28 maio - Há uma virtude que resplandeceu de modo muito particular na Virgem Imaculada, nossa Mãe, uma virtude predileta de Jesus e que também nós devemos possuir, pois ela é o adorno mais lindo da alma: quero dizer a pureza, a virtude com a qual o homem imita os Anjos, aliás, os vence em merecimento, pois eles são puros por natureza, nós por graça: eles, não tendo corpo, são puros por necessidade, nós por vontade, pois nós devemos combater, vigiar, rezar muito e mortificar-nos para obter e conservar essa virtude tão delicada. (S 356). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João 16,12-15
"Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não poderiam suportar isso agora. Porém, quando o Espírito da verdade vier, ele ensinará toda a verdade a vocês. O Espírito não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouviu e anunciará a vocês as coisas que estão para acontecer. Ele vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dirá a vocês, e assim ele trará glória para mim. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso eu disse que o Espírito vai ficar sabendo o que eu lhe disser e vai anunciar a vocês."
Meditação:
Jesus anuncia que muitas
coisas ainda devem ser ditas. Mas os discípulos não estão preparados ainda para
compreender tudo o que Jesus deve dizer.
A solução vem pela
vinda do Espírito Santo. Ele dará plena compreensão de tudo o que foi dito e
ocorrido durante o ministério de Jesus, que é em si mesmo a revelação do Pai, a
Palavra de Deus.
Esta compreensão
profunda da vontade do Pai e do Filho acarreta cargas muito duras, como a
perseguição ou a morte, mencionadas alguns versículos antes.
Mas o Espírito irá mostrando aos discípulos o caminho ao longo da história e o
estilo de vida que deverão ter, em conformidade com o ensinamento de Jesus.
O Espírito provém,
tanto do Filho como do Pai. Ele continua, através dos discípulos, tornando
visível o Reino, na reinterpretação da mensagem de Jesus às gerações vindouras,
gerando um conhecimento cada vez mais profundo do que ele significa para cada
época.
Ajuda no discernimento e na interpretação dos sinais dos tempos, a fim podermos
encontrar o sentido profundo do que vai acontecendo no mundo, bem como a presença
dos sinais do Reino
Estamos nos aproximando cada vez mais de um acontecimento fundamental na vida e
missão da Igreja: a celebração de “Pentecostes”, o envio do Espírito Santo, que
é quem nos impulsiona à missão que temos como seres humanos, como cristãos.
João desvela, nesta seção de seu Evangelho, o importante papel que o Espírito
dá à comunidade. Este iluminará aos discípulos no futuro, os conduzirá pelo
caminho da verdade plena, já que Jesus não pode comunicar-lhes tudo que
necessitam saber, nem tampouco eles tiveram capacidade de compreender a
profundidade de suas palavras.
É importante ter claro ao que se refere João quando fala da “verdade plena”,
especialmente agora que a Igreja se vê submergida na diversidade, na
multiplicidade cultural e religiosa, tal como estava a comunidade de João. A
verdade plena é Jesus de Nazaré, é o Deus feito carne na história da
humanidade, é o amor absoluto entregue por Deus através de seu único Filho.
Esta Verdade que é universal, para todos aqueles que se sentem chamados a viver
e promover, de diversas maneiras, a paz, a justiça, a fraternidade, o respeito
pela Vida em todas as suas manifestações. É no diverso, no que “não é igual”,
onde realmente se evidencia a ação universal do Espírito de Deus.
Precisamente com a condução do Espírito que acontece na fidelidade, que é amor
posto em prática, a comunidade manifesta a presença de Jesus ressuscitado,
torna presente a Palavra que lhe foi confiada e é impulsionada a comunicá-la à
humanidade para que esta creia.
“O Espírito nos conduzirá à verdade e essa verdade nos fará livres”. Vivemos em
um mundo onde “a palavra” já “não vale”; as pessoas se comprometem e não
cumprem; a mentira ronda pelas cidades, povos e veredas; a corrupção está
acabando com países inteiros. A verdade parece não ter mais espaço na
sociedade.
E nós, como cristãos, que estamos fazendo para que essa verdade recupere seu
valor de antigamente? Ou será que seguimos os mesmos esquemas que dominam o
mundo? Nosso compromisso evangélico é estar e viver sempre na verdade e
recordar as palavras do Mestre: “A verdade os fará livres”.
Reflexão Apostólica:
Jesus descreve a dinâmica
da onisciência de Deus quanto a nossa vida. É o próprio Espírito Santo que
descreve bem nossas necessidades e as apresenta a Deus, bem como, age como
canal sempre aberto de relacionamento do amor Dele com sua criatura humana.
“(…) Tudo o que o Pai tem é meu. POR ISSO EU DISSE QUE O ESPÍRITO VAI FICAR
SABENDO O QUE EU LHE DISSER E VAI ANUNCIAR A VOCÊS”.
Deus sabe bem o que precisamos e, no momento mais oportuno, através do Espírito
Santo, nos revela o que precisamos saber e ver. É nesse momento que entra a fé!
Ele é a voz que insiste em nos orientar a fazer o certo; é a sensação estranha
quando algo acontece; é a fortaleza que surge na hora da aflição; a força
sobre-humana que levanta o escombro, mas como já mencionamos em outra reflexão,
o primeiro contato geralmente passa por despercebido e talvez seja proposital,
pois talvez queira apresentar primeiramente a nós a realidade que vivemos, abrindo
nossos olhos para o projeto salvifico de Deus.
Se então voltarmos um pouco na leitura buscando subsídios para uma
complementação de entendimento do de hoje, teremos uma possível síntese do
parágrafo anterior nas palavras:
O Espírito age muito em
nosso meio, mas nem sempre o ouvimos sussurrar (talvez, mesmo se gritasse,
também não ouviríamos). É uma voz presente em nossa reflexão diária. Uma
resposta concreta na nossa oração diária. Um clamor persistente e obediente a
bondade, no entanto seus sussurros são abafados pelos gritos dos valores
pregados por nossa sociedade. Seus murmúrios são calados pelos gritos
ensurdecedores dos falsos profetas
O Espírito Santo não vem falar de tragédias ou do final dos tempos, pois mesmo
que um dia isso venha acontecer, hoje não estaríamos ainda preparados para tal.
Ele não anuncia
catástrofes ou calamidades, pois sofreríamos muito por antecipação. O Espírito
Santo se apresenta logo após a paz de Jesus. Seu vento impetuoso é repleto de
verdade e vida e não de medo.
Sim! É preciso
estar atento aos falsos sopros que mais afastam do que aproximam as pessoas e
daqueles que aprisionam as pessoas pelo medo.
Precisamos também
rever nossa sensibilidade quanto aos sussurros do Espírito Santo e também
repensar nossa postura cristã missionária.
Cada vez mais vemos
cristãos escondidos em seus cenáculos à espera que algo diferente, impetuoso,
que encha novamente aquele lugar de alegria e fogo. Cada vez mais cresce o
número de surdos na fé. Cada vez mais vemos falsos pastores, donos de pequenas
igrejas e grandes negócios, comercializando “ações do Espírito Santo” pela TV.
Tudo acontece a seu tempo. Fiquemos atentos. Paciência. Até mesmo quando
estivermos no olho da tempestade “(…) ele ensinará toda a verdade a vocês”.
Propósito:
Seguir Jesus Cristo,
caminhando sobre suas pegadas (adesão da vontade); escutando a sua doutrina
(adesão da inteligência) e vivendo no seu amor e na sua graça (adesão do
sentimento e do espírito).
Dia 28
Sonhos,
problemas, alegrias...
Existem
muitas pessoas que precisam de um ombro amigo para dividir os problemas; no
entanto, algumas vezes, as frases prontas são insuficientes para aliviar a dor
dos semelhantes.
Por esse
motivo, sempre que for solicitado, esteja à disposição para ouvir os problemas
alheios, proferindo palavras consoladoras no momento certo.
Se um
amigo o procurar para dividir seus problemas, saiba ouvi-lo com sincera
atenção.
“Tudo o
que aí está, minhas mãos é que fizeram; tudo o que existe é meu – oráculo do
Senhor.
Aquele por
quem eu olho são: o pobre, o de espírito abatido, o que treme diante de minha
palavra”. (Is 66,2).
Nenhum comentário:
Postar um comentário