segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Evangelho do dia 26 outubro sábado 2024

 

26/10 – Santo Papa Evaristo (5º Sucessor de Pedro)

 Evaristo é o quinto Papa da Igreja Católica a receber, como seus predecessores, a coroa do Martírio. Foi em Roma, numa época em que as perseguições contra a Santa Igreja de Deus eram implacáveis. Tempos muito aflitivos para os cristãos que pagavam com a própria vida sua recusa em abjurar a fé. Santo Evaristo era judeu-grego de nascimento. Seu pai chamava-se Judas, originário de Belém, mas acabou fixando residência na Grécia. Educou seu filho na doutrina e princípios judaicos. Evaristo manifestou, desde a mais tenra infância, boas disposições pela virtude e pelas letras, fato que seu pai observou e cuidou de cultivar com dedicação. Assim foi progredindo Evaristo nas ciências, de forma que se tornou pessoa de excelentes talentos, dentro dos seus puros e inocentes costumes.

Não se sabe as circunstâncias e a época em que se converteu ao cristianismo e nem a época precisa em que foi para Roma, mas passou a ser conhecido como um membro do clero que se destacou rapidamente em santidade, reconhecida por toda a Roma. Era um presbítero conhecido por acender o fervor e devoção no coração dos seus fiéis, pelos seus exemplos de virtude e caridade cristã. Sucedeu a São Clemente no trono pontifício. Apesar de resistir em assumir o cargo, após declarar publicamente sua indignidade, acabou sendo aclamado pelo clero e pelo povo como merecedor de tão nobre missão. A unanimidade de opiniões, portanto, fez com que fosse consagrado Papa no ano de 101.

Logo que assumiu a cadeira de São Pedro, aplicou todo o seu desvelo para remediar as necessidades da Santa Igreja, perseguida por toda a parte, num calamitoso tempo em que a chama da heresia tentava debelar-se em território sagrado. O espírito das trevas valia-se de todos os artifícios para derramar o veneno de seus erros, particularmente, entre os fiéis de Roma. Porém, como o Divino Mestre tinha empenhado sua palavra, de que as portas do inferno jamais prevaleceriam contra Sua Igreja, dispôs, em sua amorosa providência, que ocupasse Santo Evaristo a cátedra da verdade, a fim de deter a inundação de iniquidade e para dissipar esta multidão de inimigos.

Com efeito, tão bem cuidou do aprisco que o Senhor lhe havia confiado, que todos os fiéis de Roma, conservaram sempre a pureza da fé. Ainda que a maior parte dos heresiarcas tenham concorrido para perverter a capital, o zelo, as instruções e a solicitude pastoral do Santo Padre foram preservativas tão eficazes, que o veneno do erro jamais pôde seduzir o coração de um só fiel sequer.

Além da luta contra a heresia, empenhou-se também no aperfeiçoamento da disciplina eclesiástica, por meio de prudentíssimas regras e decretos. Foi por sua determinação que Roma foi dividida em paróquias. Essas paróquias, confiadas a diversos presbíteros, não eram na época igrejas públicas, mas oratórios de casas particulares, onde se congregavam os cristãos para ouvir a Palavra de Deus e para assistir à celebração dos divinos mistérios. Nas portas destes oratórios, eram afixadas cruzes para que fossem diferenciados dos locais profanos públicos, que eram distinguidos por estátuas de imperadores. Também, por decreto, definiu que o matrimônio fosse celebrado publicamente pelo sacerdote.

Seu infatigável zelo, fazia com que visitasse as paróquias pessoalmente, sempre preocupado com a conservação de seu rebanho na pureza da fé. Laboriosamente cuidava da causa das crianças e dos escravos, com solicitude e empenho. Ainda que o imperador Trajano fosse um dos melhores príncipes dos gentios, quer por sua paciência como por sua moderação, nem por isto receberam os cristãos melhor tratamento. Apesar de não ter firmado novo edito contra a Santa Religião, nutria mortal aversão aos cristãos, não porque os conhecesse, senão pelos horrorosos retratos que cortesões idólatras e sacerdotes de ídolos, pintavam na mente do imperador. E bastava esta aversão para excitar contra os cristãos, o povo e os magistrados.

O trabalho apostólico de Santo Evaristo continuava com vigor, de forma que o número de fiéis crescia palpavelmente, para insatisfação dos inimigos de Cristo. A vinha do Senhor era regada com o sangue dos Mártires, ostentando-se cada vez mais florida e fecunda. Os pagãos concluíram que essa fecundidade era efeito do zelo ardentíssimo do Santo Pontífice. Após arquitetarem diversas artimanhas, para pôr termo ao crescimento da religião de Cristo, decidiram que o meio mais eficaz para dispersar o rebanho, seria ferir o pastor. E assim foi feito! Fecharam-no com cadeias e conduziram-no ao cárcere para ser julgado. Conduzido ao tribunal, demonstrou tanta alegria ao receber sentença de morte por amor a Jesus Cristo, que os magistrados quedaram atônitos, não conseguindo compreender como cabia tanto valor e tanta constância em um pobre velho, acabrunhado pelo peso dos anos.

Enfim, foi condenado à morte como o cabeça dos cristãos, no dia 26 de outubro do ano 107, recebendo a honra de ser mais um mártir da Igreja Universal.

 

26 outubro - É algo espantoso o pensamento dessa corrente circular de graças, onde cada anel é uma força da qual depende a nossa salvação eterna. (L 52). São Jose Marello

 

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,1-9

 

1Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam.
2Jesus lhes respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. 4E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”.
6E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. 7Então disse ao vi­nha­teiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’ 8Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”. 

 

Meditação:

 O texto de Lucas é composto por duas partes. A primeira é uma exortação ao arrependimento e à conversão. A segunda é uma parábola que nos fala da compaixão exigida no seguimento de Jesus e da crítica a um discipulado passivo, lento e improdutivo.
O evangelista nos apresenta uma das atitudes fundamentais do discipulado cristão: o arrependimento e a consequente reconciliação, mostrando-nos que Jesus é compassivo e misericordioso, mas não passivo nem aceita arranjos.
No fundo, o que Jesus propõe é uma mudança de mentalidade que leve o ser humano a transformar as bases de suas relações pessoais, interpessoais e comunitárias, fazendo delas relações em resistência não violenta, justas e geradoras de vida digna.
Nesse sentido, a parábola da figueira vem dar profundidade ao discípulo na luta contra as adversidades e conflitos que se apresentam no seguimento, exigindo-lhe que dê frutos nascidos da semente do evangelho.
Ainda que ditos frutos requeiram tempo e condições apropriadas para amadurecerem, tudo tem limite. A produtividade da palavra de Deus se manifestará ao produzirmos abundantes frutos de solidariedade e fraternidade.

No Evangelho de hoje, Jesus descarta o sofrimento e a morte como castigo de Deus. Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.

O mal, o castigo, a morte não veêm de Deus. Pois se assim fosse, E então apelando pela memória, o Senhor diz aos presentes: lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.

Porque Jesus usa estas palavras e comparações? Porque este mesmo povo que reconhece em Deus o princípio da vida, em dado momento abandona sua fidelidade a Javé deixando de percebê-Lo como Senhor da história. Com isto, Israel vai perdendo sua identidade que estava centrada na Aliança com Javé: a de ser o povo eleito. Israel rejeita o Deus único e verdadeiro ao querer ocupar Seu lugar ou cair na tentação da idolatria (Ex 32, 1-6).

Assim, aquele povo que recebia a vida de Javé, experimenta a morte como consequência de seu pecado, sendo que os profetas procuram alertar para a ligação existente entre a desestruturação do povo e a sua infidelidade ao Deus da vida (Jr 21, 4-8).

Portanto, a nossa separação de Deus resulta da rejeição à conversão ao seu amor terá como consequência a nossa própria morte. Apesar de Deus ser longânime e é puro dom de amor. Escute, pois, a Palavra de Jesus: Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.

“Vê, Eu te proponho, hoje, a vida e a felicidade ou a morte e a desgraça” (Dt 30, 15). “Pois Deus não fez a morte nem se alegra com a ruína dos vivos” (Sb 1, 13).

Jesus insiste a que nos convertamos, deixemos de praticar o mal e aprendamos a praticar o bem. Porque a irmã morte pode chegar no dia e na hora em que menos pensarmos.

 

Reflexão Apostólica:

Nós cultivamos uma idéia errada que nos faz acreditar que todas as coisas ruins que nos acontecem são castigo de Deus.

Jesus, porém, nos ensina que “as desgraças nem sempre são castigos”, mas servem para nos despertar sobre a brevidade da nossa vida aqui na terra e, assim, nos impulsionar a uma mudança de mentalidade.

Às vezes, somos como essa figueira, plantada no meio de uma vinha que produz. Tomamos espaço do terreno, porém, nós mesmos, não melhoramos em nada.

Continuamos com a mentalidade do homem velho, levando uma vida medíocre, trabalhando para nos satisfazer e não damos os frutos desejados.

O Senhor deseja encontrar em nós não apenas folhagem, isto é, aparência, mas testemunho de conversão, de busca de santidade e de vivência do amor.

O vinhateiro, no caso, apelou para a misericórdia do dono da vinha e pediu mais uma oportunidade para a figueira. O dono da vinha é Deus Pai, o vinhateiro é Jesus, e a vinha são todos os que Lhe são entregues para serem apresentados ao Pai.

Diante do Pai, Jesus advoga por nós e pede misericórdia. No entanto, aqui na terra, nós também podemos ser como Jesus, esse vinhateiro que é colocado em alguma função de trabalhador da messe.

Assim como o pai ou uma mãe de família, um coordenador ou coordenadora de uma comunidade, grupo de oração, ministério, enfim, aquele ou aquela que está cuidando do povo de Deus, fazendo-o em nome de Jesus.

A esses ou a essas, o Senhor dá a incumbência de “cavar em volta da figueira, colocar adubo” para que esta possa crescer e dar frutos que alimentam.

A nossa conversão é uma coisa urgente na nossa caminhada, mas também, é um processo que se arrasta até o final da nossa vida, quando o dono da vinha vier nos encontrar. Mas, como não sabemos quanto tempo Ele demorará, tenhamos pressa, tanto em adubar as figueiras que nos forem entregues, como também nos deixarmos “adubar” pelo nosso vinhateiro que é Jesus Cristo.

Não teremos receio das “desgraças” se nos conservarmos dentro das graças do Pai, sendo cuidados pelo Seu Filho Jesus e conduzidos pelo Seu Espírito Santo. 

Você também considera que as coisas ruins que lhe acontecem são castigo de Deus? Ou você entende que possam ser um recado de Deus para que você se converta? Você faz parte da vinha ou é como essa figueira que ocupa espaço e não dá fruto? Mesmo sendo diferente dos outros, você acha que tem condições de melhorar? Quem você considera como seu vinhateiro aqui na terra?

Tudo aquilo que tem lugar no tempo de Jesus é iluminado pelo feito salvífico que se iniciou com ele: os fatos políticos, as catástrofes históricas, a ação de Jesus.

O tempo final chegou. É a oportunidade feita por Deus para que se tome decisão; convite à conversão e à penitência. Como João, também Jesus prega que se deve fazer penitência, que não se deve deixar para mais tarde, que se deve dar fruto com a mudança de vida e com as obras.

Jesus vai mais longe do que João. Embora saiba que o juízo se aproxima e que vai cair sobre Jerusalém a sentença de destruição, contudo intervém a favor de seu povo, oferece amor, sacrifício e vida por Israel, a fim de que ainda se salve. O fruto da comunidade não será outro que uma sociedade nova, um mundo novo em que seja possível uma vida digna para todos.

Se não virmos sinais desse fruto que salvará o mundo, significará que a semente do Evangelho foi estéril. A produtividade se manifestará em atitudes justas e fraternas. Nós também somos semente para gerar o mundo novo de que hoje se precisa.

Como vimos no Evangelho, Jesus chama à atenção do povo de Deus para que não se torne uma figueira estéril, mas uma árvore que dê abundantes frutos de justiça, solidariedade e fraternidade. Por isso, lhe adverte que têm um tempo breve, durante o qual Deus espera que a figueira dê os frutos que lhe correspondem.

Terminado esse tempo, Deus decidirá o que fazer com ela. Assim, o povo tem que entender que o tempo não é indefinido, mas deve começar aqui e agora a mudar sua maneira de pensar e a transformar seu modo de agir.

Muitas coisas podem acontecer e atrapalhar a nossa vida. Por isso devemos estar preparados. Todos os dias. Por isso devemos nos converter continuamente; por isso devemos nos arrepender dos nossos pecados. Cristo nos ensinou isso.

 

Propósito:

Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.

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