17 maio - Se devemos declarar excomungado quem ousa diminuir a devoção à Virgem Mãe, por outro lado, devemos multiplicar os nossos esforços para divulgar o seu culto. (S 32). São José Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João 14,7-14
"Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai.
Desde já o conheceis e o tendes visto". Filipe disse: "Senhor,
mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto
tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é
que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai
está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai
que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o
Pai está
Meditação:
O
diálogo de Jesus com os discípulos revela o contraste que há entre a imagem de
Deus, recebida da oficialidade religiosa por estes homens e mulheres de seu
tempo, e a que estão recebendo agora, por meio de Jesus. E fica o manifesto de
que não é nada simples para eles estabelecerem com toda clareza de que lado se
encontra a imagem genuína de Deus.
É que em todas as épocas da história humana e, especialmente no que concerne à
dimensão religiosa, sucede sempre um fenômeno muito especial: enquanto Deus
busca se revelar sempre de modo mais patente e claro, os “funcionários” da
religião sempre encontraram a maneira de estabelecer barreiras e impedimentos
que evitem essa aproximação direta e simples de Deus.
Pois bem, em Jesus se manifesta esse desejo terno de Deus caminhar ombro a
ombro com seus filhos e filhas, de revestir-se de humanidade, sem temor de
perder sua dignidade divina; mas é tão absolutamente humano que talvez por isso
os discípulos não possam captar essa presença.
Senhor
mostra-nos o Pai, e isso nos basta! Esta foi a preocupação de Filipe no Engelho
de hoje e pode ser a de muitos diante de uma situação sem solução humanamente
falando. Jesus, no quarto evangelho, fala frequentemente da sua relação com o
Pai, da sua união com Ele, pelo fato de ter sido enviado por Ele.
Ontem
como hoje, os discípulos, agora representados por Filipe, queriam algo mais:
uma visão direta do Pai. E então respondendo Jesus Se lhes revela: Eu estou no
Pai e o Pai está em mim! Sua essência com o Pai é a mesma. Ele é o eterno Filho
de Deus. Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.
Mas
esse desejo estava em contradição com aquilo que já nos aparece no prólogo de
João: A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigênito, que é Deus e está no seio
do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer (Jo 1, 18). Mas os discípulos não
souberam reconhecer na presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do
Pai porque, para ver o Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que
existe entre ambos.
Só
pela fé se reconhece a mútua imanência entre o Jesus e o Pai. Por isso, a única
coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiadamente esse dom. Jesus ao
apelar para a fé, apoia os seus ensinamentos em duas razões: a sua autoridade
pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das suas
obras.
A
obra de Jesus, inaugurada pela sua missão de revelador, é apenas um começo. Os
discípulos hão-de continuar a sua missão de salvação, farão obras iguais e
mesmo superiores às suas. Jesus quer mesmo dar coragem, aos seus e a todos os
que hão-de acreditar n´Ele, para que se tornem participantes convictos e
decididos na sua própria missão.
Jesus
falou muito do Pai. Filipe entusiasmou-se e pediu a Jesus que lhe mostrasse o
Pai. Mas o Senhor respondeu-lhe: Quem me vê, vê o Pai. Filipe queria ver o Pai,
mas não conseguiu vê-lo
Eu estou no Pai e o Pai está
Pai,
que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor
misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.
Reflexão Apostólica:
Como
vimos, no Evangelho de hoje, Jesus enfatiza aos seus discípulos que já conhecem
o Pai porque o tinham visto e conhecido a ele. Esta afirmação provoca a
intervenção de Felipe: “mostra-nos o Pai”.
Sabemos
que se trata de um recurso pedagógico empregado pelo autor do quarto evangelho
para aprofundar um tema teológico dando-lhe a relevância necessária.
Jesus
interpela a Felipe com o mesmo tema que em passagens anteriores veio
trabalhando: ele e seu Pai são uma mesma realidade.
Entre
eles existe uma comunhão tão íntima, tão profunda que aquele que vir a Jesus –
o Filho – vê o Pai. Mas o assunto é ainda mais profundo: crer em Jesus é crer
nas obras que ele realiza como provenientes do Pai.
Por
sua vez, quem crê em Jesus é chamado a realizar suas mesmas obras, e inclusive
maiores. De tal forma que a fé em Jesus não é uma simples adesão, mas implica
um modo de agir segundo a ação do Pai revelado na pessoa de Jesus.
A
comunhão íntima de Jesus com seu Pai não é compreensível para Tomé e Filipe.
Não entendem que conhecendo Jesus conhecem o Pai.
O
verbo “conhecer” não se refere à ação de ver e gravar uma imagem na memória,
mas, sobretudo, ao desejo profundo de experimentar Jesus em nossa vida e de aderirmos
sem desculpas a seu projeto de anunciar o reino de Deus. Em outras palavras,
conhece a Deus e a Jesus quem faz a vontade do Pai.
Do
mesmo modo que Filipe são muitos os que pensam que conhecem Jesus porque o
visitam nos templos e lá rezam. Na prática, porém, não o conhecem realmente
porque sua vida é dominada por atitudes egoístas, injustas ou violentas.
Poderíamos
dizer que a fé e as obras nos permitem conhecer Jesus e o Pai, mas também são
nossas obras que permitem que Jesus e o Pai nos conheçam. A fé e as obras são o
eixo em torno do qual deve girar a vida cristã.
Quando
rezarmos, devemos fazê-lo em nome de Jesus. Assim sentiremos a glória de Deus
como um cinzel que, com nossa colaboração, vai esculpindo sem descanso um mundo
com rosto alegre, fraterno e justo.
Temos
nosso olhar do coração fixo nas ações de Jesus, para que realizemos as obras do
Pai? Agimos em nome do Pai, ou pretendemos fazer nosso próprio capricho
utilizando o nome de Deus?
Propósito:
Pai,
que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor
misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.
Dia 17
Sempre
haverá oportunidades e circunstâncias reveladoras de que Deus existe e está bem
próximo de nós.
Cabe a
todos perceberem sua presença no dia-a-dia.
É
importante mostrar ao mundo que Deus existe, não tanto com as palavras, mas sim
com obras, dando testemunho desse Deus vivo, presente em cada um de nós.
Você foi
enviado por Deus para ser missionário da bondade, da compreensão e do perdão.
A partir
de seu testemunho, a demais pessoas perceberão a presença de Deus e sentirão a
paz que se origina dele.
“Que
beleza, pelas montanhas, os passos de quem traz boas-novas, daquele que traz a
notícia da paz, que vem anunciar a felicidade, noticiar a salvação, dizendo a
Sião: ´Teu Deus começou a reinar! ´” (Is 52,7).
Nenhum comentário:
Postar um comentário