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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Evangelho 4º Domingo da Pascoa 21 abril


Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São João 10,27-30

"As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão. O poder que o Pai me deu é maior do que tudo, e ninguém pode arrancá-las da mão dele. Eu e o Pai somos um."

Meditação:

Todos os anos, o 4º Domingo da Páscoa contempla um texto extraído do capítulo 10 do evangelho de João, que apresenta Jesus como o Bom Pastor, aquele que dá a vida pelas suas ovelhas. Outra particularidade, deste 4º Domingo da Páscoa, é o dia mundial de orações pelas vocações sacerdotais e religiosas. A Igreja pede que a comunidade se interesse por seus pastores, reze por eles e os faça pastores iguais ao Coração de Jesus. 

A Palavra de Deus desta celebração trabalha com dois enfoques: a alegria e o pastoreio. A alegria está nos pagãos que acolhiam o Evangelho pregado por Paulo e Barnabé (At 13,14.43-52), no serviço ao Senhor (Sl 99/100) e naqueles que foram dignos de receber a palma da vitória (Ap 7,9.14-17). Já o tema do pastoreio aparece no Salmo Responsorial — “somos os seu povo e o seu rebanho” —, na 2ª leitura — “porque o Cordeiro, que está no trono, será o seu pastor” — e, no evangelho, no qual Jesus se apresenta como o Bom Pastor, aquele que ama, conhece e dá a vida eterna para suas ovelhas.

A confluência destes dois enfoques encontra-se no ponto comum da provação. Os apóstolos, por exercerem sua “pastoral” evangelizadora enfrentaram os sofrimentos da perseguição, da inveja, da recusa e da difamação. A multidão da liturgia celeste tem a palma da vitória porque foi fiel no seguimento do Cordeiro, o Pastor, e não sucumbiu diante das provações deste mundo.
Dizem os entendidos em Bíblia que a finalidade de João, ao apresentar Jesus como o Bom Pastor, era criar nos leitores uma intimidade com Jesus. A Liturgia, neste “Ano C”, destaca o destino daqueles que seguem o Bom Pastor: receberão a vida eterna, serão vestidos de branco e terão palmas da vitória nas mãos, desde que sejam fiéis nos momentos da provação.

O exemplo de fidelidade na provação está na Igreja apostólica em pessoas como Paulo e Barnabé que, mesmo sofrendo contratempos, não deixavam de pregar o evangelho. Antes de receber a palma da vitória existe o empenho apostólico e evangelizador, às vezes pago com o próprio sangue, daqueles que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro (batismo) (Ap 7,9.14-17).         

A primeira leitura nos apresenta hoje Paulo e Barnabé em todo o seu apogeu evangelizador. Nela se pode comprovar o processo que vai percorrendo a expansão do Evangelho.

Por uma parte, o espaço físico da proclamação da Boa Nova é a sinagoga judaica; o meio é a escritura antiga; a partir desses espaços as promessas são proclamadas e confirmadas com o anúncio da morte e ressurreição de Jesus. Isto quer dizer que os destinatários originais são os israelitas; assim o formula Paulo e o corroboram os demais apóstolos.

Há, certamente, acolhida da nova mensagem por parte de muitos, porém também há rejeição até violenta à pregação de Paulo e, antes dele, à pregação de Pedro e dos demais. A rejeição oficial não fica somente em não aceitar a mensagem, mas inclui também a expulsão da sinagoga e as ameaças a quem, sendo judeu, se havia convertido ao novo caminho e pretende participar, por qualquer circunstancia, a sinagoga.

Tudo isto serve para oferecer-nos uma idéia das dificuldades que o anúncio do Evangelho teve de enfrentar em suas origens, e a forma como Paulo, chamado com tanta razão “o apóstolo dos gentios”, vai abrindo caminho para que o evangelho de Jesus seja anunciado e conhecido por todo o mundo, sem importar fronteiras, raças ou classes sociais.

Este é outro dos efeitos da ressurreição de Jesus: o conhecimento, por parte de todos os seres humanos, da Boa Notícia do amor de Deus, que em Jesus resgatou toda a humanidade e colocou sob o amparo e a orientação de um só Pai de todos, o Pai de Jesus.

Em consonância com isto, a visão apocalíptica que João descreve na segunda leitura não se limita a um simples sonho nacionalista judeu. A intenção é fazer conhecer a nova idéia de Deus que Jesus revela no Novo Testamento: seu Pai é o Deus Pai de todos os homens e mulheres, sem exceção alguma.

Todos são recebidos na nova realidade instaurada pelo Cordeiro, já que nele foram superadas todas as fronteiras construídas pelos humanos para viver separados e divididos. Já não haverá divisão nem rejeição, porque em Jesus Cristo todos fomos recebidos como irmãos.

O Cordeiro imolado será o pastor que conduzirá todos os eleitos para as fontes de água viva – vindos de todas as nações – porque assimilaram o projeto do Pai; e aí será onde Deus enxugará suas lágrimas (Ap 7, 17).

Cristo assume as duas funções: a de vítima que se imola e a de Pastor. De forma congruente, o evangelho nos propõe o relato de João no qual Jesus se apresenta como o pastor que cuida de suas ovelhas.

Ele anunciou sua missão como o pastor que não somente cuida das ovelhas de seu aprisco, mas também as de outros redis, os não-judaicos Jo 10,16).

Jesus é o Pastor universal, que chama inclusive os que não pertencem ao judaísmo para que venham a formar parte do rebanho escatológico, o dos que assumem como ele a esperança do reino de Deus. A figura mais terna que Jesus adota como pastor é a do que busca a ovelha desgarrada, a perdida, e quando a encontra se alegra, recolhe-a e a leva de volta ao aprisco Lc 15,2-7).

Essa sua alegria faz com que homens e mulheres de boa vontade acolham e assumam o seu projeto de vida eterna. Jesus se identifica de forma diametral dos pastores mercenários que ao verem o perigo, simplesmente fogem, abandonando o redil e deixando as ovelhas a mercê de sua própria sorte.

O evangelho reforça também esse efeito tão importante da ressurreição de Jesus que é a paternidade universal de Deus.

Os que estavam com Jesus e que o haviam visto agir, são os primeiros chamados a pertencer ao reino que ele proclama e, ao mesmo tempo, estão no dever moral de anunciá-lo aos outros. Esses são os que, diz Jesus, “o pai me deu”; os que entenderam sua proposta e o seguem.

Em tal seguimento, não há equívoco nem extravio, porque justamente a palavra de Jesus – que é a palavra do Pai – é o caminho seguro por onde o homem pode alcançar sua máxima plenitude. 
Jesus faz um chamado a todos, como supremo Pastor, para que compreendam que ele propõe é essência, uma realidade de unidade e de irmandade que não é possível destruir, já que como a for;a do Espírito podemos todos os batizados transparecer Jesus ressuscitado e ser no mundo instrumento de paz e de unidade. Haverá assim, finalmente, “um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16).

Concluindo: No evangelho de hoje Jesus se apresenta como o Pastor que cuida de suas ovelhas. Jesus anunciou sua missão como o Pastor que não somente cuida das ovelhas de seu aprisco, mas também das que estão em outros redis, os não-judeus.

A figura de pastor que Jesus assume é a do pastor que busca a ovelha desgarrada, a perdida, e quando a encontra se alegra, recolhe-a e a traz de volta ao aprisco. Por isso seu gozo e sua alegria consistem em que os homens e mulheres de boa vontade acolham e assumam seu projeto de vida eterna.

Jesus se diferencia dos pastores mercenários, que quando vêem o perigo correm e fogem, abandonando seu redil e deixando as ovelhas à mercê do perigo. 

Jesus é um Pastor universal, que chama até mesmo os que não pertencem ao judaísmo para que venham fazer parte do rebanho escatológico, este rebanho dos que assumem como ele a esperança do Reino de Deus.
Reflexão Apostólica:
Hoje celebramos, como comunidade eclesial, o Bom Pastor. O pastor não somente cuida das ovelhas, mas defende-as, leva-as para boas e abundantes pastagens, busca fontes para levá-las a beber, defende-as das ameaças e ataques das feras, proporciona-lhes os cuidados necessários se ficam adoentadas. Por isso Jesus não pôde encontrar outra imagem mais bela para indicar o perfil dos animadores e responsáveis por suas comunidades de discípulos.

Este trecho do evangelho de João faz parte do texto sobre o Bom Pastor que compreende 10, 1 a 21. Jesus se declara precisamente “bom pastor”, e o é, porque a razão fundamental de sua vida é salvar as ovelhas segundo a vontade do Pai.

Jesus busca o bem-estar integral das ovelhas – seus seguidores – até o ponto de defendê-las dando a vida por elas. Defende-as dos lobos que querem matá-las, e age de maneira diferente da dos mercenários, a quem não importa o bem-estar de suas ovelhas mas somente o pagamento. O Bom Pastor estabelece com suas ovelhas uma relação íntima somente comparável à sua com o Pai.

Jesus não somente se preocupa com suas ovelhas que lhe estão próximas, mas também com as outras ovelhas que ainda não estão em seu curral. Eis aqui uma forte ressonância da universalidade de sua mensagem.

Olhemos agora para nossa vida: na família, os pais e mães têm uma grande responsabilidade como formadores da consciência ética, moral e religiosa de seus filhos. Na comunidade cristã existem diversos ministérios para edificação da Igreja. 

Como vives a experiência de ser “ovelha” e/ou “pastor” em tua família e em tua comunidade? Quais aspectos será preciso rever e corrigir para serem autênticos pastores de nossos respectivos rebanhos?
O Domingo do Bom Pastor, longe de ser um domingo poético, com Jesus caminhando em prados verdejantes e tudo que encanta, traz uma proposta de fidelidade total com o Pastor, através do seguimento e do testemunho, mesmo porque nós ainda estamos vivendo no tempo das provações, que não nos devem apavorar, desde que ouvimos a voz do Pastor.

Propósito:

Ó Bom Pastor, porta da Vida, cuidai de todos nós, e já que nos alegramos com a Páscoa, dai-nos forças para trabalhar com coragem pelo Reino, e a satisfação de vê-lo crescer pouco a pouco no mundo, de modo que a fraternidade universal seja cada dia mais real entre nós. Nós vos pedimos com o olhar voltado para Jesus de Nazaré, vosso Filho e nosso irmão!

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