segunda-feira, 28 de outubro de 2024

EVANGELHO DO DIA 03 NOVEMBRO DOMINGO 2024 - DIA DE TODOS OS SANTOS


 Você sabia que o Dia de Todos os Santos é comemorado por católicos em todo o mundo? Neste dia especial, os fiéis homenageiam todos os santos e mártires que já passaram por este mundo. A história por trás do dessa data é rica e fascinante, e remonta aos primeiros séculos do Cristianismo. Neste artigo, exploraremos as origens e o significado dessa celebração tão importante para os católicos.

Essa celebração tem suas raízes na tradição da Igreja em homenagear aqueles que alcançaram a santidade. Os primeiros cristãos veneravam os mártires e outros santos, considerando-os exemplos de virtude e fé. Ao longo dos séculos, essa devoção evoluiu para uma celebração formal, na qual todos os santos são lembrados e honrados.

Para os católicos, essa data é um momento de reflexão e gratidão. Eles visitam os túmulos de entes queridos, participam de missas especiais e rezam pelos santos e almas dos falecidos. É uma ocasião para recordar a importância da vida eterna e acreditar na intercessão dos santos.

Prepare-se para descobrir mais sobre a história, as origens e o significado do Dia de Todos os Santos. Leia este artigo e mergulhe nessa tradição católica cheia de simbolismo e devoção.

Introdução a data - Conteúdo do Texto - Introdução a data - A história e as origens - O significado do Dia de Todos os Santos no catolicismo - Tradições e costumes -

A celebração litúrgica - Os santos e sua importância no catolicismo - Dia de Todas as Almas vs. Dia de Todos os Santos: Entendendo as diferenças - O Dia de Todos os Santos em todo o mundo: Variações culturais e comemorações -

Essa data nos tempos modernos: Como é celebrada hoje  - Conclusão: Refletindo sobre o significado do Dia de Todos os Santos para os católicos.

Você sabia que essa data é celebrada por católicos em todo o mundo? Neste dia especial, os fiéis prestam homenagem a todos os santos e mártires que passaram por este mundo. A história por trás do dessa data é rica e fascinante, remontando aos primeiros séculos do cristianismo. Neste artigo, exploraremos as origens e o significado desta celebração muito importante para os católicos.

A história e as origens

Essa data tem suas raízes na tradição da Igreja de homenagear aqueles que alcançaram a santidade. Os primeiros cristãos veneravam mártires e outros santos, considerando-os exemplos de virtude e fé. Ao longo dos séculos, essa devoção evoluiu para uma celebração formal na qual todos os santos são lembrados e honrados.

No início, era celebrado em diferentes datas, dependendo da região. No entanto, em 835 d.C., o Papa Gregório IV estabeleceu o dia 1º de novembro como a data oficial da celebração em toda a Igreja Católica. Essa escolha foi feita para coincidir com a antiga festa pagã celta de Samhain, que também era celebrada no final de outubro e início de novembro.

O significado do Dia de Todos os Santos no catolicismo

Para os católicos, essa data é um tempo de reflexão e gratidão. Eles visitam os túmulos de entes queridos, participam de missas especiais e rezam pelos santos e almas dos falecidos. É uma ocasião para lembrar a importância da vida eterna e acreditar na intercessão dos santos.

A celebração dessa data também é uma oportunidade para os católicos se inspirarem com a vida dos santos. Eles são modelos de virtude e santidade, e sua devoção é vista como um caminho para a santificação pessoal. Os católicos acreditam que os santos estão no céu, intercedendo por eles e oferecendo auxílio espiritual.

Tradições e costumes

Essa data é marcada por diversas tradições e costumes que variam de acordo com as culturas e regiões. Uma tradição comum é a visita aos cemitérios para limpar e decorar os túmulos dos entes queridos. As pessoas também acendem velas e deixam flores como símbolos de respeito e lembrança.

Além disso, muitas igrejas realizam procissões e missas especiais em honra aos santos. Durante essas celebrações, são lidos os nomes dos santos canonizados e as pessoas têm a oportunidade de fazer suas preces e pedidos de intercessão. Algumas igrejas também realizam festivais e eventos comunitários para comemorar essa data.

A celebração litúrgica

Na liturgia católica, essa data é uma festa solene. A missa neste dia é celebrada com uma liturgia especial e as leituras bíblicas são selecionadas para refletir sobre a santidade e a vida eterna. Durante a missa, os fiéis são encorajados a se inspirar nas vidas dos santos e a buscar a santidade em suas próprias vidas.

Uma das partes mais importantes da celebração litúrgica do dessa data é a comunhão dos santos. Os católicos acreditam que todos os fiéis, vivos e falecidos, estão unidos na comunhão dos santos. Isso significa que os fiéis podem pedir a intercessão dos santos e orar pelos falecidos, confiantes de que estão unidos em uma única família de fé.

Os santos e sua importância no catolicismo

No catolicismo, os santos desempenham um papel fundamental na vida espiritual dos fiéis. Eles são considerados exemplos vivos de virtude e fé, e suas vidas são fonte de inspiração e orientação. Os santos são vistos como amigos e intercessores, prontos para ajudar os fiéis em suas necessidades e súplicas.

A canonização de um santo é um processo complexo e rigoroso. Antes de serem reconhecidos oficialmente como santos pela Igreja, os candidatos passam por uma análise minuciosa de suas vidas e virtudes. A canonização é um testemunho da santidade e do impacto duradouro que esses indivíduos tiveram na vida da Igreja e na vida dos fiéis.

Dia de Todas as Almas vs. Dia de Todos os Santos: Entendendo as diferenças

Embora o Dia de Finados e o Dia de Todos os Santos estejam próximos no calendário, eles têm significados e propósitos distintos. O Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, é uma ocasião para lembrar e rezar pelos falecidos em geral, incluindo aqueles que ainda estão no processo de purificação no purgatório.

Já nessa data é reservada especificamente para honrar e venerar todos os santos canonizados. É um momento para celebrar a santidade e a vida eterna desses indivíduos exemplares. Embora ambos os dias estejam relacionados à morte e à vida após a morte, eles têm abordagens diferentes.

 03 novembro - Ainda que no meio do combate nos encontrássemos despojados de qualquer boa disposição, aliás até tomados por grande aversão à luta, não devemos desanimar: é justamente nesses momentos que Deus nos quer provar, fazendo-nos agir somente por fé... É esse pouquinho de fé que nos deve salvar e que será mais largamente recompensado no Céu. (S 347). São Jose Marello

 


Mateus 5,1-12ª

 Naquele tempo, 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:

3”Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.

 

Mateus 5,1-12ª - Solenidades de todos os santos

Neste ano, a liturgia do trigésimo primeiro domingo do comum é substituída pela solenidade de todos os santos. E o evangelho proposto para essa solenidade é Mt 5,1-12a, interrompendo, assim, a leitura semi - contínua do Evangelho de Mateus. É um texto fixo, lido todos os anos, certamente porque nenhuma outra passagem expressa tão bem o sentido da santidade como esse. Trata-se da introdução do primeiro dos cinco discursos de Jesus no Evangelho de Mateus, conhecido como “discurso ou sermão da montanha”. Essa introdução ficou conhecida como “bem-aventuranças”, devido à repetição constante do termo grego makárioi (μακριοι), cujo significado é bendito, felizes ou bem-aventurados. Esse é, certamente, um dos trechos mais lidos e conhecidos de todo o Novo Testamento, apreciado por cristãos e não cristãos, pois contém o mais completo programa de humanização que o mundo já conheceu. Gandhi, por exemplo, definiu as bem-aventuranças como «as palavras mais altas que a humanidade já escutou».

As bem-aventuranças compreendem a síntese do programa de vida de Jesus e, consequentemente, daquilo que seus discípulos e discípulas de todos os tempos devem viver. É um texto belo, mas muito fácil de ter seu sentido deformado, se interpretado de modo equivocado, como geralmente tem acontecido. Ora, falar em todos os santos e santas tem tudo a ver com o autêntico seguimento de Jesus de Nazaré. Por isso, é importante refletir cada vez mais sobre as palavras de Jesus que o Evangelho apresenta. Na verdade, todo o discurso da montanha é um indicador de direção para o discipulado de Jesus e, portanto, para a santidade. Devemos, pois, concentrar nossa reflexão na mensagem evangélica, evitando que esta solenidade se transforme em mera apologia ao devocionismo fundamentalista que tanto tem se difundido nos últimos anos. Por isso, é preciso ter clareza do programa de vida de Jesus com seu projeto de sociedade e, consequentemente, das suas exigências.

De todas as palavras atribuídas a Jesus que encontramos ao longo dos evangelhos, as bem-aventuranças são as mais interpelantes e revolucionárias, embora sejam as mais fáceis de serem deturpadas, passando de uma mensagem de transformação a uma de resignação. Infelizmente, isso tem acontecido com muita frequência. Por isso, é necessário compreendê-las bem, para que sua mensagem seja sempre de encorajamento e transformação. Na versão mateana, encontramos oito bem-aventuranças, embora alguns comentadores considerem nove, devido à ocorrência do termo grego makárioi (μακριοι) por nove vezes. Não consideramos a nona ocorrência do termo (v. 11) como uma nova bem-aventurança, mas como uma recapitulação e síntese das oito para os discípulos, reforçando a exigência para que eles de fato vivessem intensamente todas elas.

Para compreendermos as bem-aventuranças em seu sentido original, é necessário fazer mais uma consideração semântica. Como já afirmamos anteriormente, o termo grego empregado no Evangelho é makárioi (μακριοι), o qual pode ser traduzido por benditos, felizes ou bem-aventurados; é uma fórmula que introduz uma mensagem de felicitação. É importante recordar que, embora escritos em grego, os evangelhos foram construídos segundo uma mentalidade semítica, sobretudo o de Mateus. Por isso, é importante recordar o sentido da palavra na língua original de Jesus, o hebraico. Ora, o termo correspondente ao grego μακαριοι – makárioi, em hebraico é (אשרי) “ashrei”, o qual significa uma felicitação, mas é, ao mesmo tempo, uma forma imperativa do verbo caminhar, seguir em frente, avançar ou pôr-se em marcha. Expressivas correntes da exegese atual propõem que o evangelista pensou nos dois sentidos ao formular o seu texto. De fato, sem esse segundo sentido, as bem-aventuranças podem facilmente ser transformadas em discurso de conformismo ou resignação; com ele, passam a ser uma mensagem de transformação.

Olhemos, pois, para cada uma das situações contempladas por Jesus como necessitadas de transformação. Eis a primeira bem-aventurança: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus» (v. 3). De todas, tem sido essa a bem-aventurança que tem recebido as interpretações mais equivocadas ao longo da história, infelizmente. Longe de ser um convite ao conformismo, é um impulso à transformação. Na língua grega a palavra pobre (πτωχς – ptokós) deriva do verbo acocorar-se de medo, dobrar-se, abaixar-se, encurvar-se; designa, portanto, uma condição de humilhação extrema. O convite de Jesus é para que não desanimem, mas sigam em frente, não desistam, coloquem-se em marcha para alcançarem o Reino que foi criado para eles, o Reino dos Céus, mas não no céu, aqui mesmo na terra, como sinônimo de vida digna e plena. Aqui o termo espírito (em grego: πνεμα – pneuma) é empregado como sinônimo de consciência da situação em que se encontram os pobres, encurvados de medo pela opressão do império romano e pela religião oficial da época. A esses, Jesus convida a perder o medo e, conscientemente, seguir em frente lutando pelo Reino. O pobre que se encontra encurvado pelo sistema, deve tomar consciência da sua situação insuportável e lutar, seguindo em busca de seus direitos de herdeiro do Reino.

A segunda bem-aventurança diz: «Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados» (v. 4). De todas as bem-aventuranças, certamente, essa é a mais paradoxal. Numa tradução mais literal, o termo aflitos seria substituído por “os que choram”, e essa bem-aventurança mistura felicidade com lágrimas e lágrimas com a consolação. É um paradoxo que escapa a qualquer lógica humana. É claro que Deus não compactua com as causas das aflições, mas ele está sempre do lado dos aflitos, daqueles que choram. Ora, jamais será consolado o aflito que se fecha em suas aflições, mas sim aquele que consegue mover-se, apesar do sofrimento. Ser consolado na mentalidade bíblica é ter o sofrimento eliminado por completo. A implantação do Reino dos Céus em um mundo tão hostil traz muitas aflições para os discípulos de Jesus. Mesmo assim, eles devem avançar, jamais recuar, para encontrar a consolação.

Na terceira bem-aventurança, Jesus diz: «Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra» (v. 5). O termo manso equivale a humilde, e significa a pessoa que reivindica alguma coisa sem violência. Nesse caso particular, equivale às pessoas que lutam pela terra sem fazer uso da violência. A luta sem violência se torna mais lenta e, aparentemente, mais difícil de conseguir o objetivo. Por isso, Jesus encoraja, pede paciência, determinação e ação; em outras palavras, é como se ele dissesse: «não parem, continuem caminhando e lutando». Era muito comum os pequenos camponeses perderem suas terras por dívidas, com possibilidade de resgate. À medida que o tempo passava, as esperanças de resgate diminuíam e muitos desanimavam. Por isso, Jesus os consola e os encoraja.

Como não poderia deixar de ser, Jesus coloca para os discípulos, conforme ele mesmo o fizera, a justiça como uma busca incessante. Por isso, a quarta bem-aventurança é tão forte: «Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados» (v. 6). A fome e a sede são as necessidades que mais incomodam o ser humano. Assim como o alimento e a bebida são essenciais para a vida, também deve ser a luta por justiça entre seus discípulos. A comunidade cristã não tem vida quando não se alimenta cotidianamente de justiça. Onde não há justiça, não há dignidade, não há paz. É preciso seguir em frente na luta por justiça.

Na quinta bem-aventurança, temos: «Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia» (v. 7). É importante recordar que misericórdia, na Bíblia, não é um sentimento, mas uma ação em favor dos necessitados. Com isso, Jesus pede que seus discípulos prossigam sempre no caminho do bem, pois é do bem que o bem é gerado. Quando mais se ama mais possibilidades se tem de ser amado também. Isso faz parte da pedagogia divina e da própria essência do Deus revelado por Jesus, que é todo amor e misericórdia. De fato, a misericórdia é uma das principais características do Deus de Jesus, por isso, deve ser também para os seus seguidores. Seguir fazendo o bem ao próximo, sem distinção, é uma das principais exigências do discipulado.

Com a sexta bem-aventurança, Jesus se contrapõe claramente aos ritos de purificação da religião judaica: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» (v. 8). Os antigos ritos de purificação do judaísmo tinham escondido o rosto verdadeiro de Deus. Jesus proclama a nulidade daqueles ritos e pede para seus discípulos caminharem em outra direção, avançarem por outro caminho que não seja o da religião que divide, exclui e até mata. Só há um tipo de pureza: aquela interior, e essa não é proporcionada por nenhum rito, mas somente pela disposição do ser humano em seguir os propósitos de Deus. Vê a Deus quem olha para o próximo com os olhos de Deus. É nessa direção que o discípulo de Jesus deve marchar, avançar.

sétima bem-aventurança diz: «Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus» (v. 9). Na marcha da comunidade formada por discípulos e discípulas de Jesus, a promoção da paz é requisito básico e essencial. Não se trata de uma falsa paz como aquela imposta por Roma, intitulada “pax romana”. A paz que Jesus propõe não é uma mera ausência de conflitos, mas um retorno ao ideal hebraico expresso pela palavra (שלום) shalom: paz como bem-estar total do ser humano, harmonia com Deus, com o próximo e consigo mesmo. É por essa paz que a comunidade de discípulos e discípulas deve lutar enquanto caminha, fazendo dessa paz o rumo da caminhada. Não há prêmio para quem caminha promovendo a paz, mas há consequências: ser chamados filhos de Deus. Na tradição bíblica, ser filho é ser parecido com o pai. Quando alguém caminha promovendo a paz, se torna parecido com Deus, por isso, será chamado seu filho.

oitava bem-aventurança funciona como uma espécie de credencial para o reconhecimento do discípulo e sua pertença ao Reino: «Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus» (v. 10). A justiça, por excelência, é a prática de todas as bem-aventuranças anteriores. A quem adere plenamente à lógica do Reino, não há outra consequência a não ser a perseguição. Mas, mesmo diante da perseguição, a palavra de Jesus continua sendo de ânimo e encorajamento: continuai caminhando, avançando, marchando em busca do Reino que é vosso!

Viver as bem-aventuranças é, portanto, abraçar um projeto de sociedade alternativa que, inevitavelmente, entra em conflito com os sistemas dominantes baseados na exploração, no lucro, na sobreposição de uns sobre os demais e pela violência. Mas é diante de tudo isso, ou seja, no conflito, que a comunidade cristã deve avançar, seguir em frente sem jamais desanimar. Por isso, Jesus reforçou todo o ensinamento anterior, direcionando diretamente para os discípulos a conclusão com as consequências do abraçar o seu projeto: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (vv. 11-12a). Alguns estudiosos vêem essa afirmação como uma nova bem-aventurança, enquanto outros, a maioria, a vêem como um reforço e síntese conclusiva das oito anteriormente apresentadas. Aquelas oito são inseparáveis. Jesus não as apresenta como sugestões para os discípulos escolherem uma ou outra. É preciso viver todas elas para ser discípulo e discípula de Jesus, pois nelas ele traça o seu próprio retrato, diz como ele mesmo viveu, caminhou ou avançou; e o discípulo deve, inevitavelmente, viver como ele.

Assim, recordando que Paulo e os demais cristãos de suas comunidades chamavam-se mutuamente de santos, e eram cristãos porque levavam a sério as bem-aventuranças, podemos compreender que celebrar todos os santos é recordar todos os que não aceitam as coisas como são impostas, mas sabem mover-se, avançar e seguir um outro caminho, não para fugir da realidade, mas para transformá-la à maneira de Jesus.

Para seguir Jesus é preciso estar em estado permanente de marcha, caminhando contra tudo o que impede a realização do Reino já aqui na terra. A comunidade cristã não pode mais aceitar que uma mensagem tão encorajante e transformadora se transforme em sinal de resignação e aceitação passiva diante de tudo o que impede o advento do Reino. A mensagem das bem-aventuranças é libertadora porque convida o discípulo e a discípula a sair de si, colocar-se em movimento rumo a um mundo melhor, mais justo e mais fraterno. Enfim, as bem-aventuranças constituem o mais completo programa de humanização que esse mundo já conheceu.

 


EVANGELHO DO DIA 02 NOVEMBRO SÁBADO 2024 - DIA DE FINADOS

 

02/11 – Comemoração dos Fiéis Defuntos (FINADOS)

Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes 4, 13).

Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.

O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidos preces, sacrifícios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase gerais nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.

A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (Catecismo da Igreja Católica).

Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial ‘antessala’.

Mais do que apenas limpar os túmulos, durante a semana do Dia de Finados é importante estar em oração, pois estamos rezando pelas almas que estão no purgatório diminuindo seu sofrimento e ajudando-as a chegar mais próxima do céu.

Reflitamos e oremos sobre essa data especial em homenagem aqueles fiéis que faleceram e não foram canonizados em orações profundas a Deus.

“Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!”

 


02 novembro - COMEMORAÇÃO DE FINADOS.

Aos caros falecidos, que terminaram no beijo do Senhor a sua jornada na terra, "luceat perpetua lux in Regno caelorum” brilhe a luz eterna no reino dos Céus. (L 278). São Jose Marello

 

Marcos 15,33-39; 16,1-6: 2 de novembro de 2020

 15 33 Ao meio-dia todo o território ficou escuro até o meio da tarde. 34 Naquele momento Jesus gritou com voz potente: - Eloí Eloí lema sabaktaní -Que significa: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? -

35 Alguns dos presentes, ao ouvi-lo, comentaram: "Ele chama por Elias."

36 Um ensopou uma esponja em vinagre, prendeu-a a uma cana e ofereceu-se para beber, dizendo: "Segura!" Vamos ver se Elías vem para libertá-lo.

37 Mas Jesus, com um grito, expirou.

38 O véu do santuário rasgou-se em dois, de alto a baixo. 39 O centurião, que estava em frente, vendo como estava morto, disse: - Na verdade, este homem era o Filho de Deus.

16 1 Passado o sábado, María Magdalena, María de Santiago e Salomé compraram perfumes para o ungir. 2 No primeiro dia da semana, bem cedo, eles chegaram ao túmulo ao amanhecer. 3 Disseram a si mesmos: "Quem rolará a pedra da entrada do túmulo?"

4 Eles ergueram os olhos e viram que a pedra estava rolada. Era muito grande. 5 Ao entrarem no sepulcro, viram um jovem vestido de hábito branco, sentado à direita; e eles ficaram surpresos. 6 Ele disse-lhes: - Não tenham medo. Você está procurando Jesus, o Nazareno, o crucificado. Ele não está aqui, ele ressuscitou. Veja onde eles colocaram.

 Comentário:

Hoje é o dia dos fiéis que partiram. É a grande celebração da esperança de vida; para quem acredita em Deus, a vida não acaba com a morte, mas se transforma, alcança qualidade superior por meio da qual você entra em plena comunhão com Deus.

Jesus é o caminho que leva ao Pai, mas não é uma estrada já terminada. Jesus é o caminho na medida em que escolhemos caminhar com Ele e permitir que Ele guie nossos passos.

O caminho de Jesus não é um caminho percorrido e enfadonho, pelo contrário, o próprio Evangelho mostra-nos como é difícil acompanhá-lo e aceitar que o seu caminho passa inevitavelmente pela cruz.

Por este motivo, muitas vezes preferimos as estradas, mas dentro ansiamos pelo caminho incerto do Espírito, o seguimento de Jesus nos confronta como um desafio para a vida cristã, o seu espírito elevado ou má s para além da morte e embutido no nosso história como testemunho permanente de uma vida em processo de transformação, o verdadeiro discípulo sabe “ que o caminho se faz caminhando”.

O “véu rasgado em dois de alto a baixo” simboliza o rompimento de uma barreira que nos impedia de ver o verdadeiro rosto de Deus, que agora podemos ver através de Jesus ressuscitado; também simboliza o fim de um modelo de religião que manipulava Deus, escravizado com a lei e conduzido à morte. A resposta do centurião chama a atenção porque ele não era judeu, nem mesmo discípulo, porém, reconhece.

No final deste evangelho. Marcos, não o considera acabado, para que todos os crentes de todos os tempos, conhecendo o testemunho das primeiras comunidades, o façamos nosso, recriando-o a partir da nossa situação concreta e com a força do Espírito de Jesus ressuscitado. Já a ressurreição de Jesus não é o fim de uma obra, mas o início da aventura cristã.



EVANGELHO DO DIA 01 NOVEMBRO SEXTA FEIRA 2024 - DIA DE TODOS OS SANTOS

 

01/11 – Dia de Todos os Santos (Solenidade)

Antes do artigo, assista a homilia do Padre José Eduardo, uma profunda reflexão sobre a santidade:

O Dia de Todos os Santos é uma data especial na Igreja, pois no dia 1 de novembro oramos por todos os santos e mártires que não foram relembrados ao longo do ano.

É uma data para orar e relembrar os santos mártires que deram a maior prova de amor por Deus, aceitando o martírio de bom grado por não renegar sua fé. Demonstrando com a prova da própria vida o Amor a Deus sobre todas as coisas.

O Dia de Todos os Santos é uma data especial de reflexão, oração e uma festa especial para os exemplos da Igreja, além de ser uma data e reflexão para os fiéis sobre o amor a Deus, sobre a fé.

Durante o Dia de Todos os Santos nossas orações não são apenas por um santo do qual somos devotos, mas sim direcionadas a todos em gratidão da sua luta para preservar a fé cristã e a palavra de Deus viva mesmo diante de terríveis obstáculos e sacrifícios.

Os Santos orientam-nos na penosa viagem ao céu. Não desdizendo a palavra de Jesus Cristo: “o reino dos céus padece força”, indicam-nos os meios que devemos aplicar para chegar ao porto da salvação. São os mesmos que eles usaram, a saber: a observação dos mandamentos da lei de Deus, a observação da lei da caridade para com o próximo, os mandamentos da lei da Igreja, trabalho, oração, sofrimentos e mortificação. “Tende coragem! — assim os ouvimos dizer — o céu é vosso, o céu está perto, vos está garantido.”

Desta maneira, a festa de Todos os Santos é para nós um dia de alegria, de consolo e de animação. Os Santos foram o que somos: lutadores e muitos entre eles, pecadores. Seremos o que eles são: “Benditos do Pai.” Guardemos a esperança do céu. “Quem tem esta esperança, santifica-se.” (Jo 3,3) “Creio na vida eterna”. Na luta, na dor, no desânimo e na tribulação, lembremo-nos da glória que nos espera. Daqui a pouco tudo está acabado e poderemos praticamente, em nós mesmos, experimentar a verdade da palavra de São Paulo, quando disse: “olho algum viu, ouvido algum ouviu, nem jamais veio à mente do homem o que Deus preparou para aqueles que o amam.” (1 Cor 2,9)

Oremos a todos os santos e mártires da Igreja nessa data especial, e vamos comemorar o Dia de Todos os Santos celebrando a memória dos ícones e exemplos de fé.

Todos os Santos, rogai por nós!

 FESTA DE TODOS OS SANTOS.

01 novembro - Oh! Peçamos que desponte também para nós, bela e luminosa, a suspirada aurora da nossa ressurreição. (L 30). São José Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 14,1-6

 1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam.

2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?”  4Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o.
5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?”  6E eles não foram capazes de responder a isso.

Meditação:

Esta narrativa de Lucas faz parte do ciclo de narrativas de contestação da doutrina e da prática das sinagogas e dos fariseus.
A cena já não acontece na sinagoga onde Jesus tinha curado a mulher encurvada, mas na casa de um dos chefes dos fariseus, mas o tema principal é o mesmo: É licito fazer uma cura no dia de sábado? Referindo-se à cura da mulher encurvada ficou claro que o chefe da sinagoga valorizava mais os animais – é permitido desamarrar o boi e o asno no dia de preceito e dar-lhes água para beber. Mas referindo-se às pessoas, segundo a doutrina do fariseu, não é lícito realizar curas no dia de sábado. Pelo relato da cura do hidrópico fica claro que os fariseus permitem no dia de sábado tirar do poço o burro ou o boi que caiu, mas não permitem que se cure um enfermo. Que deformação mental!
Este é um relato original do evangelho de Lucas. O anfitrião de Jesus é um dos chefes dos fariseus e diante deles há um hidrópico, um enfermo cujo corpo retém demasiado líquido com os consequentes problemas de inchaço e má circulação, causados por um alto consumo de sódio. A hidropisia é um acúmulo anormal de água no organismo.
Enquanto o trânsito normal de líquido favorece nossa saúde, a acumulação à põe em perigo. A água que consumimos hidrata, tonifica e dá a vida ao organismo. Quando isso não acontece, afoga-nos. Isso era o que acontecia com a interpretação da Lei no tempo de Jesus.
A Lei era como a água, devia ser fonte de vida. Devia transformar a vida do povo, tonificá-la e fortalecê-la. Mas ao contrário, o estancamento conduzia a um estado deplorável de conformismo e imobilidade que ameaçava a sua existência. O hidrópico curado representa essa parte do povo disposta a fazer a terapia da água que flui, da Lei que inspira, da vida que se transforma. O hidrópico devia vencer as limitações de uma interpretação demasiada estreita e fundamentalista da Lei, para colocar-se em contato com a fonte de água viva que é Jesus.
Se com frequência estamos dispostos a acomodar a lei às nossas necessidades, quanto mais esforço devemos fazer para que essa lei não se converta em uma armadilha que nos afogue. Jesus quer que o ser humano tenha vida plena, e não quer, de modo nenhum, que fique preso na superficialidade.
Pois bem, no contexto desta cura em dia de sábado se dá uma discussão entre Jesus e seus oponentes, que revela o sentido profundo do texto.
Jesus põe o repouso sabático a serviço do homem. As obras maravilhosas que ele leva a cabo no sábado são sinais de que se inaugurou o tempo da salvação e que começou o repouso sabático do tempo final. Deus se glorifica agora a si mesmo com sua misericórdia.

O repouso do sábado significa para Jesus a revelação da benevolência divina com suas criaturas: paz e salvação. Agora se glorifica Deus a si mesmo em Jesus, que com palavras e obras o anuncia como Deus da graça e do amor, como Deus que dá e perdoa, como Deus dos pobres e dos aflitos, para os quais se proclama um ano de graça.

A alegria de que está penetrado o sábado do tempo final é o júbilo pelas grandes ações da misericórdia divina. Com uma reflexão muito simples Jesus justifica seu modo de proceder em dia de sábado: a lei de Deus não pode exigir que em dia de sábado se deixe perecer o próprio filho ou mesmo um boi, se tiverem necessidade de serem salvos. A lei pensa humanitariamente. O repouso sabático foi estabelecido pela Lei com olhares humanitários e sociais, em consideração à família, à multidão e até ao gado do amo.

A pergunta de Jesus a respeito de curar ou não em sábado, e o questionamento feito aos fariseus de não agir com misericórdia, revelam que Jesus é “senhor do sábado” e que defende a realização das obras do reino em qualquer situação.
Curiosamente aqueles que interpretavam a lei, permaneceram calados. E quando Jesus cura o doente, diz que eles não deram uma resposta à sua pergunta. Diante dos fatos não valem os argumentos.

A pessoa está acima do sábado, é o centro da atenção de Jesus, que entende que o dia dedicado ao Deus da vida é o mais adequado para devolver ao homem a saúde. Jesus se converte, mais uma vez, em modelo de como um cristão deve agir com liberdade e senso crítico no cumprimento da missão confiada por Deus.
As curas realizadas por Jesus exprimem a novidade de sua prática. Ele vai contra as observâncias legais estritas e estreitas que não favorecem a vida. Para o Pai o que importa é o desabrochar da vida.

A lei, bem como todos os processos econômicos e sociais, deve estar a serviço da dignidade e qualidade de vida para todos.
Também nós, que somos seus discípulos, não podemos sucumbir ante as pressões da lei, esquecendo o realmente importante: a pessoa, sua dignidade e o projeto do Pai; seu reino no meio da humanidade aflita, a resistência pacífica e a esperança de salvação e libertação humana.

Reflexão Apostólica:

Esta é a terceira vez, no evangelho de Lucas, que um fariseu faz um convite a Jesus. Ainda que Jesus tenha aceitado o convite de ir jantar na casa do fariseu, sem dúvida a atitude dos convidados não é amigável, pois eles simplesmente aceitaram o convite para ver o que Jesus fazia.

Esta narrativa de Lucas é mais uma dentre as inúmeras narrativas encontradas nos evangelhos, que destacam a reação e a perseguição dos chefes religiosos de Israel diante do comportamento libertador de Jesus.

A cena tem bastante semelhança com a cura no sábado, do homem da mão seca ou da mulher encurvada. Este homem e esta mulher simbolizam o povo imobilizado e encurvado pelo sistema opressor da Lei da sinagoga e do Templo.

Agora, o hidrópico representa os ilustres convivas do chefe fariseu, inchados de orgulho e satisfação por suas posições privilegiadas e pelo poder de sua doutrina. A cura do hidrópico significa o ato libertador de Jesus para com os submissos à ideologia doutrinal e legal.

O descaso para com a observância sabática é uma das práticas mais comuns de Jesus, o que causa a reação dos fundamentalistas observantes. Libertar os que estão sob jugo da ideologia opressora é uma opção prioritária de Jesus. Jesus age com uma coerência que desnorteia aqueles que, apegados ao poder, o rejeitam. Acabarão decidindo, então, que só resta o caminho da violência para eliminar Jesus.

Porém, Jesus se vai entregar em Sacrifício para ser nosso alimento: Tomai todos e comei. Tomais todos e bebei, isto é o meu corpo este é o meu sangue.  E tudo acontece e tem o seu final no dia da Ressurreição do Senhor, como nos diz são Paulo. Se Cristo não ressuscitou vá é nossa fé.

Assim sendo, a Eucaristia faz parte do domingo. Na manhã de Páscoa, primeiro as mulheres, depois os discípulos, tiveram a graça de ver o Senhor. Nesse momento, compreenderam que, doravante, o primeiro dia da semana, o domingo, seria o dia dele, o dia de Cristo. O dia do início da criação tornava-se o dia da renovação da criação. Criação e redenção caminham juntas.

É por isso que o domingo é tão importante. É belo que, nos nossos tempos, em tantas culturas, o domingo seja um dia livre ou, com o sábado, constitua mesmo o que se chama o fim-de-semana livre. Esse tempo livre, contudo, permanece vazio se Deus não estiver aí presente.

Às vezes, num primeiro momento, pode tornar-se talvez incomodo ter de prever também a Missa no programa do domingo. Mas, se a tal nos comprometermos, constataremos também que isso é precisamente o que dá a verdadeira razão ao tempo livre.

Não nos deixemos dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudemos também os outros a descobri-la. Porque a alegria de que precisamos emana dela, devemos certamente aprender a perceber, cada vez mais, a sua profundidade, devemos aprender a amá-la.

Comprometamo-nos nesse sentido porque isso vale a pena! Descubramos a profunda riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não fazemos a festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que nos prepara uma festa. 

Nesta passagem, Jesus nos ensina a sermos coerentes nas nossas ações e a não deixarmos para fazer depois o bem que podemos fazer hoje.
Desse modo, Ele nos dá exemplo de como permanecer firme nas horas em que precisamos enfrentar todos os olhares e críticas para tirar alguém da adversidade.
Quantas vezes nós deixamos de realizar alguma boa obra porque o dia não nos é conveniente ou porque as regras do mundo não nos permitem fazê-lo e temos receio de que nos critiquem!
Quanto medo nós temos hoje de ajudar a alguém porque podemos estar caindo em alguma emboscada! Nem sequer paramos para escutar as pessoas, quando estamos na Igreja, ou muito ocupados na nossa oração!
Mesmo já tendo descoberto o reino de Deus e de querermos servir ao Senhor, nós ainda damos muito crédito às normas dos homens e aos comentários das pessoas que observam as nossas ações.
Como vimos, Jesus não escolhia dia, hora nem lugar para envolver-se com aqueles que Dele se aproximavam, pelo contrário Ele até os procurava com o olhar e mesmo sem que o pedissem Ele os tocava e curava-os, ainda que fosse “dia de sábado”. O dia de sábado pode significar também algo que o mundo recrimina e proíbe.
O que mais preocupa a Deus não é a sua glória, seu culto, seu sábado ou seu Templo, mas a vida digna, sã e feliz dos seus filhos. Todos sabiam da teoria, da grande segurança e tranquilidade que a lei de Moises dava, por isso, nem todos se atreviam a aceitar as curas que Jesus realizava no sábado.
Quando Jesus pergunta aos mestres da Lei: “É permitido ou não fazer curas no dia de sábado?”, eles permanecem calados. Custa-nos muito colocar a amor aos necessitados como princípio supremo de atuação, mas sabemos também que sempre que ajudamos os que precisam estamos agindo na luz. Não existe tempo para ser bom e para fazer o bem.

Que o todo-poderoso nos dê um espírito de sensibilidade para os sofredores, que nada nos impeça de ajudar os que sofrem. Antes, que nós demonstremos por eles um amor eficaz.

Propósito:

Pai, predispõe-me a manifestar meu amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me dispensar desta obrigação urgente.

 


domingo, 27 de outubro de 2024

Evangelho do dia 31 outubro quinta feira 2024

 

31/10 – Santo Afonso Rodrigues

Afonso Rodrigues, natural de Segóvia, Espanha. Nascido em 25 de julho de 1532, pertencia a uma família pobre e profundamente cristã. Após viver uma sucessão de fatalidades pessoais, Afonso encontrou seu caminho na fé.

Tudo começou quando Afonso tinha dezesseis anos. Seu pai, um simples comerciante de tecidos, morreu de repente. Vendo a difícil situação de sua mãe, sozinha para sustentar os onze filhos, parou de estudar. Para manter a casa, passou a vender tecidos, aproveitando a clientela que seu pai deixara.

Em 1555, aconselhado por sua mãe, casou e teve dois filhos. Mas novamente a fatalidade fez-se presente no seu lar. Primeiro, foi a jovem esposa que adoeceu e logo morreu; em seguida, faleceram os dois filhos, um após o outro. Abatido pelas perdas, descuidou dos negócios, perdeu o pouco que tinha e, para piorar, ficou sem crédito.

Sem rumo, tentou voltar aos estudos, mas não se saiu bem nas provas e não pôde cursar a Faculdade de Valência.

Afonso entrou, então, numa profunda crise espiritual. Retirado na própria casa, rezou, meditou muito e resolveu dedicar sua vida completamente a serviço de Deus, servindo aos semelhantes. Ingressou como irmão leigo na Companhia de Jesus em 1571. E foi um noviciado de sucesso, pois foi enviado para trabalhar no colégio de formação de padres jesuítas em Palma, na ilha de Maiorca, onde encontrou a plena realização da vida e terminou seus dias.

No colégio, exerceu somente a simples e humilde função de porteiro, por quarenta e seis anos. Se materialmente não ocupava posição de destaque, espiritualmente era dos mais engrandecidos entre os irmãos. Recebera dons especiais e muitas manifestações místicas o cercavam, como visões, previsões, prodígios e cura.

E assim, apesar de porteiro, foi orientador espiritual de muitos religiosos e leigos, que buscavam sua sabedoria e conselho. Mas um se destacava. Era Pedro Claver, um dos maiores missionários da Ordem, que jamais abandonou os seus ensinamentos e também ganhou a santidade. Outro foi o missionário Jerônimo Moranto, martirizado no México, que seguiu, sempre, sua orientação.

Afonso sofreu de fortes dores físicas durante dois anos, antes de morrer em 31 de outubro de 1617, lá mesmo no colégio. Santo Afonso Rodrigues, canonizado a 15 de janeiro de 1888, juntamente com São João Berchmans, foi indicado como exemplo de tenra devoção mariana, expressa com a recitação diária do Rosário e do Ofício da Imaculada, devoção que frequentemente era recompensada com amáveis e extraordinárias intervenções de Nossa Senhora na vida deste grande místico espanhol. A sua festa litúrgica é comemorada no dia de sua morte.

Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!

 

31 outubro - Peçamos a Deus que nos torne santos, logo santos, com aquela santidade que Ele quer. (S 172). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 13,31-35

 "Naquele momento alguns fariseus chegaram perto de Jesus e disseram:

- Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo.
Jesus respondeu:
- Vão e digam para aquela raposa que eu mandei dizer o seguinte: "Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho."
E Jesus continuou:
- Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém.
- Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada. Eu afirmo que vocês não me verão mais, até chegar o tempo em que dirão: "Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor! “.”
  


Meditação:

A atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e ao mesmo tempo vai levá-lo à morte.

 Jesus caminhava firmemente para o desfecho final e os fariseus na sua ignorância, preveniam-no de que Herodes procurava matá-lo.

 Porém, Jesus continuava firme no Seu propósito de fazer a vontade do Pai e não estava preocupado com o que Herodes poderia fazer com Ele.
Por isso, afirmava que continuaria operando milagres até que seus dias chegassem ao fim. Ele caminhava para a morte e tinha consciência do que iria ter que enfrentar.
Ele sabia muito bem o que o esperava em Jerusalém, mas era para lá que Ele deveria caminhar. Jerusalém, a cidade santa, seria o palco dos acontecimentos.

Era lá que estava erguido o templo e, ao mesmo tempo seria lá que Jesus morreria e, depois de três dias, ressuscitaria.
Jerusalém é também, hoje, o nosso destino, é para a Jerusalém celeste que nós caminhamos. Jesus Cristo abriu o caminho para nós, não precisaremos ser flagelados nem crucificados porque Ele mesmo já o foi por nós, entretanto haveremos de caminhar com coragem para atravessarmos os vales sombrios da nossa vida.
Colocando na nossa vida prática nós podemos tirar como mensagem o exemplo e determinação de Jesus diante da missão a que Ele se propunha. Não temeu os homens, mas permaneceu fiel ao Pai.

Ele, como homem, tinha inteira liberdade para dar justificativas de afastar-se de Jerusalém porque o rei O queria matar.

No entanto, o Seu ideal de vida era justamente “beber o cálice” que Lhe estava destinado. E assim, permaneceu fiel aos Seus propósitos.

Jesus chorou diante das muralhas de Jerusalém lamentando a sua rebeldia e obstinação em não aceitá-Lo como Salvador. Chorou por aqueles que não O acolheram e previu para eles um tempo de abandono e dispersão.

Nós podemos também nos colocar no lugar de Jerusalém, isto é, do povo que não aceita a salvação de Jesus e não aproveita o tempo em que é visitado.

Muitas vezes rejeitamos a Deus, não caminhamos segundo a Sua Palavra, não seguimos os Seus ensinamentos e perdemos o precioso tempo que estamos vivendo aqui na terra.

Jesus também chora diante de nós e lamenta a nossa ignorância, mas, mesmo assim torce e espera que nós, no devido tempo, possamos ainda dizer de coração: “Bendito aquele que veio em nome do Senhor”.
Hoje, também, todos aqueles que não acolhem Jesus como Salvador e Senhor, como os judeus, vivem abandonados, sem templo, à espera daquele que ainda virá.

Você tem desistido de assumir a salvação em vista das dificuldades? Você tem coragem de enfrentar os “seus inimigos” como Jesus os enfrentou? Você tem medo de se entregar pela causa do Evangelho? Você é uma pessoa que caminha firme para a santidade mesmo sabendo que dificuldades o (a) esperam? - Você foge da realidade quando percebe algum indício de sofrimento?
Se Deus nos ama, se Deus está conosco, tudo mais será conseqüência. Paulo faz uma enumeração marcadamente retórica.

Sem dúvida, faz eco das expressões astrológicas empregadas em seu tempo e evoca uma série de forças que os antigos julgavam mais ou menos inimigas do homem, por isso as expressões não devem ser tomadas como uma descrição detalhada do mundo sobrenatural.

Paulo queria simplesmente ressaltar que não há nada capaz de nos separar de Cristo. Jesus, no evangelho nos mostra que não tem medo dos grandes do mundo. Caminha até Jerusalém para enfrentar a morte e assim cumprir o plano de Deus, já que sua mensagem também será rejeitada como a dos demais profetas.

O Templo será destruído, mas antes Jesus deverá fazer sua entrada triunfal em Jerusalém. Ternamente, Jesus mostra como cuidará e protegerá seu povo, como a galinha a seus pintinhos. O povo estava só, abandonado, rodeado de injustiça e opressão, de mentira e maldição; Ele, no entanto, os ensina e protege.
Hoje, o evangelho nos convida a agir com coerência. É precisão atenção para entender que Deus é parceiro e sempre

Reflexão Apostólica:

Por que é que as pessoas estão preferindo deixar de acreditar? Esta  pergunta até sugere que seja em Deus, mas vai muito além… Seria ação e reação?

Vemos jornais, revistas, internet; assistimos o avançar da violência e como reação nos trancamos em casa, suspeitamos de tudo e de todos e de “brinde” ganhamos os primeiros sinais depressivos, do pânico, do medo…

Vamos para o trabalho e tristemente nos deparamos com um trânsito que se esqueceu de ser defensivo e passou a ser ofensivo.

Pessoas que tem em seu poder uma arma de ataque chamada carro, ônibus, moto, (…); se tem a impressão que às vezes, saem de suas casas, trabalho, (…) pensando em descontar suas insatisfações (financeiras, familiares, sentimentais) no primeiro que lhe cruzar o caminho. Como reação surge uma nova forma de tratamento: a de trânsito.

Conheço pessoas que se transformam ao volante. Pessoas que pararam de acreditar e agora respondem violentamente a violência. Somos frutos de como respondemos ao mundo.

Ser cristão dentro da igreja é muito fácil

Por que será que paramos de acreditar? Questionamos o trabalho e a vida pessoal dos professores dos nossos filhos, pelo baixo rendimento de suas notas; não queremos acreditar na nossa culpa e nossa falta de tempo em ensiná-los, em cobrá-los, em cortar regalias, (…)

Ficamos depressivos então pelo fato de não conseguirmos encarar o que virá, pois não acreditamos mais que temos a competência para isso. Que nosso orgulho nos fez ser “diferentes” de nossos pais e agora não consigo segurar, pois tive medo de dizer não, não faça, não pode, não deixo, (…)

“(…) Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã”.

Nesse momento tão crucial é que sentimos a falta de ter uma espiritualidade madura; quando invejamos a fé daqueles que parecem compenetrados e impassíveis enquanto o mundo, para nós parece que esta sendo arrancado do chão.

Essa mesma frase de Jesus soa tão bem para aqueles que não perdoamos ou para àqueles que fui juiz, promotor, testemunha e jurado. Pessoas que não vivem porque não as deixamos viver.
Maridos e esposas que deixaram seus lares, mas não foram (e talvez nunca sejam) perdoados; pessoas que se arrependeram dos erros pediram para voltar, foram aceitos, mas nunca perdoados de fato; vizinhos que um dia foram quase irmãos e por uma panela emprestada, um carro novo invejado, por um emprego disputado, (…) a amizade e a fraternidade foram pro espaço; pessoas que ouviram o que não queriam; uma critica desmedida que não conseguem viver pela raiva (ou seria ódio) que guardam… Ruminam até hoje.

Novamente: “(…) Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã”.

Temos que enfrentar nossos medos e a nós mesmos de vez em quando. Precisamos combater como diz uma história popular, um lobo que insiste em viver dentro de nós e que se ainda tem força é porque o alimentamos.

Precisamos voltar a acreditar, parar de nos esconder; de alimentar o mal que habita em nós, seguir o nosso caminho e enfrentar nossa cruz por mais pesada que seja.

Propósito:

Pai, predispõe-me, pela força do teu Espírito, a acolher a salvação que teu Filho Jesus me oferece, fazendo-me digno deste dom supremo de tua bondade.



Evangelho 14 de novembro quinta feira 2024

  14/11 – São José Pignatelli   José Pignatelli nasceu em 1737 em Saragoza, do ramo espanhol de uma nobilíssima família do reino de Nápole...