19/10 – São Paulo da Cruz (Passionista)
Paulo Francisco Danei,
nascido em Ovala em 1694, é o fundador da Congregação dos Clérigos descalços da
Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Um título tão longo foi
imediatamente simplificado pelo povo cristão, que resumiu no nome passionista o
caráter e a própria essência da nova instituição, cujos membros vivem, meditam
e pregam a Paixão do Senhor.
Com a idade de dezenove anos, ouvindo um sermão sobre a Paixão de
Nosso Senhor Jesus Cristo, decidiu colocar-se ao seu serviço e pensou em
executar imediatamente o seu programa alistando-se como voluntário no exército
que os venezianos estavam montando para uma expedição contra os turcos.
Amadureceu a sua verdadeira vocação dedicando-se à oração e à penitência. Alma
eminentemente contemplativa, passava até sete horas consecutivas imerso em
profunda meditação. Aos 26 anos recebeu do bispo de Alexandria, Gattinara, o
hábito preto do penitente com os sinais da Paixão de Cristo: um coração com uma
cruz em cima, com três pregos e o monograma de Cristo.
Convenceu o irmão João Batista a ajuntar-se a ele e juntos se
retiraram a um ermo sobre o monte Argentauro, próximo a Orbetello. Viveram aí
vida eremítica, em duras penitências corporais. Aos domingos desciam as cidades
próximas para pregar a Paixão de Cristo.
A pregação deles, apaixonada e dramática (às vezes se flagelados
em público para tornar mais viva a imagem de Cristo sofredor), comovia o povo e
convertia até os mais refratários. Suas missões, marcadas por uma cruz de
madeira, obtiveram resultados surpreendentes.
O Papa Bento XIII concedeu-lhes a licença de erigir a congregação
e ordenou presbíteros os dois irmãos. A Regra inicial, escrita por são Paulo da
Cruz, era muito rígida. Paulo, que era prestigiado por bispos e papas (em
particular por Clemente XIV, que se incluía entre os seus filhos espirituais),
teve de mitigar um pouco a antiga Regra dos passionistas para obter a
definitiva aprovação eclesiástica à congregação masculina logo agregou-se a
feminina.
Idoso e doente, quando foi desenganado pelos médicos, Paulo da
Cruz mandou pedir a bênção do Papa Pio VI. Este, porém, além de responder-lhe
que era muito cedo para partir, ordenou que fosse ao Vaticano em três dias.
Motivado pelo pontífice, cumpriu a ordem, chegando na data solicitada.
Permaneceu em Roma por três anos até morrer, no dia 18 de outubro de 1775, aos
oitenta e um anos de idade.
Foi canonizado pelo Papa Pio IX em 1867. As relíquias de são Paulo
da Cruz são veneradas na Basílica de São João e São Paulo e a festa litúrgica
ocorre no dia de sua morte. Hoje, a Ordem dos Padres Passionistas está em
missão nos cinco continentes. No Brasil, eles chegaram em 1911 e têm a sede
instalada em São Paulo.
São Paulo da Cruz, rogai por nós!
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,8-12
"Eu vos digo: todo aquele que se declarar por mim diante do povo, o Filho do Homem também se declarará a favor dele diante dos anjos de Deus. Aquele, porém, que me renegar diante do povo será renegado diante dos anjos de Deus. Todo aquele que falar uma palavra contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não vos preocupeis com os argumentos para vos defender, nem com o que dizer. Pois nessa hora o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer". "
Meditação:
Em contraste com os que rejeitam o Espírito Santo, temos os discípulos
perseverantes no seguimento de Jesus. Enfrentam as perseguições e são
iluminados e fortalecidos por este Espírito.
No Evangelho de ontem Jesus fala aos 12 Apóstolos em particular, o de hoje é a
continuação. Ontem Ele fala que "não devemos temer a quem pode matar
apenas o corpo, mas devemos temer Àquele que pode nos condenar ao
inferno". Mas conclui dizendo que não precisamos ter medo, porque o Pai
nos conhece, e para Ele nós valemos muito!
Na perseguição e na dificuldade, os discípulos terão que dar testemunho de sua
fé. Assim acontecia na igreja primitiva, que desde o principio encontrava sua
força no Espírito.
Nesse contexto, as palavras de Jesus sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo
podem ser tomadas como um convite a não abandonar a fé, mesmo diante das
perseguições
Hoje Jesus continua o discurso respondendo 3 perguntas: Quem será nosso
Advogado perante o Pai? O que devemos (e o que não devemos) fazer para poder
contar com esse Advogado? Quem será o nosso Advogado perante os homens?
O nosso Advogado perante o Pai será o próprio Jesus, que dará testemunho de
nós, CONTANTO que nós também demos testemunho d'Ele aqui neste mundo, perante
os homens.
Jesus chega a dizer que aceita até que falem mal d'Ele, que serão perdoados,
mas não aceita que blasfemem contra o Espírito Santo. Este é um ponto que deve
ser refletido.
O que é uma blasfêmia contra o Espírito Santo? É importante saber, já que este
é o único pecado que não tem perdão, e o próprio Catecismo da Igreja Católica
afirma que é o único pecado que leva para a condenação eterna.
Conceitos básicos: o Pai CRIOU, o Filho veio para SALVAR, e o Espírito Santo é
o SANTIFICADOR. É importante saber que o Pai tem a vontade de perdoar sempre, e
quando Ele perdoa, estamos salvos.
A única maneira d'Ele não perdoar é quando NÃO RECONHECEMOS QUE PECAMOS ou NÃO
NOS ARREPENDEMOS DO PECADO. Nesse caso, não pode haver perdão.
Gary Fisher, um estudioso da Bíblia, diz em seu excelente artigo "O que é
blasfêmia contra o Espírito Santo?" que a própria Bíblia ensina que
existem casos em que a pessoa vai para tão longe de Deus, que não é possível
mais voltar, e cita trechos como o que fala dos corações endurecidos (Hb 3), e
do próprio Jesus que fala do solo que foi pisoteado e compactado a ponto que
nenhuma semente pode germinar (Lc 8,5).
Onde não existe a aceitação do Espírito Santo, não há mais nada que Deus possa
fazer, então o destino final desta pessoa, após a morte do seu corpo, é a morte
do seu espírito em um "fogo eterno".
Por fim, quem será o nosso Advogado perante os homens? O Espírito Santo! Os
primeiros anos do Cristianismo foram muito difíceis, e Jesus precisou preparar
seus discípulos para o que eles iriam enfrentar quando Ele partisse.
As provações seriam imensas, mas o testemunho deles, morrendo em nome de Jesus,
seria a prova de que eles acreditavam na mensagem do Mestre até as últimas
conseqüências.
Que saibamos receber o Espírito Santo, e deixemos que Ele haja em nós. Até
nisso Jesus pensou, e ensinou o que devemos fazer para que o Espírito possa
agir: "...não fiqueis preocupados (...) o Espírito Santo vos ensinará o
que deveis dizer." É quando aquietamos o nosso coração, que podemos ouvir
o sussurro do Espírito Santo a nos guiar.
Quem vive no barulho dos próprios pensamentos, como se tivesse medo de escutar
a voz da própria consciência, não vai saber do que eu estou falando... Mas pode
experimentar... Basta querer... O Espírito Santo se move em você...
Reflexão Apostólica:
Precisamos estar muito atentos (as): achamos que estamos
isentos do pecado contra o Espírito Santo, porém se percebermos, todas as vezes
que negamos o poder do Espírito, todas as ocasiões em que vacilamos em dar
testemunho do Evangelho porque não nos achamos capacitados, talvez estejamos
pecando contra o Espírito Santo.
Quando não confiamos na força e no poder do Espírito
Santo, nós estamos ofendendo a Deus, pois o Espírito é o prometido do Pai que
não pode falhar.
É confiando na manifestação do Espírito Santo em nós que
podemos anunciar a Palavra e testemunhar ao mundo as maravilhas e prodígios que
nos acontecem e assim termos diante de Deus o testemunho dos anjos a nosso
favor.
Você se envergonha de falar de Jesus diante das pessoas? Você
confia no poder do Espírito mesmo que você se ache uma lástima? Como você
tem agido em relação a isso?
Propósito:
Pai,
seja eu instruído pelo Espírito Santo, para estar sempre pronto a dar
testemunho corajoso de minha fé em teu Filho Jesus.
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