26 – Numa espantosa variedade de modos se
destrói o Reino de Deus. Esforcemo-nos para fazer em toda parte o nosso
trabalho de restauração com o auxílio do Céu. (L 76). SÃO JOSE MARELLO
Marcos 16,9-15
"Jesus ressuscitou no
domingo bem cedo e apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem havia expulsado
sete demônios. Ela foi contar isso aos companheiros de Jesus, pois eles estavam
tristes e chorando. Quando a ouviram dizer que Jesus estava vivo e que tinha
aparecido a ela, eles não acreditaram. Depois disso Jesus se apresentou com
outra aparência a dois discípulos que iam caminhando para o campo. Eles
voltaram e foram contar isso aos outros discípulos, e estes não acreditaram no
que os dois disseram.
Por último Jesus apareceu
aos onze discípulos enquanto eles estavam à mesa, comendo. Ele os repreendeu
por não terem fé e por teimarem em não acreditar no que haviam contado os que o
tinham visto ressuscitado. Então ele disse:
- Vão pelo mundo inteiro e
anunciem o evangelho a todas as pessoas."
Se
analisarmos os textos bíblicos que lemos nessa semana, em seu conjunto, podemos
concluir que a FÉ é o elemento fundamental que nos permite compreender e
vivenciar ao máximo o mistério da ressurreição.
O elemento essencial se torna mais evidente no relato que lemos neste dia.
Marcos faz referência, de maneira sintética, a três momentos chaves nos quais
Jesus ressuscitado se faz presente em meio a comunidade dos discípulos.
Nas três aparições encontramos atitudes que expressam o rechaço ao seguimento
radical do mestre por parte dos discípulos, pois estão submersos na dor, no
abatimento, na frustração e tristeza.
A mensagem anunciada pelas testemunhas da ressurreição é recebida com
incredulidade, afastando-se assim a fé e caindo no “anti-seguimento”. Parece como
se a morte fosse a última explicação do projeto libertador iniciado por Jesus.
Entretanto, Jesus repreende tais atitudes e convida seus discípulos a crer, já
que é única maneira de compreender e se integrar no projeto divino do Pai. É
importante perguntarmos hoje se nossa fé realmente nos motiva a construir uma
comunidade alternativa, afastada do egoísmo e da morte
Este trecho difere muito do livro até aqui; por isso é considerado obra de
outro autor. Um final acrescentado ao Evangelho de Marcos nos resume as
aparições a Maria Madalena e aos discípulos de Emaús.
Parece que se inspiraram no último capítulo de Mateus (28,18-20) em Lucas
(24,10-53), e em João (20,11-23) e no início do livro dos Atos dos Apóstolos
(1,4-14)
Os cristãos da primeira geração provavelmente quiseram completar o livro de
Marcos com um resumo das aparições de Jesus e uma apresentação global da missão
da Igreja.
Embora seja acréscimo de retalhos tomados de outros escritos do Novo
Testamento, o trecho conserva o pensamento de marcos, isto é: os discípulos
devem continuar a ação de Jesus.
O final do Evangelho de Marcos conclui dizendo que “as mulheres não disseram
nada a ninguém porque tiveram medo” procedem às comunidades primitivas,
surpreendentemente que muito pronto se acrescentou ao texto original dois
apêndices – um longo e outro breve – inspirado no texto dos demais
evangelistas.
Na primeira cena do Evangelho de hoje, os discípulos não dão credito as
palavras de Maria Madalena “Estavam cheios de dor e chorando” e o pranto, a dor
os impede de acreditar que a morte de Jesus, não acabara com sua vida, como
testemunho Maria Madalena. Tampouco crêem no relato dos discípulos de Emaús.
Tem que ser o próprio Jesus, que se apresenta para repreender suas
incredulidades e suas teimosias em não crer aos que o haviam visto ressuscitar.
Supõe-se que depois deste encontro, acreditaram.
Disto surge à ordem de Jesus, de anunciar a boa noticia para toda a humanidade.
Uma boa noticia que hoje esperam milhões de cidadãos deste mundo abocanhados
pela morte, condenados pela marginalização, sepultando no pranto e na dor da
fome, da miséria e das condições sub-humanas de vida.
A eles – espalhados por todo o mundo – mas concentrados em partes do mundo. A
eles que Jesus nos envia hoje para anuncia que é possível à outra vida a outro
mundo, onde a morte não é o senhor do ser humano.
A
dimensão pessoal e a dimensão comunitária da Evangelização nos trazem uma
concepção muitas vezes esquecida: somos apóstolos porque fomos e somos enviados
ao anúncio, mas não deixaremos de ser discípulos, alunos, pela própria fé
pascal que não encerra na cruz sua missão evangelizadora.
Preguemo-nos na cruz de Cristo sim, porém revestimo-nos de sua ressurreição e
tal sacrifício (o nosso, que tolamente pensamos fazer) não passará de uma graça
concedida na difícil tarefa de aprender.
Reflexão Apostólica:
Como foi difícil para os discípulos o amadurecimento
na fé! Maria Madalena deu testemunho da Ressurreição aos discípulos. Mas, o
preconceito ao testemunho de uma mulher não os convenceu. Permaneceram na
incredulidade.
Assim foi e sempre será: não é fácil acreditar no que alguém viu, sem antes
também não ter visto. Maria Madalena anunciou a ressurreição de Jesus a Pedro e
João, eles não acreditaram.
Os discípulos de Emaús também saíram anunciando o encontro que tiveram com
Cristo, mas os outros não lhes deram crédito.
Somente quando Jesus apareceu aos onze e os repreendeu por causa da sua falta
de fé e pela dureza de coração foi que eles puderam acolher o mandato de Jesus:
“Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda a criatura!”
Qualquer um de nós poderá ter esse encontro com Jesus ressuscitado e, crendo,
assumir o papel de anunciadores do Evangelho, porque a fé abre os nossos olhos
e ouvidos para enxergarmos e ouvirmos a Jesus que está muito perto de nós e
assim também podemos ser anunciadores da Boa Nova.
Se você ainda não teve esta experiência forte com Jesus ressuscitado abra o seu
coração com o propósito de acreditar que Ele está vivo, muito perto de você e
que assim como aconteceu com outros poderá também acontecer com você.
Faça hoje a sua profissão de Fé no Cristo morto e ressuscitado. Reze com muita
atenção o Creio
Ontem eles e hoje nós, temos que proclamar que seu caminho foi um caminho de
vida, ainda que tivessem que passar pela morte. Sabemos disso pela prática de
cada dia.
Propósito: Testemunhar e viver a fé com a convicção de que Jesus está vivo e convive comigo, conosco, em meu quotidiano.
Dia 26
Cada
ser humano é único.
Nessa
unicidade, todos se sentem solitários.
No
entanto, é importante avaliar se deixa sua solicitude se tornar solidão ou se
permite que a solidão se instale em sua vida.
Este
sentimento faz que as pessoas se agarrem umas às outras com desespero.
Em
contrapartida, a solicitude permite que os demais sejam considerados em sua
originalidade pois cada pessoa tem em seu interior uma parte íntima, secreta,
que precisa ser respeitada.
Quando
faz escolhas sábias, você encontra a solicitude em seu coração, onde cresce o
amor, jamais a solidão.
“Não se perturbe o vosso coração!
Credes
em Deus, crede também em mim”. (Jo 14,1)
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