16 setembro - Jesus aceita com prazer todas as ofertas que lhe fazemos: orações, esmolas e boas obras; mas agrada-lhe sobretudo o sacrifício do nosso amor próprio. (S 235). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 7,11-17
"Em seguida, Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Os seus
discípulos e uma grande multidão foram com ele. Quando ele estava chegando
perto do portão da cidade, ia saindo um enterro. O defunto era filho único de
uma viúva, e muita gente da cidade ia com ela. Quando o Senhor a viu, ficou com
muita pena dela e disse:
- Não chore.
Então ele chegou mais perto
e tocou no caixão. E os que o estavam carregando pararam. Então Jesus disse:
- Moço, eu ordeno a você:
levante-se!
O moço sentou-se no caixão e
começou a falar, e Jesus o entregou à mãe. Todos ficaram com muito medo e
louvavam a Deus, dizendo:
- Que grande profeta
apareceu entre nós! Deus veio salvar o seu povo!
Essas notícias a respeito de
Jesus se espalharam por todo o país e pelas regiões vizinhas."
Meditação:
Com a expressão "em seguida", Lucas
articula a cura do servo do centurião com esta cura do filho da viúva. Uma
grande multidão com Jesus e seus discípulos aproxima-se de uma cidade
amuralhada. Ao chegarem à porta, encontram outra grande multidão que sai da
cidade para enterrar um morto. É a corrente da vida que vem inundar a cidade
dos mortos.
Esta narrativa de milagre diferencia-se da cura
do servo do centurião romano, que a antecede. No caso do centurião a cura do
servo resultou da "tão grande fé" por ele manifestada.
O Evangelho de hoje nos oferece uma cena digna
de um filme. Um grupo formado por Jesus, seus discípulos e a multidão que os
segue entra numa cidade onde encontram um outro grupo, que acompanham uma
mulher viúva levando a enterrar seu filho único.
O encontro acontece às portas da cidade de Naim. O episódio coloca em destaque
a trágica situação da mulher. Já era viúva, agora perde também o seu filho
único e com ele a possibilidade de se sustentar, isto é, a sua própria vida
agora fica em risco. Estamos perante uma situação deveras trágica e só mesmo a
presença de Jesus poderá inverter o curso da situação.
A cena evoca outros episódios presentes no AT,
como são os casos famosos de Elias e Eliseu (1Rs 17,17-24 e 2Rs 4,32-37).
Viúvas e órfãos são categorias necessitadas que no AT reclamam atenção
especial. O salmo 68,6 declara sobre Deus: pai de órfãos, protetor de viúvas.
Não é então de admirar a reação de Jesus quando encontra aquela situação.
Jesus, o portador da vida, tem algo a oferecer para transformar aquela
situação.
Ao ver a dor daquela mulher, o evangelho relata,
que Jesus sentiu compaixão (o verbo grego dá um sentido visceral ao sentimento
que Jesus nutre pela situação da viúva, não é algo superficial, mas lhe vem do
interior).
Interessante é também o convite que Jesus faz à mulher: não chores, como se fosse possível para a mulher evitar o choro numa situação
trágica como aquela, mas é já um antecipar daquilo que está para acontecer.
O gesto seguinte de Jesus é ainda mais perigoso, depois de pedir para uma
mulher sofredora que não chore, agora Jesus vai tocar no corpo do
morto.
Que mestre era aquele que não sabia que não
devia tocar em corpos mortos? Não sabia que ficaria impuro ao tocar? Nada disso
parece importar a Jesus, o que ele deseja é dar a vida.
As palavras de Jesus são decididas: Jovem, eu te digo, levanta-te! A resposta,
do antes morto, também é decidida, imediatamente se levanta e começa a
falar. O espanto apodera-se dos presentes! Não era para menos.
Diante da atitude de compaixão de Jesus, neste milagre de ressurreição, vemos a
exclamação do povo: Deus visitou o seu povo. Jesus é um grande profeta, não apenas porque transmite a Palavra de Deus e
anuncia o reino com palavras, mas sobretudo porque veio realizar o reino pela
ressurreição, oferecendo a sua vida. O comentário do povo evoca a promessa de
Dt 18,15, imediatamente lhe reconhecem o título de profeta.
Jesus veio criar, oferecer à humanidade a alegria de uma vida aberta com todo o
sentido. Percebemos ainda todo o caráter de sinal presente no milagre.
A ressurreição do filho da viúva testemunha
Jesus que há-de vir, cuja vida triunfa plenamente sobre a morte. Significa que
para nós, hoje como então, Deus vai ao encontro de todos os que vivem sem
esperança, para lhes oferecer vida, vida plena. Significa ainda que, seguindo
Jesus, temos que ter em nós a mesma atitude, ir ao encontro daqueles que
sofrem.
Assim, podemos viver a nossa vida como se fosse cortejo fúnebre, sem esperança,
chorando, lamentando-se o tempo todo; ou então fazemos da nossa vida um caminho
de esperança, de ressurreição, de transformação do choro e da morte em sentido
de vida. A escolha é nossa! Mas como discípulos missionários de Jesus a escolha
certa parece ficar clara qual é!
O milagre relatado neste texto, assim como o dos
versículos anteriores, responde à pergunta de João de Batista a Jesus: és
Tu que hás-de vir ou devemos esperar outro? Jesus oferece a salvação (Lc 7,1-10) e mostra
o verdadeiro triunfo da vida (Lc 7,11-17). Não é o relato em si que é o mais
importante, mas o sentido que nos transmite.
Devemos alimentar uma confiança tão grande que vá até ao milagre; uma confiança que nos torne audaciosos e até mesmo
prepotentes. Deus não se ofende com isso.
Que a meditação deste Evangelho nos ajude a termos sempre Fé
e Confiança naquele que é o Senhor de nossas vidas.
Reflexão Apostólica:
O texto de hoje é caracterizado pela compaixão. Pois tudo
nasce de um sentimento espontâneo do Senhor como homem mas senhor da vida.
Não é pedido, não exige a fé, é o Senhor que tem
compaixão dos órfãos e é o que faz justiça às viúvas. E de repente Jesus levanta
a voz para a viúva e diz: não chores.
O autor da vida usa o verbo no presente do imperativo
para dizer que deve parar de chorar uma vez que não mais vai existir motivo
para esse lamento e dor.
Quem tem Jesus, deixa de sofrer a morte. E os sofrimentos
do tempo presente não têm nada haver com gloria que se ha-de revelar no final
dos tempos quando tudo se consumar em todos, dirá São Paulo. Portanto, trata-se
de uma palavra de consolação, que prepara uma intervenção, que evitará a causa
do pranto.
No Evangelho de hoje, vemos como Jesus atua sem ser pedido, unicamente pela sua
compaixão, como ser humano. Ter piedade dos que sofrem é um exercício aprovado
pela atuação de Jesus até tal ponto que opera um milagre com poderes fora do
comum. Oxalá esta seja a nossa atitude perante nossos irmãos!
Podemos dizer este Evangelho tem uma mensagem muito forte para quem
está abatido, depressivo. Jesus sentiu compaixão da mãe viúva, que perdeu seu
filho único, e trouxe o menino de volta à vida. Não foi uma ressurreição, foi
uma reanimação. Este é um termo bem sugestivo...
Se você passou pela fase de adolescência já teve, no mínimo, uma crise de
depressão. Grande parte das mulheres, pelo menos uma vez por mês sente aquela
vontade de se isolar do mundo, que só quem passa por isso é quem sabe...
Quem já perdeu algo ou alguém que gostava muito... Quem nunca teve esse
alguém... Quem se sente um nada, e acha que a sua presença não faz diferença no
mundo... Quem já chegou até a pensar em tirar a própria vida por não ver mais
sentido nessa vida...
A mensagem de Jesus é para você: "JOVEM, EU TE ORDENO,
LEVANTA-TE!"
Jesus quer lhe devolver para a sua mãe, para o seu lar, para uma vida nova!
Encare esse dia de hoje como sendo o primeiro dia de uma nova fase da sua vida.
Jesus não está pedindo, Ele está ORDENANDO!
Qual é o pecado da sua vida? O que te prende ao que
passou? Mude seu ponto de vista... Onde você vê apenas dificuldades e
barreiras, passe a ver desafios, que devem ser encarados como oportunidades de
crescer.
É normal que haja um tempo de adaptação e recolhimento após a perda de alguém
importante... Às vezes é difícil sair de um buraco sozinho... e saber que você
está lá, dando suporte, que vai saber ouvir e aconselhar, é tudo o que essa
pessoa precisa...
Detalhe: ninguém pediu a Jesus que Ele reanimasse o jovem, a iniciativa foi
dele. Quem está em depressão não costuma pedir ajuda, espera que a ajuda
apareça...
Propósito:
Pai,
torna-me sensível ao sofrimento e à dor de cada pessoa que encontro no meu
caminho. Que a minha compaixão se demonstre com gestos concretos. Dia 16 Use suas
palavras para irradiar otimismo e transformar o mundo à sua volta. Se for
inteligente e sensato, você não deve se deixar envolver em conversas
improdutivas. Quanta
sensatez em uma pessoa prudente que não ousa falar dos defeitos alheios; sua
vida está construída na base da sabedoria. As
pessoas que se afastam das fofocas são sensatas. “Falastrão
falando dá golpe de espada, a língua dos sábios produz a cura”. (Pr
12,18). |
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