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quinta-feira, 16 de junho de 2016

EVANGELHO DO DIA 19 DE JULHO - 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM
19  junho - Também nas coisas do espírito saibamos contentar-nos com o que Deus crê seja melhor conceder-nos, sem nos apegar demasiadamente ao fervor sensível ou ambicionar consolações espirituais. (S 359). São Jose Marello
Lucas 9,18-24

"Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou: 
- Quem o povo diz que eu sou? 
Eles responderam: 
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou. 
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus. 
Pedro respondeu: 
- O Messias que Deus enviou. 
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou: 
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado. 
Depois disse a todos: 
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.
"
 
 
Meditação:

Jesus pergunta aos discípulos: "Quem dizem que eu sou"? A afirmação de Pedro: Tu és o Cristo de Deus", e que faz a diferença entre fé autêntica e adesão a Jesus fruto de uma veneração a ele, como homem e profeta extraordinário. Ele ensina, cura, expulsa demônios... e isso o revela como sendo o esperado de Israel.

O fato de Pedro declarar Jesus como o “Cristo de Deus” mostra que ele é um genuíno discípulo. Por isso mais tarde será escolhido para confirmar seus irmãos na fé. Nós também precisamos cultivar uma identidade forte, que nos permita viver a fé e atrair outras pessoas para Jesus e seu reino.

A pergunta é dirigida a cada um de nós pessoalmente: Quem é, afinal Jesus? Cada um deve dar a sua resposta para si mesmo.

O Evangelho de hoje pode ser dividido em três partes: 1. A confissão messiânica de Pedro (vv. 18-21); o primeiro anúncio da Paixão (v. 22); Lucas omitiu a reprimenda que Jesus dirige a Pedro, quando este, diante do anúncio da Paixão, se opõe a ela; 3. As condições para o seguimento de Cristo (vv. 23-24).

Lucas é o único que nota significativamente a oração de Jesus que precede a confissão de messianidade e o anúncio da Paixão (v. 18). Como a figura do Messias na mente dos apóstolos estava permeada de triunfalismos terrenos, Jesus os educa nesse grande mistério do Reino: sua própria Paixão e Morte (v. 22). Continua finalmente uma passagem que nos recorda o discurso apostólico de Mateus 10: condições que Jesus pede a seus seguidores: abnegação, disponibilidade absoluta e sofrimento afetivo (vv. 23-24).

Se queremos seguir Jesus, temos que aceitar suas condições e entendê-las como ele as entende. Negar-se a si mesmo equivale a “não ter nada que ver” com a pessoa da qual se renega. Negar-se a si mesmo é descentrar-se, não ser já o centro de seu próprio projeto. É colocar a vida inteira a serviço do outro, neste caso, o projeto de Jesus. A isto Jesus o chama a perder a vida por ele. E quem consegue realizar isto, “ganhará”, salvará sua vida. A condição que põe Jesus para segui-lo não pretende tirar valor, mas orientar nossas energias e valores para a construção do Reino que ele iniciou negando-se, também ele, a si mesmo, para cumprir em tudo a vontade do Pai.

Em que consiste carregar a cruz? Acaso é supor tudo sem reclamar como se toda contrariedade fosse mandada por Deus mesmo?   É submeter-se à dor pela dor, como se a dor fosse um valor em si mesmo? Se a entendemos assim, não tem nada que ver com a condição que Jesus coloca para que sigamos seus passos.
 

Jesus quer dizer que todos os discípulos têm que estar dispostos a viver da mesma maneira que ele viveu, mesmo sabendo que este estilo de vida pode acarretar a perseguição e talvez a morte. Essa é a cruz de Jesus e também deve ser a nossa. Não inventamos cruzes à maldade, não as buscamos nem nos preocupemos demais por elas. Sigamos os passos de Jesus e outros colocarão as cruzes em nossos ombros, antes mesmo que o pensemos.

Negar-se a si mesmo é carregar a cruz equivale a fazer seu, cada um de nós, o caminho de Jesus. Ele se negou a tomar o poder, a forca e a fama como meios para servir e salvar os homens. Jesus escolheu o único caminho que conduz ao coração do homem: a solidariedade com todos os excluídos da terra.
 

Este foi o caminho de Jesus e este tem que ser nosso caminho se queremos estar com ele e segui-lo. Tentar seguir Jesus no comodismo, na falta de compromisso, no pacto com os poderosos, ainda que possa parecer muito razoável, é um caminho falso. É “pensar como os homens e não como Deus”

O amor a Jesus leva a quem queira segui-Lo, aprender a viver não para si próprio senão para os demais. É um estilo de vida diferente marcado pelo serviço, pelo amor até o extremo.
 

É uma proposta que vai em contracorrente com a mentalidade individualista e narcisista de nossa época, mas, sem dúvida, responde perfeitamente ao ideal de felicidade e realização que todo ser humano deseja alcançar. Vale a pena colaborar com essa utopia!

Reflexão Apostólica:

É típico do evangelho de Lucas apresentar Jesus em oração. Sim, o evangelista gosta de mostrar à sua comunidade a vida orante de Jesus de Nazaré, sua intimidade com o Pai, que busca espaços concretos de encontro com Ele.
É o caso da perícope de hoje: “Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado”, e por mais que a oração seja uma experiência pessoal, o evangelho nos mostra sua dimensão comunitária: “os discípulos estavam com ele”.
Foi nesse estar com Jesus, olhar como ele rezava, se relacionava com o Pai, que os discípulos sentiram o desejo de participar de sua oração, de rezar com e como Ele: “Senhor ensina-nos a rezar” (Lc 11, 1b).

Pode ser essa nossa petição enquanto refletimos este evangelho: “Senhor ensina-nos a rezar?”, e porque não ser esta oração o “mantra”, a nossa “música de fundo” ao longo de toda esta semana?

Olhando para Jesus e seus discípulos/as, descobrimos que o jeito que ele teve para despertar neles/as a vontade de rezar, foi ele mesmo fazer a experiência da oração, ele mesmo rezar!
Destacamos aqui a força do testemunho. Hoje em dia as pessoas, os/as jovens vão querer rezar ao Deus de Jesus, se conhecerem cristãos/ãs que gostem de rezar. As crianças vão querer conhecer e “falar” com “Papai do céu” se encontrarem em sua família, pais, irmãos/ãs que vivem com naturalidade a relação com Deus.

A oração é uma experiência de comunhão, de relação com Deus, a quem Jesus chama de Pai. Por isso, quando os/as discípulos/as pedem que Ele lhes ensine a rezar, sua resposta é apresentar-lhes ao Pai e seu projeto de vida. 
Foi o que depois a comunidade cristã traduziu na oração do Pai-Nosso. Mas é importante entender que ela não é uma “fórmula” de oração, mas a expressão que condensa um estilo de vida marcada pela relação com Deus Pai e seus filhos e filhas. É a oração do Reino de Deus.

Quando rezamos, o que fazemos? Relacionamos-nos com o Outro, ou repetimos frases de cor? 
O evangelista nos surpreende com a pergunta de Jesus: “Quem dizem as multidões que eu sou?”. Mas, podemos nos perguntar: que tem isso a ver com o momento de oração que foi apresentado antes na perícope?

Tem tudo a ver! A oração como relação com Jesus, com Deus, é um instante de diálogo, no qual Jesus se dá a conhecer, fala-nos ao coração, e como amigo se apresenta dia a dia. 
A oração assim entendida não é só um momento do dia, estende-se a todo o dia, a oração é o coração da amizade com Jesus que cresce e se desenvolve no seguimento. 

E esse seguimento alimenta o conhecimento da pessoa de Jesus. Nas palavras de Sobrino, é no seguimento de Jesus que conhecemos quem ele é de verdade. 
Por isso, a resposta que Pedro dá é, sem dúvida, fruto de todo um tempo de convivência com Jesus, e nesse estar com ele (isso é a oração) descobriu, por obra do Espírito quem ele era: “O Messias de Deus”. 

As palavras que Lucas coloca nos lábios de Jesus são um chamado de atenção à comunidade para não parar na sua caminhada atrás dos passos do Mestre. 
Outra idéia forte no evangelho de Lucas é a do caminho e, sobretudo, o caminho a Jerusalém. A vida de Jesus está marcada por essa caminhada ou subida a Jerusalém, que ele faz decididamente (cfr. Lc 9, 51). 

O Messias, o Ungido de Deus que Lucas nos apresenta, aquele que vem libertar o povo da escravidão (Lc 4, 18-21) é aquele que passa pela cruz e vive a ressurreição. Ou seja, caminho da libertação é criado, gerado na cruz e ressurreição de Jesus de Nazaré. 
Se esse é o caminho do Mestre, não é diferente para sua comunidade que quer também ela servir o Reino de Deus, ser instrumento de libertação e vida eterna para os diferentes povos da terra.

As palavras de Jesus no final deste texto são bem claras a respeito: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga”. 
Mas é importante entender que o seguimento de Jesus não é um exercício de força de vontade, de ascese, como muitas vezes foi entendido. Ela está presente nessa caminhada, mas só porque antes se conheceu a força do amor, a importância e riqueza da amizade com Jesus. 

E porque se quer seguir a esse Amigo e continuar seu projeto de vida, seus seguidores/as são capazes de renunciar até mesmo à sua própria vida, para que outros/as a tenham em abundância.  
Diferente de Marcos, Lucas acrescenta que a cruz tem que ser abraçada cada dia, isto é, o evangelista não está falando da última cruz da vida, e sim daquela que se vive diariamente, realizada, desde as pequenas coisas, em uma vida de solidariedade, doação de si, amor ao próximo...

Como perderemos nossa vida por Jesus? Como "renegaremos a nós mesmos" para seguir a Jesus? Transformando nossa vida num dom aos irmãos. O estudante que ajuda um colega em dificuldade; o esposo que ajuda a mulher na limpeza da casa; o voluntário que dedica o seu tempo para ajudar os doentes, os idosos... estão cumprindo o conselho de Cristo. E aqueles que assim escolhem "perder sua vida" pelos irmãos necessitados também ressuscitarão, já nesta vida, e experimentarão uma alegria que os fará encontrar-se cada vez mais consigo mesmo.

Procuro pagar o mal com o bem? Se as pessoas observarem meu comportamento, poderão deduzir que sou um cristão? Entendo que a morte de meu tempo, lazer ou descanso para ajudar os outros é fonte de vida? o conselho de Cristo. E aqueles que assim escolhem "perder sua vida" pelos irmãos necessitados também ressuscitarão, já nesta vida, e experimentarão uma alegria que os fará encontrar-se cada vez mais consigo mesmo.

Propósito:

Espírito do Messias solidário e servidor, não me deixes nutrir esperanças vãs de um messianismo glorioso e mundano, que não corresponde à opção do Senhor Jesus.

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