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sábado, 14 de março de 2015

Evangelho dia 14 de março - 4º DOMINGO DA QUARESMA



4º DOMINGO DA QUARESMA 15 DE MARÇO 2015

15 Façamos os pedidos ao nosso bom papai São José, que é o Patriarca das pessoas atrapalhadas (ele que passou por tantas atrapalhações!). (L 78). São Jose marello
João 3,14-21

"Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna. Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo. Aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus. E é assim que o julgamento é feito: Deus mandou a luz ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que eles fazem. Mas os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que as suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus."

Meditação
O evangelho corresponde à resposta que Jesus dá a Nicodemos quando pergunta “como pode ser isso?”, referindo-se ao novo nascimento no Espírito. É também a segunda e última parte do diálogo de Jesus com este “chefe” dos fariseus de Jerusalém.
 Nicodemos, cujo nome significa “o que vence o povo”, aparece varias vezes no evangelho de João (3,1-21; 7,50-52; 19,39). Não é um qualquer.

Por sua filiação religiosa é considerado um fariseu, isto é, um rígido observante da Lei, considerada como a expressão suprema e indiscutível da vontade de Deus para as pessoas. É o primeiro aspecto assinalado por João antes do próprio nome. Nicodemos se define, antes de tudo, como homem da lei.

João acrescenta outra precisão sobre o personagem: na sociedade judaica é um “chefe”, título que se aplica particularmente aos membros do Grande Conselho ou Sinédrio, órgão de governo da nação (11,47). Nesse grupo de letrados fariseus, ele era o mais influente e dominava pelo medo os demais membros do Conselho (12,42).

Nicodemos fala no plural (3,2: sabemos). É, pois, uma figura representativa. A cena vai descrever, portanto, um diálogo de Jesus com representantes do poder e da Lei. Nicodemos chama Jesus de “Rabi” (3,2), termo usado comumente para os letrados ou doutores da Lei que mostravam ao povo o caminho de Deus.

Assim é como este fariseu radical, cumpridor da lei, vê Jesus. É estranho, porque até o momento, Jesus não deu razão para semelhante interpretação de sua pessoa.

Na realidade, Nicodemos está projetando sobre Jesus a idéia farisaica de Messias-mestre, confirmado por Deus para interpretar a Lei e instaurar o reinado de Deus, ensinando o povo a perfeita observância da Lei de Moises.

Essa interpretação está longe de compreender a mudança radical que Jesus propõe. Para os fariseus, na lei está o futuro de Israel, para Jesus, o nascimento no Espírito abre o reino de Deus ao futuro humano.

O ser humano não pode obter a plenitude e vida pela observância de uma Lei, mas pela capacidade de amar que completa seu ser. Somente com pessoas dispostas a entregarem-se até o fim pode ser construída uma sociedade verdadeiramente justa, humana e humanizadora.

A Lei não elimina as raízes da injustiça. Por isso, uma sociedade baseada sobre a Lei e não sobre o amor, nunca deixa de ser opressora, injusta e marcada pela cobiça.

A segunda parte do diálogo de Jesus com Nicodemos está centrado no que “desceu do céu” sem deixar de ser “do céu” “para que todo o que crê tenha a vida eterna”.

A reflexão de Jesus ressalta a relação que existe entre crer e viver nas obras e a vida eterna, isto é, no reino de Deus. “Descer do céu” e ser “levantado” é um assunto de amor de Deus. Vejamos os aspectos teológicos importantes deste discurso.

Diante da centralidade farisaica da Lei, o evangelho de João propõe a dinâmica libertadora da fé em Jesus “levantado” (crucificado), como a serpente que Moisés levantou no deserto. Crer é a resposta ao imenso amor de Deus.
É a reciprocidade do amor.

Crer não é um conceito ou uma doutrina, é um ato de amor pelo qual advém o reino de Deus. O juízo sobre a humanidade tem a fé como critério e ato de amor recíproco. Novamente chegamos à insistência de João. Uma humanidade justa e feliz somente é possível baseada no amor e não na Lei. Esta á fé que o evangelista João proclama.

Paulo, depois de agradecer o dom da fé (Ef 1,3-14), contrapõe dois tempos: o da morte e o da ressurreição. O tempo da morte (Ef 2,1-3) corresponde a “delitos e pecados”, segundo o “proceder deste mundo”, sob a dominação de Satanás.

É tempo de escravidão e infra-humanidade. Desse tempo Deus resgata, tanto a judeus como a gentios, por ser “rico em misericórdia”, vivificando-nos “juntamente com Cristo”, por sua ressurreição. Somente a graça, mediante o dom da fé, pode “explicar” tal superabundância do amor divino.

O tempo da ressurreição é tempo de “nova criação” em Cristo Jesus, o que se expressa nas “boas obras”, praticadas por quem foi vivificado. Não é de estranhar que a “medida” das boas obras seja como a medida de Deus: o amor.

O tempo da ressurreição é o tempo de afirmação da vida no amor. Para a fé cristã, a morte (a escravidão) não tem a última palavra.

Viver plenamente o tempo da ressurreição como novas criaturas é o apelo de Paulo ao longo dessa carta à Igreja, nascida entre os gentios.
Reflexão Apostólica

O evangelho de João é carregado de alusões e comparações muito sutis, que, normalmente, nos escapam à primeira leitura.

Ele escreve seu evangelho já bem velhinho, após muita reflexão e meditação, fazendo muitas conexões, que facilmente nos escapam.

Hoje ele alude a várias coisas do Antigo Testamento, no qual por duas vezes a serpente aparece de forma significativa.

A primeira vez é bem no início, no livro do Gênesis, quando a serpente astuta conversa com a mulher, engana-a, levando-a a comer do fruto proibido, apresentando a beleza exterior que oculta a verdade.

Quantas serpentes existem por aí, mostrando o bonito de fora, na fruta linda e saborosa, agradável aos olhos, ocultando o desejo interior de ser como Deus?!

Nossas cidades estão cheias de serpentes, sem falar nas televisões, que são butantãs de serpentes. Mostram tanta beleza e, bem no fundo, podemos apertar e só encontraremos ilusões bigbrothermente enganadoras e sedutoras.

Um outro momento em que a serpente aparece é quando a víbora venenosa matava os judeus na travessia do deserto, levando Moisés a esculpi-la em bronze, levantá-la, para que, quem olhasse ficasse curado. Enquanto o animal que rasteja mata, aquele que é erguido cura.

Jesus estava conversando, particularmente, com o professor de teologia, Nicodemus, formado na Universidade Gregoriana daquela época, homem provecto, de barba talmúdica e abraâmica, e se refere ao momento em que seria levantado na cruz.

Certamente, Nicodemus não entendeu a que Jesus se referia, mas reparem bem que será ele que, no momento da morte de Jesus, intercederá junto a Pilatos, juntamente com José de Arimatéia, para resgatar o corpo do Senhor. Aí sim, ele se dará conta de quem estava levantado, porque foi pregado numa cruz, e é justamente aí que Ele salva.

Interessante, na hora em que Jesus é nada, quando sequer pode mexer com os braços, quando não pode andar porque tem os braços e pés pregados, totalmente preso, morrendo ensangüentado, asfixiado por uma câimbra terrível, justamente aí é que Ele diz que nos salva e nos atrai.

Como um homem preso e quase morto pode nos atrair? Nenhuma coisa desagradável consegue nos atrair, muito pelo contrário, fugimos aterrorizados.

Não esperamos nenhuma salvação vinda de alguém que está preso, mas é Jesus quem nos diz que é dele elevado numa cruz que virá a salvação, quando Ele atrairá a todos nós.

Não tememos ninguém que esteja atado, amarrado, impotente. Esses só podem inspirar piedade. O povo judeu sentiu medo foi de Javé, que, do algo do monte Sinai, enviou raios e trovões diante de todos.

Jesus queria dizer-nos que o mesmo Javé foi quem quis que Ele viesse para que, na sua entrega, soubéssemos que o Filho queria salvar-nos, nunca condenar.

A única realidade que salva é o amor! A raiva e a violência só inspiram medo, ao contrário do amor, que só atrai. Por isso, impotente numa cruz, Jesus consegue nos atrair, porque é só amor. Naquele momento, Ele não tem nenhuma outra força, não é capaz de nos dar mais nada além do amor.

Só lhe resta pedir ao Pai que nos perdoe, pois também nós não sabemos o que fazemos quando erramos, quando pecamos.

Propósito: Olhar o mundo hoje, com o olhar de Jesus: viver e propor a todos a verdadeira vida.

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