Seguidores

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Evangelho do dia 23 de fevereiro quinta feira 2023

 

23 fev - Estamos nas mãos de Deus e convém que nos resignemos ao seu justo julgamento. (L 223). São Jose Marello

 
Lucas 9,22-25

"- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
Depois disse a todos:
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira e ser destruído?
"

Meditação:

 Ontem, no Dia das Cinzas, começamos o Tempo da Quaresma, e iniciamos a preparação para a nossa maior festa litúrgica: a Páscoa.

 No Evangelho de hoje, Jesus tem uma mensagem muito séria. Primeiro fala do sofrimento que Ele mesmo vai passar, por toda a rejeição, negação, humilhação, morte, e por fim, ressurreição.

 O centro do evangelho de Lucas, bem como o de Marcos, é marcado pela revelação da identidade de Jesus. Jesus rejeita ser identificado com um messias ("cristo") restaurador do reinado de Davi. É chegado o momento de deixar isto claro.

 O anuncio da paixão, por parte de Jesus a seus discípulos, não é apenas um episodio pontual e passageiro, que fica no tempo e no espaço, mas um verdadeiro itinerário de vida.

 A entrega da vida não se faz de um momento para outro, mas implica percorrer um caminho de fidelidade à missão do Pai. A morte de cruz é a plena manifestação da missão cumprida, da vida entregue e do amor doado “até as últimas conseqüências”.

Por isso, a proposta de Jesus é exigente, radical e sem meias medias. Não se pode ser cristão, discípulo, missionário de Jesus se não se está disposto a entregar a vida minuto a minuto para que a obra de Deus seja transparente no mundo.

A salvação integral e total da humanidade passa, necessariamente, pela doação oblativa da própria vida. Tampouco se trata de fazer ações espetaculares e fantásticas.

 Às vezes uma existência ofertada em silencio e na simplicidade de vida ordinária fala mais forte e é mais efetiva para que o Reino de Deus se faça presente na sociedade e no mundo. Você está disposto a percorrer este caminho?

Maldita seja a cruz!” Esta frase, atribuída ao bispo Casaldáliga, é dirigida às cruzes impostas por uma sociedade injusta sobre os ombros sobrecarregados do povo pobre. Denuncia a injustiça, e também a resignação à qual foi levado o povo para justificar o julgo que lhe impunham os poderosos.

Não é esta a cruz que Jesus nos convida a levar. Pela contrário, a cruz que Jesus quer que abracemos é a sua própria cruz.

 Ela nos é dada quando nos empenhamos a trabalhar para acabar com a cruz dos crucificados pela maldita opressão e injustiça.

 Por isso, o anúncio da paixão é acompanhado de uma proposta de vida, realizada no seguimento de Jesus, que não termina na morte, mas na ressurreição.

Quem não compreende o Messias crucificado não compreende a missão de Jesus. Porém, quanto nos custa aceitar a cruz como força de vida!

 A religião do poder e a facilidade da lei do menor esforço nos atraem muito mais. Por elas deixar e só deixar-se levar comodamente observando as normas de um culto estabelecido, no qual tramitamos sem sobressalto. Que o evangelho nos ajude a despertar de nossa modorra espiritual e de nossa indiferença!

A propósito, é sempre bom lembrar que Deus não nos tira em momento algum o direito de escolhermos o que queremos para nossa vida. Mas o tempo passa e as coisas do mundo ao qual muito vezes nos apegamos, também passam.

 Então, chegará o momento em que nos restará o amor verdadeiro, o primeiro amor, o amor de Deus e a única boa opção será a escolha pela vida eterna, pela salvação e nossa santificação junto a Deus nos céus.

 Aí, então, é que nos será concedido a vida que entregamos a Deus, a vida que renunciamos pelas coisas do alto. Se a tivermos entregue sempre a Deus, ela estará intacta e herdaremos o Reino, mas se ela tiver ficado o tempo todo em nossas mãos e longe do alcance de Deus como é que nossa vida estará?

 Quem assume o anúncio e a luta libertadora despertará, necessariamente, a ira dos poderes constituídos, que procurarão destruí-lo. Porém, Jesus revela que ao "humano" foi dada, por Deus, a vida eterna.

 Quem quiser unir-se ao destino de Jesus, renuncie ao sucesso e à glória do status social e econômico. E não fuja das adversidades e dos sofrimentos que os poderes político e religioso lhe imporão.

 Renunciemos a tudo e a todos por Deus e nos entreguemos a Ele, pois, sua promessa é CERTA e não falha.

 Reflexão Apostólica

Entramos na Quaresma e qual foi o compromisso assumido para esses 40 dias de renúncia, oração e meditação? Jejum? Abstinência de algo (carne, refrigerante, doce, cigarro…)?

Certa vez, um integrante da Pastoral Familiar trouxe-nos um questionamento bastante pertinente, mais ou menos com estas palavras: Por que estou fazendo jejum? O que quero mudar? E o que preciso deixar Deus dominar, que não estou conseguindo? O jejum precisa transformar a vida, submeter o corpo à oração, combater a gula, que é causa de muitas paixões desordenadas (…)”. O compromisso deve repercutir em algum tipo de mudança inclusive quando me comprometo a abdicar de algo.

Na Quaresma, nossa igreja oferece e investe algumas formas de meditar ou buscar nosso eu interior. O jejum, a mortificação, (…), que muitos procuram desmerecer e até mesmo fazer chacotas, advém de três aspectos importantes: o voto, o propósito e a promessa.

Não é apenas deixar de comer algo ou diminuir a ingestão de alguma coisa, mas abandonar-se. (…) se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe

Essa mortificação não visa maltratar o corpo, mas provar pra nós que estamos aptos e dispostos a também nos sacrificar para que algo mude ou se realize, pois encostar as nádegas na cadeira, sentado, apenas pedindo, é extremamente cômodo. A Quaresma nos permite um reencontro com nosso próprio batismo, um reencontro com nosso ser cristão.

(…) Queridos irmãos e irmãs, mediante o encontro pessoal com o nosso Redentor e através do jejum, da esmola e da oração, o caminho de conversão rumo à Páscoa leva-nos a redescobrir o nosso Batismo”. (Bento XVI)

O que ainda não estamos preparados para fazer é ver que algo surge de bom mesmo que o pedido não tenha dado certo. Quando fazemos uma nova faculdade, a outra não ficou perdida, pois o conhecimento se integra ao novo saber, portanto o sacrifício de hoje, mesmo aos olhos de alguns, desnecessário, faz alicerçar em nós colunas de maturidade na fé.

O que ganho com a fé?

(…) Então os discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsar este demônio? Jesus respondeu-lhes: Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível. Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”. (Mt 17,19-20)

Quaresma também me lembra coisas interessantes quem sempre ocorrem:

Queremos fazer abstinência de carne e nos empanturramos de bacalhau. Queremos abster de refrigerante e somos convidados para várias festas de criança.

Queremos bater-papo com amigos (as), mas o tempo é propicio para o silêncio, reflexão... Tentamos explicar, mas não dá certo! Já preciso confessar de novo, pois meu pensamento não conseguiu ser domesticado ainda!

Quaresma é um tempo de respeito e sobriedade e não de tristeza e cara fechada! É tempo de renovar o que é velho e fazer um homem (mulher) novo (a) renascer. É fazer tudo isso sem pensar em si mesmo, mas no bem maior que esse ser renovado pode ajudar a construir na sua comunidade, na sua Equipe, no seu grupo, na sua pastoral, em sua casa (…).

Viver a Quaresma é poder relembrar que alguém, um inocente galileu, deu sua vida por aqueles que correram, se amedrontaram, se esconderam, lhe negaram, lhe aclamaram, que viram seus milagres, que provaram do seu amor e aos quais chamou de “Filhinhos” (Jo 13,33). Tudo isso em troca de sua conversão e salvação, ou como diria o papa, com a aceitação do seu batismo.

Portanto: Faça força! Empenhe-se! Proponha algo nesse período! Que tal deixar de fumar? Que tal ser mais ético, honesto, educado e cortez nas relações com as pessoas? Que tal cuidar mais da sua saúde, de seus familiares e de todos aqueles que lhe procuram em busca de ajuda?

A proposta acima é apenas uma sugestão…

PropósitoEsquecer-se de si, abrir mão da própria vontade, do próprio orgulho. Encarar sua responsabilidade de ser sal da terra e luz do mundo, apesar das dificuldades (cruzes). Ter a consciência tranqüila e estar pronto para seguir Jesus.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário