11 - Aniversário da aprovação da Congregação pela Santa Sé (1909).
Peçamos com insistência àquele que, segundo os seus planos, dará incremento às obras de seus ministros. (L 29). São Jose Marello
"Então eles tornaram a pegar
pedras para matar Jesus. E ele disse: - Eu fiz diante de vocês muitas coisas
boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas vocês querem me matar?
Eles responderam: - Não é por causa de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo,
mas porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra Deus. Pois você, que é
apenas um ser humano, está se fazendo de Deus. Então Jesus afirmou: - Na Lei de
vocês está escrito que Deus disse: "Vocês são deuses." Sabemos que as
Escrituras Sagradas sempre dizem a verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou
de deuses aqueles que receberam a sua mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu
e me enviou ao mundo. Então por que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando
afirmo que sou Filho dele? Se não faço o que o meu Pai manda, não creiam
Meditação:
Estamos
próximos da Semana Santa, em que comemoraremos e atualizaremos a Paixão, Morte
e Ressurreição de Jesus.
Nos
capítulos
Desde
a quarta semana da Quaresma, os textos dos evangelhos diários são tirados
exclusivamente do Evangelho de João, dois capítulos que sublinham a tensão
dramática entre revelação progressiva, de um lado, que Jesus apresenta do
mistério do Pai que o preenche completamente, e do outro o fechamento
progressivo por parte dos judeus que se tornam cada vez mais impenetráveis à
mensagem de Jesus.
Ante o interrogatório oficial, Jesus define a si mesmo como Filho de Deus,
consagrado pelo Pai por meio do Espírito para uma missão salvadora.
Ele
cumpre a missão salvadora de Deus; por isso sua atividade é igual ao Pai. As
mãos de Jesus, que curam, levantam, perdoam, acariciam, são as do Pai, cujo
amor comunica vida ao ser humano. Jesus não ensina doutrinas sobre Deus, mas
mostra com gestos concretos quem é através de sua ação libertadora.
O
aspecto trágico deste fechamento é que é feito em nome da fidelidade a Deus.
Eles rejeitam Jesus em nome de Deus.
Esta
maneira que João tem de apresentar o conflito entre Jesus e as autoridades
religiosas não é só algo que aconteceu no passado.
É também um espelho que reflete o que acontece também hoje. Em nome de Deus,
algumas pessoas se transformam em bombas e matam outras pessoas.
Em
nome de Deus nós membros das três religiões do Deus de Abraão, judeus, cristãos
e muçulmanos, nos condenamos mutuamente, lutamos entre nós, ao longo da
história.
Entre nós o ecumenismo é difícil, e ao mesmo tempo necessário. Em nome de Deus
foram cometidos muitos erros e continuamos a cometê-los ainda hoje. A Quaresma
é um tempo importante para parar e se perguntar: que imagem de Deus mora em meu
ser?
Os judeus preparam pedras para matar Jesus e Jesus pergunta:"Eu fiz diante de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou
fazer. Por causa de qual delas vocês querem me matar? Eles responderam: - Não é
por causa de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso,
você está blasfemando contra Deus." Querem matar Jesus porque blasfema. A
lei ordenava apedrejar estas pessoas.
A Bíblia chama todos Filho de Deus. Eles querem matar Jesus porque afirma ser
Deus. Jesus responde citando a mesma lei de Deus: "Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: "Vocês são
deuses." Sabemos que as Escrituras Sagradas sempre dizem a verdade, e
sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua
mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu e me enviou ao mundo. Então por que
vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo que sou Filho dele?"
Estranhamente Jesus afirma: "na lei
de vocês".
Deveria ter afirmado: "na nossa lei". Por que fala deste modo? Aqui
aparece novamente a trágica divisão entre judeus e cristãos, irmãos, filhos do
mesmo pai Abraão, que se tornaram inimigos irremediáveis até ao ponto que os
cristãos afirmam "a lei de vocês", como se não fosse a nossa
lei.
Os
dirigentes judaicos respeitam Deus da boca para fora, mas na realidade são
opressores do povo. Há dois projetos opostos: o da vida e o da morte.
O
projeto do Deus-amor que produz vida e o dos dirigentes cuja atividade, o ódio,
produz morte. Jesus não tem outro certificado para mostrar que é Filho de Deus
além de suas obras.
Jesus fala novamente das obras que realiza e que são a revelação do Pai. "Se não faço o que o meu Pai manda, não creiam
"A essa altura tentaram novamente prendê-lo, mas Jesus escapou das mãos deles." Ninguém tirará sua vida antes que Ele tenha decidido livremente entregá-la.
Não
houve nenhum sinal de conversão. Eles continuam a dizer que Jesus blasfema e
insistem
A
morte dele já foi decidida, mas ainda não chegou sua hora. "Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o
lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. "
Aponta,
assim, a continuidade de sua missão com a missão de João. Ajuda as pessoas a
tomarem consciência da linha de ação de Deus na história. As pessoas reconhecem
em Jesus aquele que João tinha anunciado.
Os judeus condenam Jesus em nome de Deus, em nome da imagem que tem de Deus.
Condenei alguma vez alguém em nome de Deus e depois descobri que eu estava
errado? Jesus se problema "Filho de Deus". Quando professo no Creio
que Jesus é o Filho de Deus, qual é o conteúdo que dou a esta minha profissão
de fé?
Reflexão Apostólica:
A Igreja dá muita ênfase à missão evangelizadora do
cristão, à necessidade e obrigação que temos de levar a Palavra de Deus até
onde nos for possível.
O acolhimento da Palavra é essencial para desenvolvermos nossa fé. "Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua
mensagem."
O sinal efetivo de nossa fé se reflete nas obras que realizamos, que brotam
segundo os critérios divinos, nos identificando como criaturas semelhantes a Deus.
"Na Lei de vocês está escrito
que Deus disse: 'Vocês são deuses.' "
A verdadeira fé nos induz à disponibilidade a Deus, semelhante a de Maria na
Anunciação do Anjo, tornando-nos instrumentos para Sua ação junto aos nossos
irmãos.
Deus sempre age através dos homens, mas nós só teremos méritos quando nos
colocamos conscientemente disponíveis à sua ação.
Creio que, ao final de tudo, o que fazemos ou despendíamos em prol da
construção do Reino de Deus deve se resumir em fazer que outros creiam e também
conheçam a verdade que liberta.
Se isso for a síntese do que é ser um discípulo missionário devemos, portanto,
ter em mente que se fizermos o que for possível, sem medir esforços para que
aconteça, o Espírito Santo que habita em nós e que da testemunho que tudo isso
é verdade, se manifestará e fará assim resplandecer Deus de nós para o irmão.
Em outras palavras: Somente refletindo Jesus conseguiremos convencer da
verdade. “(…) Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o
lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. E muita gente ia
vê-lo, dizendo: – ‘João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre
Jesus é verdade’“.
Quando aceitamos o chamado trino (profeta, rei e sacerdote) em prol do irmão
estamos cientes que estaremos pondo nossa “cara à tapa” para os julgamentos,
acusações e também aos elogios das pessoas.
Também é um fato que passaremos a ser também tentados no limite das forças para
que também o reneguemos três vezes ou mais.
Teremos que enfrentar a nossa própria falta de fé, nossos
questionamentos e pouca confiança ao não perceber ou receber de volta os
testemunhos confirmando tudo o que aconteceu. Mas nada disso deve nos
esmorecer. Não é motivo para se perder a fé.
Toda essa fala inicial vem de encontro com a mensagem implícita no evangelho de
hoje. Jesus sendo Deus e mesmo declarando abertamente essa divindade é ameaçado
de apedrejamento. Se com Jesus isso foi possível, por que não acontecia o mesmo
conosco?
Vivemos hoje um tempo em que a falta de fé em alguns segmentos talvez seja
ainda maior que no tempo de Jesus. Vemos jovens cada vez mais distantes de Deus
e de suas famílias; cada vez mais pais temem exercer a paternidade ou a
maternidade responsável e em virtude disso e de outros fatores quantos se
voltam contra a igreja, contra a fé, contra Deus.
Deus, em sua infinita sabedoria, nos convida a fazer “propaganda” do seu amor
para que outros também ganhem a vida, mas essa missão como já falamos, só tem
efeito se a pedagogia do amor de Jesus conseguir MUDAR A NÓS MESMOS. Não dá pra
convencer ninguém se a própria pessoa não conseguir acreditar.
Equivocamo-nos quando nos apegamos aos milagres e curas como “cabos eleitorais”
de Deus, pois como o próprio texto narra, João Batista não operou milagres, mas
tudo que falou de Jesus convenceu que era verdade. Lembre-se que leprosos foram
curados e quantos voltaram?
Novamente enfatizo: Já que nossa missão é buscar quem se perdeu, ALGO
PRIMEIRAMENTE DEVE MUDAR
Cada um de nós, criado à imagem e semelhança de Deus, tem como sentido de vida
fazer obras e viver de acordo com esta condição de criaturas perfeitas, porém
seres humanos.
Errar é um direito que o homem tem pela sua própria condição frágil, e aceitar
esse erro é um dever, pois só Deus não erra.
Jesus foi o único Homem e também Deus. Ele não errou nunca, nunca pecou e nem
cometeu faltas, mas só Ele teve esta condição.
Precisamos ter consciência de que somos frágeis, fracos e que
podemos errar sim.
Assumir o próprio erro é a virtude da humildade. O orgulho de
achar que somos perfeitos e que não erramos nunca nos deixa cegos e, então,
tropeçamos e caímos.
Jesus, que é Deus, quando estava carregando o peso do orgulho da humanidade na
Cruz, caiu para não permitir que o último tropeço dos homens fosse eterno!
Neste momento, a queda de Deus Homem é transformada no único degrau para o
homem chegar a Deus.
Edifique, construa, cuide, agregue, projete, coordene, levante,
(…). Gestos concretos atraem mais que apenas palavras.
As boas obras decorrentes de nossa fé são elementos importantes de
evangelização, servindo de testemunho às nossas palavras, o que levou os contemporâneos
de Jesus a afirmarem convictamente: "João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus
é verdade."
Saiba
que o fato de investir no ter mais que no ser é uma tendência natural do ser humano.
Possuir
bens materiais é a meta principal de todos, objetivando a segurança no futuro.
Muitas
vezes, as pessoas prendem-se tanto à aparência externa, que até conseguem
ocultar suas limitações.
Lembre-se
de que o mais importante é viver o essencial.
Mais
que ter, é preciso ser.
“Mandaram
os seus discípulos, junto com alguns partidários de Herodes, para perguntar:
´Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus segundo a
verdade. Não te deixas influenciar por ninguém, pois não olhas a aparência das
pessoas´”. (Mt 22,16).
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