11 maio - Admiremos a beleza inefável da alma de Maria, a qual não é senão um maravilhoso quadro, formado por pequenos pontinhos, todos perfeitos. A beleza de Maria se compõe justamente de tantas pequenas virtudes, mas todas tão perfeitas que, juntadas em sua formosa alma, conferem-lhe um atrativo irresistível, um encanto celestial. (S 213). São José Marello
EVANGELHO: João 10,27-30 11 maio 2025
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio
de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São João.
– Glória a vós,
Senhor.
— Naquele tempo, disse Jesus:
27“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me
seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão.
E ninguém vai arrancá-las de minha mão.
29Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém
pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.
Palavra da Salvação
– Glória a vós Senhor.
De acordo com o evangelista, no momento do discurso
Jesus se encontra em Jerusalém, nas dependências do templo, participando da
“festa da dedicação” (cf. Jo 10,22). Embora não fosse tão frequentada como as
três maiores festas judaicas (páscoa, pentecostes e tendas), a festa da
dedicação também atraía um número considerável de peregrinos a Jerusalém. Essa
festa foi estabelecida por Judas Macabeu no ano 165 a.C., para celebrar a
vitória dos macabeus sobre a dominação grega e a nova dedicação do templo e do
altar, já que esse tinha sido profanado pelos gregos (cf. 1 Mc 4,36-59); desde
então, essa festa entrou no calendário judaico. Acontecia em Jerusalém e durava
uma semana; o texto profético utilizado na liturgia dessa festa era o capítulo
34 de Ezequiel, texto em que o profeta faz uma enfática denúncia aos maus
pastores de Israel. Esses apascentavam a si mesmos, ao invés de apascentar o
(povo) rebanho (cf. Ez 34,1-2). Por isso, de acordo com o profeta, Deus tomou a
iniciativa de destituir os maus pastores e cuidar ele mesmo do rebanho (cf. Ez
34,11).
Foi a partir deste contexto que Jesus aplicou a si
mesmo a imagem do bom pastor, aproveitando a ocasião em que o texto de Ezequiel
estava muito vivo na memória das pessoas. É importante recordar que a figura do
pastor sempre foi muito significativa para o povo de Israel. Essa imagem foi
aplicada a Deus e também aos líderes que assumiram funções de guia e comando
sobre o povo, como reis e sacerdotes. Atualizando a perspectiva do profeta,
Jesus como o único e autêntico pastor, dirige à classe dirigente de Jerusalém,
especialmente aos sacerdotes do templo, uma de suas mais pesadas críticas. Ora,
ao afirmar ser o bom pastor (cf. Jo 10,14), Jesus denunciava que os sacerdotes
do templo eram aqueles maus pastores destituídos por Deus, como profetizou
Ezequiel. Suas palavras tiveram grande repercussão porque mexiam com os
privilégios da classe dirigente de Israel, composta por funcionários do
sagrado, ao invés de pastores verdadeiros. A prova do incômodo causado pelas
palavras de Jesus está na reação dos líderes judeus durante e após o seu
discurso: disseram que ele estava endemoniado (cf. Jo 10,20), quiseram
apedrejá-lo (cf. Jo 10,31) e tentaram prendê-lo (cf. Jo 10,39).
Feita a contextualização, olhemos para o texto: “As
minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (v. 27). No
versículo anterior, que não consta no texto da liturgia, Jesus tinha dito aos
seus interlocutores, os líderes do judaísmo, que eles não pertenciam às suas
ovelhas (cf. Jo 10,26). Isso porque não correspondiam aos critérios de
pertença, ou seja, não lhe ouviam e nem lhe seguiam. É de suma importância essa
afirmação de Jesus, pois revela quais são as características fundamentais do
seu tipo de pastoreio e os critérios para pertencer ao seu rebanho: escutar e
seguir; esses dois verbos são chaves de leitura para toda a mensagem de Jesus,
sobretudo para a compreensão do seu discipulado. Escutar a voz de alguém, na
Bíblia, não significa simplesmente a percepção de um som ou ruído, mas é acima
de tudo dar adesão completa àquele que fala, é deixar-se transformar e,
consequentemente, conduzir-se pelas suas palavras. Por isso, a escuta vem
acompanhada de um segundo elemento, que é a sua consequência: o seguimento. Os
interlocutores de Jesus não viviam a dinâmica do “escutar-seguir”; apegados aos
ritos e preceitos, tinham sido instruídos a obedecer e cumprir normas, apenas.
O seguimento proposto por Jesus, como consequência da escuta, significa seguir
os mesmos caminhos dele, com liberdade e disposição. Ao invés de cumpridores de
ordens, fazer parte das ovelhas de Jesus é ser descobridores de estradas,
buscadores de novos horizontes. O Deus pregado no templo era um soberano que,
através de seus representantes ditos pastores, a casta sacerdotal, ditava
normas do alto; apresentando-se como pastor, Jesus revela que Deus age de
maneira completamente diferente: caminha a frente, não dá ordens, apenas aponta
a direção; quem escuta a sua voz e o segue, torna-se íntimo dele.
A quem, motivado pela escuta, se coloca no
seguimento de Jesus, o bom pastor, Ele garante o maior dos dons: “Eu dou-lhes a
vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão”
(v. 28). Os falsos pastores do templo, denunciados por Jesus, apenas pediam;
Jesus, pelo contrário, é quem dá, e não qualquer coisa, mas a vida em plenitude,
ou seja, a “vida eterna”; por sinal, a “vida eterna” dada por Jesus a quem lhe
segue, não é um prêmio que as pessoas boas receberão no futuro, mas a vida
conduzida segundo a escuta da sua voz, desde agora. A adesão a Jesus e ao seu
Evangelho, compreendida como a escuta da sua voz e o seu seguimento, eterniza a
vida. Não é uma vida para o pós-morte, mas é uma vida tão plena, tão cheia de
sentido e autêntica, a ponto de nem a morte poder destruí-la; por isso, mesmo
após a passagem que chamamos de morte, essa “vida eterna” prosseguirá. É a vida
presente que se torna eterna à medida em que a pessoa se deixa conduzir pela
voz de Jesus. Ora, o próprio Jesus, mais adiante, afirmará que a vida eterna
consiste no conhecimento dele e do Pai (cf. Jo 17,2-3). Portanto, quem ouve a
sua voz lhe conhece e, por sua vez, conhece também o Pai, já que Ele e o Pai
são um (v. 30). Logo, vida eterna é a vida de todo homem e toda mulher que
escuta a voz de Jesus e abraça o seu seguimento.
Ninguém consegue arrancar as ovelhas da mão de
Jesus (cf. v 28b) porque tudo o que está em sua mão está também na mão do Pai:
“Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode
arrebatá-las da mão do Pai” (v. 29). Ora, tudo o que Jesus tem, recebeu do Pai,
porque o Pai, amando-lhe tanto, entregou-lhe tudo nas mãos (cf. Jo 3,35),
principalmente a vida dos seus filhos, as ovelhas que estavam nas mãos de
mercenários (cf. Ez 34; Jo 10,12-13). Quando o Pai decide cuidar ele mesmo das
ovelhas (cf. Ez 34,11), na verdade decide entregá-las ao seu Filho, Jesus. A
mão, na linguagem bíblica, é uma metáfora do poder protetor de Deus, da sua
força e dos seus cuidados paternais e maternos (cf. Os 11,3; Dt 33,3; Is 43,13;
49,2; Sl 31,6; 95,4; Sb 3,1; Dn 5,23). Com essa imagem, Jesus diz que também é
Deus; daí, a afirmação: “Eu e o Pai somos um” (v. 30). Não se trata de uma
fusão entre os dois, mas de uma intensa intimidade e comunhão. E é esse modelo
de comunhão que Jesus partilha com quem se dispõe a ouvir a sua voz e segui-lo,
segundo a seguinte dinâmica: da escuta ao seguimento, do seguimento à unidade.
São esses os passos e critérios fundamentais para uma comunidade ser composta
por ovelhas pertencentes ao redil do único pastor que é Jesus.
Falar em
Maria...Falar na mãe de Jesus.
Ela é a
mãe de toda a humanidade.
Com o
coração dilacerado pela dor, ficou firme ao pé da cruz, onde acompanhou o
sofrimento de seu filho.
No
entanto, em seu interior, conhecia o propósito de Deus para salvar os seres
humanos.
Por isso,
a melhor maneira de demonstrar respeito e amor por Maria cumprindo a vontade de
seu filho Jesus.
Maria é o
maior exemplo de amor e fé da humanidade.
“Depois
disse ao discípulo: ´Eis a tua mãe! ´. A partir daquela hora, o discípulo a
acolheu no que era seu”. (Jo 19,27).
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