terça-feira, 30 de setembro de 2025

EVANGELHO DO DIA 05 OUTUBRO 2025 - 27º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


05 outubro - No silêncio se cristalizam as grandes personalidades, assim como na concha humilde endurece a gota de orvalho que, transformada em pedra preciosa, ornará a fronte das filhas do rei. (L 23). São Jose Marello


EVANGELHO DO DIA

Lucas 17, 5-10 05 OUT 2025

5.Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta-nos a fé!”.

6.Disse o Senhor: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá”.

7.“Qual de vós, tendo um servo ocupado em lavrar ou em guardar o gado, quando voltar do campo lhe dirá: Vem depressa sentar-te à mesa?

8.E não lhe dirá ao contrário: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo, e depois disso comerás e beberás tu?

9.E, se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor devendo alguma obrigação?

10.Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer.” *

Reflexão para o 27º domingo do Tempo Comum - Lucas 17, 5-10 (Ano C) 05 out 2025

O texto evangélico que a liturgia deste vigésimo sétimo domingo do Tempo Comum nos apresenta continua a nos situar no longo caminho de Jesus para Jerusalém, com os seus discípulos. É certo que nesse longo caminho muitos obstáculos são encontrados, enfrentados e superados. Como esse caminho é, sobretudo, um itinerário formativo para o discipulado de todos os tempos, os obstáculos se estendem também aos leitores e leitoras do Evangelho de Lucas, tanto no que diz respeito às exigências para o seguimento de Jesus, quanto à compreensão daquilo que o texto quer dizer. Diante disso, podemos afirmar que o texto de hoje – Lc 17,5-10 – pode ser considerado um destes obstáculos, tendo em vista as dificuldades de interpretação que o mesmo apresenta.

Uma vez que estamos diante de um texto considerado difícil, a melhor forma de ir superando as dificuldades de compreensão é olhando para o seu contexto. Ora, o capítulo dezessete de Lucas apresenta a retomada das exigências de Jesus aos seus discípulos. À medida em que avança no caminho e se aproxima de Jerusalém, Jesus vai deixando cada vez mais claro o que é necessário para os discípulos continuarem com Ele. Muitas exigências já tinham sido apresentadas até então: a renúncia a todos os bens (cf. Lc 14,33), a coragem para enfrentar a cruz como consequência do discipulado (cf. 14,27) e até mesmo a ruptura nas relações familiares (cf. Lc 14,26). Até então, parece que a fé dos discípulos estava sendo suficiente para suportar tantas exigências. Pelo menos, não tinham reclamado ainda, embora nem tudo fosse claro para eles. Porém, surge uma nova fase com obstáculos mais difíceis.

A situação se complica quando Jesus exige dos discípulos a disponibilidade para perdoar constantemente e ilimitadamente ao irmão que tiver ofendido (cf. 17,3-4). Portanto, para compreendermos bem o evangelho de hoje, é necessário partirmos do seu contexto imediato, recordando a mensagem apresentada nos versículos iniciais deste capítulo dezessete (vv. 1-4). A primeira recomendação feita por Jesus foi o cuidado com o “escândalo” (cf. Lc 17,1-2), recomendando que seus discípulos não escandalizassem a nenhum dos pequeninos, os destinatários principais do Reino de Deus (os pobres; as mulheres; as pessoas marginalizadas de modo geral). É importante ressaltar que “escândalo” (em grego: σκάνδαλον = skandalon) na linguagem do Novo Testamento não significa propriamente um comportamento moral inadequado, e sim um obstáculo para o Reino, tudo o que é capaz de atrapalhar uma adesão completa a Jesus, como o apego aos bens materiais, o orgulho, a inveja, a incapacidade de perdoar, e tantos outros.

Dentro da advertência sobre os “escândalos”, Jesus apresentou a maior de todas as exigências até então: a necessidade e a disponibilidade para perdoar de modo ilimitado, até sete vezes num único dia, sinal de totalidade, ao irmão que tiver ofendido (vv. 3-4). Foi essa exigência que deixou os apóstolos em crise, a ponto de perceberem que não tinham, ainda, uma fé suficiente para tal. Deixar a família, abrir mão dos bens, abraçar a cruz e romper com tantos laços tradicionais parecia mais fácil do que perdoar. E, para Jesus, o maior escândalo que pode existir entre os seus seguidores é a falta de perdão. Sem dúvidas, essa foi a maior exigência feita até aqui.

Desconcertados pela exigência de perdoar ilimitadamente, diz o evangelista que “Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé!’” (v. 5). O emprego do termo “apóstolos” aqui, ao invés de “discípulos” reflete a necessidade de o evangelista mostrar às suas comunidades que até mesmo o grupo dos primeiros seguidores de Jesus tiveram a sinceridade de se reconhecerem necessitados da ajuda de Jesus, ou seja, não foram autossuficientes. trata-se de uma reação ao que lhes fora anteriormente exigido. Ora, na época da redação do evangelho já não havia mais nenhum dos apóstolos vivos e, por terem convivido pessoalmente com Jesus, o que o evangelista transmitisse como palavras deles tinha muito peso para as comunidades. Ao pedido dos apóstolos, Jesus responde até de modo irônico, dizendo, antes de tudo, que a fé não se mede quantitativamente. Os apóstolos consideravam que já tinham fé, mas não em quantidade suficiente para abraçarem a exigência do perdão. Porém, essa exigência não era tão nova, pois já estava contida no Pai-nosso: “Perdoa os nossos pecados como também nós perdoamos aos nossos devedores” (cf. Lc 11,4); assim, a oração ensinada por Jesus, também em resposta a um pedido deles, “Senhor, ensina-nos a orar” (cf. Lc 11,1-4), não estava sendo levada a sério. Por isso, a resposta de Jesus soa irônica.

Se os apóstolos concebiam a fé como algo mensurável quantitativamente, imaginavam que já possuíam em pequena quantidade e, portanto, necessitavam de algumas “porções” a mais. Daí a ironia de Jesus com o exemplo parabólico do grão de mostarda: “O Senhor respondeu: ‘Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria” (v. 6). Em outras palavras Jesus disse que ou se tem fé ou simplesmente não se tem, ou seja, basta que seja autêntica, qualitativa e não quantitativa. O grão de mostarda era considerado o menor dos grãos conhecidos na época, inclusive já utilizado pela tradição sinótica em uma parábola sobre o Reino de Deus (cf. Mt 13,31-32; Mc 4,30-32; Lc 13,18-19). Para deixar os apóstolos ainda mais desconcertados, Jesus usa o exemplo oposto da amoreira, a árvore conhecida na sua época como a possuidora das raízes mais profundas e de maior tempo de sobrevivência e, portanto, a mais difícil de ser arrancada; e se o simples fato de uma amoreira ser arrancada já parecia impossível para a mentalidade da época, menos possível ainda seria a sua sobrevivência no mar.

É importante também recordar aqui a criatividade de Lucas, o qual modifica e enriquece a tradição recebida: em Mateus e Marcos essa demonstração da força da fé é feita com a imagem do mover-se de uma montanha (cf. Mt 17,20; Mc 11,23), enquanto Lucas a substitui por uma árvore. A resposta é simbólica e irônica. Jesus não promete dar algumas porções a mais de fé aos apóstolos, porque isso não é possível. A fé não pode ser medida e muito menos ofertada por Ele. A fé é a resposta incondicional ao seu amor, é a adesão plena ao Reino, e isso é pessoal. O exemplo da fé com poder de fazer uma árvore arrancar-se sozinha e plantar-se no mar é apenas um modo de dizer que a fé transforma realidades, quando autêntica. No caso dos apóstolos, era a mentalidade deles que necessitava de uma transformação. Portanto, Ele não promete o poder de fazer e ver milagres extraordinários a quem tem fé; pede uma transformação interior e radical, a começar pela vivência do perdão sem medidas. O grande milagre da fé é arrancar pela raiz tudo o que obstaculiza o advento pleno do Reino de Deus: o egoísmo, a injustiça, a falta de amor e de solidariedade, o apego aos bens materiais, a dureza de coração; é tudo isso que, movidos pela fé, os cristãos devem “jogar no mar”, recordando que na mentalidade bíblica o ‘mar’ tem um sentido muito negativo, pois era considerado também o lugar onde habitavam as forças do mal. Inclusive, no início do capítulo em questão, como destino de quem escandalizar um pequenino, Jesus sugere “ser jogado no mar” (cf. Lc 17,1-2).

Na continuação, Jesus conta-lhes uma pequena parábola (vv. 7-10), aparentemente sem nexo com a discussão sobre a fé, porém intrinsecamente relacionada: “Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e bebe?’. Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado?” (vv. 7-9). Trata-se de mais uma parábola exclusiva de Lucas. Com ela, Jesus quer mostrar aos discípulos a melhor maneira de cultivar e viver uma fé autêntica e verdadeira: colocando-se como servos, completamente disponíveis e despretensiosos. Ora, vigorava na época, sobretudo em ambientes farisaicos, uma mentalidade meritocrática.

Os fariseus observavam fielmente a Torá pensando na retribuição, vivendo uma relação contratual com Deus: observavam a Lei porque eram justos e, portanto, seriam mais merecedores dos dons de Deus. Infelizmente, essa mentalidade contaminava também os discípulos de Jesus. O evangelista Lucas observou isso em suas comunidades. Havia uma reivindicação de privilégios entre as lideranças das comunidades; por isso, ele quis mostrar que o verdadeiro discípulo é aquele que, movido por uma fé autêntica, não reivindica direitos nem privilégios para si. Tudo o que faz é para a edificação do Reino, até porque, desde o início Jesus deixou muito claro o seu projeto, exigindo dos discípulos que fossem capazes de “renunciar a si mesmo” (cf. Lc 9,23). Logo, era completamente descabida a tendência à exigência de reconhecimento da parte deles. Portanto, ou serve ou não é servo.

No último versículo, há um exagero na tradução. A expressão mais adequada, ao invés de “servos inúteis” seria “simples servos” ou “apenas servos”, pois o servo não é inútil, pelo contrário, é necessário para a edificação do Reino. De fato, se não fossem úteis, Jesus não teria chamado discípulos para o seu seguimento. Porém, é necessário que o servo não esqueça a sua condição e, portanto, tudo o que venha fazer pelo Reino não pode ser motivo de mérito nem de reconhecimento, pois é essa a sua missão: servir de modo incondicional e movido pela fé. Podemos dizer, então, que o Evangelho de hoje nos convida a viver e cultivar uma fé autêntica, que nos leve a cortar pela raiz tudo o que se opõe ao Reino, dentro de nós, de modo incondicional e livre, e a assumirmos a nossa condição de simples servos, porque nossa missão é servir sempre!

05

Cada ser é único, pois foi criado à imagem e semelhança do Criador.

Lembre-se de que todas as pessoas possuem dons, qualidades, talentos e limitações.

Por isso, respeite as diferenças e evite moldar os outros segundo seu padrão de pensamento.

Peça que Deus lhe conceda o dom da sabedoria e do discernimento, para respeitar as diferenças entre as pessoas.

“Todas essas coisas as realizam um e o mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer.

Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo”. (1Cor 12,11-12).

 


Evangelho do dia 04 outubro sábado 2025

 


04 outubro - No segredo se forma o herói, tal como desabrocha a semente na natureza. (L 23). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,17-24

"Os setenta e dois voltaram muito alegres e disseram a Jesus:
- Até os demônios nos obedeciam quando, pelo poder do nome do senhor, nós mandávamos que saíssem das pessoas!
Jesus respondeu:
- De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio. Escutem! Eu dei a vocês poder para pisar cobras e escorpiões e para, sem sofrer nenhum mal, vencer a força do inimigo. Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu.
Naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse:
- Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso.
- O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.
Então Jesus virou-se para os discípulos e disse só para eles:
- Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo! Eu afirmo a vocês que muitos profetas e reis gostariam de ter visto o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ter ouvido o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.
"
  
Meditação:

O Evangelho de hoje pode ser dividido em três momentos. No primeiro momento, os 72 discípulos enviados retornam a Jesus, contando com grande alegria que até os demônios os obedeceram. Ao que Jesus diz que eles deveriam se alegrar ainda mais por já terem seus nomes escritos no céu.

No segundo momento, Jesus faz uma oração de agradecimento ao Pai, por revelar essas maravilhas aos pequeninos, e esconder dos sábios e inteligentes.

No terceiro momento, Jesus volta a se dirigir aos discípulos, para falar da felicidade que eles deveriam sentir, por terem a oportunidade de viverem aqueles dias na presença do Filho do Homem, e poderem vê-lo e ouvi-lo...

Durante este mês de outubro vamos refletir bastante sobre a missão e os missionários. Ontem Jesus ficou bravo com as cidades que não acolheram bem os seus enviados, mas hoje vemos a alegria dos discípulos e de Jesus, que chega a render louvores ao Pai por algo inesperado!

O esperado seria que Jesus quisesse que todos, sem exceção, pudessem entender "essas coisas", mas Jesus agradece porque apenas aos pequeninos o Pai quis revelar... É isso mesmo!

Os sábios e inteligentes não alcançam esse entendimento, mas os pequeninos, sim! Que entendimento é esse? A FÉ! Que, por sinal, é algo que dispensa explicações... e talvez por isso os sábios e inteligentes não consigam alcançar...
Talvez, se muitos desses sábios e inteligentes tivessem a chance de presenciar, ver e ouvir as maravilhas realizadas por Jesus, eles também teriam acreditado...

É por isso que Jesus conclui com essas palavras: "Eu afirmo a vocês que muitos profetas e reis gostariam de ter visto o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ter ouvido o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram."
Como seria maravilhoso se tivéssemos a chance de ver e ouvir Jesus, nem que fosse por alguns segundos... Quem sabe um dia...

Reflexão Apostólica:

A nossa alegria consiste em fazer a vontade de Deus. Jesus no Evangelho, orienta aos Seus discípulos que se contentavam porque os demônios lhes obedeciam quando falavam em Seu nome.

Alegria muito maior, disse Jesus, é aquela que acontece no céu, em vista da nossa entrega ao chamado de Deus para falar em Seu Nome.
Para nós, hoje, também é uma glória saber que os nossos nomes estão escritos no céu, porque nos dedicamos a evangelizar pregando a boa nova por onde andamos.
Como batizados (as), somos enviados (as) por Jesus a pregar o Evangelho a toda criatura, em todo o mundo. Porém, o nosso serviço só dará frutos se também nos sentirmos pequeninos, necessitados da graça de Deus.
Assim como exultou no Espírito Santo diante dos Seus discípulos, Jesus também o faz hoje, porque o Pai nos revela as coisas do Seu coração.
Só os humildes e pequeninos podem “entender” os mistérios do céu. Só quem conhece o Pai é o Filho e aquele (a) a quem o Filho o quiser revelar, por isso, entreguem-nos às sugestões do Espírito Santo a fim de podermos conhecer o Pai.
Somos felizes porque os nossos olhos vêem mais além das aparências e podemos, na reflexão da Palavra de Deus, descobrir os Seus mistérios, os Seus planos para nós e para a humanidade, por nosso intermédio.
Ver e ouvir o que o Senhor tem para nos revelar: são essas as ações a que somos chamados (as) no tempo atual da nossa vida. Não percamos tempo: o Senhor tem muito a nos mostrar e também, a nos falar.
Você é uma pessoa atenta aos mistérios de Deus? Quando você medita sobre a Palavra de Deus você se limita ao que está escrito, ou você percebe nas entrelinhas uma mensagem para a sua vida? Você confia em que o seu nome também está escrito no céu? Você tem falado em nome de Deus?

Propósito:

Pai, por ter meu nome inscrito no céu e por estar unido a ti, única fonte de vida e de libertação, ajuda-me a lutar contra o mal que mantém a humanidade cativa do egoísmo. Espírito Santo, que desceste sobre os Apóstolos e os fizeste anunciadores do Evangelho: derrama os teus dons sobre cada um de nós e torna-nos sensíveis aos apelos e às necessidades dos nossos irmãos; desperta em muitos corações (crianças, jovens e adultos...) o ideal missionário; dá força e coragem a todos quantos se entregam totalmente ao serviço da MISSÃO.

04

A vontade de Deus não se identifica com a vontade particular de cada pessoa, mas diz respeito à plenitude da vida. Ela é ampla e tem a ver com o seu plano salvífico. Ela se realiza à medida que o amor se espalha e atinge toda a criação. Nesse projeto de vida, Deus não age sozinho. Em todos os tempos, ele pede a homens e mulheres que se engajem para que a história seja transformada segundo os critérios do Reino. Esses critérios são: justiça em vez de injustiça, amor em vez de egoísmo, serviço em vez de poder, verdade em vez manipulação, fraternidade em vez de opressão, paz em vez de brigas e guerras, misericórdia em vez de legalismo. Mt 6,10b



 

Evangelho do dia 03 outubro sexta feira 2025

 


03 outubro - No silêncio a alma se prepara para lançar aquele (o) grito altíssimo que deverá ecoar por todo o horizonte católico. (L 23).  São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,13-16

"Jesus continuou:
- Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam se assentado no chão, vestidos com roupa feita de pano grosseiro, e teriam jogado cinzas na cabeça. No Dia do Juízo, Deus terá mais pena de Tiro e de Sidom do que de vocês, Corazim e Betsaida! E você, cidade de Cafarnaum, acha que vai subir até o céu? Pois será jogada no mundo dos mortos!
Então disse aos discípulos:
- Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou.
"
  
Meditação
:

 No Evangelho de hoje, Jesus conclui o discurso em que Ele deu as recomendações aos 72 discípulos que iriam preparar a Sua chegada nas cidades que Ele pretendia visitar.
A irritação que Jesus demonstra hoje é com as cidades que não acolheram bem os discípulos de Jesus. Corazim e Betsaida eram cidades em que viviam judeus, ou seja, o povo a quem Jesus deu a prioridade de receber a Boa Nova em primeiro lugar. 

Este texto, praticamente com as mesmas palavras, está também no evangelho de Mateus. Lucas inseriu-o no fim das orientações para a missão dos setenta e dois discípulos, na Samaria.
Temos aqui um contundente texto de imprecação. É um estilo característico do Antigo Testamento, sendo também encontrado na literatura grega.

Existe uma profunda ligação dessa passagem com algo que ocorreu com Jonas e os Ninivitas (Jn 3,4-10). Deus, em muitas narrativas do antigo testamento, é apenas mencionado pela dureza da sua justiça aos que preferem o mal; no novo testamento, Jesus esforça-se em apresentar o Deus amoroso e compassivo. O Evangelho de hoje reafirma a presença soberana do Deus justo.

O evangelho de Lucas narra três “ais” de Jesus contra três cidades da Galiléia: Betsaida, Corozaim e Cafarnaum. Jesus constatou que nos lugares onde caberia esperar uma pronta aceitação de sua mensagem, foi onde encontrou maior resistência e dureza de coração; pelo contrário, donde não se esperava nada encontrou maior abertura e aceitação.

Àquelas três cidades opõe a atitude de Tiro e de Sidônia. Lucas ignora a contraposição que faz Mateus de Cafarnaum com Sodoma (Mt 11, 23).

É a constatação que faz Lucas do efeito produzido pelo Evangelho dentro e fora do povo de Jesus. Lucas está consciente da universalidade da mensagem de Jesus, mas não deixa de fazer notar a obstinação do povo judeu aos desígnios de Deus.

Nesse mesmo sentido, nossas atitudes não estão muito distantes de se parecerem com as de Betsaida, Corozaim e Cafarnaum.

Cremos que já sabemos tudo, que não há nada de novo que nos possa tornar melhores, e disso decorre que existem ao nosso redor tantas pessoas, tantas coisas, tantas situações que permanentemente nos estão chamando à mudança, à retificação de nosso modo de ver, sentir, pensar, e nós nem nos damos conta disso.
E o que acontece no plano pastoral também acontece no institucional. Não podemos deixar de reconhecer que pertencemos a instituições que na maior parte do tempo estão fechadas à ação sempre nova do Espírito; fechamento que se traduz no apego a posições tomadas para guardar o status quo, posições dogmáticas que empobrecem cada vez mais as possibilidades de enriquecimento da mensagem, quase com desprezo pelo novo, como se houvesse autoridade para deter as novas ações do Espírito.

Há quem se creia possuidor de uma dada verdade, fora da qual ninguém tem nada que dizer, nem acrescentar, contribuir proporcionar.
Essa foi a realidade que Jesus enfrentou e constatou também o primeiro grupo de discípulos e discípulas; Paulo a experimentou em sua própria carne e é a mesma situação que vivemos ainda hoje entre nós.

Seremos premiados por ter guardado zelosamente algumas verdades de que o tempo e a realidade cotidiana vão exigindo reformulações, adaptações na linha da fidelidade ao Espírito? Muito provavelmente não, talvez sejamos julgados, isso sim, por não nos termos aventurado a deixar agir mais o Espírito.

Jesus declara a íntima relação entre ele e seu Pai que o enviou. Não é possível admitir que Deus seja grande, maravilhoso, misericordioso, e tudo o mais que queiramos, e deixar de lado a proposta de Jesus.

Rechaçar, com a sutileza que o fazemos, qualquer aspecto do Evangelho é rejeitar Jesus, e rejeitar a ele é repelir o Pai que o enviou.

Talvez seja difícil escutar entre nós uma rejeição verbal contra Jesus, mas o que de fato vemos com toda a clareza é a repulsa prática, o deixar de lado por mil justificativas os aspectos mais comprometedores e de maior exigência do Evangelho.

Infelizmente, nós passamos a vida teorizando, inventando planos e projetos de evangelização que muitas vezes ficam somente em mera teoria; não é esta uma das muitas maneiras de deixar escapar o próprio Evangelho e por onde se vai Jesus, ou por outras palavras, um modo de rejeitá-lo?
Como vimos. Jesus dá o veredicto negativo de toda uma cidade pelo mau acolhimento que alguns deram aos seus discípulos. Talvez houvessem, naquelas cidades, pessoas que acolheriam bem os discípulos...

Pela falta de hospitalidade e acolhimento de alguns, todos pagaram! Jesus sabia que a brutalidade e arrogância dos maus gritam mais alto que a boa vontade e acolhimento dos bons... como aconteceu em Jerusalém, durante a Sexta-Feira Santa.

A mensagem de hoje vai para os formadores de opinião pública! Vocês têm um grande poder e uma enorme responsabilidade nas mãos! Usem da sua influência para tornar as pessoas melhores: mais acolhedoras, mais educadas, mais hospitaleiras... mais humanas!...

Quando os discípulos de Jesus chegarem na nossa cidade, que eles encontrem boa acolhida, para que não entremos todos na lista onde está Corazim, Betsaida, Cafarnaum...

Reflexão Apostólica:

Quando acontecem as fatalidades do dia-a-dia clamamos ardentemente pela justiça divina, mas quando somos nós os grandes opressores, pedimos a Sua misericórdia.

 Deus nunca, nem no novo e nem no antigo testamento deixou de olhar com justiça sendo assim compreensível a idéia que realmente precisamos TAMBÉM mudar.

 Às vezes pensamos: Será que somente rezar é suficiente? Trazer essa reflexão é importante, pois nos trás de volta ao compromisso que temos com a minha própria salvação e com a dos que me cercam sendo assim, inconcebível a idéia de salvação sem a cruz.

O mais engraçado é que todos sabem o que é certo e o que é errado, mas por que então não fazemos somente o correto?

 Passamos boa parte de o nosso tempo a justificar, para nós mesmos e para os outros, os atos e gestos (erros) que  desde o começo sabíamos que não era para serem feitos.
Sabemos que é errado, mas não conseguimos deixar de fazer… “(…) Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo.”.
Iniciamos amanhã o mês missionário  e com ele a reflexão que precisamos antes de tudo começar pela conversão daquele (a) que vemos no espelho todos os dias. Talvez se conseguirmos convertê-lo (a) ou pelo menos fazê-lo (a) cair menos vezes, conseguiremos ter um mundo melhor.

Precisamos muito que isso aconteça, pois Deus é Justo e também será justo com nossa luta em buscarmos sermos alguém melhor do que já somos hoje.

Uma possível conclusão: Se sei o que é errado e tenho convicção disso devo começar minha caminhada de dentro pra fora. Sendo assim…

Propósito:

Pai, move-me à conversão e à penitência diante do testemunho de Jesus, de modo que eu não incorra em castigo por minha incapacidade de reconhecer o apelo da salvação.

Dia 03

Seja qual for a meta a que se propôs, se estiver em conformidade com a vontade de Deus, isso vai se tornar realidade.

Imagine-se superando os obstáculos surgidos na caminhada profissional, pessoal e espiritual.

Cada pessoa é o que pensa.

Por isso, se deseja algo, lute por seus ideais.

A vitória ou a derrota têm início na mente das pessoas.

“Mas, em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou”. (Rm 8,37).

 


domingo, 28 de setembro de 2025

Evangelho do dia 02 outubro quinta feira 2025

 


02 - SANTOS ANJOS DA GUARDA.

Cada hora que soa é um passo a menos que temos de dar. Coragem! O nosso bom anjo será o nosso guia. (L 42). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 18,1-5.10

 "Naquele momento os discípulos chegaram perto de Jesus e perguntaram:
- Quem é o mais importante no Reino do Céu?
Jesus chamou uma criança, colocou-a na frente deles e disse:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu. A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança. E aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará recebendo a mim.
- Cuidado, não desprezem nenhum destes pequeninos! Eu afirmo a vocês que os anjos deles estão sempre na presença do meu Pai, que está no céu.

Meditação:

 Os discípulos de Jesus que estavam sob a influência da doutrina do judaísmo não conseguiam se libertar da ideologia tradicional do messias glorioso, e viam Jesus como tal.

 Mais de uma vez os evangelistas narram a aspiração deles por serem os maiores ou assumirem posições de poder. Tal postura é comum nas sociedades competitivas e individualistas, onde se busca a ascensão para junto dos poderosos. Jesus tenta de várias maneiras demovê-los de tal compreensão.
Mateus, no capítulo dezoito de seu evangelho, apresenta um conjunto de textos que orientam os discípulos para assumirem disposições e práticas de bom convívio comunitário e eclesial.
O conjunto é introduzido pelo debate dos discípulos sobre quem seria o maior. Removendo a ideologia de poder que os inspira, Jesus apresenta-lhes o modelo a ser seguido: uma criança.
Quem é o mais importante no Reino do Céu? Ante a pergunta do discípulo, em três partes Jesus divide o seu discurso. Primeira: Desmonta as grandezas dos pensamentos dos seus discípulos.

 O Evangelho conclui falando ainda que Deus se agrada mais de um pequenino que é resgatado, do que de 99 que não precisaram ser resgatados. Eis uma boa pista para quem quer agradar a Deus e garantir um bom lugar no Reino dos Céus. Ir ao encontro do irmão, da irmã, do filho, da filha, do marido ou esposa que qual ovelha perdida anda longe do rebanho e até mesmo fora de si mesmo.
Jesus dividiu o seu discurso em três partes bem claras. Primeiramente Ele tira a vontade dos discípulos serem grandes.

 A razão é simples. É que o Reino dos Céus é daqueles que se fazem pequeninos. Assim, todo o atentado contra eles não se deixará impune, ao ofensor. 

 Deus manifesta a grande alegria que sente ao reencontrar um pequenino que estava perdido, um filho que estava morto e que agora ressuscitou, vive. Esta mensagem é para mim e para ti que somos os discípulos de hoje.
Temos de nos mover dos conceitos que formamos sobre nós mesmos criados pelas posições que ocupamos dentro da Igreja, que muitas vezes nos leva a nos considerarmos os melhores de todos e por isso merecedores de um lugar de destaque e consequentemente superiores, para uma posição de igualdade aos pequeninos. Ao invés de valorizarmos o poder, a vaidade, Jesus leva a nos colocarmos à disposição como servidores dos outros.
Portanto, a lição prática que podemos levar conosco para a nossa vida hoje e sempre:
1) A humildade e simplicidade, ingenuidade no pecado e pureza do coração representados pela criança símbolo dos órfãos, excluídos, pobres e marginalizados pela sociedade;

2) A acolhida que se deve dar a estes excluídos condenados à comer o pão que o diabo amassou, ou seja, acolhida aos pequeninos;

3) Não só acolher, mas (e sobretudo) sair em busca dos pequeninos que se perderam e resgatá-los.

Reflexão Apostólica:

 Dizem que quando envelhecemos nos tornamos crianças. De certa forma, sim. Dificuldade de locomoção que nos dificulta tomar um banho, dependência dos outros para quase tudo, fraqueza da memória, acaba a sexualidade, ouvimos, entendemos, e escutamos mal. Em certos aspectos até que parecemos uma criança, mais em outros, nem pensar.
Na inocência, não. Carregamos conosco o peso de todas as nossas aventuras da juventude, o peso dos pecados os quais não nos arrependemos, pelo contrário, até nos vangloriamos quando estamos entre amigos e nos esquecemos que somos cristãos. 
Mas Jesus hoje está nos dizendo que "se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus."
Isso é o mesmo que dizer: Temos que nos tornar humildes, Inocentes, de coração puro sem mágoas e sem rancores, sem desejos de vingança, sem apego aos bens materiais, sem nenhuma maldade para com o próximo, sem pecar contra a castidade, em fim, como uma criança.  Será que vamos conseguir este estado de espírito? Talvez fosse melhor a gente começar agora uma espécie de preparação, de treinamento, de conversão, mesmo porque não sabemos a hora que vamos dessa vida para a última fase da nossa existência. 
Começar neste exato momento a mudar o nosso esquema mental, convencidos de que não somos deste mundo.
Estamos aqui de passagem, somos como que acampados em um lugar qualquer deste mundo, e um dia sem menos esperar, partiremos, sem estar preparados para a outra fase da nossa existência, que é o Reino dos céus.
Vamos por a mão consciência. Cedo ou tarde teremos de enfrentar a realidade da outra vida. E é bom estarmos preparados para ela.
Na verdade não a merecemos. Pela graça de Deus, poderemos estar salvos, e fazer parte das maravilhas eternas. Portanto, vamos fazer de tudo para estar menos indignos de receber o perdão de Deus.

ORAÇÃO
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
Dia 02

A vida é semelhante a um caminho repleto de encantos, surpresas, alegrias e beleza, mas também de dores, sofrimentos, tristezas, dificuldades, riscos.

Se decidir mudar o rumo de sua trajetória, você precisa ter coragem para enfrentar os novos desafios.

Nesse novo caminho, o mais importante é confiar no Senhor, para que o guie em todos os momentos.

Na vida, cada pessoa é responsável por traçar o próprio caminho.

“O caminho de Deus é perfeito, a Palavra do Senhor é comprovada, ela é um escudo para todos os que nele buscam refúgio”. (Sl 18[17],31).

 


Evangelho do dia 01 outubro quarta feira 2025


01 outubro -
Reze, reze muito. Estes dias são de recolhimento: preparemo-nos em silêncio, esperando o sinal de Deus. (L 25). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,57-62

"Quando Jesus e os discípulos iam pelo caminho, um homem disse a Jesus:
- Eu estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar onde o senhor for.
Então Jesus disse:
- As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.
Aí ele disse para outro homem:
- Venha comigo.
Mas ele respondeu:
- Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.
Jesus disse:
- Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
Outro homem disse:
- Eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família.
Jesus respondeu:
- Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus."  

Meditação:

 Em Mateus, na passagem paralela a esta, Jesus e os discípulos preparavam-se para atravessar o mar em direção a Gadara.

A caminhada que Jesus aqui inicia com os discípulos é mais teológica do que geográfica. Lucas não tem a pretensão de nos descrever os lugares por onde Jesus vai passar até chegar a Jerusalém.

Seu objetivo é apresentar um itinerário espiritual, ao longo do qual Jesus vai mostrando aos discípulos os valores do Reino e os vai presenteando com a plenitude da revelação de Deus.

É o caminho que terá o seu fim na Paixão Morte e Ressurreição do Mestre. Portanto, trata-se do caminho no qual se vai irromper a salvação definitiva. Como discípulos, somos exortados a seguir este caminho, para nos identificarmos plenamente com Jesus.

Este caminho é penoso e exigente. Aliás como se costuma dizer: a rapadura é mole, mas não é mole não!

Lucas apresenta – através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos – algumas das condições para percorrer, com Jesus, esse caminho que leva a Jerusalém, isto é, que leva ao acontecer pleno da salvação.

O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material: As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.

O segundo diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância, impedem uma resposta imediata e radical ao Reino: Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.

O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se de tudo, para fazer do Reino a sua prioridade fundamental: nada – nem a própria família – deve adiar e demorar o compromisso com o Reino: Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.

Não podemos ver estas exigências como normativas: noutras circunstâncias, Ele mandou cuidar dos pais ( Mt 15,3-9); e os discípulos – nomeadamente Pedro – fizeram-se acompanhar das esposas durante as viagens missionárias ( 1 Cor 9,5)

… O que estes ensinamentos pretendem dizer é que o discípulo é convidado a eliminar da sua vida tudo aquilo que possa ser um obstáculo no seu testemunho quotidiano do Reino.

Por isso, a nós discípulos de Jesus é proposto que o sigamos no caminho de Jerusalém. Pois é por ele que chegaremos à salvação, à vida plena.

Trata-se de um caminho que implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de nós próprios, com o amor até às últimas consequências.

Graças a Deus que nós temos um Pai paciente, compreensivo e amoroso, que compreende os nossos medos, lutas e fraquezas. 

Ele está sempre pronto a estender-nos a mão, a perdoar e a aceitar-nos na Sua Igreja. Não porque nós mereçamos ou estejamos aptos, mas porque Ele é AMOR.
Quando vacilarmos, choremos e arrependamo-nos dos nossos pecados, orando: - "ajuda, Senhor, a minha falta de fé" (Mc 9:24).
No entanto, e sabendo nós da compreensão e amor do nosso Mestre e Senhor, temos que olhar firmemente para a Obra, segurar firmemente a rabiça do arado e integrar-nos no trabalho de Deus.

Não podemos desculpar toda a sorte de cobardia de certos cristãos formais, pois a vitória só nos advém por segurarmos firmemente o arado e olhar para Jesus, Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12,2).

Não voltar para trás para a corrida dos covardes, dos medrosos e dos derrotados, dos medíocres, antes mesmo da partida.
Jesus é exigente: quem está com a mão no arado não deve olhar para trás, mas seguir em frente em resposta ao chamado para a missão.

Reflexão Apostólica:

Quantas vezes nos pegamos dizendo: “Senhor serei fiel, atendei meu pedido” ou “vamos rezar para que Deus possa abençoar nosso encontro”? Repare que nessa segunda frase existe uma verdade e um medo. Verdade: Precisamos que Deus a nos ungir, que abençoe o local, a situação, que vá a nossa frente (…); mas revela um medo implícito. Dá para entender?

Se realmente temos fé falaríamos: “esse encontro (reunião, grupo, família) é Dele e por Ele será abençoado”. De forma alguma estaríamos mandando em Deus, mas declarando a autoridade Dele sobre a situação.

Talvez seja o sentimento (ou a falta dele) de “grau de parentesco” que nos impeça de acreditar. Somos seus filhos e como filhos Ele nos concede a autoridade de expulsar o mal, mas se não creio nisso, não consigo acreditar; não consigo ter fé.

A fé é a primeira condição para as coisas acontecerem, mas o tempo é segunda. A fé precisa resistir ao tempo, mas a modernidade tem interferido em nossa vocação de esperar.

Aprendemos aos poucos a querer tudo para hoje, mais tardar, amanhã; aprendemos aos poucos a por condições para servir, para ajudar, para se entregar

Existem pessoas que tem a boa vontade em servir mais ainda carregam seus mortos. Pecados, erros e faltas do passado, que já foram mortos, ainda são carregados.

Isso é tão nítido nas pessoas que mesmo conhecendo a Deus ainda são amargas, ranzinzas, briguentas, fofoqueiras e às vezes colocam esses “cadáveres” como condição de continuar o serviço: “Amo a Deus, mas vocês tem que gostar do jeito que eu sou”. Coisa nenhuma! Ninguém merece receber nossas pedradas por não termos ainda conseguido amadurecer na fé.

A vida é um bem comum a todos, o caminho também. Ele é repleto de flores e pedras, mas o nosso livre arbítrio é que decide o que levaremos por esse caminho. As flores e as pedras ficam no caminho, pois fazem parte do caminho de nossa aprendizagem, mas só a levamos conosco se quisermos.

Irmãos difíceis carregam sacolas cheias de pedras, de passados, de medos, de preceitos, de paradigmas (…) e todas as vezes que são chamados a seguir uma vida melhor, não conseguem abandonar o peso que acostumou a carregar durante anos, até mesmo décadas. Sacolas ou mochilas cheias de pedras me fazem lembrar que Jesus um dia disse:
(…) Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento” (Mt 10, 9-10).

Talvez, para exercermos melhor nosso ministério de serviço e em nossas funções no trabalho, na escola, na família, (…) seja imprescindível que não carreguemos o passado nas costas. É preciso dar um basta naqueles que dizem que o passado é nossa cruz e que precisamos carregá-lo.

O passado não é nossa cruz, pois como Cristo, ela (cruz) também nos libertou. A cruz que realmente carregamos são as escolhas e promessas que fazemos hoje e serão difíceis de se cumprir se além do peso da cruz tenhamos que carregar as pedras.

Anunciaremos o reino de Deus em nossa vida e na dos que nos cercam quando:

Tomamos conhecimento que somos filhos e não escravos;
Abandonamos as pedras e mesmo nos tropeços conseguirmos ver as flores;
Acreditamos, como padre Fábio de Melo canta:
Que Deus me ama e não estou só, que Deus cuida de mim.

Acreditemos! Deus acabou de curar algo dentro de nós hoje!
Quando formos decidir algo em nossas vidas e na vida dos nossos, sejamos convictos (as), custe o que custar.

Propósito:

Pai, torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.

Dia 01

Certamente você já ouviu a frase de que o trabalho é o melhor remédio, não é mesmo?

Por isso, se você...

...é rico ou pobre, trabalhe.

...é feliz ou triste, trabalhe.

...sente preguiça ou dúvidas, trabalhe.

...tem tristezas e decepções, trabalhe.

O trabalho é um ótimo remédio tanto para curar distúrbios mentais, como

deficiências físicas. que tal pensar nisso hoje?

O trabalho dignifica e realiza o ser humano.

“Pois todo aquele que come e bebe, e vê o fruto do seu trabalho, isso é dom de Deus”. (Ecl 3,13).

 


Evangelho do dia 30 setembro terça feira 2025


30 set - Tudo sempre para a maior glória de Deus Nosso Senhor. (L 18). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,51-56

"Como estava chegando o tempo de Jesus ir para o céu, ele resolveu ir para Jerusalém. Então mandou que alguns mensageiros fossem na frente. No caminho eles entraram em um povoado da região de Samaria a fim de prepararem um lugar para ele. Mas os moradores dali não quiseram receber Jesus porque viram que ele estava indo para Jerusalém. Quando os seus discípulos Tiago e João viram isso, disseram:
- O senhor quer que a gente mande descer fogo do céu para acabar com estas pessoas?
Porém Jesus, virando-se para eles, os repreendeu. Então ele e os seus discípulos foram para outro povoado.
"
  
Meditação:

Lucas menciona o "tempo para ser elevado ao céu", preparando sua narrativa da ascensão em At 1,11, exclusiva de sua obra Evangelho-Atos.

É característica de Lucas, como acontece também com o evangelho de João, destacar a valorização dos samaritanos por Jesus.

Assim temos as narrativas do "bom samaritano" (Lc 10,30-37) e do leproso samaritano curado que volta para agradecer a Jesus (Lc 17,11-19).

Jesus caminhava para Jerusalém com seus discípulos quando, chegando a Samaria, procuraram um lugar para pernoitarem. Aquele povo de Samaria não se dava com o povo Judeu e, como Jesus era judeu, não o quiseram acolher.

Os discípulos Tiago e João, ficaram furiosos e disseram a Jesus:- “Mestre, quer que peçamos que caia fogo do céu sobre este lugar? Jesus os repreende e achou melhor continuarem a caminhada. Qual a mensagem que poderemos tirar de tal acontecimento na vida de Jesus?

1º - Ninguém é obrigado a aceitar Jesus em sua vida. Geralmente, as pessoas que não o aceitam têm motivos suficientes para assim agirem. Por exemplo:- Apego às coisas materiais e ao dinheiro. Gostar de levar vida egoística pensando só em si próprio, em sempre levar vantagens, mesmo que venham a prejudicar os outros.

O importante é que quando alguém não aceita a Jesus, é porque terá que fazer opção de vida correta e verdadeira. Jesus disse certa vez:- “Não poderás amar a dois senhores, ou Deus ou o dinheiro”. Não poderás ascender uma vela para Deus e outra para o diabo”.  

Quando as pessoas se inteiram destas condições exigidas para aqueles que quiserem O aceitar, desistem, estão tão envolvidos, tão afundados em tudo o que não podem, que preferem continuar escravos das coisas do mundo que lhes trazem satisfações e alegrias falsas e passageiras.

2º - Mesmo assim, Ele dá oportunidade a todos, principalmente, aos que não O aceitam. Ele disse, também, um dia:- “Quem de vocês, se tem 100 ovelhas e, ao trazê-las do campo, percebe que está faltando uma, não guarda as 99 em lugar seguro e não vai atrás da que se perdeu? E, quando a encontra, não fica alegre, colocando-a nos ombros e volta alegre e feliz para casa? Disse também:- “Eu não vim para os que estão sãos, mas, para aqueles que estão doentes. “O amor de Jesus é infinito, mas também é justo”. Não obriga, não castiga, não amedronta ninguém, para forçar a se salvar seguindo os seus ensinamentos.

A própria vida nos coloca em situações, que às vezes não nos resta outra alternativa, senão aceitar a mão Salvadora do Cristo, que morreu por toda a humanidade, que o Criador não queria que se perdesse. Só que...Nunca se deve esquecer de duas coisas fundamentais: a) Que somos finitos. b) Que somos falíveis e mortais.

Um dia, que ninguém sabe, nem espera, só Deus, morreremos sem sermos avisados e, mesmo que alguém perceba, já moribundo querendo lutar para ficar e, se não acertou o ritmo da sua vida com o ritmo dos conselhos deixados por Jesus, será tarde.

Mesmo sabendo que o amor infinito de Deus, até na última hora poderá nos salvar; mas ... se não aprendemos nem a gostar, como iremos demonstrar naquele momento, que O amamos, naquele momento derradeiro? É para se pensar muito ...

3º) Só quando aceitamos a Jesus como nosso único salvador; como o Messias; como o Prometido; como o Filho de Deus feito Homem; só para que pudéssemos, convivendo com Ele, conhecê-lo e acreditarmos na realidade que o Deus Pai nos queria mostrar, para que nos salvássemos.

Deus materializou o seu grande Amor em seu filho Jesus, que descendo à Terra, vivendo como nós, com as mesmas necessidades físicas biológicas e psicológicas, sem se corromper, apesar das tentações a que foi submetido.  

Nasceu, viveu, morreu e ressuscitou em um curto espaço de tempo, mas o suficiente para ficar para sempre no mundo, na presença da terceira pessoa da Santíssima Trindade: o Espírito Santo.

Desde há dois mil anos atrás, quando não existiam os órgãos de divulgação que existem hoje, nem telefone, nem jornais, nem rádio, nem cinema, nem tv, nem computador.

Contudo, existiram os ARAUTOS DA PALAVRA DE DEUS, os Apóstolos que a tudo presenciaram e pregaram por toda a parte, como testemunhas fidedignas das verdades pregadas por Jesus e, morreram das formas mais cruéis, como só os Santos morrem; porque é a sublimação da sua missão.
E, hoje, ainda encontramos pessoas que acham difícil seguir os ensinamentos da vida, que Jesus nos deixou. Ainda não descobriram a satisfação, a alegria de render graças por tudo que continuamos recebendo, diariamente, em nossa vida.

Reflexão Apostólica:

“A história é um combate incessante entre Deus que chama e o homem que resiste. E no centro desta história se levanta a Cruz. Cruz que é o grande paradoxo da Bíblia e de toda a história humana: Deus, para salvar o mundo, escolheu esse meio de se fazer pregar numa cruz”.

O contexto nos informa que os discípulos evidenciaram uma fragilidade espiritual: primeiro, discutiram para saber quem era o maior (v. 46) – Jesus os exortou dizendo que no Reino temos de admitir o paradoxo de que o caminho para ser grande é ser pequeno; segundo, decidiram que quem não andava com eles não podia agir em nome de Jesus (v. 49) – Jesus demonstra que tinham de admitir a diversidade do Reino (v. 50).

Assim como os discípulos do passado nós também temos as nossas fragilidades = pecados. A solução para vencê-las está na cruz de Jesus: por ela ficamos livres da condenação e temos acesso à perfeição = poder contra o pecado por meio de um processo “auto-crucificação” = “auto-negação” do pecado = renúncia do pecado. Como se dá a nossa crucificação?

“Completaram-se os dias” de Jesus ser “assunto” = ser glorificado, mas antes da glorificação, Ele teria de ir para Jerusalém = ir para a cruz = ir para a morte. Se não houvesse morte não haveria glorificação (Fp 2,5-11). Em Cristo temos acesso à gloria do céu, mas antes de chegar lá precisamos passar por um caminho de morte ao pecado.
A morte de Jesus de Jesus tinha local, dia e hora marcada e Ele não foge dela: Ele manifestou “intrépida resolução de ir para Jerusalém” (v. 51) “decisivamente” (v. 53) foi para Jerusalém. Somos o povo convocado para morte (2Co 4,7-11): só vive plenamente o cristianismo quem canaliza sua vontade para o abandono do pecado.
Os “mensageiros” foram parceiros de Jesus no processo de concretização da sua crucificação. Nós hoje, igualmente, na caminhada de crucificação = luta contra o pecado, precisamos da força comunitária. A luta contra o pecado não é uma luta solitária, é uma luta solidária. Juntos venceremos com mais eficiência as forças malignas que querem nos escravizar no pecado.

Os samaritanos, que não se davam com os judeus, não deram guarida a Jesus. Ir para a cruz = ir para a morte do pecado = ir para a santificação será sempre uma guerra de muitas batalhas que envolve o sofrimento (2Tm 3,10-12).

Os discípulos evidenciaram de novo sua fragilidade (v. 54). Jesus a denunciou (v. 55) e revelou, uma vez mais, que sua missão não era destruir, mas construir a salvação (v. 56). Na medida que passamos pela crucificação = combate incessante ao pecado = santificação, Jesus nos usará cada vez mais para cumprirmos a missão de proclamar a salvação que Ele promoveu na cruz de Jerusalém.
Se você não creu em Cristo, precisa “ir a Jerusalém” crendo nele como seu Salvador. Se você já creu, precisa “a Jerusalém” com Ele num processo contínuo e determinado de negação do pecado. Quais são os pecados mais comuns da sua vida? Qual tem sido a sua decisão de enfrentá-los? O que você fará agora em decorrência desta reflexão? Que propósito específico você tomará agora? 

Propósito:

Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.

Dia 30

Construa sua casa sobre uma rocha firme, para que a construção não desabe pela força do vendo ou das tempestades.

Na vida, existem momentos repletos de ideais e projetos; de repente, surge um obstáculo: uma incompreensão, uma injustiça, um mal-entendido.

Esse é o momento para ultrapassar as dificuldades, sem retroceder.

As pequenas conquistas diárias darão consistência à sua construção, que se fortalecerá como uma rocha.

“Às vezes, o simples viver é um ato de coragem” (Sêneca).

“Ele me dá abrigo na sua tenda no dia da desgraça.

Esconde-me em sua morada, sobre o rochedo me eleva”.(Sl 27[26],5).





 

EVANGELHO DO DIA 02 NOVEMBRO 2025 - COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIEIS DEFUNTOS

  COMEMORAÇÃO DE FINADOS. 02 novembro - Aos caros falecidos, que terminaram no beijo do Senhor a sua jornada na terra, "luceat perpe...