segunda-feira, 28 de abril de 2025

Evangelho do dia 02 maio sexta feira 2025

 

02 maio - Voltemos neste mês à escola de Maria, nossa Mestra piedosa e guia segura para o Céu. (S 232). São José Marello

 


João 6,1-15

 "Depois disso, Jesus atravessou o lago da Galiléia, que também é chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha feito, curando os doentes. Ele subiu um monte e sentou-se ali com os seus discípulos. A Páscoa, a festa principal dos judeus, estava perto. Jesus olhou em volta de si e viu que uma grande multidão estava chegando perto dele. Então disse a Filipe:

- Onde vamos comprar comida para toda esta gente?
Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para ver qual seria a resposta de Filipe. Filipe respondeu assim:
- Para cada pessoa poder receber um pouco de pão, nós precisaríamos gastar mais de duzentas moedas de prata.
Então um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: - Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente? Jesus disse: - Digam a todos que se sentem no chão.
Então todos se sentaram. (Havia muita grama naquele lugar.) Estavam ali quase cinco mil homens. Em seguida Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos; e fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. Quando já estavam satisfeitos, ele disse aos discípulos: - Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada. Eles ajuntaram os pedaços e encheram doze cestos com o que sobrou dos cinco pães.
Os que viram esse milagre de Jesus disseram: - De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo!
Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte.
"

Meditação:

Por meio do “sinal” da multiplicação dos pães se evidencia o sistema econômico que rege a comunidade judaica, caracterizada especialmente pelo binômio “compra-venda”, onde “comprar” significa obter o bem necessário para a vida, em troca de dinheiro.
Esse sistema cria uma forte dependência, já que a vida, expressa no alimento, não está diretamente ao alcance do ser humano, mas é mediada por certos indivíduos que tomaram o poder.
Jesus não assume esta estrutura econômica e, como resposta à necessidade que se apresenta, ensina seus discípulos uma maneira nova de se relacionar com os bens que possuem.

Felipe simboliza a impotência dos pobres, pois nem com meio ano de jornada se poderia alimentar tanta gente. André apresenta a Jesus uma alternativa diferente do comprar, mas se da conta de que, ainda que tenha um garoto disposto a compartilhar o que tem, não é suficiente para mudar a realidade; o sistema é mais forte e é quase impossível não depender dele.
Entretanto, o milagre começa quando se compartilha o pouco que se tem, quando compreendemos que os bens que possuímos não nos pertencem, mas que são dons recebidos de Deus e, portanto, devem ser compartilhados com toda a humanidade.
Começa hoje a leitura do Capítulo 6º de João que apresenta dois sinais ou milagres: a multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) e o caminhar sobre as águas (Jo 6,16-21). Em seguida menciona-se o longo discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-71). João insere o fato perto da festa da Páscoa (Jo 6,4).

O enfoque é o confronto entre a antiga Páscoa do Êxodo e a nova Páscoa que acontece em Jesus. O diálogo sobre o pão da vida esclarecerá a nova páscoa que acontece em Jesus.
Na antiga páscoa, a multidão atravessa o Mar Vermelho. Na nova páscoa, Jesus atravessa o Mar da Galiléia. Uma grande multidão seguiu Moisés. Uma grande multidão segue Jesus neste novo êxodo.
No primeiro êxodo, Moisés sobe a Montanha. Jesus, o novo Moisés, também ele sobe a montanha. A multidão seguia Moisés que realiza grandes sinais. A multidão segue Jesus porque tinha visto os sinais que realizava a favor dos doentes.
Vendo a multidão, Jesus aponta aos discípulos a fome das pessoas e pede a Filipe: "Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?" No primeiro êxodo, Moisés tinha conseguido alimento para o povo faminto. Jesus, o novo Moisés, vai fazer a mesma coisa.
Filipe, em lugar de ver a situação à luz da Escritura, olhava com os olhos do sistema e respondeu: "Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um!"
Uma moeda era o salário mínimo de um dia. Felipe percebe o problema e reconhece sua total incapacidade em resolvê-lo. Lamenta o fato, mas não apresenta nenhuma solução.
 André, em lugar de se lamentar, tenta uma solução. Encontra um garoto com cinco pães e dois peixes: cinco pães de cevada e dois peixes eram a alimentação diária de um pobre.
O garoto entrega sua alimentação diária! Ele poderia ter dito: "Cinco pães e dois peixes, mas o que é isto aqui diante de tanta gente? Não vai servir para nada! Vamos dividir isso aqui entre nós, entre duas ou três pessoas!". No entanto, tem a coragem de entregar os cinco pães e os dois peixes para alimentar 5.000 pessoas (Jo 6,10)!
Quem age assim, ou é louco ou tem muita fé, acreditando que por amor a Jesus, todos se dispõem a partilhar seu alimento como fez o garoto! • João 6,10-11: A multiplicação.
Jesus pede ao povo se sentar no chão. Depois multiplica o alimento, a comida do pobre. Afirma o texto: "Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes". Com esta frase, escrita por volta do ano 100 d.C., João lembra o gesto da Última Ceia (1Cor 11,23-24).

A Eucaristia, quando é celebrada como se deve, levará as pessoas a partilhar como levou o garoto a entregar seu alimento diário para ser partilhado.
O número doze lembra a totalidade do povo com as suas doze tribos. João não informa se sobraram também peixes. Ele estava interessado em focalizar o pão como símbolo da Eucaristia.
O evangelho de João não traz a descrição da Ceia Eucarística, porém, descreve a multiplicação dos pães, símbolo daquilo que deve acontecer nas comunidades através da celebração da Ceia Eucarística. Se entre os povos cristãos existisse verdadeira partilha, haveria alimento suficiente e sobrariam doze cestos para mais pessoas ainda!
As pessoas interpretam o gesto de Jesus dizendo: "Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo!" A intuição do povo é correta. Jesus, de fato, é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19).
Esta intuição tinha sido manipulada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e dominador. Por isto, vendo o sinal, o povo proclama Jesus Messias e queria proclamá-lo rei!

Jesus percebendo o que podia acontecer, retirou-se sozinho na montanha. Não aceita esta maneira de ser messias e espera o momento oportuno para ajudar as pessoas a darem um passo adiante.
Diante do problema da fome no mundo, você age como Filipe, como André ou como o garoto? O povo queria um messias que fosse um rei forte e poderoso. Hoje, muitos correm atrás de líderes populistas. O que nos diz o evangelho de hoje sobre isso?

Reflexão Apostólica:

  Unanimemente os evangelistas sublinham que depois de todos se saciarem do pão partido e compartilhado, encheram várias cestas com o que sobrou.

A proposta de Jesus, o sinal que acaba de realizar, é sumamente claro: a sociedade do momento, as estruturas que a sustentam, são tão injustas e desiguais que muitíssima gente padece pela fome e outras necessidades.
Pois bem, o sinal dos pães aponta que alimento há para todos e ainda sobra. Este é o motivo pelo qual o povo pensa imediatamente em proclamar Jesus como rei; mas isso não é o que Jesus busca.

Seria conveniente analisar até que ponto o cristianismo atual é chamado a defender esta proposta de Jesus como a saída efetiva e pronta às continuas crises econômicas, mas, sobretudo aos problemas de alimentação, moradia e outras dificuldades pelas quais atravessa grande parte da humanidade.
É hora de abandonar a interpretação tradicional espiritualista da passagem da multiplicação dos pães. Aqui há uma proposta de um ser humano novo e de uma sociedade concreta recriada.
Fechando assim todo o pensamento sobre as consequências do nosso livre arbítrio na comunidade chegamos a diversas reflexões:

Fechar-se somente na Equipe, no Grupo ou na sua Pastoral precisa ser revisto. A identidade cristã está também em buscar quem se perdeu ou se afastou. Não posso ficar a esperar que nos procurem;

A salvação não está condicionada a aquela ou esta Pastoral, Movimento ou Serviço da Igreja. Ela está condicionada ao entendimento do que é mais importante para Deus e no seu projeto salvíficos;

Todo trabalho pastoral precisa de pessoas empolgadas e bem resolvidas. As comunidades precisam de operários e de lideranças que formem novas lideranças. Irmãos que ainda não olham a seu redor, ainda não têm maturidade para liderar, pois convém que "Cristo cresça e que eu desapareça";

Nossa preguiça e nossa irresponsabilidade social nos privam de assumir o chamado individual que Deus nos faz de sermos semeadores da mensagem a toda criatura: "Vai, e também tu, faze o mesmo".

E o evangelho de hoje? Como ele finaliza esse pensamento?
Preciso notar que Jesus usa o que tem em mãos, os que estão ao seu redor. Em meio às dúvidas e questionamentos de Felipe, Jesus torna o pouco de um pequeno garoto em muito para atender a muitos.

Esperamos de Deus que surjam em nossas Comunidades lideres, possuidores de currículos invejáveis... "ela (e) até já foi Responsável...", e esquecemos, até, que a função foi exercida em casal. Deixamos, assim, de ver o "pouco", mas fiel, que cresce e vive em nosso redor.
Jesus não mandou ninguém comprar nada, pois ali mesmo tinha alguém que podia ajudar com que possuía. Reclamamos (e como reclamamos) da falta de pessoas para proclamarem as leituras nas Missas, que são sempre as mesmas, e blá, blá, blá, (…), mas não vamos atrás da Pastoral da Catequese, da Crisma, onde existem muitos que esperam uma pequena oportunidade… E as Pastorais: Familiar, Carcerária, Esperança, Dízimo, Saúde... será que o seu público alvo também não é formado de pequeninos?

Jesus promove pequenas habilidades e singelos dons em grandes ministérios de serviço. Deus chama, mas por vezes não damos a devida oportunidade e crédito aos escolhidos.
E quanto a nós? Aonde entra o nosso livre arbítrio, nossa vontade? Estamos, muitas vezes, agarrados ao orgulho.
Se é mentira, por que não chamamos as pessoas? Por que não convidamos? Por que nos fechamos, fazemos “panelinhas” em nossas Comunidades? Por que não convencemos como antes? Por que segregamos?
O começo pode ser difícil, mas por que não OUSAR? Por que não mudar? Escolhemos demais com os nossos critérios. As pessoas têm necessidades de Deus que nosso orgulho não nos deixa ver e uma dessas necessidades é a de servir, ser útil. O serviço pastoral precisa de gente empolgada e Deus não cansa de trazê-los para Ele e nós... afugentá-los.

Propósito: Ter um olhar de fé, para os outros, para as pessoas que encontrar no dia de hoje.

 Dia 02

Você já se deparou com alguma situação em que foi injustamente caluniado e acusado por algo que não fez?

Após o nervosismo inicial, pare e perceba que, quanto mais dá atenção a isso, mais vai ao encontro dos objetivos do acusador.

Nesse momento, a melhor atitude a ser tomada é perdoar.

Embora fosse caluniado, e injuriado.

Jesus perdoou seus algozes, dizendo: “Pai, perdoa-lhes. Eles não sabem o que fazem! (Lc 23,34)

Por isso, espelhe-se no exemplo de Jesus e desculpe as faltas alheias.

Para a maioria das pessoas, é mais fácil ver o erro no próximo que nelas mesmas.

“Tudo, portanto, quanto desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles. Isto é a Lei e os Profetas”. (Mt 7,12).



EVANGELHO DO DIA 01 MAIO QUINTA FEIRA 2025 - SÃO JOSÉ OPERARIO

 


01 maio - Festa de São José Trabalhador.

As atividades intelectuais e aquelas manuais sejam equilibradas como dois meios que conduzem ao único fim: o serviço de Deus na imitação de São José. (L 207).   São Jose Marello

 


Mateus 13,54-58

"Quando Jesus acabou de contar essas parábolas, saiu dali e voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa.
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.
"

 Meditação: 

Os conterrâneos de Jesus O tinham visto partir como filho de carpinteiro, e agora O reencontram como Mestre, rodeado de discípulos.

É uma novidade que interpretam somente como vantagem social. Isso os impede de acolherem a Palavra de Deus e a explicação das Escrituras e a Sua revelação como o Ungido de Deus.

Vista a posição de Jesus neste prisma cria neles a impressão de que Jesus partiria acabando por deixá-los outra vez na sua pobreza.

É que no tempo de Jesus o judaísmo tinha suas esperanças na vinda de um messias que restauraria o antigo império de Davi, glorioso, segundo dizia a tradição.

 Estas esperanças tinham suas raízes na teologia de poder elaborada na corte dos descendentes de Davi. Visavam recuperar seu poder e seus privilégios.

 Na realidade, a realeza, consolidada, por Davi distorceu o ideal de igualdade e partilha característico da tradição de Moisés.

O projeto de Deus não é o de consolidar as estruturas de realeza e poder. O projeto de Deus é resgatar e promover a vida entre os pobres e excluídos, criando laços pessoais e sociais de fraternidade e partilha.

Este projeto nasce no meio do povo. Nasce em uma insignificante cidade da Galiléia, na casa de um simples carpinteiro, José. Este projeto nasce com a proclamação de seu filho Jesus de Nazaré.

Jesus reconhecidamente tem sabedoria e energia de comunicação. Mas sua origem humilde choca as pessoas submetidas à ideologia de poder do judaísmo.

 Rejeitado por aqueles seduzidos pelo poder, Jesus encontra acolhida entre os pobres e pequeninos que lutam para se verem livres da humilhação, da escravidão, das injustiças sociais, das drogas, da prostituição, da luxuria, da criminalidade, da violência e de todo tipo de pecado. Mas isso, não se faz sem trabalho.

É preciso passar pela escola da humildade, da simplicidade, da força de vontade. E a melhor escolinha é aquela de José, na insignificante cidade de Nazaré.

 Somos convidados a olhar para José, homem justo, que tirava de seu trabalho na carpintaria o sustento honesto de sua vida.

Lançando nosso olhar para os nossos dias notamos uma grande distância dos homens entre si. Por causa do avanço da ciência e da técnica.

A técnica traz seus benefícios, mas às vezes não só substitui o trabalhador, mas até o escraviza ou pior ainda o neutraliza.

Para o mundo digital, quem não se desenvolve no manejo da ciência e da técnica é excluído. A pessoa passa para segundo plano porque as relações que marcam o mundo do mercado do trabalho são as da produção, do aumento do lucro, e não a vida e a dignidade da pessoa.
Na última parte do texto de hoje, Jesus nos dá um puxão de orelha. Porque muitas vezes fechamos os nossos ouvidos para acolher o conselho, a advertência e o ensino daqueles que não nossos parentes, familiares, vizinhos ou conhecidos.

Por outro, encoraja-nos a não desistirmos na nossa missão de anunciar o reino de Deus seja a que custo for. Jesus nos ensina que a tarefa é dura, sobretudo quando se trata de evangelizar a partir de dentro de casa.

Para Jesus também não foi fácil ser profeta na sua casa, na sua família. As pessoas duvidavam dele, não queriam acreditar no Seu poder e por isso mesmo Ele não fez ali muitos milagres.
Jesus é Aquele irmão que Deus nosso Pai nos enviou para nos mostrar o caminho que nos leva para o Céu. E então, precisamos estar atentos para acolher as pessoas que dentro da nossa casa nos abrem os olhos e são instrumentos de Deus para nossa conversão. Ouvidos atentos e coração aberto, porque o Senhor fala por meio de quem nós nunca nem esperávamos que falasse.

 Muitas vezes Deus nos manda Seus emissários que nos aconselham com palavras de sabedoria que Ele próprio sugeriu para nós. Porém, por ser essa pessoa, simplesmente alguém que é muito conhecido nosso, nós desprezamos as recomendações de Deus.

 Nesse caso, os milagres também não acontecem na nossa vida, e muitos problemas nunca serão solucionados por causa da nossa impertinência.
Abertos ao convite da conversão, do arrependimento e da acolhida ao Reino dos Céu, sejamos corajosos no anúncio do Evangelho a começar pelos nossos.

 Reflexão Apostólica:

Talvez essa seja uma das grandes verdades a serem superadas por nós: Será que Deus está falando através do meu irmão, mas eu insisto em por barreiras para escutar? O quanto consigo perceber que a dificuldade de ver ou ouvir está em mim e não naquele que me aconselha? O quanto estamos abertos para ouvir um conselho?
Uma verdade é certa, ainda temos profunda dificuldade em reconhecer nossos próprios erros e talvez seja essa a dificuldade ou barreira mais colocada, porém a menos vista para se ouvir. Em contrapartida, temos uma habilidade tremenda de procurar um culpado, uma “conspiração”, uma segunda intenção na fala das pessoas.
“A fome e a vontade de comer” num mesmo momento: Não querer ouvir associado aos pré-julgamentos que fazemos daquele que nos exorta.

Além dos fatos já narrados, Jesus era oriundo de uma cidade, uma região, um povo simples…; num tempo onde o povo se acostumou (ou foi obrigado a se acostumar) a ver a verdade vir apenas dos sábios e doutores da lei que advinham de uma classe social acima, de um povo nobre, estudado, (…). Jesus rompia assim mais um paradigma sócio-cultural.

Onde estão os profetas? Por que se calaram? Calaram-se ou, como antes, não são ouvidos?

Partindo desse ponto…
Chamo muita atenção daqueles que se encantam ao ver ou ouvir falar da oração em línguas. Um gesto ou dom muito comum nos grupos da renovação carismática, mas que precisaria ser olhado sob outra ótica. A oração em línguas mais que uma manifestação é TALVEZ a comprovação de muita gente naquele lugar esta sem fé e que precisa “ver para crer”. Precisamos mais de profecias do que línguas, mas pra isso precisamos ter fé.

 (…) Assim, AS LÍNGUAS SÃO SINAL, não para os fiéis, mas PARA OS INFIÉIS; enquanto as PROFECIAS SÃO UM SINAL, não para os infiéis, MAS PARA OS FIÉIS. Se, pois, numa assembléia da igreja inteira todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos? Se, porém, todos profetizarem, e entrar ali um infiel ou um homem simples, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração tornam-se manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente entre vós“. (I Co 14,22-25)

A condição nunca foi o estudo, o posto, a idade e sim fé. Se milagres não acontecem, um dos motivos é a nossa falta de fé. Repito, onde estão os profetas?
Estão na RCC, nas Pastorais, nos Vicentinos, no Cursilho, no ECC, nas ENS, no CRISTMA, no Decolores, na PJ, em meio aos catequistas, espalhados por todas as pastorais e também fora delas (…), mas por que não falam?.
Quando disse “fora delas” é porque devidamente acredito que Deus ainda suscita profetas onde mais precisa deles e onde ainda existe um fio de esperança nas pessoas.

Vejo profetas em meio a uma reivindicação social, nos que trabalham como voluntários em causas nobres e humanitárias. Vejo profetas lendo essa mensagem e levantando seu clamor a Deus. Vejo ainda esperança no matrimonio, nas famílias, nos jovens; Vejo Deus colocando profetas aonde se precisa.
Historicamente, os grandes estudiosos dividiram os profetas do Antigo Testamento em maiores e menores em virtude de sua atuação e compromisso popular, mas o que na verdade o que os diferenciava era a missão que Deus lhes confiou.

Reparemos Jesus, conhecido pelos estudiosos como o maior de todos os profetas, que nada fez de errado, foi condenado sem ao menos ser ouvido.
Assim, não engano, seremos nós em nossas casas, nossas famílias, no nosso trabalho, em nossa comunidade (…), mas como o mestre o fez, mesmo recenseados, não deixemos de falar, de ter fé, de profetizar a vida. A alguns Deus chamou para grandes obras sociais e a outros a pequenos reparos em suas (nossas) famílias.
A história um dia nos classificará como maiores ou menores, mas Deus nos oferece sempre a MAIOR missão que podemos suportar, sendo assim, a cada vitória uma nova missão na medida em que suportamos.
Quanto a não ser ouvido, demonstremos com a vida, não tem como não verem. Jesus assim o fez e por até os céticos reconhecem que Ele foi realmente grande.

Propósito: Ver além das aparências e reconhecer a presença de Deus nas coisas e pessoas mais simples do meu dia.

01 maio
Crescer é um processo contínuo, que consiste em ter a coragem de romper as barreiras que impedem um maior autoconhecimento.
Não significa somente se contentar com uma vida sem sentido, sem um ideal, sem um objetivo maior.
Ninguém veio ao mundo do nada e para o nada.
Todos têm uma missão a cumprir.
Lembre-se de que, no caminho rumo ao crescimento, existem muitos obstáculos.
Mas tudo vale a pena se você optar pela verdade, pelo amor.

É sempre tempo de crescer para quem está decidido.



domingo, 27 de abril de 2025

Evangelho do dia 30 abril quarta feira da 2º Semana da páscoa 2025

 


30 abril - Vale mais um pensamento de caridade que se desenvolve no coração do nosso Cottolengo do que mil projetos filantrópicos que se procura promover à custa de milhões espremidos das veias do povo. (L 76). São José Marello


João 3,16-21 30 abril 2025

16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.

Meditação

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito (Jo 3, 16).

O apóstolo João falou de Deus, em sua primeira carta, de uma maneira maravilhosa: Deus é amor (1Jo 4,7.8). Isso explica a ação de Deus. Na ação, a pessoa se revela. A criação foi um grande ato de amor de Deus. Mas, Deus fez mais ainda. Deus amou o mundo de tal forma que deu o seu filho unigênito para sua salvação. Um amor grande demais...

Deus amou tanto o mundo.... que ‘mundo’? No evangelho de São João, este que estamos lendo, a palavra ‘mundo’ tem um significado muito particular. Mundo é usado no sentido teológico, como cenário do processo de salvação. Mas, não é só o cenário, é também um protagonista do drama. O mundo é a humanidade decaída, afastada de Deus e hostil a Jesus. Pense no sentido dessa palavra: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Mundo é a humanidade decaída.

Sendo assim, fica claro, o mundo não gosta de Deus. O mundo se opõe a Deus, está possuído pelo pecado. Mas, Deus ama o mundo, isto é, a humanidade decaída, aquela humanidade representada na desobediência de Adão. E Deus quer salvar o mundo, a humanidade pecadora, que dele se afastou. É porque ama, que Deus dá seu filho unigênito para quem nele crer encontre a vida eterna.

“Dar o filho”, poderíamos entender, é mais do que “enviar”. Dar o filho nos lembra a cruz. Foi na cruz que Deus deu seu filho, que morreu em expiação do pecado do mundo. O Pai ama o filho, claro. É o seu filho unigênito, isto é, o único. “Este é o meu filho amado”. Foi assim que Deus apresentou Jesus, no batismo do Jordão. E é este filho amado, o unigênito, que Deus dá para a salvação do mundo. E o dá para que o mundo encontre nele a vida eterna. Não é para o seu julgamento, para sua condenação, mas para sua salvação.

O amor é que move Deus a dar o seu unigênito ou a enviá-lo, o amor pelo mundo, pela humanidade decaída e o amor pelo filho. A própria criação foi feita à imagem do filho. “Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada se fez”, escreveu São João no prólogo do seu Evangelho. O amor pelo filho, que transbordou na criação, agora se excede na redenção. A esse amor tão grande de Deus, que enviou o seu filho, qual será a nossa reação, a resposta da humanidade pecadora? A melhor resposta é crer, acolher o filho amado. Crer é acolher Jesus e o seu serviço libertador. Crer nos liberta da condenação do pecado. Não crer, pelo contrário, é permanecer na condenação.

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito (Jo 3, 16).

Senhor Jesus,
por que vieste a nós? A resposta está no evangelho de hoje: vieste a nós, enviado pelo Pai, por causa do amor que o Pai tem por nós, humanidade pecadora. O nosso pecado nos condenou a viver longe de Deus, nos desviou de nossa vocação de filhos de Deus. E vieste nos resgatar para a amizade, a comunhão com Deus. Por que aceitaste vir a nós? A resposta está no amor que tens pelo Pai. Fazer a vontade dele é o teu maior empenho. A resposta está no amor que tens por nós, humanidade pecadora. Disseste isto: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”. A tua Palavra também nos diz como devemos te acolher. Com amor, claro. Com a acolhida do teu serviço redentor na cruz, com a fé pela qual reconhecemos tua divindade em nossa humanidade, com o seguimento fiel de teus ensinamentos e do teu caminho humano de filho amado do Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

 Reflexão – Quem não se aproxima de Jesus, rejeita a luz!”

A fé de que Jesus veio ao mundo como a salvação de Deus para nos libertar do pecado, será a medida para nosso julgamento final. Precisamos examinar o nosso coração e refletir nas palavras de São João: “a Luz (Jesus) veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas (o pecado)”. Com efeito, quem rejeita a Jesus está se escravizando ao pecado e quem aceita Jesus como Senhor e Salvador, acolhe a Sua Luz e naturalmente, é libertado do pecado. Jesus veio para tirar todos os homens das trevas, e, aquele (a) que despreza a Sua Luz vive nas trevas e é condenado (a) pelas suas próprias obras.  Quem não se aproxima de Jesus, rejeita a luz porque tem medo de que sejam reveladas as suas más ações, assim sendo, será condenado pelas suas próprias obras. A luz é como a verdade que esclarece e nos tira da ignorância. Ela nos dá a direção para caminharmos seguros (as). A fé em Jesus Cristo é o meio mais eficaz para que nos aproximemos da luz de Deus, pois Ele não veio ao mundo para condenar as nossas más ações, mas justamente para nos ajudar a não mais cometê-las. A salvação de Jesus implica, porém, em que o acolhamos e não o rejeitemos. Nós acolhemos a Jesus quando vivemos segundo a Sua Palavra e seguimos os Seus ensinamentos. Não nos adianta apenas dizer que cremos em Jesus, se não damos ouvido ao que Ele próprio veio nos ensinar e agimos completamente ao inverso, seguindo a cartilha do mundo que vive nas trevas. Confiando em Jesus, seguindo a Sua Luz e nos entregando às Suas sugestões, poderemos praticar as boas ações, pelo poder do Seu Espírito Santo.

 Ainda há tempo para que o mundo seja salvo, a Palavra de Deus nos assegura tudo isto!  

- Você acredita na Palavra de Deus?

– Você tem se apossado da Luz de Deus para caminhar aqui na terra?

- Você tem iluminado o mundo com a Luz de Cristo?

– Como você tem feito isso?

 Dia 30

Todos os pensamentos têm consequências.

Na maioria das vezes, os bons resultados são frutos de pensamentos positivos, provenientes de um bom coração

que só deseja o bem para as outras pessoas.

A presença de Deus pode ser fortemente percebida, porque sua graça nunca falta a ninguém, em nenhum momento.

Algumas vezes, os sucessos e fracassos são determinados pelas decisões individuais.

Por isso, é bom estar atento para desejar somente o bem a si mesmo e aos demais.

Confie em Deus e, ao mesmo tempo, na própria capacidade.

“Caríssimo, desejo que prosperes em tudo e que tua saúde física esteja tão boa quanto a de tua alma”. (3Jo 1,2).

 


Evangelho do dia 29 abril terça feira 2025

 

29 - O mundo sofre por falta de fé, de esperança e de caridade. (L 25). São José Marello

 


Leitura do santo Evangelho segundo São João 3,7-15

 "Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito. 

- Como pode ser isso? - perguntou Nicodemos. 
Jesus respondeu: 
- O senhor é professor do povo de Israel e não entende isso? Pois eu afirmo ao senhor que isto é verdade: nós falamos daquilo que sabemos e contamos o que temos visto, mas vocês não querem aceitar a nossa mensagem. Se vocês não crêem quando falo das coisas deste mundo, como vão crer se eu falar das coisas do céu? Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu. 
- Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna."

Meditação:
O evangelho de hoje é a continuação de um interessante diálogo entre Jesus e Nicodemos, um chefe do grupo dos fariseus que está muito inquieto para saber se Jesus é o Messias. Às pessoas como Nicodemos, autênticas representantes da forma de ser e pensar de seu tempo, é necessário esclarecer que somente através da tomada de consciência será possível o encontro com Deus, porque somente essa tomada de consciência – a que também se chama céu – virá a ser a presença permanente do Pai nas pessoas.

 De algum modo o Evangelho insiste no aspecto prático da fé. Jesus procura responder às perguntas de Nicodemos, que por sua parte não pode fazer mais que exteriorizar suas inquietações de tipo intelectual, “acadêmicas”. Recordemos que Nicodemos é mestre (didaskalos) de Israel. Por isso pretende marcar em categorias racionais a mensagem de Jesus. 

É obvio que o racional da fé não se pode jogar fora: a razão é necessária se não queremos crer em pietismos irracionais; porém o racional não é tudo. A fé deve impulsionar também o risco, a aventura de agir muitas vezes sem “entender” tudo, aventura do testemunho mediante as obras das quais a última explicação é o Espírito. 

O segredo desta dinâmica nos é manifestado pelo mesmo Jesus: “nós falamos do que sabemos (intelecto), e damos testemunho (práxis) do que vimos e ouvimos”; de modo que o testemunho não se reduz à fundamentação teórica, mas se abre ao prático. 

A intenção de João, ao colocar-nos em diálogo com Jesus – promessa de Deus cumprida com Nicodemos – representante das esperanças de Israel – é precisamente introduzir-nos nesse processo de fé que se deve ir impregnando cada vez mais de vida no Espírito. Jesus lamenta a Nicodemos a incapacidade de Israel de assumir como verdadeiro o testemunho de vida eterna que ele está oferecendo. 

Jesus se serve da figura da serpente de bronze que Moisés levantou no deserto à cuja vista todos ficavam curados. Do mesmo modo, também o filho do homem deve ser exaltado, e esta exaltação é produto exclusivo do rebaixamento do Filho do homem. 

É evidente que para a oficialidade de Israel a proposta de Jesus é absolutamente difícil de compreender e de assimilar, contudo, o discípulo de Jesus deve estar convencido de que sua vida tem um destino e uma vocação final: ser testemunho da vida eterna outorgada pelo Pai no Filho.

É necessário resgatar a força do Espírito, como lhe propõe Jesus, para sair do sossego paralisador e ser mais no Senhor; porque somente com ela se torna possível a chegada do reino, e porque somente assim seremos capazes de nos afastar das práticas egoístas geradoras de opressão e morte para nossos irmãos.

Captar a ação do Espírito Santo é, então, contar com a sensibilidade suficiente para compreender o querer de Deus e incorporá-lo em práticas de vida que encarnem os valores do Evangelho. Longe de todo intimismo ou espiritualismo, a ação do Espírito se traduz numa visão pessoal e comunitária comprometida com as causas dos eleitos de Deus.

Reflexão Apostólica:

A carne pensa, julga, faz cálculos, procura os seus interesses, questiona, duvida! O espírito se abandona, deixa-se conduzir pelo Espírito de Deus. Esta é a diferença! Assim como a pluma se deixa levar pelo vento sem questionar, assim também seremos nós se nos deixarmos ser conduzidos pelo vento do Espírito Santo. Não questionar, não fazer cálculos, mas simplesmente entregar-se! 

Isto é nascer do Espírito. Não existem explicações para as obras de Deus. Quem as quiser “entende-las” com a sua inteligência racional irá ficar na ignorância a vida toda e perderá a melhor parte. Porém, quanto mais nos abandonamos meditando e nos aprofundando nos mistérios de Deus revelados por Jesus Cristo, mais nós percebemos o significado das coisas do céu. 

Apesar de ser judeu, Nicodemos procurava Jesus porque distinguia algo muito especial naquele Homem que falava com sabedoria. Ele buscava conhecer os segredos de Deus. E, misteriosamente, Jesus o ensinava: “Vós deveis nascer do alto!” “O vento sopra onde quer!” “Coisas da terra, coisas do céu!” Nicodemos não entendia muito bem do que Jesus lhe falava, mas ousava desembaraçar os enigmas colocando as suas dúvidas para que o Senhor as elucidasse. 

Assim também acontece conosco: só podemos descobrir os mistérios do céu que estão escondidos em nós quando procuramos Jesus a sós, e acolhemos a Sua Palavra que decifra e interpreta o desejo do Pai para cada momento da nossa vida. 

Você também tem procurado a Jesus para esclarecer as suas dúvidas? O que Ele lhe tem revelado? Você tem vivido como um autômato ou já distingue o sopro do vento do Espírito Santo?

Para nós, cristãos, o dia do Batismo representa um segundo nascimento, mas não da carne, e sim do espírito. Da mesma forma é o Sacramento da Crisma, que é a Confirmação de que queremos ser morada do Espírito Santo. E a partir daí, nos colocamos à disposição deste Espírito, que nos conduz da forma que Ele quer.

Se você entende o que é nascer de novo... Se você entende como é que o Espírito Santo age através das pessoas... E se você se permite nascer de novo neste Espírito, e deixar que Ele conduza seus pensamentos, atos e palavras, já está bem mais perto do Reino dos Céus do que aquele doutor de Israel que QUERIA CONHECER, MAS NÃO QUERIA SE COMPROMETER...

Peçamos a Deus Pai que nos acompanhe na tarefa de compreender os sinais dos tempos e nos permita delinear, como comunidades cristãs, práticas concretas em favor da vida, da justiça e da paz.

 Propósito:

Pai, lança-me, cada dia, na aventura do Espírito, que me tira do comodismo e do abatimento e me faz superar meus próprios limites.

 Dia 29

Não renuncie à felicidade.

Não deixe passar as boas oportunidades, sem saber aproveitá-las. Nada se repete.

Ninguém poderá incriminá-lo se arcar com as consequências dos próprios erros.

Jamais renuncie a nada em função de pressões sociais, preconceitos e receios que somente paralisam e anulam a criatividade.

Cada pessoa é responsável pelas próprias atitudes.

Só quem realiza algo está passível de erros.

Mas só o faz quem não tem medo de errar e não teme o desconhecido.

“Não tenhas medo, que eu estou contigo.

Não te assustes, que sou o teu Deus.

Eu te dou coragem, sim, eu te ajudo.

Sim, eu te seguro com minha mão vitoriosa”. (Is 41,10).

 


Evangelho do dia 28 abril segunda feira da 2º Semana da Páscoa 2025

 

28 abril - O catecismo é o livro por excelência. Bem vulgar seria quem o quisesse taxar de vulgaridade. Este livro revela com eficácia admirável toda a utilidade da religião e faz de um garoto de dez anos um pensador profundo, que possui todos os grandes princípios da verdadeira filosofia e está à altura de discorrer a qualquer momento sobre a essência e os atributos de Deus, falando sem confusão da Unidade e da Trindade, da geração e da procedência das Pessoas Divinas, que conhece a gênese do mundo, a queda do homem, a vinda do Restaurador, a necessidade da graça e os meios que a difundem, o sacramento da reconciliação e a comunhão da oração. Sem dúvida alguma, nenhum filósofo poderá encarar um menino cristão na exposição exata das grandes verdades que constituem o patrimônio da nossa religião. (L 25). São José Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São João 3,1-8

"Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus e disse:
- Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.
Nicodemos perguntou:
- Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
Jesus disse:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito."

Meditação

No Evangelho de hoje, o diálogo com Nicodemos acontece durante a primeira visita de Jesus a Jerusalém, depois da expulsão dos comerciantes do Templo.

Nicodemos representa o grupo dos fariseus. Encontra-se com Jesus, furtivamente, à noite. Reconhece que Deus está com Jesus, mas está apegado à expectativa do messias glorioso.

Sua formação legalista não lhe permite entender a mensagem de Jesus, em sua linguagem simbólica. Não compreende o que é nascer do alto, nascer da água e do Espírito. Em lugar da rigidez da Lei carnal, é o Espírito que a todos conduz.

A ressurreição de Jesus suspende a ordem das coisas, o status quo vigente, derrubando-o e fazendo renascer um novo ser humano e, por meio dele, nasce uma nova ordem.

É aqui o grande desafio para o cristão, porque é precisamente através de pessoas abertas a esse influxo que opera a força renovadora da ressurreição.
É isto que é apontado no diálogo entre Jesus e Nicodemos. Se não há disposição pessoal para permitir essa força renovadora, e se não há interesse em colocar-se ao serviço dessa re-criação, o acontecimento da Ressurreição não tem efeitos concretos.

É muito significativa a colocação do evangelista: “É noite”, e também a qualidade da personagem: é um personagem principal de Israel; ao longo do diálogo, Jesus afirma “você é mestre de Israel...”.
No evangelho de João a noite é símbolo de escuridão. Nicodemos, ainda que Mestre, não vê com clareza o caminho e por isso recorre a Jesus; ele está convencido de que Jesus pode iluminar seu caminho, pois “se não viesse da parte de Deus, não poderia ensinar nem fazer semelhantes sinais."

Os sinais feitos por Jesus despertaram a fé em muitos. Jesus percebia que era uma fé superficial, misto de curiosidade e sinceridade.

Reconhecer as obras de Jesus não é suficiente para compreender plenamente o sentido de sua missão; faz falta o algo a mais, o “nascer de novo”.

Quando Jesus fala de um novo nascimento desde “cima”, refere-se a mudar por completo a mentalidade comum de compreender a Deus e aos seres humanos, é preciso assumir uma nova mentalidade, novos comportamentos e novas atitudes que permitam entender e vivenciar a lógica do Reino de Deus.

A ação do Espírito e a eficácia do batismo possibilitam ao homem e à mulher abrir-se plenamente ao mistério de Deus e comprometer-se com seu projeto. Somos conscientes da missão que assumimos por meio do sacramento do batismo?

 Reflexão Apostólica

Nada mais cabível para quem caminha para Pentecostes: Ser novo, nascer de novo!

Ser novo ou nascer de novo é se empenhar em atitudes e gestos novos; é buscar um coração renovado; é traçar metas e tempos para abandonar os hábitos antigos; é parar de só falar e fazer; parar de prometer e escrever o que pretende fazer; é antes de tudo rezar para que tudo caminhe sob a batuta de Deus.

Não sei porque, mas lembrei-me agora do Felippe (da Sofia), da minha Equipe 2, com suas excelentes reflexões, pragmáticas e cheias de espiritualidade. Acho que é porque esta reflexão está um pouco "musical".

Voltando ao assunto, diríamos que a vida é como uma composição musical: Fazemos a letra, mas é a vida que toca! Escrevemos cada linha, cada frase, cada verso, mas depois de pronta, somos reflexos do que escrevemos ou fazemos.

Quem põe o ritmo é a motivação do Espírito Santo dentro de cada um de nós. Um Espírito nono é inquieto. (…) O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito
Uma nova melodia só poderá surgir de uma nova letra, de um novo verso, (…). Trocar algumas notas muda apenas a forma de se cantar, mas não altera em nada a letra da canção. Para mudar é preciso reescrever a letra que a vida cantará.
(…) Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam “. (Mt 9,16-17)
Talvez os grandes erros que cometemos serão versos que não conseguiremos apagar da nossa mente, mas também NÃO DEVERÃO SER O REFRÃO DA NOSSA MÚSICA.
Como mecanismo de defesa temos mania de relembrar o refrão (erros) dos outros. O entanto, repetir toda hora o refrão é hábito de quem só olha os defeitos dos outros, dos invejosos, dos medíocres… todos têm coisas boas a serem exploradas na letra de sua canção, mas não conseguem crescer sufocadas pelos refrões.
Lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu programa direção espiritual. Contava ele que uma tribo africana que conheceu compõe uma canção para cada pessoa que nasce.

Cada um tem sua própria canção. Nos momentos marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por seus parentes e amigos.
O que me chamou atenção foi o fato relatado que quando alguém se desvia na conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro de uma grande roda, onde cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é e também a alegria do seu nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade, ressignificando o seu passado.
Ser novo também carece que deixemos que os outros também tenham a oportunidade de mudar a letra da sua canção a qualquer momento.
Como cristãos devemos fazer o possível para que isso aconteça, ou seja, criar situações favoráveis e agradáveis para que isso ocorra. Dar oportunidade ao novo, trazer pessoas novas, convidar novos integrantes, chamar pessoas a dividir a responsabilidade…
Ser novo é ser querigmático, é encantar, é promover… ser velho é ter apego a um lugar, uma postura, a um cargo. Ser novo é não ter medo de sentar novamente no banco e receber as graças, é avançar, é sonhar…
Para sermos por completos novos devemos cooperar para que outros também sejam. Somos uma tribo que não canta a canção dos outros. Vamos mudar esse paradigma.

Não é difícil pois, até a minha Equipe 2 aprendeu a cantar divinamente o Magnificat de Battmann.

 Propósito: Descobrir e viver a novidade da Ressurreição de Jesus. O Espírito me indicará os novos caminhos...

 Dia 28

Como é bom e saudável viver com entusiasmo e alegria em busca de um sonho.

Para que isso ocorra, é fundamental caminhar na direção de seus objetivos sem desanimar; dedicar-se totalmente

a tudo o que faz; cultivar o bom humor e a generosidade; praticar exercícios físicos e manter uma alimentação

sadia e equilibrada.

Assim, você viverá melhor o presente.

Só quem ousa cria e tenta novas coisas.

“Pensai, pois, naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores para que não vos deixeis abater pelo desânimo”. (Hb 12,3).

 


quarta-feira, 23 de abril de 2025

EVANGELHO DO DIA 27 ABRIL 2025 - 2º DOMINGO DA PÁSCOA

 

27 abril - É preciso voltar ao catecismo, o livro por excelência, que contém uma verdade, um conselho, um ensinamento para todos: aos reis ensina a arte de governar e ao povo delineia os princípios de igualdade e de liberdade; ao poder legislativo fornece os critérios da legislação; orienta o funcionário na administração dos bens públicos; aponta aos magistrados os caminhos da justiça; revela ao operário a honestidade no trabalho; garante ao rico seus direitos de propriedade e ao pobre assegura o pão cotidiano da caridade. (L 25). São José Marello

 


João 20,19-31 27 abril 2025

 "Naquele mesmo domingo, à tarde, os discípulos de Jesus estavam reunidos de portas trancadas, com medo dos líderes judeus. Então Jesus chegou, ficou no meio deles e disse:

- Que a paz esteja com vocês!
Em seguida lhes mostrou as suas mãos e o seu lado. E eles ficaram muito alegres ao verem o Senhor. Então Jesus disse de novo: - Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.
Depois soprou sobre eles e disse: - Recebam o Espírito Santo. Se vocês perdoarem os pecados de alguém, esses pecados são perdoados; mas, se não perdoarem, eles não são perdoados.
Acontece que Tomé, um dos discípulos, que era chamado de "o Gêmeo", não estava com eles quando Jesus chegou. Então os outros discípulos disseram a Tomé: - Nós vimos o Senhor! Ele respondeu: - Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer! Uma semana depois, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos ali com as portas trancadas, e Tomé estava com eles. Jesus chegou, ficou no meio deles e disse: - Que a paz esteja com vocês! Em seguida disse a Tomé: - Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia! Então Tomé exclamou: - Meu Senhor e meu Deus!

 


Reflexão para o 2º domingo da Páscoa João 20,19-31

Todos os anos, o Evangelho do segundo domingo da páscoa é João 20,19-31, texto que apresenta a continuidade dos acontecimentos envolvendo a comunidade de discípulos no dia mesmo da ressurreição, e a sua quase repetição uma semana depois. Para compreendê-lo, é necessário recordar alguns elementos do texto da liturgia do domingo passado, que apresentava a comunidade de discípulos e discípulas completamente desnorteada, não apenas porque o Senhor e mestre fora morto, mas porque até mesmo o seu cadáver parecia ter sido roubado (cf. Jo 20,1-3). Naquela ocasião, o evangelista dava sinais de uma nova criação, um mundo em gestação, embora ainda estivesse na fase do caos, simbolizado pelo escuro da madrugada (cf. Jo 20,1). Três personagens protagonizaram aquele relato: Maria Madalena, Pedro e o Discípulo Amado; ambos fizeram a constatação do sepulcro vazio, mas somente um deles interpretou a ausência do corpo do sepulcro como sinal da ressurreição e acreditou, o Discípulo Amado (cf. Jo 20,8). Maria Madalena foi a segunda a acreditar, mas já durante o dia, após confundir o Senhor com o jardineiro (cf. Jo 20,16-18), porém esse episódio já não constava no texto empregado pela liturgia do domingo passado.

Da madrugada do primeiro dia, quando ainda estava escuro (Evangelho do domingo passado), passamos para o anoitecer, como diz o texto de hoje: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: A paz esteja convosco” (v. 19). Não obstante as frustrações e decepções com o final trágico de seu líder, condenado e morto na cruz, a reunião dos discípulos mostra que a comunidade está se recompondo, após um natural dispersão. Provavelmente o anúncio de Maria Madalena – Eu vi o Senhor! (cf.Jo 20,18) – tenha influenciado nesse processo de recomposição. Embora se recompondo, essa comunidade continua em crise, o que se evidencia pela situação de medo informada pelo evangelista. Por “medo dos judeus” entende-se o medo das autoridades religiosas que condenaram Jesus em parceria com o império romano, e não todo o povo. É típico de João usar o termo “judeus” em referência às autoridades. O medo é preocupante, é um impedimento à missão; é fruto da angústia, da desilusão e do remorso de alguns; significa a ausência do Senhor. Sem a presença do Ressuscitado toda a comunidade perece e sua mensagem é bloqueada; as portas fechadas impedem a boa nova de ecoar. O principal motivo do medo era a possibilidade clara de perseguição; os discípulos temiam ter o mesmo final trágico do mestre, ou seja, a condenação à morte de cruz.

Manifestando-se no meio dos discípulos, o Ressuscitado inicia neles o processo de transformação, oferecendo o primeiro contraponto ao medo: o dom da paz, que não é uma mera saudação, mas o sinal de vida plena e equilíbrio. É o encontro com a paz de Jesus que levanta o ânimo da comunidade fracassada. Jesus comunica a sua paz e, ao mesmo tempo, reforça o modelo de comunidade ideal: uma comunidade igualitária e livre, tendo um único centro: o Cristo Ressuscitado. É esse o significado do seu colocar-se no meio deles. Para uma comunidade viver realmente os propósitos do Evangelho é necessário, antes de tudo, que no centro do seu existir esteja o Ressuscitado; é Ele o único ponto de referência e fator de unidade. Na continuidade da experiência, diz o texto que Jesus “mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor” (v. 20). Ao mostrar as mãos e o lado, Jesus mostra a continuidade entre o Ressuscitado e o Crucificado; se trata da mesma pessoa. Geralmente, esse gesto é apresentado apenas como uma demonstração de provas materiais da ressurreição: as chagas do Crucificado continuam no Ressuscitado; porém, não se trata apenas disso. Mais do que estigmas, as mãos e o lado aqui são os sinais da identidade de Jesus de Nazaré que continuam no Cristo Ressuscitado, porque é a mesma pessoa. E os principais traços característicos da identidade de Jesus são o serviço e o amor; foi isso que demonstrou em sua vida terrena. Portanto, Jesus diz, com esse gesto, que continua servindo e amando, e sua comunidade deve também viver dessa forma. As mãos são sinais do serviço, e o lado é sinal do amor, pois representa o coração. A certeza da presença do Ressuscitado faz a comunidade superar definitivamente o medo, passando à alegria. Como fruto da paz transmitida pelo Ressuscitado, a alegria deve ser também uma das características da comunidade que vive para servir e amar, como fez Jesus.

Já estabelecido como centro da comunidade, “novamente Jesus disse: A paz esteja convosco” (v. 21a). A paz como bem-estar do ser humano é novamente oferecida. A passagem do medo à alegria poderia tornar-se uma simples euforia, por isso a paz é doada novamente para equilibrar a comunidade. Só é possível acolher os dons pascais estando realmente em paz. Aqui, a paz não significa alívio ou tranquilidade, mas sinal de liberdade e vida plena; é a capacidade de assumir livremente as consequências das opções feitas. Tendo plenamente comunicado a paz como seu primeiro dom, o Ressuscitado os envia, como fora ele mesmo enviado pelo Pai: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (v. 21b). Ao contrário de Mateus e Lucas que determinam as nações e até os confins da terra como destinos da missão (cf. Mt 28,19; Lc 24,47; At 1,8), em João isso não é determinado: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. Jesus simplesmente envia. Sem diminuir a importância da missão em sua dimensão universal, o mais importante para o Quarto Evangelho é a comunidade. É essa a primeira instância da missão, porque é nessa onde estão as situações de medo, de desconfiança, de falta de entusiasmo, por isso é a primeira a necessitar da paz do Ressuscitado.  

O texto mostra, como sempre, a coerência entre a prática e as palavras de Jesus: “E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo” (v. 22). Ora, Jesus tinha prometido o Espírito Santo aos discípulos na última ceia (cf. Jo14,16.26; 15,26). Ao soprar sobre eles, a promessa é cumprida, o Espírito é comunicado. O evangelista usa o mesmo verbo empregado no relato da primeira criação do ser humano: “O Senhor modelou o ser humano com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o ser humano tornou-se vivente” (Gn 2,7). O Evangelho do domingo passado mostrava a nova criação em sua primeira fase; hoje, essa criação chega ao seu ponto alto com o sopro de vida comunicado pelo Ressuscitado. Nessa nova criação, o “Criador” já não age como um vigilante, olhando de cima, mas se faz presente no meio da comunidade, deixando-se tocar, vivendo como um igual. O verbo soprar (em grego: έμφυσάω – emfysáo) significa doação de vida. Assim, podemos dizer que Jesus recria a comunidade e, nessa, a humanidade inteira. Ao receber o Espírito, a comunidade se torna também comunicadora dessa força de vida. É o Espírito quem mantém a comunidade alinhada ao projeto de Jesus, porque é Ele quem faz a comunidade sentir, viver e prolongar a presença do Ressuscitado como seu único centro. 

O Espírito Santo garante responsabilidade à comunidade, e não exatamente poder: “A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhes serão retidos” (v. 23). Por muito tempo, esse trecho foi usado simplesmente para fundamentar o sacramento da penitência ou confissão. Jesus não está dando um poder aos discípulos, mas uma responsabilidade: reconciliar o mundo, levar a paz e o amor do Ressuscitado a todas as pessoas, de todos os lugares em todos os tempos. A comunidade cristã tem essa grande missão: fazer-se presente em todas as situações para, assim, tornar presente também o Ressuscitado com a sua paz. Não se trata, portanto, de poder para determinar se um pecado pode ou não pode ser perdoado. É a responsabilidade da obrigatoriedade da presença cristã para que, de fato, o mundo seja reconciliado com Deus.  O Espírito Santo, doado pelo Ressuscitado, recria e renova a humanidade. A comunidade tem a responsabilidade de fazer esse Espírito soprar em todas as realidades, para que toda a humanidade seja recriada e, assim, o pecado seja definitivamente tirado do mundo (cf. Jo 1,29). João, o batista, apontou para Jesus como o responsável por fazer o pecado desaparecer do mundo. Agora, é Jesus quem confia à comunidade de discípulos essa responsabilidade. Os pecados são perdoados à medida em que o amor de Jesus vai se espalhando pelo mundo, quando seus discípulos se deixam conduzir pelo Espírito Santo. O que perdoa mesmo os pecados é o amor de Jesus; logo, ficam pecados sem perdão quando os discípulos e discípulas de Jesus deixam de amar como Ele amou. Em outras palavras, os pecados ficarão retidos quando houver omissão da comunidade. 

A comunidade não estava completa naquele primeiro dia: assim como Judas não fazia mais parte do grupo, também “Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio” (v. 24). É necessário destacar algumas características desse discípulo, considerando que o mesmo foi, injustamente, rotulado negativamente pela tradição. O motivo pelo qual os discípulos estavam reunidos à portas fechadas foi o medo; ora, se Tomé não estava com eles é porque não tinha medo e, portanto, circulava livremente e sem temor algum; era, portanto, um discípulo corajoso, ao contrário dos demais. A evidência maior da coragem de Tomé aparece no episódio da reanimação de Lázaro. Jesus já tinha sido alvo de diversas ameaças e tentativas de assassinato pelas autoridades dos judeus; quando decidiu ir à Judeia, onde ficava Betânia, Tomé foi o único que se dispôs a ir para morrer com ele: “Tomé, chamado Dídimo, disse então aos condiscípulos: Vamos também nós, para morrermos com ele!” (Jo 11,16). Por isso, ele não tinha nenhum motivo para esconder-se dos judeus. Essa sua coragem foi ofuscada pelo rótulo inadequado de incrédulo.

Quanto à fé no Ressuscitado, a diferença de Tomé para os outros dez deve-se ao intervalo de uma semana. Não estava reunido no primeiro dia e não acreditou no testemunho da comunidade. Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: ‘Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (v. 25). Não dar credibilidade ao testemunho da comunidade foi, sem dúvidas, o seu grande erro, mas ao exigir evidências da ressurreição, ele agiu como os demais. Ora, à exceção do Discípulo amado, o qual viu e acreditou logo ao contemplar o sepulcro vazio (cf. Jo 20,8), os demais também só acreditaram após a manifestação do Senhor em seu meio. Nenhum deles acreditou no testemunho de Maria Madalena; esperaram o Senhor aparecer. Mesmo sem acreditar ainda na ressurreição, Tomé se reintegrou à comunidade. Assim, “Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. (v. 26). É importante, antes de continuar falando de Tomé, perceber o dado cronológico-teológico “oito dias depois”; essa expressão significa uma semana depois; é explícita a referência ao domingo – o qual pode ser contado como o primeiro ou o oitavo dia da semana – como dia de reunião dos discípulos, como sinal de que a comunidade cristã já não está mais presa aos esquemas do judaísmo, e não necessita mais do sábado para fazer a sua experiência com o Senhor. Temos aqui um dado claro de ruptura entre a comunidade cristã e a sinagoga, embora nas primeiras décadas, por falta de clareza, muitos cristãos frequentavam as duas reuniões: a da sinagoga, no sábado, e a da comunidade cristã no domingo, na casa de um dos membros da comunidade.

O Senhor se pôs de novo no meio dos discípulos, com a presença de Tomé, conferindo novamente o dom da paz, sem o qual a comunidade não se sustenta. Assim como fez com os demais, uma semana antes, também a Tomé Jesus dá os sinais da sua identidade de Ressuscitado-Crucificado e de quem dedicou sua vida para servir e amar: “Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel!’” (v. 27). Quando, assim como os demais, Tomé teve certeza da ressurreição, superou aos demais na intensidade e na convicção da fé: “Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” (v. 28). Essa é a mais profunda profissão de fé de todos os evangelhos. Jesus já tinha sido reconhecido como Mestre, como Senhor, como Messias, Filho de Davi, Filho do Homem e Filho de Deus, mas como Deus mesmo, essa foi a primeira vez. Com isso, o evangelista ensina que não importa o tempo em que alguém adere à fé; o que importa é a intensidade e a convicção dessa fé. 

Ainda chamamos a atenção para mais um detalhe que não pode passar despercebido: diz o evangelista que Tomé era chamado Dídimo (em grego: Δίδυμος – dídimos), cujo significado é gêmeo. No entanto, o evangelista não apresenta o irmão gêmeo de Tomé, mas deixa no anonimato, e os personagens anônimos do Quarto Evangelho têm a função de paradigmas para a comunidade e os leitores. Isso significa um convite aos leitores e discípulos de todos os tempos a tomarem Tomé como irmão gêmeo: questionador, corajoso, atento, perspicaz e convicto. É claro que se ele estivesse com a comunidade logo no primeiro dia, teria antecipado a sua profissão de fé. Mas é importante ser prudente e esperar, principalmente nos tempos atuais, com tantas visões, aparições e falsas certezas imediatas. Se muitos e muitas videntes dos tempos atuais, assumissem a sua consanguinidade com Tomé, ou seja, se o reconhecessem como gêmeo, teríamos um cristianismo mais evangélico e autêntico, com mais convicção. A bem-aventurança proclamada por Jesus: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto” (v. 28), reflete a preocupação do evangelista com as novas gerações de discípulos, após a morte da maioria dos apóstolos. Os novos cristãos da comunidade joanina eram muito questionadores e chegavam a duvidar do anúncio, exigindo provas concretas da ressurreição. Por isso, o evangelista quis responder a essa realidade, mostrando que não há necessidade de visões e aparições; basta integrar-se a uma comunidade de fé para experimentar a presença do Ressuscitado. A comunidade reunida é o lugar por excelência de manifestação do Ressuscitado. Não importa o tempo e o lugar da adesão à fé; o que importa é acolher a paz que o Ressuscitado oferece e viver animado pelo Espírito que ele transmite. A presença do Ressuscitado pode ser verificada quando uma comunidade tem o serviço e o amor como características; sem esses traços, o Ressuscitado não está ocupando o seu lugar central.

Os versículos finais mostram que esse texto é a conclusão original do Evangelho segundo João: “Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (v. 31). Aqui está também a chave de leitura para todo o Evangelho: a promoção da vida; vida que para ser plena de sentido necessita do encontro com Jesus, o Cristo, Ressuscitado que foi crucificado. O objetivo do Evangelho, portanto, é despertar a fé de pessoas e comunidades no Cristo que viveu para servir e amar. Animada pelo dom do Espírito Santo, a Igreja, em todos os tempos só pode se apresentar como pertencente a Jesus Cristo, o Filho de Deus Ressuscitado, com mãos abertas para servir e um coração capaz de sangrar por amor à humanidade. O capítulo seguinte (c. 21) é um acréscimo posterior da comunidade para responder a uma outra necessidade: o resgate da imagem de Simão Pedro, questionada pela comunidade devido à negação e outras incoerências; e também para mostrar que sempre há a possibilidade de reabilitação e admissão à comunidade, não obstante os momentos de infidelidade e incoerência. O Senhor Ressuscitado insiste incansavelmente para recuperar um amor perdido.

 Dia 27

Não tenha pressa de vencer.

Escale degrau por degrau, até chegar ao topo.

Tenha pensamentos positivos; confie em si mesmo, em seus empreendimentos e, principalmente, em Deus!

No tempo certo, tudo dará certo.

Passo a passo, dia após dia, são trilhados os caminhos da vida.

“Revela ao Senhor tuas tarefas, e teus projetos se realizarão”. (Pr 16,3).

 


Evangelho do dia 12 junho quinta feira 2025

  12 JUNHO - Não nos cansemos de invocar o Espírito Santo e de suplicar-lhe, sem cessar, que venha morar em nós e em nós fixar duradoura mor...