segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Evangelho do dia 22 outubro terça feira 2024

 


22 outubro - Podemos suspirar pela luz como suspiramos pela aurora matinal, mas tal como esta, não podemos adiantá-la de um instante sequer. Devemos, todavia, ficar de olhos abertos para o Oriente, exatamente para o ponto onde a luz do dia costuma aparecer; que não nos aconteça de confundi-la com a aurora boreal, que engana o peregrino. (L 272). São Jose Marello

 

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,35-38

 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 35Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. 36Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38E caso ele chegue à meia-noite ou à três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar! 

 Meditação:

O evangelho deste dia poderia ser resumido na frase “vivam acordados”. Passamos nossos dias atormentados por uma enxurrada de imagens e todo tipo de informação: televisão, rádio, computador.

Algumas dessas informações são úteis e outras inúteis. A quantidade de ideologias e valores viciados pelo consumo e alienação é tão grande que, a duras penas, nos reconhecemos quando nos contemplamos no espelho.

O afã e as preocupações inúteis consomem nossos dias sem que tenhamos espaço para cultivar nosso espírito. Mas a voz do Senhor nos chama a fazer uma parada no caminho.

Convida-nos a romper com a rotina e a orientá-la para o cultivo do reino. Com a ajuda do evangelho conseguimos dizer não ao consumo. Não ao culto ao prazer. Não à alienação. Devemos dizer “sim” a uma vida plena de significado e a uma existência digna.

Para conquistar isso necessitamos “despertar”, abandonar o engodo que os meios de comunicação nos sugerem todos os dias. Necessitamos recuperar o que é realmente valioso para nós: a própria vida, a de nossa comunidade e nosso povo.

Estamos em festa com Jesus e, ainda que não nos demos conta, estando nessa festa não podemos dormir impunemente, porque podemos ficar do lado de fora.

O tema da vigilância, que é o núcleo do Evangelho de hoje, era próprio das primeiras comunidades cristãs, entre as quais havia a expectativa de uma volta em breve de Jesus, morto e ressuscitado, seguindo-se o julgamento final.

Os três Evangelhos sinóticos (Mt, Mc, Lc) apresentam sinais desta expectativa. Era a Parusia, expectativa escatológica e apocalíptica. Com o passar do tempo, as comunidades começaram a perceber que a "volta" de Jesus tinha outro sentido.

No Evangelho de João, escrito na última década do primeiro século, não há referências a esta Parusia. Em João as palavras de Jesus revelam a sua presença, junto com o Pai, já, entre os homens e mulheres que praticam a vontade de Deus, no amor fraterno e universal.

Concluindo: Os discípulos devem estar vigilantes e preparados para a vinda de Jesus, cuja hora ninguém conhece. Uma imagem de tal disposição se encontra nesse criado que aguarda seu senhor que há de voltar de um banquete de bodas a qualquer hora da noite. Quando o senhor chamar, o criado deverá estar já à porta para abri-la, deixá-lo passar e conduzi-lo a sua casa. É para isso que está ali o criado e por isso usa a túnica apropriada.

Isto, aplicado ao discípulo significa que deve estar equipado moralmente em cada momento, de tal forma que possa acudir imediatamente à chamada do Senhor quando vier julgar; que deve ser claro e luminoso como o sol sem tropeço moral; carregado de frutos de justiça por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus (Fl 1,10ss.).

 O discípulo que está pronto é felicitado, chamado de ditoso por Jesus. Entre duas bem-aventuranças se expressam os bens que aguardam ao servo que está sempre vigiando, incansável e fiel: o Senhor o servirá à mesa.

Neste Evangelho de Lucas, os servos que estão de prontidão, esperando o seu senhor, são proclamados bem-aventurados. São os que estão atentos, empenhados em fazer a vontade de Deus, que é o serviço à vida, na construção de um mundo novo.

 Nesta parábola, é admirável como o próprio Senhor arregaçará sua veste e se porá a servir àqueles que encontrar vigilantes, como Jesus na última ceia, no Evangelho de João (Jo 13,2-15).

Mudança completa da situação: o servo passa a ser senhor, e o senhor se faz servo. Porque Deus faz participar de sua glória os que velam. A glória do reino de Deus se compara com frequência a um banquete de bodas que Deus prepara para os que acolhe em seu reino. Deus honra os convidados, servindo-os, e lhes abre as alegrias de sua glória.

 Reflexão Apostólica:

Diante da correria diária, trabalho, serviços, estudos e outras atividades que fazem parte de nossas vidas, ficam às vezes impossíveis ou esquecidos nosso momento de intimidade com o Senhor.

Intimidade, aqui não queremos que entendas somente o ouvir uma música religiosa, fazer leitura bíblica. Mas sim, viver a regra beneditina que consiste no rezar e trabalhar: ora et labora, pois, o Senhor nos diz: felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar.

Esse manter-se acordado estende-se ao serviço, seja na sua Paróquia, na comunidade dentro da sua pastoral ou ministério. Servir e trabalhar naquilo para o qual o Senhor nos chamou. Você já descobriu o seu lugar na Paróquia, na comunidade? É fundamental que vocêu saiba qual o seu lugar e função aí para que Deus lhe fale ao coração.

O Senhor nos pede que fiquemos os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Como estão os teus rins e os teus olhos espirituais?

A virtude da vigilância é por si mesma, uma atitude escatológica a aguardar constantemente o retorno do Senhor.  Os serviços vigilantes, a representar os membros da comunidade eclesial, são felizes porque o próprio Senhor, por ocasião de seu advento, fará a função de servo, cingindo-os e colocando-os à mesa.

A vigilância escatológica é a virtude de quem aguarda o fato derradeiro.  Por isso, o Filho do Homem que há de vir sobre as nuvens dos céus (Dn 7,13), por ocasião da parusia, assemelha-se ao ladrão que não avisa a hora do assalto. 

A vigilância supõe e exige um estado constante de preparação para juízo escatológico, colocando os fiéis de Cristo em estado permanente de crise, de modo especial, aqueles que têm a missão de anunciar o Reino à semelhança do administrador fiel e prudente.  Neste caso, a escatologia possui uma dimensão presente e eclesial, pois o juízo definitivo supõe a avaliação das atividades atuais dos fiéis, mediante as penas impostas pelo Senhor. 

A provação dos últimos tempos acentua a responsabilidade histórica do cristão, sobremaneira agradecido pelos bens messiânicos: a quem muito se deu e foi confiado, muito será pedido e reclamado.

Por tudo quanto refletimos o importante é não se desviar, não se distrair. É manter-se sempre alerta, acordado, e esperar até final pela segunda vinda gloriosa do nosso Senhor Jesus Cristo.

"Feliz és tu se assim estás procedendo. Porque o próprio Senhor passando te servirá, como fez na Última Ceia, com seus Apóstolos."

Temos que ficar sempre atento sempre servindo à Deus no nosso trabalho, na nossa comunidade, nossa paróquia e durante o tempo todo, pois,  o Senhor não avisa o momento da sua volta.

Nós não podemos ficar em cima do muro, temos que ser fiel a nosso Pai, pois, servindo à Deus estamos retribuindo um a pequena parte do amor que Ele tem por nós, que é imenso.

Por isso, temos que nos esmerar na preparação da vinda do Senhor, seja qual for o tempo da mesma. A referida vinda tem que estar precedida pela utopia libertadora e esperançosa de nos reconhecermos como uma comunidade de iguais em dignidade que luta, não pelo despotismo, a preguiça, a mediocridade nem o abuso, mas sim pelo exercício da autoridade que é essencialmente serviço. Temos que ser peregrinos alegres do reino e não fugitivos da história.

Propósito:

Pai, somente em ti quero centrar as minhas opções mais profundas, para não permitir que o egoísmo tome conta do meu coração e me afaste de ti.

 


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