segunda-feira, 12 de maio de 2025

Evangelho do dia 15 maio quinta feira da 4º semana da Páscoa

 


15 - Deus concedeu ao mundo um dom incalculável ao lhe dar Maria. E pensar que, se tivesse sido necessário para a minha alma, Ele a teria concedido a mim somente! (S 193). São José Marello


 
João 13,16-20

"Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. Já que sabeis disso, sereis bem-aventurados se o puserdes em prática. Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: 'Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar'. Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou"."  

A Bíblia é a palavra inspirada de Deus, escrita pelos santos homens de Deus, movidos pelo Espírito Santo. Por isso, devemos aceitar a infalibilidade das Escrituras como nosso guia de conduta e doutrina.

O Evangelho de hoje (João 13,16-20) convida-nos a repensar a nossa forma de nos situarmos, quer na sociedade, quer dentro da própria comunidade cristã. A instrução de Jesus aos discípulos que o Evangelho nos apresenta é uma denúncia dos jogos de poder, das tentativas de domínio sobre os irmãos, dos sonhos de grandeza, das manobras para conquistar honras e privilégios, da busca desenfreada de títulos, da caça às posições de prestígio… Esses comportamentos são ainda mais graves quando acontecem dentro da comunidade cristã: trata-se de comportamentos incompatíveis com o seguimento de Jesus. Nós, os seguidores de Jesus, não podemos, de forma alguma, pactuar com a “sabedoria do mundo”; e uma Igreja que se organiza e estrutura tendo em conta os esquemas do mundo, não é a verdadeira Igreja.

Os discípulos relutavam em aceitar que o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma, num sistema de precedências e privilégios.

 Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que "o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou". Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.

Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus Servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão. Se é possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura. Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.

 Jesus terminou de lavar os pés de seus discípulos e quer explicar a eles o que realizou, citando um provérbio conhecido: “Não é o servo maior que seu senhor nem o enviado mais do que quem o envia”. Com este provérbio os convida a seguir seu comportamento. Ser senhor significa servir e estar disposto a dar vida por amor, porque no amor o ser humano alcança a verdadeira vida, sua plenitude. Não é o poder o que faz feliz, senão o amor. Não é ser superior senão ser igual: Jesus nos chama a isso. Lamentavelmente dentro do grupo de Jesus há um – Judas – que não está disposto a seguir este caminho e elegeu o amor ao dinheiro mais que a adesão a Jesus e a sua mensagem de amor.

 Jesus ensinou sobre a humildade, dizendo que aquele que servia aos outros, era o maior de todos e que dali em diante deviam lavar humildemente os pés uns aos outros; tocou ainda na discussão sobre qual deles havia de ser o maior, dizendo muitas coisas que se encontram também no Evangelho. Ele é o maior exemplo de alguém que serviu a Deus. Ele próprio afirmava, que não fazia nada por Ele mesmo, a não ser o que o Pai lhe indicava. Todos, os que temos conhecimento de Deus, sabemos que Jesus teve que se abnegar a sua vida para pôr em prática o plano do Pai. A abnegação foi difícil, ele teve que passar por injúrias, vergonha, chicotadas e crucificação.

 Nesta perspectiva, o gesto de humildade de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E, como ele, todos devem agir, pois também são servos. Portanto, o gesto de Jesus só é incompreensível para quem não pensa como Deus cujo objetivo principal é que todos possam viver com Ele na eternidade. Contudo, antes mesmo da vinda de Cristo ao mundo, Ele sabia que nem todos aproveitariam esta oportunidade. Que muitos iriam desprezar a obra que seu Filho ia fazer na cruz. No entanto, grande parte das escrituras do velho testamento relatam e apontam o interesse por parte de Deus, para este plano de salvação mediante Cristo.

 “Quem recebe a qualquer um que eu enviei, recebe a mim, e quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou”. Jesus e Deus se manifestam em quem acolhe o outro. Não há melhor expressão de igualdade: receber a um enviado de Jesus é como recebê-lo, e recebê-lo é como receber a Deus. Se seus enviados põem em prática sua mensagem de amor, quando estes forem recebidos, estarão refletindo o estilo de vida de Jesus, e vendo o estilo de vida de Jesus poderão entender melhor que Deus é também amor e quer a solidariedade e o serviço para experiência de amar e ser amado. Jesus efetua uma inversão total da concepção tradicional de Deus e, em conseqüência, de sua relação com o ser humano e das pessoas entre si. Contra tudo o que ensinava as religiões, Jesus revela que o atributo principal de Deus não é o poder, senão o amor, doador de vida. E se Deus, o Pai, não exerce domínio, nenhum poder nem domínio humano está legitimado. De fato, a idéia de um Deus soberano, com seu trono no céu, fundava o paradigma das grandezas humanas; os mais poderosos entre os humanos criam ser os que mais se pareciam com Ele. Mas, com Jesus, Deus deixou seu trono; manifesta-se como amor ao serviço de cada um (como lavando os pés). A palavra “servir” significa: estar ao serviço de; consagrar-se ao serviço de; viver como servo.

 Nós que nos consideramos discípulos de Jesus e queremos cumprir o plano de Deus, temos que ter consciência que a palavra serviço é a base para tudo. Dizer, que se é discípulo, mas continuar a ter uma vida baseada nas mesmas vidas antes de se conhecer e aceitar Jesus, é estar em desacordo com a palavra de Deus, em renunciar o mundo e as suas paixões. Jesus é claro. Ele deu o exemplo. Perdeu a sua vida. Todos nós que queremos ser discípulos de Jesus, devemos renunciar as coisas do mundo e andar em novidade de vida. Devemos servir a Deus com intensidade, com amor, com vida, renunciando o pecado, murmurações, pensamentos da velha vida. Neste sentido, a frase final do Evangelho de hoje: "[...] quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.", própria dos evangelhos sinóticos, identifica o missionário com Jesus e o Pai.

 "Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fossemos o centro do mundo e da vida. É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros. É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E, se para descobri-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo". (Dom Hélder Câmera)

 A Páscoa de Jesus convida-nos, pois, a renovar nossa condição de povo de Deus. Então, se nós vamos chamar a gente o povo de Deus, se a gente responde ao chamado de Deus para ser “o povo de Deus”, temos que apreender a viver em solidariedade uns com os outros e com todos os povos de Deus em todo o mundo e com a Criação. Qualquer coisa menor vai, sem dúvida nenhuma, trazer o julgamento de Deus sobre nós como Nação, como “povo” desobediente. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos mostre o sentido de solidariedade no mundo de hoje. Para isso, é imperativo que reconheçamos o valor de uma alma humana, para que nunca desistamos de um de Seus preciosos filhos.

Oração: Ó Deus, que restaurais a natureza humana, dando-lhe uma dignidade ainda maior, considerai o mistério do vosso amor, conservando para sempre os dons da vossa graça naqueles que renovastes pelo sacramento de uma vida: Inculcai em nossos corações a certeza de que só tu és Senhor, e que entre os seres humanos deve reinar igualdade e solidariedade, sem opressão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Dia 15

Algumas vezes, talvez você seja acometido por sentimentos de inferioridade em relação aos demais.

No entanto, jamais permita que o pessimismo invada o seu íntimo.

Se acreditar no bom resultado de seus empreendimentos, você vai adquirir autoconfiança e sairá vencedor.

Nunca julgue inferior aos demais.

Em seu interior, existem sentimentos que o impelem a seguir em frente.

“Mas também eu, como vós, tenho entendimento, e não sou inferior a vós; quem ignora aquilo que sabeis?” (Jó 12,3).

 


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