13 setembro - Uma alma sacerdotal é algo maravilhoso diante do mundo, dos Anjos e do próprio Deus. (L 23). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 6,43-49
"- A árvore boa não dá frutas ruins,
assim como a árvore que não presta não dá frutas boas. Pois cada árvore é
conhecida pelas frutas que ela produz. Não é possível colher figos de
espinheiros, nem colher uvas de pés de urtiga. A pessoa boa tira o bem do depósito
de coisas boas que tem no seu coração. E a pessoa má tira o mal do seu depósito
de coisas más. Pois a boca fala do que o coração está cheio.
-
Por que vocês me chamam "Senhor, Senhor" e não fazem o que eu digo?
Eu vou mostrar a vocês com quem se parece a pessoa que vem e ouve a minha
mensagem e é obediente a ela. Essa pessoa é como um homem que, quando construiu
uma casa, cavou bem fundo e pôs o alicerce na rocha. O rio ficou cheio, e as
suas águas bateram contra aquela casa; porém ela não se abalou porque havia
sido bem construída. Mas quem ouve a minha mensagem e não é obediente a ela é
como o homem que construiu uma casa na terra, sem alicerce. Quando a água bateu
contra aquela casa, ela caiu logo e ficou totalmente destruída."
Meditação:
O "Sermão da
Planície", no evangelho de Lucas, que corresponde ao "Sermão da
Montanha", em Mateus, é encerrado com estas três parábolas sobre árvores e
frutos e sobre o tesouro do coração.
Elas apontam para a
conversão, para a renovação da vida pessoal. Pela conversão a pessoa abandona
falsos valores oferecidos pelo mundo dos poderosos e adere ao projeto de vida
de Jesus. É a casa construída sobre a rocha.
Estamos no sexto
capítulo de Lucas, que inicia com a polêmica de Jesus em torno do preceito do
sábado e é concluído com uma série de comparações que nos propõe uma nova forma
de relacionamento com Deus Pai. Esta nova forma de encontro com Deus vai além
das normas e leis; está mediada pela pessoa e suas circunstâncias.
O texto que nos propõe a
liturgia de hoje tem duas comparações complementares, que apontam a duas
atitudes fundamentais no discípulo do Reino.
A comparação da árvore e
dos frutos, que é retirada do Novo Testamento, aponta para a radicalidade de
vida que compromete os seguidores de Jesus. No centro deste exemplo está nosso
coração.
Um coração sadio é capaz
de gerar os valores, atitudes, sentimentos e compromissos que requer a proposta
do mestre de Nazaré.
O exemplo da casa
construída sobre a rocha é a colocação em prática da radicalidade que Jesus
exige. Já não bastam suas palavras... "Senhor, Senhor!", esta
expressão terá que ser carregada de sentido e vida.
“A árvore é reconhecida
pelos seus frutos”. Do que cada um colheu na vida, disso falarão
suas ações. Os frutos bons, agradáveis ao paladar e que nos saciam plenamente,
que simplesmente alegram as pessoas, são sinais da presença de Deus nos
acontecimentos, porque o homem bom tira coisas boas do tesouro do seu bom
coração.
O coração, como centro da pessoa, fala por si só de nossas ações. Por isso, não
basta dizer com palavras que somos cristãos, temos que demonstrar com feitos
concretos.
A coerência de vida, que
nos pede o Senhor é refletida na exortação: a boca fala da abundância do
coração. Dizer Senhor, Senhor, é reconhecer a autoridade que tem Jesus em seus
ensinamentos.
Não sejamos hipócritas ao chamá-lo de Senhor, quando na realidade não zelamos
pela sua mensagem, nem colocamos em prática o que ele nos ensinou.
O que põe em prática seus
ensinamentos se parecem a quem constrói uma casa cujos fundamentos estavam bem
firmes sobre rocha e, portanto, jamais irá ceder às adversidades.
O seguimento de Jesus não está na simples confissão de boca. Assim o faziam os
demônios quando o reconheciam, mas ele, com sua autoridade, mandava-os se
calarem e os expulsava.
Tampouco consiste em
práticas devocionais externas que nada implicam no modo de viver. A fidelidade
ao seguimento de Jesus se expressa no compromisso diário com os irmãos; quer
dizer, nas atitudes de serviço, perdão, solidariedade.
Jesus não quer que seus
seguidores se limitem a repetir fórmulas, ritos, cerimônias e a cumprir normas
externas.
A verdadeira fé em nosso
Salvador tem profundas raízes no coração, pois não se trata de escutar
discursos bem trabalhados, mas que não têm respaldo algum na vida.
Quantos grupos
religiosos e associações cristãs vivem fechados em si mesmos, fazendo pouco
caso dos graves problemas que atingem a sociedade.
Uma vida colocada a
serviço do próximo, com seus frutos de amor e de misericórdia permanece para
toda a eternidade. A comparação com as árvores e seus frutos é facilmente
compreendida e muito sugestiva.
Não se trata de chegar à
conclusão dualista de que as pessoas se separam em boas e más, mas, sim,
concluir que cada um deve encher seu coração de coisas boas para que seus
frutos sejam bons.
A fé autêntica nos lança
o desafio da transformação da sociedade segundo os valores que o Evangelho de
Jesus inspira. O reino de Deus é para acontecer no meio desse mundo.
Somente assim nossa fé
estará plantada sobre uma base sólida e poderemos dar frutos de fraternidade e
justiça. Dessa maneira, tornaremos possível a “civilização do amor”.
Reflexão
Apostólica:
Jesus está nos
comparando com as árvores. Os frutos são o conteúdo das nossas palavras, e as
nossas obras. Se somos bons, só vamos fazer coisas boas: Ajudamos os que
necessitam, perdoamos, lemos e meditamos a Palavra de Deus, evangelizamos
etc.
Se somos ou nos tornamos maus, nossas obras não serão boas e o sinal
indicativo de que alguém renunciou à sua condição de seguidor de Cristo, é
começar a praticar a iniqüidade.
Assim como os
frutos ruins indicam a qualidade da árvore, as palavras e obras más também vão
nos dizer ou mostrar como são na verdade aqueles, cuja vida é pontilhada de
gestos incompatíveis com sua condição de cristão. É como a árvore imprestável,
que só produz maus frutos.
Interessante, que tais pessoas se esforçam para nos enganar. Por vezes, se
vestem bem, andam no meio de nós, convivem conosco, fingem ser do nosso lado
falando palavras bonitas, mais às vezes não passam de espiões de satanás. Podem
nos enganar por algum tempo, mais a Deus não enganam.
A propósito, podemos encontrar muitos destes no meio de nós, dentro da
comunidade cristã, rezando a Deus, e nutrindo o ódio pelo irmão. É do
tipo que odeia o irmão que vê e dizem amar a Deus que não vê. Dá para
acreditar?
Vamos rezar e pedir a Deus, para que nenhum acontecimento nos transforme em um
destes falsos cristãos, que só produzem maus frutos. Senão, assim seremos como
o tomate podre no meio de tomates bons, podendo apodrecer os outros tomates.
Vamos ficar de olho primeiro em nós. Verificando quando estamos falseando em
nossas atitudes principalmente contra o próximo, para ver se estamos pendendo
para o lado de lá da vida cristã. Em segundo lugar, vamos observando se
em nosso meio existem tomate podres. Como Jesus disse, "tomem cuidado com
o fermento dos judeus" .
Assim, também nós,
vamos agir com cuidados especiais diante de tais pessoas para que o seu
fermento não nos pulverize de atitudes anticristãs, ou atitudes falsamente
cristãs.
Propósito:
Pai, desejo viver com coerência minha fé. Seja o meu agir
uma expressão transparente de minha adesão ao Senhor, e meu amor, uma prova de
que sou teu filho.
Dia 13
Com a
oração do pai-nosso, Jesus nos ensinou a rezar.
A partir
de alguns trechos vamos refletir sobre seu conteúdo:
“Pai
nosso, que estás no céu,
santificado
seja o teu nome,
porque
estás o teu Reino seja feita a tua vontade,
para que
se realize em nossa vida o teu plano,
pela ação
do Espírito Santo.
Que o pão
nosso de cada dia sacie
nossa fome
de pão material e espiritual.
Perdoa as
nossas ofensas e concede-nos o dom
da
humildade. Como nós perdoamos a quem
nos tem
ofendido, torna-nos prudentes no
julgamento.
Não nos deixes cair em tentação,
mas
livra-nos de todo mal. Amém”.
Ore com
fé, simplicidade e confiança, para que seu clamor chegue até Deus.
“Quando
orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que
serão ouvidos por força das muitas palavras.
Não sejais
como eles, pois o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes”. (Mt
6,7-8).
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