29 set - Quanto mais alguém trabalha sem pendor natural e guiado tão somente pela fé tanto melhor consegue enganar o demônio. (L 87). São José Marello
Evangelho:
Leitura do santo Evangelho segundo São João 1,47-51
"Quando Jesus viu Natanael
chegando, disse a respeito dele:
- Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
Então Natanael perguntou a Jesus:
- De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
- Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo
daquela figueira.
Então Natanael exclamou:
- Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
Jesus respondeu:
- Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira?
Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é
verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o
Filho do Homem."
Meditação:
O diálogo entre Jesus e Natanael
se dá na ocasião em que Jesus convida seus primeiros discípulos, junto a João
Batista.
Jesus, Filho do Deus de amor, é a presença e comunicação de Deus aos homens e
mulheres, na terra e em todos os tempos.
O evangelista João nos apresenta um Jesus conhecedor de tudo e de todos. Que
não precisa que alguém lhe conte e mostre quem são as pessoas com que Ele se
relaciona. Deus conhece todas as ações humanas, e Ele é o justo Juiz, e seu
Reno não terá fim.
O mal um dia será vencido e não mais estará presente entre os homens. Mas isto
somente vai acontecer quando vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e
descendo sobre o Filho do Homem.
Somos convidados já a nos alegrarmos: por isso, alegra-te ó céu, e todos os que
viveis nele. O convite é extensivo aos coros celestes, serafins, arcanjos e
anjos. É Cristo quem nos chama para estar junto dele e participar de sua obra
redentor.
Filipe não tinha guardado para si a grande alegria de ter tido a dita de
encontrar o Messias anunciado pelos Profetas, mas comunicara-a a seu amigo
Natanael, que se mostrou incrédulo em face da procedência humilde de Jesus,
filho dum carpinteiro de Nazaré, quando o Messias devia ser descendente de
David e procedente de Belém. Filipe não se desmoraliza com as razoáveis
objeções do amigo e também não confia nas explicações que o seu próprio engenho
poderia excogitar; opta por convidar o amigo a aproximar-se pessoalmente de
Jesus: “vem e verás” (v. 46).
Passemos agora para o nome Natanael. Biblicamente ele é de origem semítico que
significa dom de Deus. Foi um dos Doze Apóstolos (Jo 21, 2).
É bem provável tenha sido
Bartolomeu, o qual teria dois nomes, sendo este último um nome patronímico
(filho de Tolmay), como o patronímico de Simão Pedro, Baryona (filho de Jonas).
Esta identificação é deduzida dos diversos catálogos dos Apóstolos que nos
deixaram os Sinópticos, onde Bartolomeu sempre se segue a Filipe, aquele
Apóstolo que levou Natanael a Jesus.
"Eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira".
Natanael sentiu que o olhar de Jesus penetrava os mais profundos recônditos da
sua alma, pois algo de significativo devia ter passado no seu coração naquela
hora e naquele local exceto a que Jesus se referia, e que só Deus podia
conhecer.
Natanael é um israelita fiel à tradição da Lei, e parece não ter idéia da
ruptura de João Batista com as instituições do judaísmo. A fala de Jesus a
Natanael, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi, remete ao profeta
Zacarias: Naqueles dias convidar-vos-ei, uns aos outros, debaixo da figueira.
(Zc 3,10). Corresponda ou não, verdade é que, Natanael vê-se descoberto e então
respondendo professa a sua fé em Jesus: Mestre, Tu é o Filho de Deus, Rei de
Israel. Tanto uma palavra quanto outra fazem parte dos títulos messiânicos
procedentes do Salmo 2. A intencionalidade do Evangelho revela-se ao
apresentar, desde a primeira hora, confissões explícitas de fé em Jesus.
E com a expressão: Então vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e
descendo sobre o Filho do Homem, esconde e ao mesmo tempo revela duma forma
muito clara e expressiva de que Jesus é o Mediador entre o Céu e a terra,
ficando assim os Céus abertos para a humanidade. Ele é a porta pela qual os
homens têm acesso ao Pai. É a escada de Jacob, pela qual subiam e desciam os
Anjos na visão de Jacob (Gn 28,12).
Portanto assim como Natanael, reconhece em Jesus o caminho a verdade e a vida
proclamemos bem alta, Senhor, tu és o Filho do Homem, o Rei de Israel, para que
no final possamos ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre
Ele e com Ele reinemos eternamente.
Reflexão
Apostólica:
Primeiro ponto: Quem era
Natanael? Nada mais que Bartolomeu, aquele que viria a ser um dos discípulos de
Jesus. Sua lembrança é comemorada dia 24 de agosto. Então, por que esse
evangelho está sendo visto hoje? Não é pelo dia, mas pela promessa feita por
Jesus: "Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do Homem".
Segundo ponto: Temos ainda muita dificuldade em acreditar no que ainda não
vimos. Ou será que vimos, mas não reconhecemos?
Hoje a igreja celebra o dia dos “mensageiros dos decretos divinos” ou
Arcanjos. Celebramos Miguel (Ninguém é como Deus), Rafael (Deus te cura) e
Gabriel (Deus é meu protetor). Será que concebemos nos dias de hoje
“repletos” de bruxinhos, vampiros bonzinhos (risos), a idéia de anjos ao nosso
redor? Concebemos a ideia de seres iluminados e alados a nos guardar por
intermédio da vontade divina?
Esse fato chega a ser intrigante… até pouco tempo atrás a concepção de anjos ou
foi por muitos esquecida, em especial pelos jovens, ou banalizada pelos
exotéricos. Era anjo da sorte, da prosperidade, da saúde (e não era o Rafael não)
…
Vimos aos poucos o comércio, a
mídia, os oportunistas transformar o “agente sob as ordens de Deus” em um
empregado dos nossos desejos. Talvez essa “popularização” tenha surtido o
efeito contrário e ter colaborado para que tenhamos a dificuldade de imaginá-los
no cotidiano de nossas ações. Eles estão presentes, mas sensíveis aos olhos e
sentimentos dos mais simples e abertos ao projeto e ao amor de Deus.
Essa sensibilidade provavelmente advenha do reconhecimento (ou fé) que Deus nos
ama e cuida de nós.
Podemos notar esse pelas coisas que inexplicavelmente acontecem em nossas vidas
e daqueles que nos cercam. Prefiro chamar essa teia de coincidências de
cumprimento irrestrito da aliança.
Rafael andava ao lado de Tobias,
mas ele não o via assim, talvez essa seja a manifestação mais comum dos
arcanjos, pois uma das suas funções seja orientar aqueles que mais precisam de
ajuda e mesmo assim passar despercebido.
Talvez outros “anjos”, no entanto
sem asas, estejam nos acompanhando e não os notamos. Provavelmente não tenham o
glamour dos arcanjos, mas é certo que sempre estão presentes quando mais
precisamos. São pais, mães, irmãos, namorados (as), amigos (as), (…); de
certa forma, são anjos orientados pelos anjos de Deus.
São Miguel, São Rafael, São Gabriel rogai por nós e defendei-nos do combate!
Zelemos por nossos anjos! Rezemos por aqueles que nos rodeiam, principalmente
os da minha casa, do meu trabalho, da minha rua…
Propósito: Tornar a vida conforme o Projeto de Jesus.
Dia
29
Jamais
cultive a inveja, pois esse sentimento prejudica tanto o invejoso quanto o
invejado; também corrói o coração, tirando-lhe toda a paz de espírito.
É muito
importante que você se esforce e lute para não cobiçar a felicidade de quem
quer que seja.
Lembre-se
de que só tem valor aquilo que for conquistado com esforço pessoal.
Jamais
deseje o que não é seu.
“Portanto,
despojai-vos de toda maldade, de toda mentira, hipocrisia e inveja, e de toda
calúnia”. (1Pd 2,1).
Nenhum comentário:
Postar um comentário