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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

EVANGELHO DO DIA 20 DE OUTUBRO - 28 DOMINGO DO TEMPO COMUM



20 OUTUBRO - Benditas sejam até as trevas quando as adensa a mão do Senhor. Caminharemos cheios de confiança no escuro, pensando que os anjos cuidam de nós para não deixar que tropecemos. (L 272). São Jose Marello 
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 18,1-8

"Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar:
- Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Nessa cidade morava uma viúva que sempre o procurava para pedir justiça, dizendo: "Ajude-me e julgue o meu caso contra o meu adversário!"
- Durante muito tempo o juiz não quis julgar o caso da viúva, mas afinal pensou assim: "É verdade que eu não temo a Deus e também não respeito ninguém. Porém, como esta viúva continua me aborrecendo, vou dar a sentença a favor dela. Se eu não fizer isso, ela não vai parar de vir me amolar até acabar comigo."
E o Senhor continuou:
- Prestem atenção naquilo que aquele juiz desonesto disse. Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite? Será que ele vai demorar para ajudá-lo? Eu afirmo a vocês que ele julgará a favor do seu povo e fará isso bem depressa. Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai encontrar fé na terra?
"

Meditação:

chama de “pai”, para pedir-lhe que “venha a nós o teu reinado”. Desde a noite escura desse mundo, desde a injustiça estrutural, fica cada dia mais duro crer nesse Deus apresentado como onipotente e onipresente, justiceiro e vingador do opressor.

Ou talvez se tenha que cancelar para sempre essa imagem de Deus com tão pouca base nas páginas do evangelho. Porque, lendo-as, fica a impressão de que Deus não é nem onipotente nem impassível – ao menos não exerce – mas débil, sofredor, “padecente”; o Deus cristão se revela mais dando a vida do que impondo uma determinada conduta aos humanos; marcha na luta reprimida e frustrada de seus pobres e não na cabeça dos poderosos.

Os discípulos de Jesus, reunidos em comunidades, hoje, são chamados a viverem a fé e a proclamação da Palavra com perseverança e na justiça (2Tm 3,14-4,2), rompendo com os falsos valores da sociedade injusta, submissa à ideologia do poder do dinheiro.
O cristão, consciente da companhia de Deus em seu caminho para a justiça e a fraternidade, não deve desfalecer, mas insistir na oração, pedindo força para perseverar até implantar seu reinado em um mundo onde dominam outros senhores. Somente a oração poderá manter a esperança.

Deus não nos larga a mão. Pela oração sabemos que Deus está conosco. E isto nos deve bastar para continuar insistindo sem desfalecer. O importante é a constância, a tenacidade.

No Antigo Testamento (Ex 17,8-13), temos a contraditória e pouco edificante mistura de fé e violência, em que a oração de Moisés leva à vitória de Josué, que passa a fio da espada os vizinhos amalecitas, cujo território foi ocupado pelos israelitas.

Moisés teve essa experiência. Enquanto orava, com as mãos levantadas no alto do monte, Josué ganhava a batalha; quando as abaixava, isto é, quando deixava de orar, os amalecitas, seus adversários, venciam.

Os companheiros de Moisés, conscientes da eficácia da oração, o ajudaram a não desfalecer, sustentando-lhe os braços para que não deixasse de orar. E assim esteve – com os braços levantados, isto é, orando insistentemente – até que Josué venceu os amalecitas. De modo ingênuo o texto ressalta a importância de permanecer na oração, de insistir diante de Deus.

Paulo também recomenda a Timóteo  (2Tm 3,14-4,2) que seja constante permanecendo no aprendizado das Sagradas Escrituras, onde se obtém a verdadeira sabedoria que, pela fé em Cristo Jesus, conduz à salvação. O encontro do cristão com Deus deve realizar-se através da escritura, útil para ensinar, repreender, corrigir e educar na virtude.

Deste modo, estaremos equipados para realizar toda obra boa. O cristão deve proclamar esta parábola, insistindo a tempo e fora do tempo, repreendendo e reprovando a quem não o tenha em conta, exortando a todos, com paciência e com a finalidade de instruir no verdadeiro caminho que se nos mostra nela.

Para quem tem uma mentalidade moderna, que não imagina um Deus como alguém que está “aí fora” e “aí em cima” dirigindo os acontecimentos deste mundo, a oração clássica de petição mudou de sentido. Em um primeiro momento, damos menos valor à oração de petição: descobrimos seu caráter egoísta e sua intenção de “utilizar a Deus”, “servir-se” dele mais que servi-lo.

Chega o momento em que assimilamos esta situação de estar no mundo sem um “Deus tapa buracos” e vemos menos sentido em estar recorrendo a ele a cada instante.

Vamos assumindo este estar no mundo “etsi Deus non daretur” (Grotius), como se Deus não existisse. Ou, como disse Bonhoeffer: nós nos sentimos chamados a viver diante de Deus, porém sem deus, um deus que quer nossa responsabilidade adulta.

A oração continua tendo sentido, obviamente, porém outro sentido que o de andar estabelecendo trocas (“eu te dou para que tu me dês”) com o “deus de lá de cima” que pode melhorar a saúde ou facilitamos alguma dificuldade do caminho removendo os obstáculos. A oração é outra coisa, para outra finalidade, e continua sendo necessária como a respiração.

A oração é uma prática presente em toda a Bíblia e em todas as religiões. No Segundo Testamento ela assume uma nova dimensão a partir da prática de Jesus em orar e da oração ensinada aos discípulos, o "Pai-Nosso".
Nos Evangelhos, particularmente em Lucas, são revelados a importância e os vários aspectos da oração. A oração é o pedir, com fé, associado ao agir.

Com uma “segunda ingenuidade”, cabe a permissão em uma forma leve (light) de oração de petição, aquela na qual sabemos que não pretendemos realmente uma “troca” com Deus, nem colocá-lo de lado (influir em suas decisões, fazê-lo mudar de atitude), mas simplesmente permitir que nos expressemos diante de Deus e diante de nós mesmos e de nossas inquietações, como um desabafo pessoal, como um modo de colocar nossas preocupações no contexto da vontade de Deus e de consolidar nossa busca de procurar essa vontade.

Sobre a oração de petição e sua necessária consideração já escrevi bastante e o estudo foi bom. O que nos toca agora é cumprir o nosso dever de casa: ser cada vez mais e mais consequentes.

Reflexão Apostólica:

Esta parábola do juiz injusto é um ensinamento muito expressivo acerca da eficácia da oração perseverante e firme. E providencialmente constitui a conclusão da doutrina sobre a vigilância, exposta nos versículos anteriores.
O fato de comparar o Senhor com uma pessoa como esta, põe em relevo o contraste entre ambos: se até um juiz injusto acaba por fazer justiça àquele que insiste com perseverança, quanto mais Deus, infinitamente justo e nosso Pai, escutará as orações perseverantes dos Seus filhos.
Deus fará justiça aos Seus escolhidos que clamam por Ele sem cessar. A necessidade da oração funda-se na necessidade da graça atual.
É uma verdade de fé que, sem esta graça, nos achamos em impotência radical de nos salvarmos e, com maior força de razão, de atingirmos a perfeição.
De nós mesmos, por melhor uso que façamos da liberdade, não podemos nem dispor-nos positivamente para a conversão, nem perseverar por tempo notável, nem, sobretudo perseverar até à morte: Sem mim, diz Jesus a seus discípulos, nada podeis fazer, nem sequer ter um bom pensamento.

São muito claros os textos, que nos mostram a necessidade de rezar, se quisermos alcançar a salvação: É preciso rezar sempre e nunca descuidar (Lc 18, 1). Vigiai e orai para não cairdes em tentação (Mt 25, 41). ‘Pedi e dar-se-vos-á (Mt 7, 7).
É preciso rezar, orai, pedi, significam e impõem um preceito e uma obrigação, um mandamento formal.
A oração para os adultos é necessária, não somente por ser um mandamento de Deus, como também por ser um meio necessário para a salvação.
Assim, torna-se impossível que um cristão se salve sem pedir as graças necessárias para a sua salvação. Depois do batismo, a oração contínua é necessária ao homem para poder entrar no céu.
Embora sejam perdoados os pecados pelo batismo, sempre ainda ficam os estímulos ao pecado, que nos combate interiormente, o mundo e os demônios que nos combatem externamente.
A oração é necessária não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que nós fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, para receber oportunamente os socorros da salvação.
Assim, reconhecemos Deus como único Autor de todos os bens, a fim de que nós conheçamos que necessitamos de recorrer ao auxílio divino e reconheçamos que Ele é o Autor dos nossos bens.
No evangelho de hoje vemos a descrição das duas personagens. O  juiz é mau, a viúva é pobre e sem amparo. O seu único recurso é a perseverança em implorar justiça. Perseveremos também em nossa oração, nós que tratamos não com um juiz iníquo, mas com um Pai de misericórdia.

 A razão que o Senhor dá para atender as orações é tríplice: a sua bondade, que tanto dista da compaixão do juiz; o amor que tem pelos seus discípulos e, por último, o interesse que estes mostram através da sua perseverança na petição.
Deus está sempre atento a quem o invoca. Pede-lhe sem titubear, e conhecerás que a sua grande misericórdia não te abandona, mas dará cumprimento à petição da tua alma.
A viúva não desanimou, mas perseverou e foi atendida; perseveremos também nós na oração e Deus nos atenderá. É, pois, necessário que rezemos com humildade e confiança. Entretanto, isto só não basta para alcançarmos a perseverança final e, com ela, a salvação eterna.

As graças particulares que pedimos a Deus, podemos obtê-las por meio de orações particulares. Mas, se não perseverarmos na oração, não conseguiremos a perseverança final, a qual compreende uma cadeia de graças e, por isso, supõe repetidas e continuadas até à morte.
Assim como nunca cessa a luta, assim também nunca devemos deixar de pedir a misericórdia divina, para não sermos vencidos. Se quisermos, pois, que Deus não nos abandone, devemos pedir-lhe sempre que nos auxilie.
Fazendo assim, certamente Ele nos assistirá sempre e não permitirá que nos separemos dele e que percamos a sua amizade. Procuremos, por isso, rezar sempre e pedir a graça da perseverança final, bem como as graças para consegui-la.
A oração perseverante é índice de fé profunda, de firme esperança, de caridade viva para com Deus e o próximo. O ensinamento de Jesus Cristo sobre a perseverança na oração une-se com a severa advertência de que é preciso manter-se fiéis na fé; fé e oração vão intimamente unidas.

Creiamos para orar e para que não desfaleça a fé com que oramos, oremos. A fé faz brotar a oração, e a oração, enquanto brota, alcança a firmeza da fé.
O Senhor anunciou a Sua assistência à Igreja para que possa cumprir indefectivelmente a sua missão até ao fim dos tempos (Mt 28, 20); a Igreja, portanto, não pode desviar-se da verdadeira fé.
Porém, nem todos os homens perseverarão fiéis, mas alguns se afastarão voluntariamente da fé. É o grande mistério que São Paulo chama de iniqüidade e de apostasia (2Ts 2, 3), e que o próprio Jesus Cristo anuncia noutros lugares (Mt 24, 12-13).

Quem não persevera na oração com fé, nunca poderá ver realizados os seus pedidos e os seus desejos. A perseverança da nossa oração revela a nossa humildade diante de Deus e faz com que sejamos fiéis ao que nos propomos.

Sabemos que somos impotentes, mas podemos desejar coisas impossíveis, porque confiamos na justiça de Deus. Por isso, a persistência das nossas reivindicações nos torna firmes e nos faz ter convicção e fé na promessa de Jesus de que tudo quanto pedirmos ao Pai, em Seu nome será atendido.

Do contrário, demonstramos orgulho e prepotência quando, porque ainda não fomos atendidos, nós desistimos dos nossos desejos e anseios e damos prova de que não temos fé nas promessas divinas. Deus sabe o tempo e a hora de nos dar aquilo que nós suplicamos, porém a nossa firmeza e persistência será uma prova de que realmente o nosso coração anseia ardentemente por aquilo que nós pleiteamos.

Ele faz justiça aos seus escolhidos, e, se assim nos consideramos, precisamos dar o nosso testemunho para que a chama da fé não se apague no coração da humanidade. 

O que você tem pedido a Deus é realmente o que o seu coração anseia? Será que você tem convicção da necessidade das suas reivindicações? Você seria capaz de continuar pedindo por isso a vida toda? Você confia nas promessas de Deus para a sua vida e a da sua família?

O Senhor previne-nos para que, ainda que à nossa volta haja quem desfaleça, nos mantenhamos vigilantes e perseveremos na fé e na oração.
Deus há de ouvir, finalmente, aos seus eleitos, se eles orarem com fé e perseverança. Ainda que seja ao cabo de vinte, trinta anos, no fim da vida; que é isso em relação à eternidade? Mas, infelizmente, a fé vai enfraquecendo, e com ela a caridade, e sem caridade é impossível a oração.

Propósito:
Pai, faze-me pobre e simples diante de ti, de modo que minhas súplicas sejam atendidas, pois jamais deixas de atender a quem se volta para ti na humildade de coração.
REAL TRANSFORMAÇÃO
Transformação no mundo acontece quando as pessoas são curadas e começam a investir na vida das outras pessoas. 
A luz não conquista as trevas ao empurrá-las para fora do seu caminho. A conquista ocorre quando a luz vem para as trevas e a transforma com a sua brilhante e positiva energia. Da mesma forma, os obstáculos da vida não são conquistados por brigas e dissensões . A melhor maneira de superar uma situação difícil é transformá-la através de uma positiva e produtiva atitude. 

Não importa quanto esforço você venha investir contra as trevas, ela não irá para lugar nenhum. Porém, no momento em que você brilha a sua luz, as trevas desaparecem. Quando você luta contra os seus problemas, tudo o que você – na realidade – faz é torná-los ainda mais forte e resistente. Certamente que não é isso que você deseja. 

Em vez desse estresse inútil e completamente infrutífero, focalize em fazer o seu melhor, em radiar a bela luz da graça e do amor de Deus – essa é a receita infalível contra a mais densa de todas as trevas.

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