23 MAIO - Maria nos estende sempre sua mão materna para nos socorrer e nos fazer subir mais facilmente ao Céu; outra coisa não nos resta senão aceitar a sua oferta caridosa. (S 212). São Jose Marello
João 15,12-17
"Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como
eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos
dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes;
fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso
fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará.
O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros."
Meditação:
Este
texto aparece como corolário do convite de Jesus a permanecer unidos entre si e
a Ele no amor e em obras (cumprindo os mandamentos do Pai). Jesus acerta em uma
espécie de síntese essencial de todo o projeto de Deus para a humanidade:
amai-vos entre vós como eu vos tenho amado. Nada do que podemos dizer sobre o
querer de Deus fica fora do mandamento novo de Jesus.
Buscar a paz, trabalhar com outros e com outras que se sintam convidados a
transformar a realidade injusta, cuidar e defender a ecologia, a vida ameaçada,
etc. nenhum desses compromissos é alheio à proposta de amor radical de Jesus:
“como eu vos tenho amado”, ou seja, até o fim, sem medida, com a vida, com as
entranhas. Jesus diferencia entre ser amigo e ser servo, o servo não escolhe,
obedece.
O amigo é servidor, aceita um convite livremente, opta e assume um estilo de
vida, entra em intimidade com quem o chama e essa identificação produz frutos
que brotam do amor mutuo. Responder ao convite-exigência de Jesus é condição
para sustentar nossa amizade com Ele.
O evangelho reafirma novamente o mandamento do amor. O fundamento do amor entre
os discípulos é que antes foram amados por Jesus. O amor do Mestre a seus
discípulos gera uma relação diferente entre eles: já não são servos ou
escravos, mas verdadeiros amigos. E a amizade consiste em Jesus lhes ter
revelado tudo o que o Pai lhe encomendara.
Ele
escolheu e chamou seus discípulos para que transmitissem uma nova vida fundada
no amor oblativo, que se entrega como oferenda plena aos outros. Esta nova vida
emana da cruz de Jesus.
A
cruz recebe um novo sentido, uma nova dimensão: é a máxima expressão do amor de
Deus à humanidade e do “amor até o extremo” de Jesus aos seus.
Jesus
ensina e realiza sinais mediante os quais o ouvinte pode, imediatamente, ver e
ser consciente de sua própria imagem e, desse modo, gerar a consciência
necessária para que surja espontaneamente a necessidade de se rebelar contra um
modelo social injusto e comece a buscar a forma de organização que convém ao
ser humano: a organização fraterna, igualitária e justa.
Essa é a finalidade do projeto de Jesus: homens e mulheres que se empenhem
juntos na tarefa de construir um modelo de sociedade novo e também um novo
modelo eclesial, onde todos tenhamos lugar. Esse modelo de sociedade somente é
possível se embasado no amor, tal como nos diz hoje o evangelho.
Somente se nos amarmos conseguiremos experimentar profundamente o gozo de
sermos amigos de Jesus; ele é nosso amigo, quer o melhor para nós; não nos olha
como servos, porque já disse: “o servo não sabe o que faz seu senhor”; ele nos
chama de amigos, considera-nos como seus amigos e está disposto a empreender em
nós e conosco a luta por uma sociedade melhor.
Reflexão Apostólica:
Há
uma palavra que nos liberta de todos os fardos, dores da vida e nos faz atingir
o vínculo da perfeição. Essa palavra é amor. João na primeira carta diz que
Deus é amor.
Além
de tudo, o mais que Deus seja e, além do mais que Ele tenha feito, esteja a
fazer ou venha a fazer – tudo é uma manifestação do Seu amor. Este amor é tão
reconfortante como é difícil de compreender.
O
amor de Deus excede em muito aquilo que os seres humanos rotulam normalmente
como amor, o qual é, por vezes, um mero sentimento superficial ou uma paixão
louca temporária, esta tantas vezes misturada de egoísmo e cobiça. Deus não se
limita a ter amor ou a demonstrar amor. Ele é amor.
O
amor de Deus pela humanidade tem-se revelado de numerosas maneiras, sendo a
maior de toda a Cruz. Como seguidores de Jesus, correspondemos ao Seu amor
amando os outros, como Cristo nos amou a nós.
No
Evangelho de João, Jesus não manda amar a Deus. Seu mandamento é que
permaneçamos no amor. É amar o amor, e Deus é amor. O maior amor está em dar a
vida por seus amigos, estar totalmente a seu serviço, a exemplo de Jesus.
Somos
escolhidos para dar frutos que permaneçam para sempre. O fruto é a prática do
amor mútuo originando as comunidades. A vida sem amor é um tipo sub-humano de
existência.
Precisamos
do amor dos pais. Precisamos do amor da família e dos amigos. Precisamos
pertencer a uma comunidade que ama.
Contudo,
assim como precisamos receber amor, também precisamos dar amor. Não somos
verdadeiramente humanos se não conseguirmos amar.
Sejamos,
porém, claros: O verdadeiro amor não tem origem
Assim,
celebrar a Eucaristia é assumir o compromisso de viver a fraternidade não
apenas verbalmente, mas de fato. Assim como Jesus se entrega por nós, que nossa
vida seja toda ela vivida na doação e no serviço em favor dos irmãos e irmãs,
especialmente daqueles que mais sofrem. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos
outros.
A
passagem do evangelho termina reafirmando o mandamento do amor. Sem amor, a
mensagem de Jesus fica vazia.
Somente o amor até o extremo pode garantir a fecundidade da comunidade discipular. Se houver verdadeiro amor, serão bem-vindos os conflitos, as perseguições e os ataques de toda espécie. Mas se faltar o amor, facilmente se cairá ante a primeira dificuldade.
Propósito:
Pai,
seja o amor de Jesus minha única fonte de inspiração para pôr em prática o
mandamento do amor mútuo. Que eu me esforce por amar, como tu amas!
Dia 23
Muitas
vezes, quando precisam de ajuda, as pessoas não esperam somente frases feitas,
mas sim ser compreendidas.
Para
Tagore, “Ouvir é amar”.
Por isso,
para entender os semelhantes, tente compreender não apenas o que lhe dizem, mas
o que não conseguem dizer.
O silêncio
é um dos maiores mistérios do amor, por isso é preciso respeitá-lo.
Acolha em
seu íntimo o silêncio dos irmãos.
“Meus
irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática?
A fé seria
capaz de salvá-lo?
Imaginai
que um irmão ou uma irmã não tem o que vestir e que lhes falta a comida de cada
dia; se então algum de vós disser a eles: ´Ide em paz, aquecei-vos´ e ´Comei à
vontade´, sem lhes dar o necessário para o corpo,
se não se
traduz em ações, por si só está morta”. (Tg 2,14-17).
Nenhum comentário:
Postar um comentário