29/10 – São Narciso (O Bispo de 116 anos!)
Narciso que não era judeu
e teria nascido no ano 96. Foi Bispo na diocese de Jerusalém, eleito com quase
100 anos de idade. Ele teria morrido com mais de 116 anos. Um fato raro na
História da Igreja Católica. A lembrança que se guardou dele é a de um homem
austero, penitente, humilde, simples e puro. Também que desde a infância
demonstrando apego à religião esperou a idade necessária para se tornar
sacerdote.
Fez um trabalho tão admirável, amando os pobres e doentes, que a
população logo o quis para conduzir a paróquia de São Tiago. Como Bispo, a
idade não pesou, governou com firmeza e um longo período marcado por atuações
importantes e vários milagres. Presidiu o Concilio onde se decidiu que a Páscoa
devia cair no domingo.
Conta-se que foi também na véspera de uma festa de Páscoa, que
Narciso transformou água em azeite para acender as lamparinas da Igreja que
estavam secas.
Entretanto um fato marcou tragicamente a vida de São Narciso. Ele
foi caluniado, sob juramento, por três homens. Um deles disse que podia ser
queimado vivo se estivesse mentindo. O outro, que podia ser coberto pela lepra
se a acusação não fosse verdadeira. Já o terceiro empenhou a própria visão no
que dizia. Embora perdoasse seus detratores, o inocente bispo preferiu se
retirar para o isolamento de um deserto.
Mas não tardou para que os caluniadores recebessem seu castigo. Um
morreu num incêndio no qual pereceu também toda sua família. O outro ficou
leproso e o terceiro chorou tanto em público, arrependido do crime cometido,
que ficou cego.
O bispo Narciso não foi encontrado para reassumir seu cargo e
todos pensaram que tinha morrido. Assim, dois outros Bispos o sucederam.
Quando o segundo morreu, Narciso reapareceu na cidade. O povo o acolheu com
aclamação e ele foi recolocado para liderar a diocese novamente.
A última notícia que temos desse bispo de Jerusalém está numa
carta escrita por Santo Alexandre, na qual cita que o longevo bispo Narciso
tinha completado cento e dezesseis anos, e, como ele, exortava para que a
concórdia fosse mantida.
São Narciso, rogai por nós!
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,18-21
As
parábolas pertencem ao gênero da sabedoria e, a partir de fatos cotidianos,
permitem que seja extraído um ensinamento ou uma motivação à ação, revelando os
mistérios de Deus. Os cedros do Líbano, enormes árvores, representavam, na
simbologia profética, as nações poderosas.
Ezequiel
(17,22-24) prenuncia a glória de Israel com a metáfora de um broto de cedro que
Javé plantará sobre o monte de Israel (Sion/Jerusalém).
Esta
imagem de poder era preciosa na tradição sinagogal. Agora Jesus apresenta o
Reino de Deus como surgindo de uma insignificante semente, que nascia às
margens do Mar da Galileia.
É
a humilde origem do Reino, à beira do mar. A semente da mostarda é muito
pequena, porém, ao crescer, a planta atinge até três metros de altura. Não é
uma árvore imponente e frondosa, como o cedro do Líbano, mas abriga as aves do
céu. O Reino não é um reino de poder, mas de acolhida.
O
Reino é essa pequena semente que Deus semeou no coração e que permite ao ser
humano alçar-se acima de sua própria fraqueza e sobre os condicionamentos
sociais e culturais que podem reduzi-lo ao pior de si mesmo.
A
semente de mostarda é pequena, mas saborosa. É capaz de transformar o alimento.
É também capaz de gerar uma planta que, sem ter a grandeza de um cedro, oferece
proteção e alimento às aves errantes ou que estão a caminho, pela mudança de
estação.
O
Reino é essa semente que tem o poder de transformar nossas vidas anônimas e um tantas
alienadas em experiências de amor e alegria. O reino, quer dizer, uma vida de
fé, é capaz de dar sabor ao grupo humano mais desorganizado e insípido.
O
Reino é o projeto que acolhe e favorece todos aqueles que tem a misericórdia de
Deus como único amparo. As coisas de Deus podem ser comparadas com o fermento
que transforma a massa.
Reflexão Apostólica:
A
semente de mostarda é um pequeno grão que plantado tem a capacidade de crescer,
transformar-se, expandir-se se tornando uma grande árvore..
Assim
também é a semente do amor de Deus que foi plantada no jardim do nosso coração.
Na medida em que nós nos damos conta desse amor e nos entregamos a ele cresce
em nós também o entendimento das coisas que o Senhor preparou para vivermos
segundo a Sua vontade.
É
o reino de Deus que aos poucos se instaura na nossa vida mudando a nossa
mentalidade e nos fazendo ter Jesus com Rei e Senhor.
Desse
modo os nossos pensamentos, sentimentos e ações vão se transformando nos
pensamentos de Deus e Ele vai tomando conta de nós, nos dando conhecimento dos
Seus planos, direcionando a nossa vida e nos tornando capazes de viver o
Evangelho.
O
Amor de Deus então se vai tornando grandioso a ponto de extravasar e abrigar a
todos os que dele são carentes. Jesus compara também o seu reino de amor a um
fermento que aos poucos faz aumentar a massa até que tudo fique levedado sem
que se perceba.
O
coração que está aberto e disponível é terreno fértil para que o reino de Deus
possa ocorrer. Para que isso seja possível, a primeira coisa que precisamos
fazer é tomar consciência de que esta semente foi plantada no coração de todos
e não somente de alguns privilegiados.
Deus
não economiza o Seu amor! Ele é infinito e abundante, portanto, o amor de Deus
quando é amado, gera muito mais amor para se amar.
Jesus
Cristo veio ao mundo para implantar entre nós o Seu reino de amor, assim sendo,
vivemos o reino de Deus desde já, quando praticamos o Seu amor no dia a dia da
nossa vida, nas nossas atitudes de acolhimento, de compreensão, de perdão, de
partilha. Deus é Amor e, se somos Seus filhos, com certeza o amor mora em nós.
Reflita
Você
tem consciência de que a semente do amor de Deus foi plantada em
você? Você tem usufruído dessa bênção? Você tem usado o amor de Deus
para também amar as pessoas da sua vida? Você se sente amado pelas pessoas
com o amor que vem de Deus?
No
evangelho de hoje, Jesus compara o Reino com duas realidades que formam parte
da vida cotidiana de seu tempo: o horto e a casa, protagonizadas por varão e
mulher, respectivamente. O homem trabalha no horto ou campo, e a mulher na
casa. Ambos realizam tarefas nas quais acontecem ações transformadoras.
Ele
procura o sustento, e ela prepara o alimento. Os dois, como novo casal humano,
são capazes de abrir espaços para a irrupção do Reino.
O
homem semeia a pequena semente de um arbusto; uma planta cujo fruto é um
poderoso condimento das comidas. Quando o arbusto cresce não faz sombra às
demais plantas do horto, mas oferece sombra e abrigo a todos os que se chegam a
ele.
Coisa
semelhante acontece com o Reino: não é árvore poderosa que absorve todos os
nutrientes do solo e não permite que cresça a outra planta próxima dele. Pelo
contrário, é um modesto arbusto onde têm acolhida todas as espécies, e a seu
lado crescem todas as flores do jardim.
O
Reino, nesta comparação, é destinado a ser um espaço em que todos os seres
humanos são acolhidos, especialmente os que se encontram mais alienados ou
marginalizados. O reino não pode ocupar toda a horta.
Simplesmente
está lá como uma instância, entre outras, destinada a ser um espaço de
crescimento e dignificação do ser humano.
No
caso da levedura, onde entrou o fermento do Reino, crescerá a pequena massa
original, que sem ele pouco serviria como alimento; e do delicioso pão que daí
virá poderão alimentar-se as pessoas comuns pobres e famintas até alcançarem a
dignidade dos filhos de Deus.
Porção
pequena, mas que tem uma imensa capacidade de transformação. Assim, o reinado
de Deus nas comunidades cristãs pode ser uma experiência pequena, mas chega a
converter-se em uma força de poderosa transformação.
Que
nós consigamos confiar nas pequenas ações como sementes de grandes projetos.
Para Deus, nada é pequeno ou insignificante.
Propósito:
Senhor, faze de mim instrumento de teu Reino para que ele
chegue a todas as pessoas, sem exceção, mormente os pobres e marginalizados.
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