02 junho – É preciso ser forte e afável, como São Francisco de
Sales. (S 174). São José Marello
At
19,1-8
Sl 68
Leitura do santo Evangelho segundo São João 16,29-33
"Então os seus discípulos disseram:
- Agora, sim, o senhor está falando claramente e não por meio de comparações. Sabemos agora que o senhor conhece tudo e não precisa que ninguém lhe faça perguntas. Por isso nós cremos que o senhor veio de Deus.
E Jesus respondeu:
- Então agora vocês crêem? Pois chegou a hora de vocês todos serem espalhados, cada um para a sua casa; e assim vão me deixar sozinho. Mas eu não estou só, pois o Pai está comigo. Eu digo isso para que, por estarem unidos comigo, vocês tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo."
Meditação:
O
contexto do evangelho de hoje continua a ser o ambiente da Última Ceia,
ambiente de fraternidade e de despedida, de tristeza e de expectativa, em que
se espelha a situação das comunidades da Ásia Menor no final do primeiro
século.
Para
poder entender bem os evangelhos, não podemos jamais esquecer que trazem as palavras
de Jesus como fossem gravadas num CD para transmiti-las literalmente. Os
evangelhos são escritos pastorais que buscam encarnar e atualizar as palavras
de Jesus nas novas situações em que se encontram as comunidades na segunda
metade do primeiro século na Galiléia (Mateus), na Grécia (Lucas), na Itália
(Marcos) e na Ásia Menor (João).
No
Evangelho de João, as palavras e as perguntas dos discípulos não são só dos
discípulos; de fato, são reveladoras também das perguntas e dos problemas das
comunidades. São o espelho em que as comunidades, seja aquelas daquele tempo,
como também aquelas de hoje, se reconhecem com suas tristezas e suas angústias,
com suas alegrias e esperanças. E encontram luz e força nas respostas de Jesus.
O
Evangelho de hoje diz que os discípulos ficaram bastante satisfeitos com a
forma clara e direta com a qual Jesus falava com eles, após a Ressurreição.
Devido
a sabedoria e clareza com a qual Jesus passou a se expressar, eles afirmaram
que agora acreditavam que Jesus veio da parte de Deus. Jesus ficou surpreso:
"...agora
vocês crêem?" É uma pena não termos como saber a entonação
dessa frase de Jesus... Mas depois dessa frase, Jesus pronuncia duas profecias e
uma palavra de incentivo:
PROFECIA
1:
"...
chegou a hora de vocês todos serem espalhados, cada um para a sua casa; e assim
vão me deixar sozinho." A notícia da Ressurreição precisava se
espalhar por todo o mundo, bem como os ensinamentos de Jesus sobre o amor e
sobre a misericórdia do Pai.
PROFECIA 2: "No mundo vocês vão
sofrer" Não vai ser fácil anunciar a Boa Nova e vivenciá-la,
num mundo cheio de malícia, corrupção e falta de amor... Jesus já avisou que
eles iriam sofrer, e chegariam a ter momentos de pensar em desistir... e é aí
que vem a PALAVRA DE INCENTIVO: " mas tenham coragem. Eu venci o mundo"
Quando fomos batizados, também recebemos a missão de sermos PROFETAS. Um
profeta é alguém que está à frente do seu tempo... Alguém que observa as
pessoas, os fatos, e consegue antever as situações. Mas não é apenas isso! O
profeta também prepara as pessoas para aquela situação que está para acontecer,
assim como Jesus preparou os seus discípulos, dizendo o que eles iriam
enfrentar, e dando palavras de ânimo e conforto.
Você também pode ser profeta. Aliás, você tem vocação para ser profeta desde
que foi batizado! Observe ao seu redor... na sua família, na sua rua, entre os
seus amigos, na sua escola, no seu trabalho, na sua igreja... Em cada lugar,
estão acontecendo conflitos que podem ser amenizados ou solucionados com as
suas palavras de ânimo e conforto. Não existe pessoa nesse mundo que não se
sinta reanimado e reconfortado quando você traz palavras bonitas, ou às vezes
até um simples sorriso...
"... eu não estou só, pois o Pai está comigo". Essa é uma grande
verdade: NUNCA ESTAMOS SÓS!
Realmente o mundo que vivemos cada vez mais nos apresenta a solidão, a
depressão, o medo. Se trabalharmos, temos que nos “acostumar” com a inveja, as
perseguições, os “puxões de tapete”. Se queremos crescer ou mudar o mundo ao
nosso redor e fugir na inércia, precisamos aprender a filtrar os novos
adjetivos que surgirão: como “arrogantes”, “prepotentes”, “exibicionistas” etc.
No trabalho social e comunitário NUNCA teremos sossego, mas
Talvez esse seja o grande conforto que precisamos ter ao levantar para um novo
dia. Nossas discussões comunitárias, no trabalho, na escola, devem nos
monitorar e nos fazer crescer. As posições contrárias devem existir para que eu
não cometa o pecado de acreditar que estou sempre certo e fazer sempre o que
quero e do jeito que quero.
Ao discutir e apresentar nossas opiniões deve culminar num consenso que seja
orientado pela razão. Não podem trazer problemas pessoais com eles, digo isso
que por vezes, no nosso dia-a-dia tomamos decisões motivadas ou carregadas de
sentimentos pessoais. Nossa humanidade às vezes se “desapega” do que Deus quer
ai temos algo que chamamos de INTERESSE ÚNICO E PESSOAL.
Agindo assim não desistimos da caminhada, mas passamos a lutar desamparados e
sozinhos somos mais susceptíveis as quedas e fracassos. “(…) Então agora vocês
crêem? Pois chegou a hora de vocês todos serem espalhados, cada um para a sua
casa; e assim vão me deixar sozinho”.
Lembro do testemunho de um amigo que era um grande palestrante. Conta ele que
certa vez foi tomado de tanto orgulho e soberba que se “dava ao luxo” de não se
preparar para uma condução ou pregação. Tinha muito conhecimento e era visível
o quanto Deus agia através de suas palavras.
Certa vez ao sair de casa para uma palestra foi surpreendido por um pombo que
defecou sobre ele sujando assim toda sua roupa. Naquele momento fez uma
profunda reflexão: que sua soberba não tinha poder algum sobre o mundo ao seu
redor.
O
que havia lhe acontecido talvez tenha lhe alertado da distância que estava do
que Deus realmente queria. Que apesar da sua profunda boa vontade, agia como
aquele jovem rico que um dia indagou a Jesus: “(…) Certo líder judeu perguntou a
Jesus: Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna? Jesus
respondeu: Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você
conhece os mandamentos: Não cometa adultério, não mate, não roube, não dê falso
testemunho contra ninguém, respeite o seu pai e a sua mãe. O homem respondeu:
Desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos. Quando Jesus ouviu
isso, disse: FALTA MAIS UMA COISA PARA VOCÊ FAZER. Venda tudo o que você tem, e
dê o dinheiro aos pobres, e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me
siga. Quando o homem ouviu isso, ficou muito triste, pois era riquíssimo”.
(Lucas 18, 18-23)
Para vencer as tramas desse mundo precisamos muito mais do que apenas de nós
mesmos. Se assim continuarmos a agir, em algum momento também seremos
perseguidos e apedrejados e lá sucumbiremos. “(…) Eu digo isso para que, por estarem
unidos comigo, vocês tenham paz”.
Somos ricos quando estamos presos ao tronco, como jabuticabas,
Dia 02
Saiba que,
embora o permita, Deus não quer o sofrimento de seus filhos.
Nos
Evangelhos, percebe-se com clareza a preocupação de Jesus com os sofredores.
Quando
presenciava a fome, a miséria, as doenças, a aflição e o padecimento do povo,
ficava comovido e repleto de compaixão.
Em seus ensinamentos,
ele explicou que o sofrimento pode ser enfrentado e superado.
Essa
atitude de Jesus pode ser aplicada à sua vida.
Jamais
esmoreça diante das dificuldades.
Nos
momentos mais difíceis, Deus carrega seus filhos no colo.
“Eu penso
que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que há de
ser revelada em nós”. (Rm 8,18).
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