Você sabia que o Dia de Todos os Santos é comemorado por católicos em todo o mundo? Neste dia especial, os fiéis homenageiam todos os santos e mártires que já passaram por este mundo. A história por trás do dessa data é rica e fascinante, e remonta aos primeiros séculos do Cristianismo. Neste artigo, exploraremos as origens e o significado dessa celebração tão importante para os católicos.
Essa celebração tem suas raízes na tradição da Igreja em
homenagear aqueles que alcançaram a santidade. Os primeiros cristãos veneravam
os mártires e outros santos, considerando-os exemplos de virtude e fé. Ao longo
dos séculos, essa devoção evoluiu para uma celebração formal, na qual todos os
santos são lembrados e honrados.
Para os católicos, essa data é
um momento de reflexão e gratidão. Eles visitam os túmulos de
entes queridos, participam de missas especiais e rezam pelos santos e almas dos
falecidos. É uma ocasião para recordar a importância da vida eterna e acreditar
na intercessão dos santos.
Prepare-se para descobrir mais sobre a história, as
origens e o significado do Dia de Todos os Santos.
Leia este artigo e mergulhe nessa tradição católica cheia de simbolismo e
devoção.
Introdução a data - Conteúdo do Texto - Introdução a data - A história e as origens - O significado do Dia de Todos os Santos no
catolicismo - Tradições e costumes -
A celebração litúrgica - Os
santos e sua importância no catolicismo - Dia de Todas as Almas vs. Dia de Todos os Santos:
Entendendo as diferenças - O Dia de Todos os Santos em todo o mundo: Variações
culturais e comemorações -
Essa data nos tempos modernos: Como é celebrada
hoje - Conclusão: Refletindo sobre o significado do Dia de
Todos os Santos para os católicos.
Você sabia que essa data é celebrada por
católicos em todo o mundo? Neste dia especial, os fiéis prestam homenagem a
todos os santos e mártires que passaram por este mundo. A história por trás do dessa data é rica e
fascinante, remontando aos primeiros séculos do cristianismo. Neste artigo,
exploraremos as origens e o significado desta celebração muito importante para
os católicos.
A história e as origens
Essa data tem suas raízes na tradição da Igreja de
homenagear aqueles que alcançaram a santidade. Os primeiros cristãos veneravam
mártires e outros santos, considerando-os exemplos de virtude e fé. Ao longo
dos séculos, essa devoção evoluiu para uma celebração formal na qual todos os
santos são lembrados e honrados.
No início, era celebrado em diferentes datas,
dependendo da região. No entanto, em 835 d.C., o Papa Gregório IV estabeleceu o
dia 1º de novembro como a data oficial da celebração em toda a Igreja Católica.
Essa escolha foi feita para coincidir com a antiga festa pagã celta de Samhain,
que também era celebrada no final de outubro e início de novembro.
O significado do Dia de Todos os Santos no
catolicismo
Para os católicos, essa data é um tempo de reflexão
e gratidão. Eles visitam os túmulos de entes queridos, participam de missas
especiais e rezam pelos santos e almas dos falecidos. É uma ocasião para
lembrar a importância da vida eterna e acreditar na intercessão dos santos.
A celebração dessa data também é uma oportunidade
para os católicos se inspirarem com a vida dos santos. Eles são modelos de
virtude e santidade, e sua devoção é vista como um caminho para a santificação
pessoal. Os católicos acreditam que os santos estão no céu, intercedendo por
eles e oferecendo auxílio espiritual.
Tradições e costumes
Essa data é marcada por diversas tradições e
costumes que variam de acordo com as culturas e regiões. Uma tradição comum é a
visita aos cemitérios para limpar e decorar os túmulos dos entes queridos. As
pessoas também acendem velas e deixam flores como símbolos de respeito e
lembrança.
Além disso, muitas igrejas realizam procissões e
missas especiais em honra aos santos. Durante essas celebrações, são lidos os
nomes dos santos canonizados e as pessoas têm a oportunidade de fazer suas
preces e pedidos de intercessão. Algumas igrejas também realizam festivais e
eventos comunitários para comemorar essa data.
A celebração litúrgica
Na liturgia católica, essa data é uma festa solene.
A missa neste dia é celebrada com uma liturgia especial e as leituras bíblicas
são selecionadas para refletir sobre a santidade e a vida eterna. Durante a
missa, os fiéis são encorajados a se inspirar nas vidas dos santos e a buscar a
santidade em suas próprias vidas.
Uma das partes mais importantes da celebração
litúrgica do dessa data é a comunhão dos santos. Os católicos acreditam que
todos os fiéis, vivos e falecidos, estão unidos na comunhão dos santos. Isso
significa que os fiéis podem pedir a intercessão dos santos e orar pelos
falecidos, confiantes de que estão unidos em uma única família de fé.
Os santos e sua importância no catolicismo
No catolicismo, os santos desempenham um papel
fundamental na vida espiritual dos fiéis. Eles são considerados exemplos vivos
de virtude e fé, e suas vidas são fonte de inspiração e orientação. Os santos
são vistos como amigos e intercessores, prontos para ajudar os fiéis em suas
necessidades e súplicas.
A canonização de um santo é um processo complexo e
rigoroso. Antes de serem reconhecidos oficialmente como santos pela Igreja, os
candidatos passam por uma análise minuciosa de suas vidas e virtudes. A
canonização é um testemunho da santidade e do impacto duradouro que esses
indivíduos tiveram na vida da Igreja e na vida dos fiéis.
Dia de Todas as Almas vs. Dia de Todos os Santos:
Entendendo as diferenças
Embora o Dia de Finados e
o Dia de Todos os Santos estejam próximos no calendário, eles têm significados e propósitos distintos. O Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, é uma ocasião para lembrar e rezar pelos falecidos em geral, incluindo aqueles que ainda estão no processo de
purificação no purgatório.
Já nessa data é reservada especificamente para
honrar e venerar todos os santos canonizados. É um momento para celebrar a
santidade e a vida eterna desses indivíduos exemplares. Embora ambos os dias
estejam relacionados à morte e à vida após a morte, eles têm abordagens
diferentes.
Mateus 5,1-12ª
3”Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos, porque serão
consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão
a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração, porque
verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos por
causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados
sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de
mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque
será grande a vossa recompensa nos céus.
Mateus 5,1-12ª - Solenidades de todos os santos
Neste ano, a liturgia do trigésimo primeiro domingo do
comum é substituída pela solenidade de todos os santos. E o evangelho proposto
para essa solenidade é Mt 5,1-12a, interrompendo, assim, a leitura semi - contínua
do Evangelho de Mateus. É um texto fixo, lido todos os anos, certamente porque
nenhuma outra passagem expressa tão bem o sentido da santidade como esse.
Trata-se da introdução do primeiro dos cinco discursos de Jesus no Evangelho de
Mateus, conhecido como “discurso ou sermão da montanha”. Essa introdução ficou
conhecida como “bem-aventuranças”, devido à repetição constante do termo
grego makárioi (μακάριοι), cujo significado é bendito, felizes
ou bem-aventurados. Esse é, certamente, um dos trechos mais lidos e conhecidos
de todo o Novo Testamento, apreciado por cristãos e não cristãos, pois contém o
mais completo programa de humanização que o mundo já conheceu. Gandhi, por
exemplo, definiu as bem-aventuranças como «as palavras mais altas que a
humanidade já escutou».
As
bem-aventuranças
compreendem a síntese do programa de vida de Jesus e, consequentemente, daquilo
que seus discípulos e discípulas de todos os tempos devem viver. É um texto
belo, mas muito fácil de ter seu sentido deformado, se interpretado de modo
equivocado, como geralmente tem acontecido. Ora, falar em todos os santos e
santas tem tudo a ver com o autêntico seguimento de Jesus de Nazaré. Por isso,
é importante refletir cada vez mais sobre as palavras de Jesus que o Evangelho
apresenta. Na verdade, todo o discurso da
montanha é um indicador de direção para o discipulado de Jesus e, portanto,
para a santidade. Devemos, pois, concentrar nossa reflexão na mensagem
evangélica, evitando que esta solenidade se transforme em mera apologia ao
devocionismo fundamentalista que tanto tem se difundido nos últimos anos. Por
isso, é preciso ter clareza do programa de vida de Jesus com seu projeto de
sociedade e, consequentemente, das suas exigências.
De
todas as palavras atribuídas a Jesus que encontramos ao longo dos evangelhos,
as bem-aventuranças são as mais interpelantes e revolucionárias, embora sejam
as mais fáceis de serem deturpadas, passando de uma mensagem de transformação a
uma de resignação. Infelizmente, isso tem acontecido com muita frequência. Por
isso, é necessário compreendê-las bem, para que sua mensagem seja sempre de
encorajamento e transformação. Na versão mateana, encontramos oito
bem-aventuranças, embora alguns comentadores considerem nove, devido à
ocorrência do termo grego makárioi (μακάριοι) por nove
vezes. Não consideramos a nona ocorrência do termo (v. 11) como uma nova
bem-aventurança, mas como uma recapitulação e síntese das oito para os
discípulos, reforçando a exigência para que eles de fato vivessem intensamente
todas elas.
Para
compreendermos as bem-aventuranças em seu sentido original, é necessário fazer
mais uma consideração semântica. Como já afirmamos anteriormente, o termo grego
empregado no Evangelho é makárioi (μακάριοι), o qual pode ser traduzido por benditos, felizes ou
bem-aventurados; é uma fórmula que introduz uma mensagem de felicitação. É
importante recordar que, embora escritos em grego, os evangelhos foram
construídos segundo uma mentalidade semítica, sobretudo o de Mateus. Por isso,
é importante recordar o sentido da palavra na língua original de Jesus, o
hebraico. Ora, o termo correspondente ao grego μακαριοι –
makárioi, em hebraico é (אשרי) “ashrei”, o qual significa uma felicitação, mas é, ao
mesmo tempo, uma forma imperativa do verbo caminhar, seguir em frente, avançar
ou pôr-se em marcha. Expressivas correntes da exegese atual propõem que o
evangelista pensou nos dois sentidos ao formular o seu texto. De fato, sem esse
segundo sentido, as bem-aventuranças podem facilmente ser transformadas em
discurso de conformismo ou resignação; com ele, passam a ser uma mensagem de
transformação.
Olhemos,
pois, para cada uma das situações contempladas por Jesus como necessitadas de
transformação. Eis a primeira bem-aventurança: «Bem-aventurados
os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus» (v. 3). De todas, tem sido essa a bem-aventurança que tem
recebido as interpretações mais equivocadas ao longo da história, infelizmente.
Longe de ser um convite ao conformismo, é um impulso à transformação. Na língua
grega a palavra pobre (πτωχός – ptokós) deriva do verbo acocorar-se de medo,
dobrar-se, abaixar-se, encurvar-se; designa, portanto, uma condição de
humilhação extrema. O convite de Jesus é para que não desanimem, mas sigam em
frente, não desistam, coloquem-se em marcha para alcançarem o Reino que foi
criado para eles, o Reino dos Céus, mas não no céu, aqui mesmo na terra, como
sinônimo de vida digna e plena. Aqui o termo espírito (em grego: πνεύμα – pneuma) é
empregado como sinônimo de consciência da situação em que se encontram os
pobres, encurvados de medo pela opressão do império romano e pela religião
oficial da época. A esses, Jesus convida a perder o medo e, conscientemente,
seguir em frente lutando pelo Reino. O pobre que se encontra encurvado pelo
sistema, deve tomar consciência da sua situação insuportável e lutar, seguindo
em busca de seus direitos de herdeiro do Reino.
A segunda
bem-aventurança diz: «Bem-aventurados
os aflitos, porque serão consolados» (v.
4). De todas as bem-aventuranças, certamente, essa é a mais paradoxal. Numa
tradução mais literal, o termo aflitos seria substituído por “os que choram”, e
essa bem-aventurança mistura felicidade com lágrimas e lágrimas com a
consolação. É um paradoxo que escapa a qualquer lógica humana. É claro que Deus
não compactua com as causas das aflições, mas ele está sempre do lado dos
aflitos, daqueles que choram. Ora, jamais será consolado o aflito que se fecha
em suas aflições, mas sim aquele que consegue mover-se, apesar do sofrimento.
Ser consolado na mentalidade bíblica é ter o sofrimento eliminado por completo.
A implantação do Reino dos Céus em um mundo tão hostil traz muitas aflições
para os discípulos de Jesus. Mesmo assim, eles devem avançar, jamais recuar,
para encontrar a consolação.
Na terceira
bem-aventurança,
Jesus diz: «Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra» (v.
5). O termo manso equivale a humilde, e significa a pessoa que reivindica
alguma coisa sem violência. Nesse caso particular, equivale às pessoas que
lutam pela terra sem fazer uso da violência. A luta sem violência se torna mais
lenta e, aparentemente, mais difícil de conseguir o objetivo. Por isso, Jesus
encoraja, pede paciência, determinação e ação; em outras palavras, é como se
ele dissesse: «não parem, continuem caminhando e lutando». Era muito comum
os pequenos camponeses perderem suas terras por dívidas, com possibilidade de
resgate. À medida que o tempo passava, as esperanças de resgate diminuíam e
muitos desanimavam. Por isso, Jesus os consola e os encoraja.
Como
não poderia deixar de ser, Jesus coloca para os discípulos, conforme ele mesmo
o fizera, a justiça como uma busca incessante. Por isso, a quarta
bem-aventurança é tão forte: «Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque serão saciados» (v. 6). A fome e a sede são as
necessidades que mais incomodam o ser humano. Assim como o alimento e a bebida
são essenciais para a vida, também deve ser a luta por justiça entre seus
discípulos. A comunidade cristã não tem vida quando não se alimenta
cotidianamente de justiça. Onde não há justiça, não há dignidade, não há paz. É
preciso seguir em frente na luta por justiça.
Na quinta
bem-aventurança,
temos: «Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão
misericórdia» (v. 7). É importante recordar que misericórdia, na Bíblia,
não é um sentimento, mas uma ação em favor dos necessitados. Com isso, Jesus
pede que seus discípulos prossigam sempre no caminho do bem, pois é do bem que
o bem é gerado. Quando mais se ama mais possibilidades se tem de ser amado
também. Isso faz parte da pedagogia divina e da própria essência do Deus
revelado por Jesus, que é todo amor e misericórdia. De fato, a misericórdia é
uma das principais características do Deus de Jesus, por isso, deve ser também
para os seus seguidores. Seguir fazendo o bem ao próximo, sem distinção, é uma
das principais exigências do discipulado.
Com
a sexta bem-aventurança, Jesus se contrapõe claramente aos ritos de
purificação da religião judaica: «Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus» (v. 8). Os antigos ritos de purificação do judaísmo
tinham escondido o rosto verdadeiro de Deus. Jesus proclama a nulidade daqueles
ritos e pede para seus discípulos caminharem em outra direção, avançarem por
outro caminho que não seja o da religião que divide, exclui e até mata. Só há
um tipo de pureza: aquela interior, e essa não é proporcionada por nenhum rito,
mas somente pela disposição do ser humano em seguir os propósitos de Deus. Vê a
Deus quem olha para o próximo com os olhos de Deus. É nessa direção que o
discípulo de Jesus deve marchar, avançar.
A sétima
bem-aventurança diz: «Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus» (v. 9). Na marcha da comunidade
formada por discípulos e discípulas de Jesus, a promoção da paz é requisito
básico e essencial. Não se trata de uma falsa paz como aquela imposta por Roma,
intitulada “pax romana”. A paz que Jesus propõe não é uma mera ausência de
conflitos, mas um retorno ao ideal hebraico expresso pela palavra (שלום) shalom: paz como bem-estar total do ser
humano, harmonia com Deus, com o próximo e consigo mesmo. É por essa paz que a
comunidade de discípulos e discípulas deve lutar enquanto caminha, fazendo
dessa paz o rumo da caminhada. Não há prêmio para quem caminha promovendo a
paz, mas há consequências: ser chamados filhos de Deus. Na tradição bíblica,
ser filho é ser parecido com o pai. Quando alguém caminha promovendo a paz, se
torna parecido com Deus, por isso, será chamado seu filho.
A oitava
bem-aventurança funciona como uma espécie de credencial para o
reconhecimento do discípulo e sua pertença ao Reino: «Bem-aventurados os
que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos
Céus» (v. 10). A justiça, por excelência, é a prática de todas as
bem-aventuranças anteriores. A quem adere plenamente à lógica do Reino, não há
outra consequência a não ser a perseguição. Mas, mesmo diante da perseguição, a
palavra de Jesus continua sendo de ânimo e encorajamento: continuai caminhando,
avançando, marchando em busca do Reino que é vosso!
Viver
as bem-aventuranças é, portanto, abraçar um projeto de sociedade alternativa
que, inevitavelmente, entra em conflito com os sistemas dominantes baseados na
exploração, no lucro, na sobreposição de uns sobre os demais e pela violência.
Mas é diante de tudo isso, ou seja, no conflito, que a comunidade cristã deve
avançar, seguir em frente sem jamais desanimar. Por isso, Jesus reforçou todo o
ensinamento anterior, direcionando diretamente para os discípulos a conclusão
com as consequências do abraçar o seu projeto: «Bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal
contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa
recompensa nos céus» (vv. 11-12a). Alguns estudiosos vêem essa afirmação
como uma nova bem-aventurança, enquanto outros, a maioria, a vêem como um reforço
e síntese conclusiva das oito anteriormente apresentadas. Aquelas oito são
inseparáveis. Jesus não as apresenta como sugestões para os discípulos
escolherem uma ou outra. É preciso viver todas elas para ser discípulo e
discípula de Jesus, pois nelas ele traça o seu próprio retrato, diz como ele
mesmo viveu, caminhou ou avançou; e o discípulo deve, inevitavelmente, viver
como ele.
Assim,
recordando que Paulo e os demais cristãos de suas comunidades chamavam-se
mutuamente de santos, e eram cristãos porque levavam a sério as
bem-aventuranças, podemos compreender que celebrar todos os santos é recordar
todos os que não aceitam as coisas como são impostas, mas sabem mover-se,
avançar e seguir um outro caminho, não para fugir da realidade, mas para
transformá-la à maneira de Jesus.
Para
seguir Jesus é preciso estar em estado permanente de marcha, caminhando contra
tudo o que impede a realização do Reino já aqui na terra. A comunidade cristã
não pode mais aceitar que uma mensagem tão encorajante e transformadora se transforme
em sinal de resignação e aceitação passiva diante de tudo o que impede o
advento do Reino. A mensagem das bem-aventuranças é libertadora porque convida
o discípulo e a discípula a sair de si, colocar-se em movimento rumo a um mundo
melhor, mais justo e mais fraterno. Enfim, as bem-aventuranças constituem o
mais completo programa de humanização que esse mundo já conheceu.
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