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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Evangelho do dia 26 de fevereiro 2023 - 1º Domingo da quaresma

 

26 fev - Repitamos sempre: “Omnia cooperantur in bonum” tudo coopera para o bem, até nas menores coisas, como já há tempo a experiência nos tem ensinado. (L 167).SÃO JOSE MARELLO

 

Mateus 4,1-11

 Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser posto à prova pelo diabo. Ele jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!" Ele respondeu: "Está escrito: 'Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus'". Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: 'Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'". Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: 'Não porás à prova o Senhor teu Deus'!" O diabo o levou ainda para uma montanha muito alta. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua riqueza, e lhe disse: "Eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar". Jesus lhe disse: "Vai embora, Satanás, pois está escrito: 'Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto'". Por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo.

Meditação: 

 No Evangelho de hoje, vemos que Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto e lá passou 40 dias em jejum. Quando Satanás percebeu que o homem Jesus se encontrava muito debilitado, afinal estava há 40 dias ser comer e sem beber, ele que sabia perfeitamente a Sagrada Escritura, achegou-se a Jesus e o tentou através da fome dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão (Mt 4,3,4).

 Jesus, embora enfraquecido, sabia que Sua força estava no Senhor e respondeu: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca Deus. Jesus poderia transformar pedras no que quisesse, afinal é o Filho do Deus Todo-Poderoso e n’Ele está todo o poder e autoridade, mas, se assim o fizesse, estaria cedendo à tentação de Satanás.

Vendo que a primeira armadilha não tinha dado certo, levou-o ao alto do templo, em Jerusalém, e tentou-o, desta vez usando a própria Palavra de Deus, dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra. Muito astuto não é mesmo? Usar o Pai para tentar o Filho. Mas Jesus foi ainda mais esperto e respondeu: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, Teu Deus.

 Como satanás, além de um derrotado, ainda é insistente, levou Jesus ao monte mais alto e de lá lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória deles e disse: Tudo isso te darei se prostrado me adorares. E Jesus disse-lhe: Vai-te satanás, porque está escrito: Ao Senhor adorarás e só a Ele servirás. Então satanás se retirou e os anjos do Senhor O serviram.

 Podemos até pensar: por que satanás ofereceu a Jesus o poder e a glória dos reinos do mundo se todo poder e toda glória pertencem ao Senhor? Em Lucas 4,5, quando fala sobre a tentação de Jesus, Satanás diz que tudo na terra foi entregue a ele. Quando? Quando o homem pecou, quando no Jardim do Éden Adão e Eva desobedeceram a Deus e permitiram que a serpente do pecado os enganasse. Satanás se tornou o príncipe deste mundo (Jo 12,31; 16,11). Mas nós não! Embora vivamos neste mundo não somos do mundo veja o que diz Jesus à Seu Pai: “Eles não são do mundo como também eu não sou” (Jo 17,16).

 Conclusão: O que podemos aprender com isso?

 1. Todos nós somos tentados. Diariamente as tentações batem à nossa porta: preguiça, desobediência aos pais e líderes, mentira, palavrões, inveja, orgulho, fofoca, namoro, sexualidade, roubo, drogas, etc.

2. Temos a arma para vencer a tentação: a Palavra de Deus. Foi com ela que Jesus venceu a Satanás. Lembre-se: ela é mais poderosa que qualquer espada de dois gumes (Hb 4,12).

 3. Quando vencemos, enchemos o coração do Pai de alegria e envergonhamos ao diabo, pois quando vencemos, em nós é cumprida a Palavra do Senhor de que em tudo somos mais do que vencedores.

A privação da posse, do poder e do prazer deste mundo não se compara com a Glória que havemos de possuir quando tudo se consumar em todos ( Rm 8,18-25).

 Reflexão Apostólica:

 A narrativa de Mateus é bem clara: depois de ser batizado Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio. Cheio do Espírito Santo, porém, Jesus venceu todas as investidas de satanás que, usando a própria Escritura tentou convencê-Lo a cair na suas artimanhas.

Como Deus, Jesus não precisaria ter sido batizado nem tampouco ser levado ao deserto para ser importunado por satanás. Porém, como homem, Ele se submeteu a tudo quanto nós também estamos sujeitos, para nos mostrar que nós podemos ser tentados, mas necessariamente, não precisamos cair nas sugestões do inimigo.

Jesus enfrentou e venceu as tentações do “prazer, do ter e do poder” , justamente as três fraquezas que nós, trazemos em nós e que é fruto do pecado original. O príncipe do mundo é satanás, por isso, ele acenava para Jesus com as coisas que o mundo valoriza.

Jesus, porém, nos dá uma lição para quando nós estivermos sendo sugestionados a empreender qualquer obra que não tenha como finalidade a observância da Palavra de Deus. O demônio, primeiramente, quis pôr em dúvida a identidade de Jesus: ”se és Filho de Deus”.

Quantas vezes nós também nos sentimos desafiados a mostrar quem nós somos com atitudes de vaidade e amor próprio! Mesmo com fome, Jesus não se rendeu ao prazer de comer e foi mais além do que o que o demônio arrazoou como justificativa para que pedras fossem transformadas em pães: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. 

O tentador apelou para o sentimento que o homem tem de mostrar que tem poder e prestígio a fim de dominar todas as coisas: ‘ Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra’.

Jesus nos ensina: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Somos filhos de Deus e sabemos que Ele nos protege, porém nunca devemos tentar a Deus nos expondo aos perigos e às facilidades da vida confiando em que Ele dará um jeito de nos socorrer.

Finalmente, o demônio tocou no ponto mais fraco do homem: o apego aos bens materiais, a ganância e a ambição de, tendo já muito, fazer qualquer coisa para adquirir ainda mais: “Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares.” Jesus nos dá a dica: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”.

Você também tem sido tentado (a) pelo inimigo de Deus mesmo quando medita e reflete sobre a Palavra? Qual é a maior tentação que você tem enfrentado: o prazer, o poder ou o possuir? Como você tem vencido as tentações? O que você tem feito com os bens que você possui? Eles estão a serviço de Deus ou do demônio?

Todo esse relato, se analisado nos mínimos detalhes podemos perceber inúmeros ensinamento para nós. Ao cumprir o “IDE” do Mestre com certeza seremos também provado, tentados.

Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto. Isso mostra uma permissão da parte de Deus. O inimigo afronta Jesus com a própria Palavra. Ele também conhece as Escrituras. Nossa vida espiritual deve ter também uma convalidação divina. Precisamos ter certeza de nossa missão no reino de Deus.

A preparação (formação), a consagração (jejum) deve fazer parte de nossa vida espiritual. Termos consciência de que seremos tentados pelo inimigo e que isso será permitido por Deus. Em algum momento daremos de frente com ele e a Palavra de Deus deverá estar presente em nós, bem forte para podermos vencer. Seremos também levados ao deserto. Ou melhor, quando se trata de espiritual, vivemos no deserto.

Contra o príncipe das trevas, não ha diplomas, mestrados, doutorados, grandes currículos que poderá nos salvar. Embora, nós seres humanos, valorizamos muito isso, e não é errado, ao contrário se faz necessário.

Somente a certeza do que cremos e a palavra de Deus poderá nos livrar e dar a vitória. Temos necessidades e fraquezas e é nas nossas fraquezas que o inimigo virá para nos contrapor. É necessário então intimidade com Deus e com sua Palavra.

Se substituirmos o simbolismo dos 40 dias em que Jesus esteve em oração pelo tempo que chamamos de sua “vida oculta”, e se assumirmos que também aqui o deserto é o símbolo da consciência, entenderemos que as tentações de Jesus não puderam ter sido somente essas três, definidas, além disso, de uma forma muito fácil e rápida, mas que foram muitas as dúvidas, as alternativas de facilitar as coisas (tentadoras) que terão ocorrido a Jesus para levar adiante sua missão.

Ele decidiu, no meio dessas alternativas de facilitações, que levaria a cabo sua missão pelo caminho mais difícil , porém mais seguro. A instauração do reino seria para Jesus o eixo fundamental de sua messianidade; e isso não seria compatível com nenhum messianismo barato; o Messias teria de levar até o fim sua missão pelo caminho do sofrimento, incompreensão, dor, doação de cada dia, serviço constante.

A grande lição das tentações de Jesus é que o mal sempre nos oferece “atalhos”. E são contra estes atalhos que devemos ter cuidado. Pão (alimento), prestígio (fama) e poder (governo) são coisas interessantes que mexe com o nosso físico, a nossa alma e o nosso lado espiritual. No entanto, nada disso terá valor para nós se for sem Deus. Qualquer coisa, por melhor que seja que nos afaste do Senhor, deve ser abandonado. Somente com Deus, na Sua presença e para a Sua glória, devemos viver.

Jesus embora sendo o Filho de Deus, levava uma vida constante de oração. Ele nos ensinou como devemos orar. É na oração que alcançamos intimidade com Deus. Quanto mais oramos mais teremos certeza da sua vontade.

 O evangelista conduz cada discípulo, fiel de todos os tempos, ao deserto onde Jesus exercita a definição do estilo, da forma como o Messias cumpriria sua tarefa para que também nós, seus discípulos, fizéssemos o mesmo.

 Propósito:

Pai, como Jesus, quero ser fiel a ti, sem jamais exigir manifestações extraordinárias de teu amor por mim. Basta-me estar ciente de ser teu filho.

 


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