que vai ouvir novamente. Porque ele está chamando a ser seus parceiros no trabalho de construção de seu Reino. A captura enorme de peixes feita pelo barco em que Jesus e Pedro eram é um sinal de uma captura muito maior de pessoas a serem feitas pela nova comunidade guiada pelo Espírito de Jesus e sob a liderança de Pedro.

Ao contrário dos outros evangelhos, Lucas tem um período de ensino e milagres preceder a chamada dos discípulos. Isso faz com que a sua resposta decisiva menos surpreendente e mais plausível.

Eles ouviram a mensagem, eles aceitaram o convite e "com que eles trouxeram seus barcos para terra, deixaram tudo, e se tornam seus seguidores". Em Marcos e Mateus eles deixaram as suas redes e barcos. No evangelho de Lucas, especialmente, o seguimento de Jesus é entendida como absoluta - é preciso deixar tudo e jogue em um monte de totalmente com Jesus onde quer que vai levar.Esses barcos e redes foram os de segurança em que a vida de Pedro, seus companheiros e suas famílias dependia. Mas eles deixaram e tudo mais.
 Deixar tudo e seguir Jesus significa mergulhar no amor de Deus que está semeado nos corações. Esta é a fé, esta é a confiança. Sem ele, a missão não pode suceder.

Reflexão Apostólica:

 Você já tomou a decisão de obedecer a Deus como um modo de vida? Eu não estou falando sobre obedecer de vez em quando, mas em todas as áreas com o melhor de seu conhecimento e habilidade. Ou você acha que há momentos em que você se esforça para fazer o que você sabe que é certo e de acordo com os seus princípios?
 Pode haver momentos em que é fácil de discernir entre o que é certo e de acordo com a vontade de Deus e o que é errado e não uma parte de seu plano. Na verdade, você pode realmente obedecer-Lhe em momentos cruciais porque você quer que o Seu melhor.
 Outras vezes, você pode sentir como se você está sendo puxado de lado por desobediência, simplesmente porque você não fez sua lição de casa na oração e no estudo da Palavra de Deus.

Salomão nos advertiu para "pegar as raposas." Ele passou a explicar que são as "pequenas raposas que estão arruinando os vinhedos" (CUT 2,15 ).
 Muitas vezes, as decisões menores trazer maiores conseqüências. A decisão de contar uma pequena mentira é muito caro, pois leva ao pecado e geralmente o próximo passo, que é engano. O inimigo é muito forte. Ele sabe melhor do que para tentar um crente experiente para fora plana desobedecer a Deus.
 Óbvio pecado sempre atrai uma resposta. Amigos e familiares costumam falar quando você está envolvido em algo que leva à vergonha, fracasso e um testemunho danificado.

Você pode acreditar erroneamente que algo percebido como sendo insignificante é muito mais fácil de disfarçar. Pode ser por uma temporada, mas em algum momento Deus puxa as capas para trás, ela verdade é revelado sobre o que você fez.

Muitas pessoas chegam ao ponto de ser quebrado,, machucado, solitário e desanimado antes de procurar a ajuda de Deus.
 Um Conselheiro Espiritual que trabalha com executivos de empresas, uma vez me disse que, se ele pode ser colocado em um conflito antes que piore a um nível grave, ele geralmente pode mostrar às pessoas como resolver o problema. Mas isso raramente acontece, porque a maioria de nós são muito reservados e não livremente expor o que estão sentindo e pensando até muito mais tarde. Até então o conflito está ameaçando sair do controle. Jesus conhece os nossos corações, e Ele deixa claro desde a primeira página da Sua Palavra que a obediência a Ele deve ser o nosso foco central. Adão e Eva desobedeceram a Deus e sofreu a perda de tudo o que sabiam como certo e bom.

No entanto, como você pode acompanhar desobediência através das gerações, você também pode rastrear os benefícios da obediência. Deus proporciona um contraste perfeito entre os dois em Sua Palavra:
"Se você obedecer diligentemente o Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. Todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se você obedecer ao Senhor teu Deus. Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo.Mas ... será que sobre, se você não obedecer o Senhor, teu Deus, tendo cuidado de fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos com a qual eu carregá-lo hoje, que todas estas maldições virão sobre ti e te alcançarão. Maldito serás tu na cidade, e maldito serás no país " (Dt. 28,1-3 , 15-16 ).


 Propósito: Demonstrar, pela vida, que estou buscando o caminho da santidade.

Evangelho do dia 31 de agosto quarta feira

31 agosto -  Se Gregório VII, filho de um pobre fabricante de barris, conseguiu revolucionar o mundo e fundar uma civilização nova sobre as ruínas do barbarismo, foi porque sentia o poder da "combinação" diária com o seu Deus, razão pela qual se tornava, de simples que era, homem de uma têmpera divina. (L 9 ). São jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 4,38-44

"Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo, com muita febre. Intercederam a Jesus por ela. Então, Jesus se inclinou sobre ela e, com autoridade, mandou que a febre a deixasse. A febre a deixou, e ela, imediatamente, se levantou e pôs-se a servi-los. Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes, com diversas enfermidades, os levavam a Jesus. E ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava. De muitas pessoas saíam demônios, gritando: "Tu és o Filho de Deus!" Ele os repreendia, proibindo que falassem, pois sabiam que ele era o Cristo. De manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, tendo-o encontrado, tentavam impedir que ele as deixasse. Mas ele disse-lhes: "Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, pois é para isso que fui enviado". E ele ia proclamando pelas sinagogas da Judéia." 

Meditação:

Lucas reproduz, de maneira um pouco desencontrada, numa narrativa que já se encontrava no evangelho de Marcos onde Jesus já havia chamado seus quatro primeiros discípulos, particularmente Pedro (Simão), em cuja casa ele entra.

No evangelho de Lucas Jesus entra em casa de Pedro, sem contudo tê-lo chamado ainda. Também, em lugar de mencionar a Galiléia como sendo o espaço da proclamação de Jesus, Lucas a troca pela Judéia.
Lucas acentua o sofrimento da sogra de Simão Pedro e a autoridade de Jesus ao expulsar a febre; realça, assim, o caráter milagroso do evento. Jesus decide abandonar a Sinagoga. Por que razão não se diz. Mas, pelo que se pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar, simbolizado pela casa da sogra de Simão, no lugar de oração, de cura e libertação. De paz e justiça, de amor e partilha, de alegria e sucessos, de misericórdia e perdão. Faz do ambiente familiar o lugar de saúde e vida.
Portanto a casa, o lar, a família, é o lugar privilegiado para se construir a nossa sociedade. Assim, numa sociedade como a nossa onde o conceito de família está “vazio”, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo Batismo. Isto reduz o egoísmo, e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito e se realize a Igreja doméstica.
Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais e aí ele foi, parou ao lado da cama dela e deu uma ordem à febre.
Este gesto apela primeiro pelo zelo apostólico dele e por outra chama-me como pastor de alma a visitar, entrar e abeirar-me dos leitos de muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados sem forças para levantar a cabeça, o corpo e servir os seus como deveriam fazer.
Na casa a mulher, personificada na sogra de Simão, é valorizada na sua prática do serviço, que é a característica fundamental do Reino. Outro pormenor a considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na sinagoga.
Neste dia todo trabalho cessava, e só era permitido caminhar-se uma curta distância. Ao pôr-do-sol termina o dia do sábado, começando o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por excelência para nós cristãos.
O povo, liberado das restrições legais prefiguradas pelo sábado legal, que ao invés de salvar, condenava, de dar vida, matava, acorre a Jesus, que os cura, os liberta e salva. Esta deve ser a minha e a tua atitude, fazendo-te recordar o que refletimos ontem, nas culturas antigas, muitas doenças físicas e mentais eram atribuídas a um ser imaginário, o demônio. Jesus, porém, na sua prática, vai revelando que os males da humanidade resultam, principalmente, do poder opressor, da falta de carinho, amor, ternura, paz, justiça, reconciliação, diálogo, atenção e falta de Deus na comunidade-família que deveria ser construtora de vidas novas
Neste trabalho é preciso que a comunidade saiba que ela está a serviço de Deus e não a busca de privilégios ou de poder (e isto serve também para os evangelizadores). Que ela tenha as portas abertas para todos.
O nosso serviço é levar todos os enfermos, quer os da família de sangue quer não: todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou.
Como apóstolos, somos enviados e ordenados para anunciar a Palavra de modo que trazendo todos os enfermos (quer corporais quer espirituais), eles possam ser curados e entendam Deus na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo, que acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino: a Vida Eterna.
Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela a sermos o homem, a mulher que, acolhendo bons e maus, sejamos a mão, a braço, a boca, o coração e a mente de Cristo, convertendo-nos em discípulos e missionários do Mestre para que o mundo conheça a Verdade e conhecendo a Verdade possa salvar-se. Peçamos hoje a Deus o ardor missionário.

Reflexão Apostólica:

Enquanto que em Marcos a ação libertadora de Jesus resulta de seu ensino, em Lucas ela é apresentada como manifestação de poder milagroso messiânico.
A nossa reflexão de hoje divide-se em 3 momentos: uma tarde, uma noite e uma manhã com Jesus.

À tarde, Jesus visitou a sogra de Simão, seu futuro discípulo, e a curou de uma febre alta. Logo após, ela se pôs a servi-lo. Essa passagem já virou até motivo de piada, quando falam que foi por isso que Pedro negou Jesus 3 vezes...

A mensagem desse momento é muito "batida" e, apesar disso, pouco seguida... Quantas vezes Jesus nos curou, nos cura, e vai nos curar, mas nós não nos colocamos a servi-lo? A sogra de Simão o serviu do jeito que ela sabia e podia... não precisou fazer nada extraordinário... E nós? De que forma poderíamos servi-lo, agradá-lo?

À noite, todos os que tinham pessoas acometidas pelos mais diversos males, as levaram para Jesus impor as mãos. Jesus curou todas. A notícia da cura da sogra de Simão se espalhou rápido pela cidade, e cada um queria aproveitar a presença de Jesus para levar alguém que estava precisando de algo. Para o povo daquele lugar seria maravilhoso ter Jesus morando ali!

Ninguém mais ficaria doente por muito tempo! Jesus era como um médico novo em uma cidadezinha de interior... ou como um popstar visitando uma cidade grande... quem já presenciou uma situação assim, sabe do que eu estou falando.
Jesus deve ter ficado até altas horas da noite atendendo as pessoas, até alguém dizer: "Gente, tá bom, vamos deixar ele dormir também, não é? Ele é Filho de Deus..."
Se tivéssemos consciência de que Jesus é o Enviado do Pai para nos dar vida plena, nós nunca duvidaríamos de que Ele possa nos curar das nossas enfermidades, nos libertar do mal e nos fazer reviver, mesmo que estejamos à beira da morte.
A sogra de Pedro é um exemplo de que a qualquer momento e em qualquer circunstância nós também poderemos servir a Deus e à Igreja de Cristo.
Ninguém poderá afirmar que já não tem condições de vida nova, se realmente, confiar no poder de Jesus que se manifesta também, hoje, entre nós.
As doenças e os males que se nos apresentam, são na maioria das vezes, lamentos da nossa alma necessitada do toque de Jesus, da sua Palavra e da Sua orientação.
Ao nascer do sol, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. Foi refletir, orar... E não é difícil saber o que Ele pensou... É muito bom a pessoa ser bem acolhida, mas se Ele ficasse lá, a Boa Nova não chegaria às outras cidades, nem teria atravessado gerações até chegar a nós.

A ação libertadora de Jesus, curando os doentes e expulsando os demônios, se faz tanto no ambiente doméstico da "casa" como em ambiente público, entre as multidões.
As pessoas de lá, não queriam deixá-lo partir, mas Ele tinha que ir. Jesus tinha um grande projeto de vida, e não deixou que as comodidades o tirassem da sua missão. Assim, devemos aprender com Ele...

Deus tem grandes planos para a nossa vida! Nos deu dons! Nos dá tudo o que pedimos, nos cura e nos livra de qualquer mal.

Quantas vezes Ele ainda vai precisar nos curar para que nos coloquemos a servi-lo? Do nosso jeito, com nossas limitações... Até quando vamos continuar escolhendo o mais cômodo, e deixando de lado o grande projeto que Deus tem para a nossa vida?
Jesus resume e essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces inseparáveis:amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutiza a si mesmo, o próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de fraternidade e não de opressão ou de submissão.
O dinamismo da vida é o amor que tece as relações entre os homens, levando todos aos encontros, confrontos e conflitos que geram uma sociedade cada vez mais justa e mais próxima do Reino de Deus.
A Boa Nova do Reino que Jesus anunciou aqui na terra é a Boa Notícia que nós devemos transmitir a todos: “Jesus, o filho de Deus, está muito perto de nós.
Mora no nosso coração e nos quer curar de todos os males, hoje, como antes”. Jesus não se prendia a lugar nenhum, Ele não tinha predileções. 
Por isso, ao raiar do sol... coloquemo-nos no em deserto por alguns minutos, e reflitamos sobre o grande plano que Deus tem para nós, mas que está ameaçado pela comodidade da vida... QUANTO MAIOR O INVESTIMENTO, MAIOR O RETORNO...
Enfim, começa o mês da bíblia. Um mês onde, de forma especial, somos convidados a rever nossas ações e gestos perante a Deus, aos irmãos e a nós mesmos usando como filtro a palavra de vida que vem do Evangelho.
Você já teve alguma experiência de cura ou de libertação?- Depois que você foi curado (a), você foi também servir a Jesus? Você acha que já fez muito e que precisa de descanso? Você costuma se apegar aos grupos e pessoas? Você é uma pessoa que aceita mudanças ou é uma pessoa acomodada?    

Propósito:
Pai, que a presença de Jesus em minha vida seja motivo de libertação, de modo que eu possa servir com alegria o meu próximo, especialmente, os mais necessitados.
2º Meditação: 

Lucas segue a mesma seqüência de Marcos, articulando a saída de Jesus da sinagoga com a entrada na casa de Simão (Pedro), indicando a nova prática de Jesus.

Ele acentua o sofrimento da sogra de Simão Pedro e a autoridade de Jesus ao expulsar a febre; realça, assim, o caráter milagroso do evento. Jesus decide abandonar a Sinagoga. Por que razão não se diz. Mas, pelo que se pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar, simbolizado pela casa da sogra de Simão, no lugar de oração, de cura e libertação. De paz e justiça, de amor e partilha, de alegria e sucessos, de misericórdia e perdão. Faz do ambiente familiar o lugar de saúde e vida.

A casa, o lar, a família, é o lugar privilegiado para se construir a nossa sociedade. Assim, numa sociedade como a nossa onde o conceito de família está “vazio”, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo Batismo. Isto reduz o egoísmo, e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito e se realize a Igreja doméstica.

Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais e aí ele foi, parou ao lado da cama dela e deu uma ordem à febre. Este gesto apela primeiro pelo zelo apostólico dele e por outra chama-me como pastor de alma a visitar, entrar e abeirar-me dos leitos de muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados sem forças para levantar a cabeça, o corpo e servir os seus como deveriam fazer.

Na casa a mulher, personificada na sogra de Simão, é valorizada na sua prática do serviço, que é a característica fundamental do Reino.

Outro pormenor a considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na sinagoga. Neste dia todo trabalho cessava, e só era permitido caminhar-se uma curta distância.

Ao pôr-do-sol termina o dia do sábado, começando o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por excelência para nós cristãos.

O povo, liberado das restrições legais prefiguradas pelo sábado legal, que ao invés de salvar, condenava, de dar vida, matava, acorre a Jesus, que os cura, os liberta e salva.

Esta deve ser a nossa atitude. Como vimos ontem, nas culturas antigas, muitas doenças físicas e mentais eram atribuídas a um ser imaginário, o demônio. Jesus, porém, na sua prática, vai revelando que os males da humanidade resultam, principalmente, do poder opressor, da falta de carinho, amor, ternura, paz, justiça, reconciliação, diálogo, atenção e falta de Deus na comunidade-família que deveria ser construtora de vidas novas.

Neste trabalho é preciso que a comunidade saiba que ela está a serviço de Deus e não a busca de privilégios ou de poder (e isto serve também para os evangelizadores).
 Que a comunidade tenha as portas abertas para todos. O meu e o teu serviço é levar todos os enfermos, quer os da família de sangue quer não: todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou.

Como apóstolos, somos enviados para anunciar a Palavra de modo que trazendo todos os enfermos (quer corporais quer espirituais), eles possam ser curados e entendam Deus na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo, que acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino: a Vida Eterna.

Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela a sermos o homem, a mulher que, acolhendo bons e maus, sejas a mão, a braço, a boca, o coração e a mente de Cristo, convertendo-te em discípulo e missionário do Mestre para que o mundo conheça a Verdade e conhecendo a Verdade possa salvar-se.

Peçamos hoje a Deus o ardor missionário.

 Reflexão Apostólica:

Jesus nunca perdeu o foco do seu serviço. A notoriedade, a fama e sua popularidade não o encantavam ou o cegava ao ponto de desviar-se do seu objetivo maior: anunciar a TODOS a Boa Nova.

Semana passada acompanhamos pela TV a preocupação do povo americano com um furacão que rondava suas cidades e hoje passada a tormenta vemos a outra preocupação nessas cidades afligidas pelos ventos e pelas chuvas: voltar a funcionar!

Os órgãos americanos após as chuvas, vendo que o mal já havia passado, rapidamente avaliaram os estragos, e assim rapidamente liberaram os aeroportos e metrôs para voltarem a funcionar. O que isso tem haver com o Evangelho?

Quantas tempestades e furacões fomos assolados? Quantas vezes vimos ou presenciamos nosso mundo girar e nós, indefesos e impotentes, não podíamos fazer nada? Mas ela vai passar! Mas quando passar, o que vou fazer? “(…) A febre saiu da mulher, e, no mesmo instante, ela se levantou e começou a cuidar deles”.

O conhecimento do povo era pequeno sobre os males que o assolavam sendo assim comum declarar que seu sofrimento estava relacionado a maus espíritos. Não podemos esquecer que naquela região a influência de outras culturas e credos favorecia esse tipo de prática. Até mesmo na idade média, muitos e muitos anos após Jesus ter vindo, muitas pessoas acometidas por males inexplicáveis à época como a epilepsia, eram vistos como possessos.

Possessões sim eram possíveis e foram muitas vezes relatadas na bíblia, mas nem tudo que nos acontece é motivado por isso, então por que vemos nessas pequenas igrejas uma ênfase a possessão e não a cura? Por que vemos as pessoas culpando os demônios por sua falta de conduta ou de fidelidade? Nossa como é fácil dizer que fez aquilo, pois um “demônio” o possuía; como é fácil dizer após um atentado, um massacre como aqueles que vemos na TV que uma voz dizia para fazê-lo?

Sejam quais forem os motivos que me trouxeram a tempestade devem me levar após a tormenta, como o governo americano, a avaliar os estragos e mais que rapidamente permitir que meus trens e aviões voltem a andar. Uma tempestade que passou não pode me impedir de voltar a sonhar (aviões) e a continuar andando (trens).

O que me chama atenção no gesto da sogra de Pedro que ela não se preocupa com a doença de que fora curada, pois de imediato passa a ajudar. Sua postura revela a verdadeira gratidão daquele que ouve a Palavra de Deus mudar sua vida.

Furacões virão em nossas vidas, mas a única certeza que devo ter é que após passar continuarei tendo coragem em reconstruir. Talvez hoje a doença impeça alguns de abrir seus aeroportos para voltar sonhar, mas saibam, mesmo aquele que esta confinado num leito tem seu pensamento livre. A esperança voa e sofre com a força dos ventos, mas da fé brota a paz.

Em especial hoje, que Deus esteja na casa de umas pessoas de nossa comunidade que sofrem com a força dos ventos. Abra-se para voar! Não desistam de andar!
Fácil ser cristão sadio!  A fé de vocês, em meio aos ventos, e a vontade de continuar servindo, como a sogra de Pedro, me convencem que vale a pena continuar acreditando.
  

Propósito: Farei atos de fé, na certeza de que o Senhor pode libertar todos os males, mesmo aqueles difíceis para vencer.       

Evangelho do dia 30 de agosto terça feira

30 agosto Cristo é um coeficiente infinito em nossos corações... E nós, pobres cifras do nada, podemos multiplicar-nos, aos poucos, até à grandeza dos valores infinitos. (L 11). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 4,31-37
 "Então Jesus foi para Cafarnaum, uma cidade da região da Galiléia. Ali ele ensinava o povo nos sábados. Eles estavam muito admirados com a sua maneira de ensinar, pois Jesus falava com autoridade. Havia um homem na sinagoga que estava dominado por um demônio. O homem gritou:
- Ei, Jesus de Nazaré! O que você quer de nós? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que Deus enviou!
Então Jesus ordenou ao demônio:
- Cale a boca e saia deste homem!
Em frente de todos, o demônio atirou o homem no chão e saiu dele sem lhe causar nenhum ferimento. Todos ficaram espantados e diziam uns para os outros:
- Que tipo de palavras são essas? Este homem, com autoridade e poder, expulsa os espíritos maus, e eles vão embora.
E as notícias a respeito de Jesus se espalharam por toda aquela região.
 Meditação: 
 O anúncio da Palavra abala todo sistema religioso convencional e formal. A Palavra fecunda é a que renova as comunidades e a sociedade, promovendo a unidade em torno da justiça, da dignidade humana e da paz.
 Estamos diante de um texto que nos remete ao tempo de Jesus. Assim, como bom Judeu num dia de Sábado, entra no templo de Cafarnaum e  começa a ensinar os seus discípulos, que por falta de conhecimento científico não só neles mas também para todas pessoas do seu tempo, a ignorância sobre o funcionamento do corpo humano, fazia com que se atribuísse aos demônios algumas enfermidades.
 Tal fenômeno acontecia, sobretudo, com os transtornos psíquicos, as enfermidades mentais, nas quais o modo de agir do enfermo gritos, falta de controle dos movimentos, ataques, era o que mais chamava a atenção.
 Lucas reproduz, com poucas diferenças, a semelhante narrativa de Marcos. Porém, ele a coloca antes da vocação dos primeiros discípulos, enquanto Marcos a coloca depois.

O contexto é o do ensinamento com autoridade de Jesus. "Autoridade" significa competência, coerência e autenticidade. O gesto espantoso de exorcismo é uma expressão da força transformadora da sua palavra e de seu ensino, que liberta as mentes das ideologias religiosas que deformam a face de Deus

É neste ambiente que surge o homem que Lucas nos descreve como sendo possuído por demônio e que levantando a voz grita: Ei, Jesus de Nazaré! O que você quer de nós? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que Deus enviou!

A palavra louco era o equivalente a dizer endemoniado. Passando a ser o mesmo que dizer impuro ou seja possuído por um espírito impuro, o diabo.

O impuro é o que está carregado de forças perigosas e desconhecidas, como o puro é o que tem poderes positivos. Quem se aproxima do impuro, não pode aproximar-se de Deus. E por isso todos fugiam deste homem segundo a lei latente no livro do Levitt.
 À medida em que o povo foi evoluindo de uma religião mágica para uma religião de responsabilidades pessoais, essas idéias foram caindo em desuso. 
 Jesus aboli de uma vez por todas esta lei. E o que prova isto é que a cerimônia do exorcismo acontece dentro da sinagoga para fazer entender que também o excluído do povo tinha direito de se salvar porque é filho de Deus. Também poderia participar da mesa dos filhos, e poderia falar com Deus na oração. É membro do corpo místico de Cristo, é membro da igreja.

O fato de cena acontecer no interior da sinagoga é que é nela que se reunia todo o povo aos sábados para assistir à oração e escutar o rabino ou qualquer outro que quisesse fazer o comentário dos textos da Escritura que se havia lido. Era um lugar familiar, mais popular e mais leigo, já que nela se podia falar livremente, interromper, e não era necessária a presença de nenhum ministro sagrado. O rabino era um mestre-catequista.

Jesus aproveita esta familiaridade para incluir o irmão através a expulsão do demônio:Cale a boca e saia deste homem! Diante de todos, ao que o demônio obedece e sai.

Sem querer chegar ao conceito puro-impuro dos tempos antigos, muitos enfermos do tipo subnormais, loucos, homossexuais, lésbicas, drogados, adúlteros, alcoólatras etc., estão hoje marginalizados da comunidade.
 Os sadios se safam deles, querem escondê-los como uma vergonha familiar, não se lhes dão oportunidades de reabilitação para que possam contribuir para a sociedade.
 São os verdadeiramente os novos impuros. Qual tem sido a tua posição ante o teu parente que vive esta situação? Não te esqueça que o sinal de Jesus neste Evangelho de hoje é sinal de que a casa de Deus, a comunidade cristã, está aberta também para esses homens e mulheres diminuídos.
 É sinal de Libertação: Deus valoriza e tem para eles um lugar e uma missão. Basta que tu lance a mão à obra e te convertas em verdadeiro discípulo e missionário de Jesus Cristo e a notícia de Jesus se espalhará por toda a parte, fazendo com que haja um só Pastor e um só rebanho no mundo inteiro.
 Reflexão Apostólica:
 Acreditar fielmente que as conversas, atos e prodígios de Jesus atravessaram fronteiras, mas suas palavras chegavam aos ouvidos dos fariseus como aquela brincadeira “telefone sem fio”. Imagino como deve ter chegado a informação sobre o que ele fez com o homem que estava possesso. Suas ações além de gerar curiosidade despertavam o temor.

Os poderosos o temiam. Repudiavam a idéia de alguém tão simples ter tanta autoridade e carisma com as pessoas sem precisar levantar a voz ou a espada tão pouco demonstrar qualquer tipo de truculência ou autoritarismo; temiam aquele homem que vinha do povo e que falava com muita autoridade sobre Deus sem mudar uma sequer vírgula da lei.

Notem: no íntimo do pensamento deles havia uma afirmativa: esse homem passou a ser um problema! “(…) Que tipo de palavras são essas? Este homem, com autoridade e poder, expulsa os espíritos maus, e eles vão embora”.

Vivemos hoje um tempo que chamo de combate. Como no tempo de Jesus, todos aqueles que se empenham a expulsar o mal terão seus nomes citados, difamados, caluniados e possivelmente também perseguidos. Quando se entra para o trabalho do Senhor somos como perfumes dentro de um frasco que é aberto, ou seja, não tem volta… A fragrância percorrerá nossas narinas, chegará a onde não esperávamos; agradará alguns e também incomodará uns outros, mas certo é que foi aberto. Ele agora só depende da força do vento. Quanto mais intenso e continuo, maior a possibilidade da fragrância alcançar o outro lado quarto. Esse vento brota da vida EM ORAÇÃO.

Será que o Senhor ao ouvir aquele espírito que possuía o rapaz pensou duas vezes? Algo me fez lembrar da mulher que ungiu os pés de Jesus e não querendo voltar atrás no seu gesto quebra o gargalo do frasco de perfume. Fechando esse mês missionário, será que estamos preparados para também não voltar atrás? Tenho convicção do que quero?

Se sim, aonde anda seu terço? Que tempo posso dedicar a ouvir a palavra de Deus? Vou buscar os sacramentos e aperfeiçoar os dons que Deus me confiou? Vou assumir um compromisso de fazer algo novo amanha? Tenho coragem de sair da minha mesmice de décadas e encarar um novo desafio? Tenho a divina coragem de ser NOVO?
Quantas perguntas… E as respostas?

Engraçado ver que aquele espírito conhece mais Jesus que muitos de nós mesmos. Dizemos ter fé, mas na verdade somos fãs de são Tomé. Não precisamos fazer coisas grandiosas, precisamos fazer algo. Não podemos nos esconder.
Tenhamos atitude, pois pelo menos algo precisa ser novo.
 Propósito: Demonstrar, pela vida, que o amor de Deus se revela no amor ao próximo.   
Meditação:
Lucas incorpora em seu evangelho esta narrativa de exorcismo, que já se encontrava no evangelho de Marcos. Contudo, enquanto que em Marcos a narrativa é introduzida após o chamado dos quatro primeiros discípulos, em Lucas ela é inserida após a fala de Jesus na sinagoga de Nazaré, inaugurando seu ministério, e antes deste chamado dos discípulos.
A narrativa é um prenúncio dos conflitos que ocorrerão ao longo ministério de Jesus que encontrará resistência e condenação da parte dos chefes religiosos das sinagogas e do Templo de Jerusalém.

A autoridade de Jesus é reconhecida pelo seu espírito amoroso, de serviço, de acolhida, de valorização de cada pessoa, de libertação e de promoção da vida.  Até o espírito imundo dava testemunho de quem era Jesus: "Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!"

Jesus estava apenas começando a sua missão no dia em ele expulsou aqueles demônios. Eram vários. Porque um deles disse: "Que queres de nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir?"

Jesus estava em uma cidade da região da Galiléia, e era dia de sábado quando Ele falava ao povo, e todos estavam muito admirados com a sua maneira de ensinar, pois Jesus explicava com autoridade. Jesus ordenou que o demônio calasse a boca e saísse do homem. O demônio sacudiu o homem e o jogou no chão antes de sair dele.

Todos os presentes ficaram pasmados com medo e respeito por Jesus , pelo que Ele tinha acabado de fazer. As pessoas questionavam uns aos outros  sobre o poder das palavras usadas por Jesus. E uma grande admiração sobre o poder de Jesus era notada nas atitudes das pessoas ali presentes. Depois daquele dia a notícia sobre o poder de Jesus se espalhava em toda aquela região.

Precisamos  pedir a Jesus que afugente para longe de nós toda ação diabólica. Que Jesus mantenha satanás distante do nosso lar, que não exerça nenhuma influência na mente dos nossos filhos e de todos os jovens.  Precisamos também, com a ajuda de Deus, expulsar outros demônios da nossa vida Aqueles representados, por exemplo, pelas bebedeiras exageradas geralmente dos maridos que mais que uma vez por semana "enchem a cara" e ao chegar em casa, maltratam mulher e filhos. Beber moderadamente  até pode ser relaxante e divertido.

Só que o problema, é o "moderadamente". É muito difícil ficar com uma cerveja apenas. Sempre se exagera um pouco, e é exatamente na dose que reside o perigo da ingestão de bebidas alcoólicas.

 O exagero na bebida, além de prejudicar o fígado, e vesícula, enfraquece o coração. Coração fraco não bombeia adequadamente o sangue para todos os órgãos do corpo, e estes com oxigenação deficiente, causam um mal-estar de cansaço, fadiga etc, que é um prenúncio de envelhecimento precoce, o que causa o péssimo desempenho na convivência conjugal, no trabalho, nos esportes, etc.

Se este é o seu problema, seria bom consultar um médico, e pedir ajuda ao seu confessor. 
Reflexão Apostólica:
Estamos diante de um texto que nos remete ao tempo de Jesus. Assim, como bom Judeu num dia de Sábado, entra no templo de Cafarnaum e  começa a ensinar os seus discípulos, que por falta de conhecimento científico não só neles mas também para todas pessoas do seu tempo, a ignorância sobre o funcionamento do corpo humano, fazia com que se atribuísse aos demônios algumas enfermidades.

Tal fenômeno acontecia, sobretudo, com os transtornos psíquicos, as enfermidades mentais, nas quais o modo de agir do enfermo gritos, falta de controle dos movimentos, ataques, era o que mais chamava a atenção.

É neste ambiente que surge o homem que Lucas nos descreve como sendo possuído por demônio e que levantando a voz grita: Ei, Jesus de Nazaré! O que você quer de nós? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que Deus enviou!

A palavra louco era o equivalente a dizer endemoniado. Passando a ser o mesmo que dizer impuro ou seja possuído por um espírito impuro, o diabo.

O impuro é o que está carregado de forças perigosas e desconhecidas, como o puro é o que tem poderes positivos. Quem se aproxima do impuro, não pode aproximar-se de Deus. E por isso todos fugiam deste homem segundo a lei latente no livro do Levítico.

À medida em que o povo foi evoluindo de uma religião mágica para uma religião de responsabilidades pessoais, essas idéias foram caindo em desuso. E Jesus aboli de uma vez por todas esta lei.
Sem querer chegar ao conceito puro-impuro dos tempos antigos, muitos enfermos do tipo subnormais, loucos, homossexuais, lésbicas, drogados, adúlteros, alcoólatras etc, estão hoje marginalizados da comunidade.

Os sadios se safam deles, querem escondê-los como uma vergonha familiar, não se lhes dão oportunidades de reabilitação para que possam contribuir para a sociedade.

São os verdadeiramente os novos impuros. Qual tem sido a tua posição ante o teu parente que vive esta situação? Não te esqueça que o sinal de Jesus neste Evangelho de hoje é sinal de que a casa de Deus, a comunidade cristã, está aberta também para esses homens e mulheres diminuídos.

É sinal de Libertação: Deus valoriza e tem para eles um lugar e uma missão. Basta que tu lance a mão à obra e te convertas em verdadeiro discípulo e missionário de Jesus Cristo e a notícia de Jesus se espalhará por toda a parte, fazendo com que haja um só Pastor e um só rebanho no mundo inteiro.
A ação demoníaca escraviza e aliena o homem, impedindo-o de pensar e de agir por sí mesmo(por exemplo:ideologias, propagandas, estruturas, sistemas etc.): outros pensam e agem através dele. O primeiro milagre de Jesus é fazer o homem voltar à consciência e à liberdade. Só assim o homem pode segui-lo.
O evangelho não diz qual o ensinamento de Jesus; contudo, mencionando-o junto com uma ação de cura, ele sugere que o ensinamento com autoridade repousa numa prática concreta de libertação: com sua ação Jesus interpreta as Escrituras de modo superior a toda a cultura dos doutores da Lei.
Precisamos lembrar que um dia Jesus falou que nós também, pelo poder do Espírito Santo, podíamos fazer isto e muito mais ainda. A Fé e a coerência da nossa vida é quem nos farão ter autoridade em tudo o que pregamos.
Você acredita que o poder de Deus através de você remove montanhas e expulsa os males? Você assume toda a Palavra que pronuncia em nome de Deus? Como você tem transmitido o Evangelho às pessoas, falando ou vivendo? Você tem autoridade sobre os “espíritos maus”? O que falta a você para que isto aconteça?  

Propósito:

Pai, faze-me forte para enfrentar e vencer as forças malignas que cruzam meu caminho, tentando afastar-me de ti. Como Jesus, quero abalar o poder do mal deste mundo. 

domingo, 28 de agosto de 2016

Evangelho do dia 29 de agosto segunda feira

MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA
29 DE AGOSTO - O potencial do homem é indefinido; tudo depende do valor do coeficiente: dois fatores que se multiplicam, que se fundem e que se transfiguram num grande produto. (L 9). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 6,17-29

"Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. Por isso João tinha dito muitas vezes a Herodes: "Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!"
Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo.
Porém no dia do aniversário de Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes militares e autoridades da Galiléia. Durante o banquete a filha de Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o rei disse à moça:
- Peça o que quiser, e eu lhe darei.
E jurou:
- Prometo que darei o que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino!
Ela foi perguntar à sua mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu:
- Peça a cabeça de João Batista.
No mesmo instante a moça voltou depressa aonde estava o rei e pediu:
- Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo!
Herodes ficou muito triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de atender o pedido da moça. Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, pôs num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João souberam disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram.
 Meditação
 Os detalhes desta narrativa sobre a execução de João têm dois efeitos: ironizam um rei fraco e sensual e advertem os discípulos de Jesus nas comunidades que se inclinam a interpretar Jesus como messias poderoso.
  De Jesus, assim como de João, não se deve esperar a glória e o poder, mas, sim, o serviço humilde e divino, porém frágil diante dos poderosos deste mundo. O dom da vida eterna não pertence aos poderosos, mas a Deus.
 Hoje comemoramos o martírio de São João Batista. O evangelho traz a descrição de como João Batista foi morto, sem processo, durante um banquete, vítima da corrupção e da prepotência de Herodes e de sua corte.

Herodes era um funcionário do Império Romano. Quem mandava na Palestina, desde o ano 63 antes de Cristo, era César, o imperador de Roma. Insistia sobretudo numa administração eficiente que garantisse renda ao Império e a ele.

A preocupação de Herodes era sua própria promoção e sua segurança. Por isso reprimia todo tipo de corrupção. Ele gostava de ser chamado “benfeitor do povo”, mas na realidade era um tirado (Lc 22,25).

Flávio José, um escritor daquela época, informa que o motivo da detenção se João Batista, era o medo que Herodes tinha de um levante popular. A denúncia de João Batista contra a moral depravada de Herodes (Mc 6,18) foi a gota d’água que transbordar o copo, e João foi preso.

Aniversário e banquete de festa, com danças e orgias. Era um ambiente em que os poderosos do reino se reuniam e costuravam as alianças. A festa contava com a presença “dos grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galiléia”. É este o ambiente em que se trama o assassinato de João Batista.

João, o profeta, era uma denúncia viva deste sistema corrupto. Por isso, ele foi eliminado com o pretexto de uma vingança pessoa. Tudo isto revela a baixeza moral de Herodes.

Tanto pode nas mãos de um homem incapaz de se controlar! No entusiasmo da festa e do vinho, Herodes jura levianamente diante de uma jovem bailarina. Supersticioso como era, pensava que devia manter o juramento.

Para Herodes, a vida dos súbditos não valia nada. Marcos narra o fato do assassinato de João assim como aconteceu, e deixa às comunidades a tarefa de tirar as conclusões.

Nas entrelinhas, o evangelho de hoje dá muitas informações sobre o tempo em que Jesus vivia e sobre como era exercito o poder por parte dos poderosos da época. A Galiléia, a terra de Jesus, foi governada por Herodes Antipas, filho do rei Herodes, o Grande, desde o ano 4 a.C. até o ano 39 d.C. No total, 43 anos!

Durante todo o tempo em Jesus viveu, não houve mudanças de governo na Galiléia! Herodes era dono absoluto de tudo, não prestava contas a ninguém, fazia o que bem achava. Prepotência, falta de ética, poder absoluto, sem controle por parte do povo!

Herodes construiu uma nova capital, chamada Tiberíades. Segure, a antiga capital, tinha sido destruída pelos romanos como retaliação contra um levante popular. Isto aconteceu quando Jesus tinha uns sete anos.

Tiberíades, a nova capital, foi inaugurada treze anos depois, quando Jesus tinha uns 20 anos. Era chamada assim para agradar a Tibério, o imperador de Roma. Tiberíades era um lugar estranho na Galiléia. Era aí onde viviam os reis, “os grandes de sua corte, os oficiais e os notáveis da Galiléia” (Mc 6,21).

Era aí que viviam os latifundiários, os soldados, a polícia, os juízes, muitas vezes insensíveis (Lc 18,1-4). Para lá iam os impostos e o produto do trabalho das pessoas. Era aí que Herodes praticava suas orgias de morte (Mc 6,21-29).

Não consta nos evangelhos que Jesus tinha entrada na cidade. Durante aqueles 43 anos de governo de Herodes, surgiu uma classe de funcionários fiéis ao projeto do rei: escribas, comerciantes, latifundiários, fiscais, publicanos, e agentes aduaneiros.

A maioria destas pessoas vivia na capital gozando dos privilégios que Herodes oferecia, por exemplo a isenção de impostos. Em cada aldeia ou cidade havia pessoas que apoiavam o governo. Vários escribas e fariseus eram declarados defensores do sistema e da política do governo.

Nos evangelhos, os fariseus aparecem ao lado dos herodianos (Mc 3,6; 8,15; 12,13), e isto espelha a aliança existente entre o poder religioso e o poder civil.
 A vida das pessoas nas aldeias era muitos controlada seja pelo governo seja pela religião. Era necessária muita coragem para iniciar algo novo, como fizeram João e Jesus! Era o mesmo que atrair sobre si a ira dos privilegiados, seja do poder religioso seja do poder civil, seja em nível local, seja estatal. 
Falando da morte de João Batista, o papa João Paulo II diz na Carta Encíclica Veritatis splendor (n. 91) que o martírio constitui um sinal preclaro da santidade da Igreja.
 Efetivamente, ele “representa o ponto mais alto do testemunho a favor da verdade moral. Se são relativamente poucas as pessoas chamadas ao sacrifício supremo, há porém um testemunho coerente que todos os cristãos devem estar prontos a dar em cada dia, mesmo à custa de sofrimentos e de graves sacrifícios. Assim, não podemos e nem devemos fugir.
 Saibam que desde o início do cristianismo percebemos que três elementos estão quase sempre unidos: testemunho, profecia e doação da própria vida.
 É verdadeiramente necessário um compromisso, com estas três vias, por vezes heróicas, para não ceder, até mesmo na vida quotidiana: em casa com o marido, com os filhos, colegas do trabalho, com os familiares de perto ou de longe. É necessário saber que às dificuldades nos levam ao compromisso para viver na totalidade o Evangelho.

O exemplo heróico de João Batista deve fazer-nos pensar nos mártires da fé que, ao longo dos séculos, seguiram corajosamente as suas pegadas. De modo especial, voltemos à mente aos numerosos cristãos que, no mundo inteiro, foram vítimas do ódio, e da perseguição religioso. Mesmo hoje, em algumas partes do mundo, os fiéis continuam a ser submetidos a duras provações, em virtude da sua adesão a Cristo e à sua Igreja.

Os impérios opressores que existiram na história continuaram deixando seus mártires. Seus projetos elitistas e imperialistas fizeram com que seus chefes continuassem a embriagar-se com o sangue dos mártires.

O martírio não deve ser buscado por ninguém. Em última palavra, o martírio é uma graça de Deus. Mas, dele não se deve fugir, se é necessário dar o testemunho e para defender a vida do povo. Jesus também nos ensina que não devemos ter medo daqueles que matam o corpo. Por isso, dar a vida é a melhor forma de amor, a exemplo de Jesus que nos amou até o extremo. O máximo do amor é dar a vida pelos seus. Deste modo, a vida não é tirada, mas é dada livremente.

Foi isso que fez São João Batista em meio à crueldade que ameaçava a fidelidade conjugal, lutou e sendo testemunha e testemunho fiel derramou o seu sangue, pagando com a própria vida.

Ontem como hoje, o banquete dos criminosos continua sendo regado a sangue, como foi o de Herodes como nós ouvimos no Evangelho de hoje.
 Por isso, lembrar o morte de João Batista é não deixar morrer sua história, é recordar o seu testemunho, sua profecia e sua coragem; é lembrar que, se preciso for, todos devemos estar dispostos a lavar as nossas vestes e as branquear no sangue do Cordeiro (Ap 7,14),
 Você conhece pessoas que morreram vítimas da corrupção e da força dos poderosos? E aqui entre nós, na nossa comunidade e na Igreja, existem vítimas de autoritarismo e de abuso de poder? Superstição, corrupção, vileza marcam o exercício do poder de Herodes. Compara-o com o exercício do poder religioso e civil hoje, seja nos vários níveis seja na sociedade como na Igreja.
 Reflexão Apostólica:
 O desfecho da vida de João Batista é apresentado em paralelo, como prefiguração do desfecho da vida de Jesus: anúncio do Reino, perseguição, articulação dos poderosos e morte. E para ambos se tem a percepção de sua permanência nas comunidades, após a morte.
 Herodes gostava muito de João Batista e suas pregações no deserto, achava as palavras bonitas e a mensagem chegava a tocar o seu coração. Era um ouvinte entusiasta da Palavra de Deus, poderia tornar-se um discípulo, sua alta posição não o impedia de viver a sua Fé.
 Entretanto, parece que a semente da Palavra caiu em uma terra sufocada pelos espinhos, Herodes estava amasiado com sua cunhada Herodíades e quando João Batista acusou o seu pecado de adultério, Herodes não gostou muito da idéia, começou a pensar que João Batista ainda era um bom pregador, mas que de vez em quando se equivocava, quando queria interferir na vida dos outros, pois cada um deve viver do jeito que quiser e fazer também o que quiser, sem que a Religião interfira em suas decisões, dizendo o que é certo ou o que é errado.
É o cristianismo do oba-oba, sem nenhum compromisso com as virtudes do evangelho, e com as verdades ensinadas por Jesus. Herodes se sairia muito bem neste mundo da pós modernidade onde as pessoas, em sua grande maioria também são assim, até mesmo aquelas ligadas a alguma pastoral ou movimento, elas pensam assim “Está tudo lindo e maravilhoso, mas que a Igreja não me venha dizer o que devo fazer em certas questões da minha vida”
 A Igreja como portadora e anunciadora da Palavra de Deus, jamais deve deixar de lado a sua missão profética, aonde o verdade do evangelho for violada ou ignorada, devem os pastores da Igreja, de maneira prudente e corajosa, anunciar a verdade denunciando a ação pecaminosa de quem a comete. Herodes colocou o prazer da sua relação com Herodíades acima de qualquer princípio, e na sua Festa de aniversário, achando-se um deus, que tudo pode, decidiu fazer o gosto da dançarina, poderia ela pedir qualquer coisa que ele a daria.
 Hoje em dia, na busca do prazer e da satisfação dos desejos, vale tudo e pode de tudo. Qualquer profeta intrometido que quiser ser um estraga-prazer deverá ser tirado do caminho, e Herodíades, a amasiada de Herodes, nem pensou duas vezes para pedir a cabeça de João Batista em uma bandeja.
Fazemos parte de uma sociedade onde a Vida Humana nada vale, na busca do prazer e do poder estamos diante de um “Vale Tudo”, haja visto os mártires da igreja, que aqui e ali, continuam incomodando e por isso, como João Batista acabam sendo eliminados, por causa do evangelho.
 A Igreja precisa cada vez mais de cristãos iguais a João Batista, que sejam capazes de dar a vida pela Verdade, pois de cristãos do tipo Herodes, que praticam a religião do descompromisso, muitos templos andam sempre lotados…
 Sim, João Batista morreu por denunciar a verdade. Apresentava a todos que deveriam mudar ou pelo menos refletir profundamente seu comportamento. Poderosos o temiam, os simples o admiravam. Era um homem santo e muito focado na sua missão. Hoje, recordamos o seu martírio!

Recentemente vi uma matéria enfocando o decréscimo do catolicismo no Brasil e diferentemente do que se esperava, não foi o crescimento evangélico que era evidenciado, a pesquisa aborda o crescimento contínuo daqueles que não tem religião. Por que?
Vivemos num tempo em que as pessoas querem respostas rápidas para suas perguntas. Colocam no Twitter uma pergunta e rapidamente um dos seus “seguidores” lhe oferecerá uma possível resposta. Muitos querem que suas preces assim também sejam atendidas, rápidas. “(…) Pede-me o que quiseres, e eu te darei”

Nem sempre as respostas que queremos ouvir são as que Deus nos sugere. É duro ter que admitir que boa parte das burradas que cometemos foram motivadas por essa surdez de consciência.

É difícil competir com uma mídia que prega 24h por dia o consumismo. “Compre agora”, “sem juros, 60 meses”, a roupa que fulana usa em MALHAÇÃO, os beijos e abraços liberados nos reality shows; brothers e sisters, “fazendeiros”, (…) na verdade quem tem ido pra “roça” são os nossos valores.

É uma mídia sem valores, não falo aqui de cristãos ou não, somos bombardeados para abandonar o que é moral. Canais de televisão que denunciam as mazelas sociais são os mesmos que apóiam a eleição de deputados e senadores que defenderam seus interesses quanto às fatias de concessão de recursos federais para comunicação.

João Batista foi morto porque um homem se encantou com um rebolado. Quantas pessoas hoje morrem de fome, tem uma educação medíocre, uma saúde pública vergonhosa, pois os seus governantes tomam decisões mediantes os rebolados dos seus interesses?
 Notem uma coisa no evangelho de hoje “(…) Herodes ofereceu uma festa para os proeminentes da corte, os chefes militares e os grandes da Galiléia”. Ele não estava só, por que tantas pessoas influentes que ali estavam não levantaram a voz para defender o inocente?

Ter ou não ter essa ou aquela religião não é o problema. Tão pouco a quantidade de católicos não quer dizer que temos qualidade neles.

 A minha maior preocupação esta no fato dos valores de amor ao próximo aos poucos virar uma relação comercial em que uma amizade será consolidada na medida em que posso ter algo em troca do outro, que Deus possa falar o que quero e não o que deveria ouvir.

Que adianta a paz se pago a milícia do morro, que adianta se dizer religioso se me importo apenas comigo, que adianta dizer ter uma religião se a que eu procura é a que mais me convém? Sim! Justifica-se então o fato de muitos preferirem não ter religião, pois serei adepto do deus que me conceder mais coisas e não me cobrar uma mudança de vida.

João Batista perderia ainda hoje a cabeça, mas eu ainda tenho fé nas pessoas.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Evangelho do dia 28 de agosto - 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
28 agosto - Trabalho e boa vontade e o passado nos poderá servir de lição para o futuro. (L 9). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 14, 1.7-14

"Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção.
Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa. Então fez esta comparação: 
- Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não sente no melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado. Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: "Dê esse lugar para este aqui." Aí você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último lugar. Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar. Assim quem o convidou vai dizer a você: "Meu amigo, venha sentar-se aqui num lugar melhor." E isso será uma grande honra para você diante de todos os convidados. Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido. 
Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado: 
- Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem." 

Meditação: 

Dentre os quatro evangelistas, Lucas é o único que, por três vezes (Lc 7,36; 11,37; 14,1), menciona refeições de Jesus em casa de fariseus. Esta refeição é ocasião de ensinamentos de Jesus. 

Neste contexto, Lucas apresenta duas parábolas, cada uma com destinatário próprio. A primeira é dirigida aos convidados em geral, e a segunda é dirigida ao anfitrião.

Na mesa dos fariseus, há disputa pelos primeiros lugares. Todos os convidados os desejam. É que os primeiros são os honrados! Ocupar os últimos é uma vergonha!
Aquela mesa é um bom reflexo da organização social em que se dá aquela refeição. A mesa dos fariseus está estratificada. São considerados os mais religiosos do povo judeu. Parecia que a desigualdade social era proporcional à devoção dos anfitriões.
Na mesa do reino de Deus, os convidados buscam o último lugar. Somente se sobe mais, se se estiver junto dos últimos. Ninguém chega ao alto se não vier de baixo. A honra na comunidade é precisamente agir segundo esta lógica.
Ao contrário da mesa dos fariseus, na de Jesus, os últimos sobem e os primeiros devem estar dispostos a descer, de maneira a chegar a formar uma mesa em igualdade, onde ninguém fica acima ou abaixo, porque o dono da casa se caracteriza por não discriminar as pessoas (Lc 20,21; Gl 2,6; Cl 3,25; Ef 6,9).
Na mesa dos fariseus, os convidados se convidam reciprocamente. Não há lugar para ninguém que não pertença ao círculo dos mais próximos. É como um clube que se reserva o direito de entrada.
Na mesa do reino de Deus, os convidados são aqueles que não podem corresponder; dessa forma sempre será uma mesa aberta. É uma mesa de últimos que ao mesmo tempo são primeiros. São primeiros no reino de Deus porque são últimos segundo a ordem social. O reino de Deus opta pelos últimos para que sejam os primeiros.

Na Carta aos Hebreus (Hb 12,18-19.22-24), a subida dos últimos tem como fim aproximar-se de Deus, juiz universal, e participar da “assembléia dos primogênitos inscritos”. Esta é uma verdadeira subida espiritual. Agora há uma comunidade de primogênitos (entre iguais) numa nova aliança com Jesus. A carta recorda o “sangue que fala melhor que o de Abel”, derramado no pacto da Nova Aliança. Não é estranho que na subida dos últimos para a solene mesa da igualdade apareça o purificador sangue dos mártires!
O Eclesiástico (Eclo 3,19-21.30-31) inverte também a ordem dos orgulhosos e obstinados. Quem faz “obras com doçura” prefere o caminho dos humildes; isto o torna grande e amado por Deus. O coração do sábio se manifesta ao abrir seu coração para a Palavra com ardente avidez.
O contrário é o caminho dos orgulhosos. Quanto mais elevados estiverem, mais reduzidos estarão. Não há nenhuma cura – diz o Eclesiástico – para a assembléia dos soberbos, pois, sem que o saibam, o caule do pecado se enraíza neles (v. 30). Dessa forma, não há sabedoria possível, pois “o coração obstinado” não aprendeu a viver da palavra de Deus e por ela pautar sua vida.

Todos nós sabemos que é humano o afã de ser, de situar-se, de estar sobre os demais. Parece tão natural conviver com este desejo que o contrario é tido em nossa sociedade como uma “idiotice”. Quem não aspira a ser mias, quem não se situa por cima dos demais, quem não se sobrepõe, é tachado, às vezes, de “tonto” neste mundo tão competitivo.

Em nossa sociedade existe um complexo sistema de normas de protocolo pelas quais cada um deve se situar nela segundo sua valia. Nos atos públicos, as autoridades civis ou religiosas ocupam um ou outro lugar de segundo escalão, observando uma rigorosa hierarquia nos postos. Há um costume tão arraigado a tais regras que parece normal este comportamento hierarquizado.
 

Jesus acaba com este tipo de protocolo, convidando à sensatez e ao sentido comum os seus seguidores. É melhor quando se é convidado não situar-se no primeiro lugar, e sim no último, até que chegue o chefe do protocolo e coloque a cada um em seu lugar. O conselho de Jesus deve converter-se na prática habitual do cristão.
 

O lugar do discípulo, do seguidor de Jesus é, por livre eleição, o último lugar. Lição magistral do evangelho que não se costuma colocar em prática com freqüência. Ninguém deve ter preferência, ou posto marcado, os outros é devem nos oferecer o posto que merecemos; ao contrário, nunca se deve ocupar um lugar de destaque por própria vontade.
 

Não somente não dar-se importância, mas agir sempre desinteressadamente. Jesus denuncia a prática daqueles que retribuem aos convites recebidos, denuncia também o “dou para que me dês”, do “te dou para que me dês” e anima a convidar os pobres, os excluídos, os coxos e cegos, pessoas que ninguém convida, quando se oferece um banquete; quem age assim será ditoso, porque não terá recompensa humana, mas divina “quando ressuscitem os justos”.
 

As palavras de Jesus, no evangelho de hoje, são um convite à generosidade que não busca ser compensada, ao desinteresse, ao celebrar a festa com quem ninguém a celebra e com aqueles dos quais não se pode esperar nada.

Reflexão Apostólica:

Como vimos, o evangelho de hoje se desenvolve na casa de um dos chefes dos fariseus. É importante nos determos no lugar, “ver” os outros convidados, amigos do dono da casa, a maioria deles não muito bem intencionados.

Nesse ambiente, Jesus se move com total liberdade para chamar a atenção sobre certas atitudes que considera erradas e apontar o caminho certo.

Não podemos esquecer que nosso Mestre é um mero convidado, mas não é conivente com uma situação de auto-suficiência e orgulho. E a casa do fariseu é lugar de anúncio dos valores do reino.
Desta maneira, o evangelista Lucas mostra como a missão de Jesus, e por conseqüência a de seus seguidores/as, não fica reduzida aos muros do Templo, senão que qualquer lugar é propicio para evangelizar. 
Jesus conta então duas parábolas, as duas referentes a um banquete. A vida é um banquete para o qual todos os seres humanos são convidados a participar com igualdade de condições e honras.

Nesse banquete, da vida o lugar do discípulo de Jesus é o último, ou seja, o lugar do servidor/a. Nosso mestre mesmo diz: Eu vim para servir e não para ser servido. Ele por amor a nós se faz servo (Jo 13,12-17) e nos convida a fazer o mesmo.
Uma das características dos servidores do banquete da vida, do Reino, é a humildade, que é contrária à auto-suficiência. Ser humilde é reconhecer a pequenez do ser humano, necessitado da força de Deus para viver e servir no banquete da vida. 
Na primeira parábola, isso fica bem claro, é o dono da casa quem diz: “Amigo, venha mais para cima”. Não é pelos nossos méritos nem pelas nossas obras, senão pela graça de Deus que somos reconhecidos e até exaltados. 

É o caminho que o mesmo Jesus percorre, faz-se servo por amor até a morte de cruz e é exaltado pelo Pai, como canta o hino de Paulo ao filipenses (Flp 2,7-11). 
A segunda parábola que Jesus dirige ao próprio fariseu ecoa até os dias de hoje. Ela proclama a gratuidade com estilo de vida.   
Aqui está uma das regras de ouro dos discípulos de Jesus, servir a todos, sem exclusão, mais ainda prestar maior atenção aos “pobres, aleijados, mancos e cegos”.

Olhando ao nosso redor, os pobres, aleijados, mancos e cegos são aqueles que por diferentes razões já não contam para a sociedade porque não servem segundo a lei do mercado. Não podem contribuir para seu crescimento econômico, para o qual não existem! 
São eles, ou deveriam ser eles, os primeiros destinatários da ação dos cristãos/ãs, por meio da qual se luta para que ninguém fique excluído do banquete da vida e possa vivê-la com dignidade. 
Quanto ainda fica por fazer! A realidade na qual vivemos é um apelo à nossa generosidade e gratuidade para fazer deste mundo a verdadeira casa de todos os filhos de Deus. 

O banquete aos pobres é o assumir a sua causa, promover a sua libertação e a restauração de sua dignidade. É a partilha do banquete eucarístico, em comunhão com Jesus.
Jesus nos adverte a não buscar recompensa agora, a não esperar o reconhecimento ou retribuição de ninguém. Unamos-nos gratuitamente ao trabalho de Deus (Jo 5,17), e Deus mesmo se encarregará de “premiar-nos”: ali onde eu estarei, estará meu servidor (Jo 12, 26).  
Vejam como a liturgia é interessante... nas últimas semanas o tema principal foi o Reino dos Céus, e ontem mesmo refletimos sobre como serão bem recompensados aqueles que fizerem render os seus talentos. Hoje, todas as leituras falam sobre HUMILDADE. A primeira leitura (Eclo 3,19-21.30-31)  exalta os humildes, que fazem o seu trabalho com mansidão. O versículo 20 diz: "Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor

Hoje temos que conviver com um mal muito comum, chamado "Síndrome do Pequeno Poder". Essa síndrome não está escrita em nenhum manual de Psicologia nem de Psiquiatria, mas observem se vocês reconhecem esses sintomas...
Já viram aquela pessoa que ocupa um cargo no trabalho, na escola, na universidade, ou até mesmo na igreja, e que se acha no direito de mandar e desmandar, que todos devem tratá-la com reverência, para merecerem o "favor" de serem atendidos por ela. E ao fazerem qualquer coisa por alguém, fazem de forma como se aquele alguém passasse a lhe dever um "favor"! 

Aquela pessoa que impõe uma autoridade forçada, e se sente bem ao apontar os erros e defeitos dos outros... E ao mesmo tempo, se acham melhores, mais justas, e às vezes até mais humildes! 
Todos esses sintomas são típicos de quem se sente inseguro. É um mecanismo de defesa para que as outras pessoas acreditem que ele é importante. É difícil conviver com pessoas assim, pois elas têm uma necessidade patológica de auto-afirmação. E o pior é que não percebem, ou não querem perceber... o que torna difícil uma melhora...

Assim eram os fariseus... Com toda a arrogância que lhes caracterizava, sentavam-se às primeiras cadeiras da festa. Quando Jesus percebeu, orientou-os a procurarem os últimos lugares da festa, para serem chamados, pelo dono da festa, a irem mais para perto dele; ao invés de terem que passar pela vergonha de ter que ceder o lugar para alguém mais importante.
Jesus ensinava pelo exemplo. Ele se fazia AMIGO dos seus discípulos. Não precisava de autoritarismo, pois estabeleceu uma relação de respeito mútuo, na qual os discípulos não se sentiam obrigados a nada, nem se sentiam em dívida com Ele... Jesus era o Mestre e Senhor, mas se fazia igual a eles... 
Assim devemos ser: quanto maior o cargo que ocupamos, mais acessíveis. É sempre bom, por exemplo, nos lembramos dos professores que tivemos, e que se mostravam acessíveis... Eles foram, sem dúvida alguma, os melhores professores, pois ensinaram além do conteúdo dos livros. Ensinaram a viver... Daí a razão de que QUANTO MAIS ADMIRAMOS UMA PESSOA, MAIS ESCUTAMOS O QUE ELA TEM A DIZER... 

Portanto, que nada seja motivo para nos sentirmos superiores, mas que usemos nossa influência para nos colocarmos a serviço de quem nos admira, e de quem precisa de nós

Hoje Jesus nos ensina que devemos ser humildes, e dar sem esperar recompensa. Então, quando fizermos algo por alguém, que tomemos cuidado para que esse alguém não se sinta em dívida conosco, pois como já dizia o saudoso Padre Léo:: "cada vez que recebemos a recompensa dos nossos atos aqui na terra, deixamos de receber a recompensa de Deus nos Céus"...

Propósito:
Espírito que conduz ao amor dos mais pobres, abre meu coração para acolher os deserdados deste mundo, pois eles têm a primazia no coração do Pai.

Que importa, que ao chegar
eu nem pareça pássaro!
 
Que importa se ao chegar
venha me rebentando
caindo aos pedaços, sem aprumo
e sem beleza!...
Fundamental
é cumprir a missão
e cumpri-la  até o fim!...

Dom Helder Câmara.