28 abril - O catecismo é o livro por excelência. Bem vulgar
seria quem o quisesse taxar de vulgaridade. Este livro revela com eficácia
admirável toda a utilidade da religião e faz de um garoto de dez anos um
pensador profundo, que possui todos os grandes princípios da verdadeira
filosofia e está à altura de discorrer a qualquer momento sobre a essência e os
atributos de Deus, falando sem confusão da Unidade e da Trindade, da geração e
da procedência das Pessoas Divinas, que conhece a gênese do mundo, a queda do
homem, a vinda do Restaurador, a necessidade da graça e os meios que a
difundem, o sacramento da reconciliação e a comunhão da oração. Sem dúvida
alguma, nenhum filósofo poderá encarar um menino cristão na exposição exata das
grandes verdades que constituem o patrimônio da nossa religião. (L 25). São
José Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João 3,1-8
"Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus e disse:
- Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.
Nicodemos perguntou:
- Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
Jesus disse:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito."
Meditação:
No
Evangelho de hoje, o diálogo com Nicodemos acontece durante a primeira visita
de Jesus a Jerusalém, depois da expulsão dos comerciantes do Templo.
Nicodemos
representa o grupo dos fariseus. Encontra-se com Jesus, furtivamente, à noite.
Reconhece que Deus está com Jesus, mas está apegado à expectativa do messias
glorioso.
Sua
formação legalista não lhe permite entender a mensagem de Jesus, em sua
linguagem simbólica. Não compreende o que é nascer do alto, nascer da água e do
Espírito. Em lugar da rigidez da Lei carnal, é o Espírito que a todos conduz.
A
ressurreição de Jesus suspende a ordem das coisas, o status quo vigente,
derrubando-o e fazendo renascer um novo ser humano e, por meio dele, nasce uma
nova ordem.
É
aqui o grande desafio para o cristão, porque é precisamente através de pessoas
abertas a esse influxo que opera a força renovadora da ressurreição.
É isto que é apontado no diálogo entre Jesus e Nicodemos. Se não há disposição
pessoal para permitir essa força renovadora, e se não há interesse em
colocar-se ao serviço dessa re-criação, o acontecimento da Ressurreição não tem
efeitos concretos.
É
muito significativa a colocação do evangelista: “É noite”, e também a qualidade
da personagem: é um personagem principal de Israel; ao longo do diálogo, Jesus
afirma “você é mestre de Israel...”.
No evangelho de João a noite é símbolo de escuridão. Nicodemos, ainda que
Mestre, não vê com clareza o caminho e por isso recorre a Jesus; ele está
convencido de que Jesus pode iluminar seu caminho, pois “se não viesse da parte
de Deus, não poderia ensinar nem fazer semelhantes sinais."
Os
sinais feitos por Jesus despertaram a fé
Reconhecer
as obras de Jesus não é suficiente para compreender plenamente o sentido de sua
missão; faz falta o algo a mais, o “nascer de novo”.
Quando
Jesus fala de um novo nascimento desde “cima”, refere-se a mudar por completo a
mentalidade comum de compreender a Deus e aos seres humanos, é preciso assumir
uma nova mentalidade, novos comportamentos e novas atitudes que permitam
entender e vivenciar a lógica do Reino de Deus.
A
ação do Espírito e a eficácia do batismo possibilitam ao homem e à mulher
abrir-se plenamente ao mistério de Deus e comprometer-se com seu projeto. Somos
conscientes da missão que assumimos por meio do sacramento do batismo?
Nada mais cabível para quem caminha para Pentecostes: Ser novo,
nascer de novo!
Ser novo ou nascer de novo é se empenhar em atitudes e gestos
novos; é buscar um coração renovado; é traçar metas e tempos para abandonar os
hábitos antigos; é parar de só falar e fazer; parar de prometer e escrever o
que pretende fazer; é antes de tudo rezar para que tudo caminhe sob a batuta de
Deus.
Não sei porque, mas lembrei-me agora do Felippe (da Sofia),
da minha Equipe 2, com suas excelentes reflexões, pragmáticas e cheias de
espiritualidade. Acho que é porque esta reflexão está um pouco
"musical".
Voltando ao assunto, diríamos que a vida é como uma composição
musical: Fazemos a letra, mas é a vida que toca! Escrevemos cada linha, cada
frase, cada verso, mas depois de pronta, somos reflexos do que escrevemos ou
fazemos.
Quem põe o ritmo é a motivação do Espírito Santo dentro de cada um
de nós. Um Espírito nono é inquieto. (…) O vento sopra onde quer, e ouve-se o
barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A
mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito
Uma nova melodia só poderá surgir de uma nova letra, de um novo verso, (…). Trocar
algumas notas muda apenas a forma de se cantar, mas não altera em nada a letra
da canção. Para mudar é preciso reescrever a letra que a vida cantará.
“(…) Ninguém põe um remendo
de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão
ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário,
os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém,
o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam
“. (Mt 9,16-17)
Talvez os grandes erros que cometemos serão versos que não conseguiremos apagar
da nossa mente, mas também NÃO DEVERÃO SER O REFRÃO DA NOSSA MÚSICA.
Como mecanismo de defesa temos mania de relembrar o refrão (erros) dos outros.
O entanto, repetir toda hora o refrão é hábito de quem só olha os defeitos dos
outros, dos invejosos, dos medíocres… todos têm coisas boas a serem exploradas
na letra de sua canção, mas não conseguem crescer sufocadas pelos refrões.
Lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu programa
direção espiritual. Contava ele que uma tribo africana que conheceu compõe uma
canção para cada pessoa que nasce.
Cada um tem sua própria canção. Nos momentos marcantes da vida
dessa pessoa essa música é cantada por seus parentes e amigos.
O que me chamou atenção foi o fato relatado que quando alguém se desvia na
conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro de uma grande roda, onde
cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é e também a alegria do seu
nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade, ressignificando o seu
passado.
Ser novo também carece que deixemos que os outros também tenham a oportunidade
de mudar a letra da sua canção a qualquer momento.
Como cristãos devemos fazer o possível para que isso aconteça, ou seja, criar
situações favoráveis e agradáveis para que isso ocorra. Dar oportunidade ao
novo, trazer pessoas novas, convidar novos integrantes, chamar pessoas a
dividir a responsabilidade…
Ser novo é ser querigmático, é encantar, é promover… ser velho é ter apego a um
lugar, uma postura, a um cargo. Ser novo é não ter medo de sentar novamente no
banco e receber as graças, é avançar, é sonhar…
Para sermos por completos novos devemos cooperar para que outros também sejam.
Somos uma tribo que não canta a canção dos outros. Vamos mudar esse paradigma.
Não é difícil pois, até a minha Equipe 2 aprendeu a cantar
divinamente o Magnificat de Battmann.
Como
é bom e saudável viver com entusiasmo e alegria em busca de um sonho.
Para
que isso ocorra, é fundamental caminhar na direção de seus objetivos sem
desanimar; dedicar-se totalmente
a
tudo o que faz; cultivar o bom humor e a generosidade; praticar exercícios
físicos e manter uma alimentação
sadia
e equilibrada.
Assim,
você viverá melhor o presente.
Só
quem ousa cria e tenta novas coisas.
“Pensai, pois, naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores para que não vos deixeis abater pelo desânimo”. (Hb 12,3).
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