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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Evangelho quinta feira S. Antonio M. Claret

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,49-53

"- Eu vim para pôr fogo na terra e como eu gostaria que ele já estivesse aceso! Tenho de receber um batismo e como estou aflito até que isso aconteça! Vocês pensam que eu vim trazer paz ao mundo? Pois eu afirmo a vocês que não vim trazer paz, mas divisão. Porque daqui em diante uma família de cinco pessoas ficará dividida: três contra duas e duas contra três. Os pais vão ficar contra os filhos, e os filhos, contra os pais. As mães vão ficar contra as filhas, e as filhas, contra as mães. As sogras vão ficar contra as noras, e as noras, contra as sogras.

Meditação:

"... não vim trazer paz, mas divisão". Esta frase de Jesus parece ser de difícil compreensão. Ele, que sempre falou do amor, da paz, da tranqüilidade, de dar a outra face, de perdoar até setenta vezes sete, hoje nos apresenta uma mensagem totalmente oposta.

Tudo depende da nossa compreensão. Se entendemos que a única via é o bem estar material, e a "felicidade" só pode ser alcançada com o que possuímos, vamos entender a frase no seu sentido literal.

Se somos capazes de viver nossa vida procurando esforçadamente sua qualidade, podemos ver produzir-se nela uma transformação que dará nova dimensão ao viver diário.

É assim como Jesus quer que a entendamos. Quando seguimos Jesus, nosso agir apresenta um diferencial como romper as regras da normalidade, superação de guerras, divisões, rancores.

Permite-nos ver mais além daquilo que a sociedade nos propõe como valores. Seguir Jesus significa romper esquemas e situações, e fazer dela um aprendizado para a construção do reinado de Deus.

Neste evangelho, Jesus mais uma vez nos mostra o seu amor, convidando-nos a conhecer sua missão em meio às alegrias e dificuldades. Jesus veio nos trazer o Espírito Santo, o Espírito de amor, o Consolador, Aquele que nos ensina todas as coisas.

Jesus nos deixa o exemplo: Ele que é o Rei se fez pequeno quando pediu a João Batista para o batizar, batismo esse que nos dá força em meio ao combate espiritual, onde a carne e o espírito conseguem vivenciar dentro de uma fraternidade de amor e paz.

Após o batismo, somos chamados a vivenciar os frutos do Ressuscitado para que possamos ter uma vida plena e cheia do Espírito Santo.

Jesus era consciente de que um efeito (ainda que não desejado) do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo.

Por isso, inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade. O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.

Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.

A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com a "Pax Romana", aquela paz que Roma (e qualquer império) se esforça por proclamar.

Esta é só uma tranqüilidade institucional que garante a vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça sobre o direito.

O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos. O destino deles, como o do mestre, é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que põe às claras tudo o que a ordem atual esconde.

O fogo põe as claras também as deficiências pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega total ao serviço do evangelho.

Devemos observar que o Senhor Jesus Cristo não está atacando o relacionamento familiar, mas indica que nenhum laço terreno, embora muito íntimo, poderá diminuir a lealdade a Ele.

Essa lealdade pode até mesmo causar em determinados membros de uma família que eles sejam afastados ou ignorados pelos outros por terem escolhido seguir a Cristo Jesus.

Podemos resumir que o Senhor Jesus Cristo se refere a espada por ser um instrumento cortante e que na qual a sua vinda causará separação em muitas pessoas, não porque Ele quer, mas pela opção de cada um em seguí-lo como Senhor e salvador.

Reflexão Apostólica:

Um dos maiores desejos do homem é que todas as coisas sejam, em todos os tempos, bem certinhas, sem imprevistos, e que tudo aconteça de uma forma sem muitas “surpresas desagradáveis”.

Entretanto, Jesus veio nos avisar de que o fogo que Ele trouxe para a terra é chama que nos queima, por isso nos desestabiliza, e nos tira da passividade.

A paz a que Jesus se refere aqui é aquela paz da acomodação e da aceitação passiva de todas as coisas e o conformismo com situações de pecado, de desgraça e tudo o mais. Seríamos então como robôs, marionetes e não usufruiríamos da liberdade, o dom mais precioso que Deus nos concedeu.

Claro que numa casa, na mesma família existirão circunstâncias em que uns se voltarão contra os outros, principalmente em relação ao seguimento de Jesus Cristo.

Uns contra, outros a favor, porém a diferença far-se-á na unidade que o Espírito Santo – o fogo que Jesus veio trazer a terra – promove apesar das nossas divergências.

Jesus recebeu o Batismo do martírio, e estava ansioso em cumpri-lo, pois somente assim Ele poderia enviar para nós o fogo do Seu Espírito Santo que é a chama que nos impulsiona para viver o amor com suas conseqüências.

Jesus cumpriu a Sua missão, padeceu, morreu, foi sepultado, mas foi ressuscitado e nos enviou o Espírito Santo fogo que se mantém aceso dentro de cada um de nós para nos ajudar a viver as nossas diferenças.

Você tem medo de enfrentar divergências de opiniões? Você se deixa queimar pelo fogo do Espírito? Como tem sido a ação do Espírito Santo nos seus relacionamentos? Você admite que em certas ocasiões você passa também pelo martírio por causa das divisões?

Propósito:
Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como

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