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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Evangelho quinta feira 20 de novembro



20 Ter cuidado com as palavras que se dizem parece pouca coisa, mas ao invés é uma grande virtude. (S 197). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 19,41-44
 "Quando Jesus chegou perto de Jerusalém e viu a cidade, chorou com pena dela e disse:
- Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a paz! Mas agora você não pode ver isso. Pois chegarão os dias em que os inimigos vão cercá-la com rampas de ataque, e vão rodeá-la, e apertá-la de todos os lados. Eles destruirão completamente você e todos os seus moradores. Não ficará uma pedra em cima da outra, porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para salvá-la.

 Meditação: 

 A trágica destruição de Jerusalém e do Templo é associada à rejeição do poder religioso, aí sediado, a Jesus, com sua mensagem libertadora de paz e amor universal.
Depois de uma longa caminhada, desde a Galiléia, Jesus se aproxima de Jerusalém e, vendo a cidade, chora sobre ela. Jerusalém era uma cidade dos jebuseus que foi invadida e tomada pelo rei Davi. Nela Davi centralizou os poderes religioso, político e militar.
Jesus chega a Jerusalém aclamado pela multidão. Porém, ao invés de corresponder aos aplausos vendo a cidade, chora sobre ela. Jerusalém era a capital da fé daquele tempo. Pois tendo sido tomada do povo jebuseu pelo rei Davi, nela estavam centralizados todos os poderes religiosos, político e militar.

O templo aí construído e a sólida teologia imperial elaborada na corte dos reis descendentes de Davi conferiram à Jerusalém o status de cidade sagrada. Todavia, já os profetas do Antigo Testamento denunciavam o abuso de poder e a corrupção aí reinantes, e o fato se tornava cada vez pior.
Os olhos desta cidade estão como que tapados: ela se tornou o centro da exploração e opressão do povo, enveredando por um caminho que é o oposto do caminho da paz.
Ela será destruída, porque não quer reconhecer na visita de Jesus a ocasião para mudar as próprias estruturas injustas, abrindo-se ao apelo d’Ele.
Jesus chora porque gostaria de juntar aquele povo como uma galinha junta seus pintinhos. Caro leitor, você conhece esta cena? A galinha junta os pintinhos com as asas e os protege. Jesus é assim mesmo! Ele usa linguagem bem humana para que possamos compreender.

Veja que comparação Jesus faz! Como é grande o amor de Jesus pela humanidade, narrado nestes textos à cidade de Jerusalém. E ele é proclamado para você aqui, agora! Ele deseja muito abrir seus braços agora e acolher a todos, deixe-se ser acolhido por Jesus!
Foram duas ocasiões muito solenes aquelas em que os textos sagrados nos dizem que Jesus chorou. Chorou diante do sepulcro, onde jazia o seu amigo Lázaro, morto há quatro dias, e chorou quando sentiu, no mais íntimo do seu coração, a incredulidade da santa cidade de Jerusalém.

Jesus é Deus (único, sem dúvida), que chora pela situação triste e ímpia deste mundo perdido. Parece um contraste, algo incoerente, Deus a chorar pelos homens. Mas não. Não é incoerência, porque este (Jesus) é o único Deus que ama. Deus que ama o mundo de tal maneira que dá a si mesmo, como sacrifício de substituição para que todo aquele que n’Ele crê não morra, mas tenha a vida eterna.
Olhemos este texto e vejamos com que amor Deus se ocupa de nós. Como dá a si mesmo; como sofre, vendo a cidade entregue às suas impiedades e dominada pelos vendilhões da religião; como chora sobre ela e ora para que abra os olhos para as suas oportunidades, ainda de pé, mas em breve perdidas!

Esta cidade somos nós quando não nos “queremos” converter e acatando os seus ensinamentos nos salvar. E então continua chorando por ti e por mim: Jerusalém, Jerusalém, como gostaria que visses as tuas oportunidades, mas tu queres continuar de olhos fechados; como queria que abrisses os olhos, mas tu preferes continuar de olhos fechados e não ver a verdade; como quis ajuntar os teus filhos como a galinha ajunta os pintos debaixo das asas, mas tu não quiseste; Porque assim queres, os teus inimigos te sitiarão de todos os lados, serás totalmente derrubada e em ti não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.
Não te vês na situação da rebeldia de Jerusalém? Arrepende-te enquanto é tempo. 

Aceita a misericórdia de Jesus, que chora pela tua triste e condenável situação de pecador perdido. Vem a Cristo que te chama com amor infinito e viverás. Ai de ti que não sabes reconhecer a bondade de Deus que estava a seu lado no dia a dia da vida. Que estejamos sempre atentos e conscientes com os bens que temos, sobretudo, o bem da paz e da vida.

 Reflexão Apostólica:

 Hoje o texto narra uma afirmação de Jesus quanto ao destino trágico da cidade de Jerusalém que de fato foi invadida e saqueada pelos bárbaros e depois por outros povos. Talvez Jesus tenha falado também de cada invasão que cada um de nós é acometido de tempos em tempos.
Um fato: Não sabemos também quando nossa Jerusalém será invadida, essa Jerusalém que representa nossa vida, nossa saúde, nosso serviço (…). Hoje estou bem e amanhã não sei, ou melhor, ninguém sabe.

 Duro é ver após um acontecimento (demissão, doença, surgimento de uma dívida, o despejo, o fim do casamento, do namoro, de uma amizade) que parecia que já sabíamos que algo iria acontecer, mas que não nos atentamos aos sinais. E como os sinais são grandes agora!! “(…)
 Agora você não pode ver isso. Chegarão os dias em que os inimigos vão cercá-la com rampas de ataque, e vão rodeá-la, e apertá-la de todos os lados… porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para salvá-la”

Jesus, não distante, mas ainda mais próximo do que nunca, chora ao nosso lado. Ampara-nos no sofrimento, no sentimento, na “culpa”, na saudade.

Nas invasões bárbaras foram subtraídas (roubadas) relíquias e peças sagradas do povo; artefatos que lhe diziam muito e faziam falta.
Quantos de nós também temos a impressão, que após um acontecimento, um grande sofrimento, uma grande perca, algo em nós também é roubado. Não é a perca de algo físico, material (…), mas de algo que também fazia parte de nós e que sentimos falta?
Jesus também chorava porque nada podia fazer. Sim! O Senhor não podia fazer nada. Ele, mesmo sendo 100% Deus, não poderia ferir ou negar o livre arbítrio humano. A dádiva dada por Deus que nos eleva acima dos anjos, mas também nos condena se o usarmos sem a sabedoria.

Mesmo tendo feito tanto aos olhos de todos, de ter curado a tantos, ter resgatado ou transformado a vida de tantos outros, as pessoas preferiam não mudar.

 Imagine-se no trabalho, em casa, na faculdade onde você com tanto conteúdo e conhecimento para repassar, mas os colegas não quererem aprender, melhorar, mudar…
Quando, mesmo sendo novo em idade, sabe ou percebe, que seus pais, amigos, irmãos estão prestes a tomar uma atitude errada, mas não consegue ser ouvido (a) por eles… Duro isso, mas é fruto do livre arbítrio e deve ser respeitado, pois Jesus também respeitou.

De fato nossa vida não é um “mar de rosas” o tempo todo, mas ainda não é o fim. Sinais são apresentados todos os dias e em todas as horas, mas nossos olhos se recusam a vê-los.

É preciso se antecipar aos fatos a começar pela remoção do que nos impede de vê-los. No dia que conseguirmos isso a tempestade acalmará e voltaremos a navegar no mar que escolhi
Precisamos buscar a maturidade na fé! 

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