10/10 – São Francisco Borja
Francisco pertencia a uma das famílias mais nobres da
Espanha. Era duque de Gandia, sobrinho do papa Alexandre VI e do rei católico
Fernando II de Aragão e de Castela, exerceu elevadas funções de vice-rei da
Catalunha. Tinha dezenove anos quando se casou com Eleonora de Castro e, aos
vinte, recebeu o título de marquês. Apesar do acúmulo das atribuições políticas
e administrativas, foi um pai dedicado e atencioso, levando sempre a família a
frequentar os sacramentos e a unir-se nas orações diárias.
O mesmo jeito bondoso e correto utilizou para cuidar do seu povo,
quando se tornou vice-rei da Catalunha. A história mostra que a administração
deste príncipe espanhol foi justa, leal e cristã. Os seus súditos e serviçais o
consideravam um verdadeiro pai e todos tinham acesso livre ao palácio.
Certa vez recebeu a incumbência de acompanhar o transporte do
cadáver da imperatriz Isabel, que falecera em Toledo, ao local onde se daria o
sepultamento. O transporte foi longo, demorando 15 dias até chegar em Granada.
No momento de sepultar a imperatriz, exigia-se que fosse aberto o caixão para
que o cadáver fosse reconhecido. Isabel, que fora admirada por sua deslumbrante
beleza, estava reduzida a podridão. Diante daquela cena chocante, Francisco foi
tocado pela graça: compreendeu a ilusão de toda a glória mundana, e decidiu que
se algum dia enviuvasse, consagraria sua vida inteiramente a Deus.
Tempos depois com as mortes de seu pai e sua esposa, os quais ele
muito amava, entregou-se totalmente ao serviço de Deus. Em 1548, abdicou de
todos os títulos, passou a administração ao filho herdeiro, fez votos de
pobreza, castidade e obediência e entrou, oficialmente, para a Companhia de
Jesus, ordem recém-fundada pelo também santo, Inácio de Loyola. Meses depois, o
Papa quis consagrá-lo cardeal, mas ele pediu para poder recusar. Porém logo foi
eleito superior-geral da Companhia.
Nesse cargo, imprimiu as suas principais características de
santidade: a humildade, a mortificação e uma grande devoção à eucaristia e à
Virgem Maria. Ativo, fundou o primeiro colégio jesuíta em Roma, depois outro em
sua terra natal, Gáudia, e mais vinte espalhados por toda a Espanha. Enviou,
também, as primeiras missões para a América Latina espanhola. E foi um severo
vigilante do carisma original dos jesuítas, impondo a todos a hora de meditação
cotidiana.
Morreu em 30 de setembro de 1572. Deixou como legado vários
escritos sobre a espiritualidade, além do exemplo de sua santidade. Beatificado
em 1624, São Francisco Borja foi elevado aos altares da Igreja em 1671. Foi
assim, por meio dele, que o nome da família Bórgia (Borja) se destacou com uma
glória nunca antes presumida.
10 outubro - As obras dos Santos, que os séculos têm reverenciado, foram sempre marcadas pelo selo da simplicidade, que, afinal, outra coisa não é senão uma fé inabalável na Providência, fé única e despojada de qualquer preocupação humana. (L 76). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 11,5-13
"Então Jesus disse aos seus discípulos:
- Imaginem
que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe diga: "Amigo,
me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu não
tenho nada para lhe oferecer."
- E
imaginem que o amigo responda lá de dentro: "Não me amole! A porta já está
trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me levantar para
lhe dar os pães."
Jesus
disse:
- Eu
afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas
certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele
precisar. Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão;
batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem
recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por
acaso algum de vocês será capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando ele pede
um peixe? Ou, se o filho pedir um ovo, vai lhe dar um escorpião? Vocês, mesmo
sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai, que está
no céu, dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!"
Meditação:
Deus
"inventou" a oração e a instalou
Ao invés de enxergar a oração como uma disciplina, um sacrifício, ou um
esforço para se obter um prêmio, devemos compreender que a oração é o
desenvolvimento de um relacionamento natural com Deus.
Esse ponto de partida é libertador, pois deixa de lado as muitas regras,
modelos, legalismos que impomos a nós mesmos, nascendo a perspectiva de um
relacionamento natural, prazeroso, verdadeiro, às vezes de lutas e
entraves. A oração que Jesus ensinou apresenta algumas dimensões desse
relacionamento:
No
Evangelho de ontem, Jesus responde ao pedido: Senhor, ensina-nos a orar,
instruindo seus discípulos nos elementos da oração apropriada, pelo modelo de
oração que ele dá. Hoje ele dá ênfase na importância da fé na oração feita com
persistência conforme aparece claramente na parábola do amigo a meia-noite.
Nesta parábola, um homem é surpreendido na calada da noite por um hóspede
inesperado e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo. Para cumprir
esta exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai ao seu amigo vizinho,
à meia-noite, pedindo três pães. A resposta é abrupta e insensível: Não me
importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão
deitados. Não posso levantar-me para tos dar.
A reação do suplicante, contudo, é insistir, sem se acanhar, até que seu “amigo”
veja que há menos inconveniência em honrar o pedido do que continuar uma
discussão a essa hora da noite.
A
moral da história, indicada no versículo oito, é que a “persistência” ou a
“falta de acanhamento” do hospedeiro embaraçado conseguiu seu objetivo numa
situação em que os laços de amizade e de afinidade se mostraram ineficazes.
Portanto, a aplicação da parábola é para encorajar a persistência e a fé
esperançosa na oração.
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o
que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.
É importante reconhecer que esta parábola é simplesmente ilustrativa, e não
simbólica, pois Deus não é certamente um amigo insensível e de má vontade e ele
não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados.
O
argumento, então, raciocina do menor para o maior, do pior para o melhor. Se verdadeiramente
somos amados de Deus em vez de desprezados e se ele está ansioso antes que
hesitante para ouvir nossos pedidos, por que a fidelidade na oração não
produziria, não somente um ouvido atento, mas uma boa vontade em dar tudo o que
pedimos que for consistente com sua sabedoria divina?
Jesus completa suas instruções em Lucas 11 sobre a fidelidade na oração indo
além da certeza de que Deus ouve a oração de seu filho, a uma concentração no
objeto da súplica.
Enquanto
há, certamente, exemplos de abusos cometidos contra crianças em volta de nós, a
maioria das pessoas, não importa se são más, não dão intencionalmente aos seus filhos
presentes perigosos.
Se
vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o
Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? De novo, o
argumento é feito contrastando o pior com o melhor.
Se
podemos confiar nos humanos para fazerem a coisa certa pela razão errada ou por
causa da “afeição natural” por seus filhos, não podemos ser absolutamente
confiantes
Esta mensagem de Lucas 11 deve fazer do teu coração o lugar da acolhida do
projeto de Deus na tua vida. Com fé, esperança e confiança, bate a porta,
suplique, chore apresentando todas as preocupações.
O Todo-Poderoso
ouvirá, atenderá, e responderá abundantemente de acordo com o tamanho da nossa
oração. O desafio se chama: persistência, disciplina e fidelidade na oração.
Portanto,
como disse Paulo aos novos convertidos de Tessalônica também digo a ti: reze
sem cessar, ou seja: Não pare de rezar!
A
oração é um grande momento de prazer, mas poucos se entregam nesta
dimensão. Ela contém um potencial de alegria e júbilo, pois é o próprio
Deus se movendo em nós através do seu Espírito Santo. Por causa dessa dimensão,
temos todas as nossas necessidades supridas, nossa sede saciada, nossa alegria restabelecida
(Ap 22,17).
Não oramos para contar a Deus o que ele não sabe, nem para lembrá-lo do
que esqueceu. Ele já cuida de tudo aquilo pelo que oramos. Quando oramos,
ficamos perto de Deus. Isso basta!
Comece a praticar suas orações nessa perspectiva de relacionar-se verdadeira e
profundamente com o Pai. Sua vida certamente nunca mais será a mesma!
Reflexão Apostólica:
Jesus
nos propõe pedir ao Pai, através da oração, movidos pelo Espírito Santo, com
fé, com o coração aberto, com a certeza de que vamos ser escutados, e com uma
atitude disposta a aceitar sua vontade, mesmo que não nos seja concedido
imediatamente aquilo que pedimos. Mas, nem por isso, vamos julgá-lo, nem vamos
sentir rancor contra ele, nem tampouco o faremos responsáveis de nossos erros.
Temos que ter confiança e ser perseverantes na oração, descobrir que a vida que
temos não é tão absurda e complicada, reconhecer abertamente, através dos
feitos, o rosto de Deus que ama. Ele é ternura e compaixão. Temos que nos
sentir constante em nossa oração, pedir do fundo da alma, para ter uma maior
comunicação com o Pai.
Oxalá compartilhemos a convicção de Jesus, de que Deus nunca dará nada que não
seja útil e salutar para quem se empenha em viver a Palavra e em seguir pelo
caminho que ele nos ensina. E quando invocamos a Deus, ainda quando estivermos
falando e Ele, já terá nos escutado.
Jesus
nos dá a dica quando nos conta a história do amigo importuno: nunca desistir de
pedir, bater e procurar o que nós necessitamos e desejamos.
A
impertinência de alguém que bate à meia noite na casa de um “amigo” para
pedir-lhe algo para comer e foi atendido por causa da sua insistência nos leva
a entender que a nossa perseverança na oração é a nossa maior garantia para
alcançarmos o que pretendemos.
Jesus
é muito claro e providente em nos afirmar que os que pedem recebem, os que
procuram acham e os que batem a porta lhes será aberta.
A
atitude de insistir e não desistir denota perseverança e confiança Se nós
insistimos em pedir favores aos nossos (as) amigos (as) e somos atendidos (as),
quanto mais o seremos se os pedirmos com fé àquele que tem tudo para nos dar.
Somos
muito fracos na fé quando queremos conseguir alguma coisa de Deus. Parece até
que nós não confiamos no Seu poder ou o que queremos não é assim tão
importante.
Por
qualquer motivo, às vezes, nós deixamos de lado o que antes nós tanto
queríamos. A nossa oração será ouvida conforme a nossa força interior.
Lá
dentro do nosso coração está escondido todo o desejo da nossa alma para ser
feliz. Portanto, o que nós devemos pedir em primeiro lugar e com perseverança,
é o Espírito Santo, pois é Ele quem sonda os nossos corações e sabe realmente
de que nós estamos precisando.
Assim
sendo nós devemos, pedir, bater e procurar com insistência o que o Espírito
Santo de Deus nos mostra confiando em que o Pai sabe nos dá o que existe de
melhor, pois Jesus mesmo fala: “será que algum de vós que é pai, se o filho
pedir um peixe, lhe dará uma cobra?” “Ora, se vós que sois maus, sabeis dar
coisa boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo
aos que o pedirem!”
Quem
pede a Deus recebe segundo a Sua vontade; quem procura a Deus, O encontra bem
perto porque Ele se deixa encontrar; e quem bate na porta do Senhor por meio da
oração, com certeza esta se abrirá, porque Ele como Pai anseia por atender aos
pedidos que fazemos com perseverança.
Você
tem perseverado nos seus pedidos a Deus? Você tem idéia de que esses pedidos
são realmente importantes para a sua felicidade? Quando você faz algum pedido a
Deus o seu coração acompanha o seu pensamento? Você pede sempre o Espírito
Santo? Você já esqueceu o que tanto você queria alcançar e não conseguiu? Será
que o Senhor não vai ainda atender o seu pedido?
Propósito:
Pai,
que a minha oração seja plena de confiança em ti, pois sei que queres dar-me o
que tens de melhor, o Espírito Santo.
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