sábado, 12 de outubro de 2024

Evangelho do dia 15 outubro terça feira 2024

 

15/10 – Santa Teresa d’Ávila (Doutora da Igreja)

 Teresa, nascida no dia 28 de março de 1515, seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz d’Ávila y Ahumada, a educaram, junto com os irmãos, dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Aos sete anos, tentou fugir de casa e peregrinar ao Oriente para ser martirizada pelos mouros, mas foi impedida. A leitura da vida dos santos mártires tinha sobre ela uma força inexplicável e, se não fossem os parentes terem-na encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Roderico.

Órfã de mãe aos doze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como sua mãe adotiva. Mas o despertar da adolescência a levou a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezesseis anos, sua atração pelas vaidades humanas era muito acentuada. Por isso, ele a colocou para estudar no colégio das agostinianas em Ávila. Após dezoito meses, uma doença grave a fez voltar para receber tratamento na casa de seu pai, o qual se culpou pelo acontecido.
Nesse período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais místicas, de visões e conversas com Deus. Todavia as tentações mundanas não a abandonavam. Assim atormentada, desejando seguir com segurança o caminho de Cristo, em 1535, já com vinte anos, decidiu tornar-se religiosa, mas foi impedida pelo pai. Como na infância, resolveu fugir, desta vez com sucesso. Foi para o Convento carmelita da Encarnação de Ávila.

Entretanto a paz não era sua companheira mais presente. Durante o noviciado, novas tentações e mais o relaxamento da fé não pararam de atormentá-la. Um ano depois, contraiu outra doença grave, quase fatal, e novamente teve visões e conversas com o Pai. Teresa, então, concluiu que devia converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, no Carmelo, tomando o nome de Teresa de Jesus.
Aos trinta e nove anos, ocorreu sua “conversão”. Teve a visão do lugar que a esperaria no inferno se não tivesse abandonado suas vaidades. Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou então, o seu grande trabalho de reformista. Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas, deslocar-se pelos caminhos mais ermos e inacessíveis, de convento em convento, por toda a Espanha. Em 1560, teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as Regras originais.

Dois anos depois, fundou o primeiro Convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila, onde foi morar. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas. Mas obteve o apoio do rei Felipe II e conseguiu dar seqüência ao seu trabalho. Em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça.

Apesar de toda essa atividade, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida” entre outros.
Neles, ela própria narra como um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo, 
(transverberação). E ela só seguiu numa rota segura porque foi devidamente orientada pelos que agora eram os santos Francisco Bórgia e Pedro de Alcântara, que perceberam os sinais da ação de Deus.

Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.

No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu.

 

15 outubro - Sofrer ou morrer! Após ter experimentado quanto fosse sublime sofrer com Jesus, Santa Teresa descobriu que morrer era infinitamente mais nobre, porque sinal de união eterna com o Esposo Divino. (L 232). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 11,37-41

 "Enquanto Jesus estava falando, um fariseu o convidou para jantar em sua casa. Jesus foi e pôs-se à mesa. O fariseu ficou admirado ao ver que ele não tinha feito a lavação ritual antes da refeição. O Senhor disse-lhe: "Vós, fariseus, limpais por fora o copo e a travessa, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Antes, dai em esmola o que está dentro, e tudo ficará puro para vós."  

Meditação:

Os evangelistas com freqüência usam um estilo literário resumido e próprio para exprimir as ações e as mensagens de Jesus. Lucas é o único evangelista a mencionar refeições de Jesus na casa de fariseus.
Nesta narrativa, por ocasião do jantar de Jesus, temos uma introdução a uma série de advertências à doutrina dos fariseus, com sucessivos “ais”, que se seguirão.
O que deflagra as sucessivas advertências de Jesus é a crítica que fazem sobre sua inobservância em relação à purificação ritual dos pratos e talheres antes da refeição.

Jesus em sua réplica transfere esta questão particular para a questão mais ampla da própria religião dos fariseus: preocupam-se com a pureza externa, que fica nas aparências, mas não são zelosos no essencial que é o interior da pessoa, suas intenções e desejos. Está em foco não cada fariseu individualmente, mas sua própria religião.
A impureza interior dos fariseus consiste na avareza e cobiça, que leva à prática do roubo e maldades. Em sua experiência religiosa, preocupavam-se apenas com minúcias e aparências, ignorando a justiça e o amor de Deus, que são essenciais.

Chega-se à verdadeira religião pela pureza interior, que consiste em abandonar a avareza e a cobiça, doando-se e partilhando com os empobrecidos e excluídos.
A partir deste texto chegamos à conclusão de que a Deus não interessa as purificações externas rituais. Estas foram criadas para dar boa consciência aos líderes religiosos.
O que agrada a Deus é um coração puro, libertado das ambições e maldades, que transborda em atos concretos de amor aos irmãos.

A última frase é de difícil interpretação. Mas percebe-se seu sentido. É a prática da partilha, ou seja, da esmola que leva à pureza de todo seu ser.

A verdadeira religião consiste na pureza interior que se alcança ao abandonar a avareza e a cobiça, empenhando-se na instauração da justiça neste mundo.

Reflexão Apostólica:

Jesus tinha o "pavio curto" com os fariseus! Imaginemos a cena: O fariseu convidou Jesus para jantar na casa dele; Jesus entrou e pôs-se a mesa; o fariseu deve ter feito algum comentário indiscreto sobre Jesus não ter lavado as mãos; e isso bastou para que Jesus começasse a dizer tudo o que pensava a respeito dos fariseus. Detalhe: o jantar nem tinha começado a ser servido! Será que ainda houve jantar depois do que Jesus disse?

Vejamos o que é possível aprender desse discurso: Vós, fariseus, limpais por fora o copo e a travessa, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior?"

E nós... De que adianta limparmos o corpo por fora tomando banho, e deixarmos o nosso interior sujo? "Quem fez o exterior, também não fez o interior?"
O exterior, que é o nosso corpo, é fácil limpar... Mas e o interior, de que forma poderemos purificá-lo? "Antes, dai esmola do que vós possuís, e tudo ficará puro para vós."
A única parte que Jesus amenizou foi nesta última. Dar esmola é muito pouco para purificar uma pessoa que está suja por dentro.
Jesus nos ensina a ter coerência nas nossas atitudes e a agir conforme o interior do nosso coração e não somente de fachada. É o que confirmamos nas ENS: Coerência entre fé e vida...
Tudo o que fizermos – mesmo as nossas boas ações – com o intuito de simplesmente aparecer para impressionar às outras pessoas se torna uma ação hipócrita ou falsa.
Aquele que fez o exterior não fez também o interior? ”, portanto Deus nos conhece por inteiro e sabe bem das nossas intenções.
Fazer somente para agradar, para cumprir as regras, é insensatez. Os fariseus lavavam as mãos antes das refeições com o fim de se purificarem, no entanto, existia maldade nos seus corações.
Da mesma forma, os nossos gestos exteriores, às vezes, até o de nos ajoelhar ou nos prostrar diante de Deus ou mesmo o abraço ou o aperto de mão que nós damos ao irmão, não terão sentido se o nosso coração estiver cheio de rancor, de despeito ou de inveja.
Mais do que as regras que vivemos valerá a esmola que por amor a Deus nós oferecemos ao nosso próximo. Jesus mesmo afirma neste Evangelho: “daí esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós!”
Portanto, precisamos pensar mais sobre esse assunto e avaliar como é que nós estamos vivendo o nosso dia a dia em palavras, gestos e ações.
Você costuma fazer alguma coisa para chamar a atenção? O que você faz é o que o seu coração aponta? Você costuma observar as ações dos outros para depois fazer julgamentos e comentários? Como é a sua atitude diante de alguém que estende a mão e lhe pede alguma coisa? Qual é o sentido da esmola na sua vida?
Em todas as traduções conhecidas da Bíblia, usam esta mesma expressão: "dar esmola". A tradução da Bíblia Ave Maria diz: "Dai antes em esmola o que possuís, e todas as coisas vos serão limpas." A tradução de Almeida (1967) diz: "Dai, porém, de esmola o que está dentro do copo e do prato, e eis que todas as coisas vos serão limpas."
Esta última tradução especifica o que deve ser dado em esmola: o que está no interior. E como fazer isso? Dar em esmola os bens materiais é algo palpável e entendível... Mas dar em esmola o que está no nosso interior? E o mais complicado de entender (se prepare que esta é filosófica!): devemos dar em esmola o que temos de sujo dentro de nós, para ficarmos limpos?
Jesus disse que o interior dos fariseus estava cheio de roubo e maldades. E a forma de purificar o interior seria colocando estas impurezas para fora, e a única forma é substituindo pela caridade, que é um sinônimo do amor.
Jesus acreditava que dentro daqueles fariseus, bem lá no fundo, haviam bons sentimentos. Mas para que estes sentimentos pudessem se desenvolver, e purificar o interior, precisariam ser postos em prática. E a melhor forma de praticar o amor é SE DOANDO.
Existe uma música lindíssima que nos lembra que "por mais pecados que tenhamos cometido, por mais defeitos que tenhamos, o nosso ato mais sincero e natural é o AMAR, já que Deus nos criou à sua imagem e semelhança."
Então, acreditemos: por pior que seja uma pessoa, ela também é capaz de amar... só precisa que alguém ensine e lhe dê motivo para isso...

Propósito:

Pai, purifica de todo pecado e egoísmo o mais íntimo de meu ser, pois eles me tornam incapazes de viver em comunhão contigo e com o meu semelhante.



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