12 - Maria,
nós gostamos de vos contemplar no Céu, coroada de glória, Rainha dos Anjos,
Soberana entre todos os eleitos, dispensadora de todas as graças! Mas quase nos
parece que a grande distância que de vós nos separa, possa constituir obstáculo
à vossa compaixão para conosco. Preferimos contemplar-vos na atitude de Rainha
das Dores, aos pés de Jesus Crucificado. Achamo-nos num vale de lágrimas e o
nosso coração abatido encontra maior conforto em repousar no vosso coração
aflito, ó Maria! (S 341). São José
Marello
João 10,1-10
"Jesus,
o pastor verdadeiro
Jesus
disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não entra no curral das
ovelhas pela porta, mas pula o muro é um ladrão e bandido. Mas quem entra pela
porta é o pastor do rebanho. O porteiro abre a porta para ele. As ovelhas
reconhecem a sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do
curral. Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o
seguem porque conhecem a voz dele. Mas de jeito nenhum seguirão um estranho! Pelo
contrário, elas fugirão, pois não conhecem a voz de estranhos.
Jesus
fez esta comparação, mas ninguém entendeu o que ele queria dizer.
Então
Jesus continuou: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu sou a porta por
onde as ovelhas passam. Todos os que vieram antes de mim são ladrões e
bandidos, mas as ovelhas não deram atenção à voz deles. Eu sou a porta. Quem
entrar por mim será salvo; poderá entrar e sair e achará comida. O ladrão só
vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida,
a vida completa."
Meditação:
Em
complemento ao tema fundamental do evangelho, que é o dom da vida eterna, João
apresenta um tema eclesial sob a forma de uma parábola: o redil das ovelhas.
Em Jesus, temos o modelo do verdadeiro pastor. Nele se realiza a espera do bom
pastor prometido por Deus: o «grande pastor», maior que Moisés (Hb 13,20). Em
Jo 10,1-10 se afirmar que Jesus é a «porta» para se chegar às ovelhas e para
ter acesso às pastagens (10,7.9-10).
O tema das ovelhas já tinha sido introduzido em Jo 2,15 e em particular em 5,2
onde se indica uma porta das Ovelhas com cinco pórticos nos quais estavam
deitados os doentes para serem curados.
Neste último contexto as ovelhas estão indicando o povo oprimido pelos líderes.
Em Jo 10,1 Jesus liga o tema das ovelhas ao átrio do templo, a instituição
judaica administrada por pessoas com poder que pisavam o direito, a justiça e
aproveitavam do povo. Essas pessoas são qualificadas por Jesus como «ladrões e
bandidos».
Jesus dirige esta parábola a alguns fariseus que lhe estavam próximos, após a
cura de um cego. Jesus, de início, se afirmar como sendo a porta do redil. É
através dele que entram os verdadeiros pastores e as ovelhas, formando a
autêntica comunidade.
João, por meio desta bela alegoria, quer expressar que Jesus é o verdadeiro
Pastor, é o homem que realmente conduz o rebanho para os melhores pastos.
A
alegoria é uma síntese da profunda reflexão que desenvolveu a comunidade
joanina a partir da experiência de vida junto ao Mestre, chegando à conclusão
de que o projeto de Jesus é uma porta que comunica a humanidade com a vida
plena.
Nesta
alegoria Jesus se identifica com o verdadeiro pastor do rebanho que conhece
pessoalmente cada uma de suas ovelhas. Entra no curral e as retira. De onde as
retira? Das garras desses pastores que entraram no curral sem serem enviados
por Deus, ladrões e assaltantes que entraram para roubar, matar e destroçar.
Por
que a comunidade não entende o que Jesus está dizendo? Porque as pessoas tinham
certeza que os pastores anteriores eram consagrados. Mas Jesus tem um olhar
crítico sobre a realidade.
Não se pode entrar na comunidade de qualquer maneira nem por qualquer lugar.
Deve-se entrar pela mesma prática de misericórdia, serviço e justiça de Jesus e
essa porta que é Jesus é porta de liberdade. Pode-se entrar e sair para
encontrar a vida e vida em abundância.
Enquanto
milhões de seres humanos se debatem na maior miséria, continuamos repetindo que
Jesus veio para que tenhamos vida e vida em abundancia.
Como poderão crer os pobres sem uma mudança real de suas situações desumanas?
Os povos perdem força em meio a situações conflitivas e com dor vemos que seus
pastores são responsáveis quando não diretamente culpados.
As
diferentes imagens que encontramos neste relato (a porta, o salteador e o
pastor) quer manifestar que as atitudes e comportamentos de Jesus são propostas
de vida diferentes daquelas promovidas pelos líderes da ordem social e
econômica do momento que, tal como descreve o relato, são estranhos que não
promovem e defendem a vida da comunidade; são esses que entram ao lado do
rebanho para “roubar, destroçar e matar”.
O
bom pastor é aquele que se identifica com suas ovelhas, aquele que se envolve
na dinâmica das mesmas. A comunidade cristã deve reconhecer novamente a voz de
seu Pastor para se deixar conduzir na liberdade pelo caminho da misericórdia e
da justiça, já que muitas vezes caminha pela indiferença e comodidade em
abundância.
Deus
é o grande pastor e Jesus a porta! Lembremos do evangelho da semana passada
(26/4): "(…) SÓ PODERÃO VIR A MIM AQUELES QUE FOREM TRAZIDOS PELO PAI, que me
enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. Nos Profetas está escrito: 'Todos
serão ensinados por Deus.' E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a
mim." (Jo 6, 44-46)
Ontem, vimos a passagem que se segue à de hoje. Fazer essas idas e vindas na
leitura dos evangelhos nos permite contextualizar o que esta acontecendo e de
certa forma primar do entendimento, em separado, de um determinado versículo em
detrimento ao seu pré-texto, texto e contexto.
Ele nos remete a intrigante solução de uma dúvida: A quem estamos ouvindo?
Gostaria de trazer um exemplo da nossa realidade para fazermos uma analogia da
situação proposta. Convido-os comigo a imaginar… Imagine uma festa, um evento,
um show… Numa praia ou num lugar amplo, tipo daquelas festas de fim de ano que
acontecem em vários locais do Brasil.
Como bem sabemos, nem todos se encantam ou são fãs dos cantores que se revezam
no palco, portanto, fazem suas “panelinhas” em palcos alternativos um pouco
mais afastado do som central.
Isso
é bem comum em festas dentro de bairros onde pessoas, por meio de sons bem
potentes instalados em seus carros, promovem ilhas de som, competindo com o
evento central onde se concentram a maioria das pessoas. Precisamos notar bem a
situação… Os dois eventos estão acontecendo simultaneamente e competem entre
si, mas quem sairá vencedor?
Vivemos isso no que diz respeito à participação dos fieis na igreja. A missa para
muitos, principalmente os mais jovens, deixou de ser o “som central” da semana,
mas de certa forma isso não me preocupa, pois sempre fomos uma “ilha de som
alternativo”.
Sim! Jesus apresentava um viver alternativo aos olhos daquele tempo e ainda do
nosso. De certa forma competia com o viver pagão da maioria e com o cárcere
intelectual dos doutores da lei judaicos
É preciso viver nesse mundo, mas não ser desse mundo. A voz do pastor, por mais
que nesse mundo ainda soe como voz “alternativa” é a única que salva e leva à
porta. Viver no mundo carece de que vivamos em ilhas com o “alternativo”, pois
foi através dela que os judeus foram libertos do cárcere do Egito. Um palco
chamado oração.
Nem tudo que existe no mundo é ruim como apregoam alguns segmentos extremistas,
pois de certa forma fomos nós mesmos que os estragamos. A sexualidade era uma
situação de um casal, mas hoje se resume a pulseiras multicoloridas colocadas
nos braços de adolescentes.
Nem tudo que “toca” no palco central deve nos prender. Não podemos ser reféns
do que não gostamos ou concordamos para estar na moda ou fazer parte da turma,
pois por muitas vezes que buscamos ser descolados e diferentes, estamos na
verdade sendo iguais a outros tantos. Sim! Ser diferente às vezes é ser igual a
alguém, portanto não nos torna diferente!
O jovem que ainda procura o engajamento social e em uma pastoral ou movimento
ainda soa como um “palco alternativo”
Lembremo-nos: Nem tudo me convém!
Propósito: Participar da
entrega de Jesus e fazer tudo
São
Francisco de Assis, de família abastada, em certo momento da vida, encontrou-se
com Cristo.
A partir
desse momento, mudou radicalmente sua maneira de agir e pensar.
Após
abandonar as festas e a vida fácil, saiu em busca da construção de um grande
ideal, sendo incompreendido por muitos.
Sua fé em
Cristo e a firme convicção em uma missão a cumprir o tornaram forte,
inabalável.
Nos dias de
hoje, todos são chamados à santidade e convidados a fazer de sua peregrinação
terrena uma constante busca de conversão e mudança de vida.
Que são
Francisco seja a fonte inspiradora de nossas atitudes e gestos de amor.
“Sede
santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).
Jesus
repete o convite: “Sede, portanto, perfeitos, como o vosso Pai Celeste é
perfeito”. (Mt 5,48).
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