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domingo, 3 de maio de 2020

João 13, 16 - 20 - Evangelho do dia 07 de maio quinta fira 2020


07 abril - Devemos olhar sempre para Maria, e ficar constantemente com Ela. (S 188). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São João 13,16-20

"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem.
- Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: "Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim". Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que "EU SOU QUEM SOU". Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe recebe aquele que me enviou."

Meditação
A Bíblia é a palavra inspirada de Deus, escrita pelos santos homens de Deus, movidos pelo Espírito Santo. Por isso, devemos aceitar a infalibilidade das Escrituras como nosso guia de conduta e doutrina.
 O Evangelho de hoje (João 13,16-20) convida-nos a repensar a nossa forma de nos situarmos, quer na sociedade, quer dentro da própria comunidade cristã. A instrução de Jesus aos discípulos que o Evangelho nos apresenta é uma denúncia dos jogos de poder, das tentativas de domínio sobre os irmãos, dos sonhos de grandeza, das manobras para conquistar honras e privilégios, da busca desenfreada de títulos, da caça às posições de prestígio… Esses comportamentos são ainda mais graves quando acontecem dentro da comunidade cristã: trata-se de comportamentos incompatíveis com o seguimento de Jesus. Nós, os seguidores de Jesus, não podemos, de forma alguma, pactuar com a “sabedoria do mundo”; e uma Igreja que se organiza e estrutura tendo em conta os esquemas do mundo, não é a verdadeira Igreja.
 Os discípulos relutavam em aceitar que o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma, num sistema de precedências e privilégios.
 Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que "o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou". Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.
 Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão. Se é possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura. Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.
 Jesus terminou de lavar os pés de seus discípulos e quer explicar a eles o que realizou, citando um provérbio conhecido: “Não é o servo maior que seu senhor nem o enviado mais do que quem o envia”. Com este provérbio os convida a seguir seu comportamento. Ser senhor significa servir e estar disposto a dar vida por amor, porque no amor o ser humano alcança a verdadeira vida, sua plenitude. Não é o poder o que faz feliz, senão o amor. Não é ser superior senão ser igual: Jesus nos chama a isso. Lamentavelmente dentro do grupo de Jesus há um – Judas – que não está disposto a seguir este caminho e elegeu o amor ao dinheiro mais que a adesão a Jesus e a sua mensagem de amor.
 Jesus ensinou sobre a humildade, dizendo que aquele que servia aos outros, era o maior de todos e que dali em diante deviam lavar humildemente os pés uns aos outros; tocou ainda na discussão sobre qual deles havia de ser o maior, dizendo muitas coisas que se encontram também no Evangelho. Ele é o maior exemplo de alguém que serviu a Deus. Ele próprio afirmava, que não fazia nada por Ele mesmo, a não ser o que o Pai lhe indicava. Todos, os que temos conhecimento de Deus, sabemos que Jesus teve que se abnegar a sua vida para pôr em prática o plano do Pai. A abnegação foi difícil, ele teve que passar por injúrias, vergonha, chicotadas e crucificação.
 Nesta perspectiva, o gesto de humildade de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E, como ele, todos devem agir, pois também são servos. Portanto, o gesto de Jesus só é incompreensível para quem não pensa como Deus cujo objetivo principal é que todos possam viver com Ele na eternidade. Contudo, antes mesmo da vinda de Cristo ao mundo, Ele sabia que nem todos aproveitariam esta oportunidade. Que muitos iriam desprezar a obra que seu Filho ia fazer na cruz. No entanto, grande parte das escrituras do velho testamento relatam e apontam o interesse por parte de Deus, para este plano de salvação mediante Cristo.
 “Quem recebe a qualquer um que eu enviei, recebe a mim, e quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou”. Jesus e Deus se manifestam em quem acolhe o outro. Não há melhor expressão de igualdade: receber a um enviado de Jesus é como recebê-lo, e recebê-lo é como receber a Deus. Se seus enviados põem em prática sua mensagem de amor, quando estes forem recebidos, estarão refletindo o estilo de vida de Jesus, e vendo o estilo de vida de Jesus poderão entender melhor que Deus é também amor e quer a solidariedade e o serviço para experiência de amar e ser amado. Jesus efetua uma inversão total da concepção tradicional de Deus e, em conseqüência, de sua relação com o ser humano e das pessoas entre si. Contra tudo o que ensinava as religiões, Jesus revela que o atributo principal de Deus não é o poder, senão o amor, doador de vida. E se Deus, o Pai, não exerce domínio, nenhum poder nem domínio humano está legitimado. De fato, a idéia de um Deus soberano, com seu trono no céu, fundava o paradigma das grandezas humanas; os mais poderosos entre os humanos criam ser os que mais se pareciam com Ele. Mas, com Jesus, Deus deixou seu trono; manifesta-se como amor ao serviço de cada um (como lavando os pés). A palavra “servir” significa: estar ao serviço de; consagrar-se ao serviço de; viver como servo.
 Nós que nos consideramos discípulos de Jesus e queremos cumprir o plano de Deus, temos que ter consciência que a palavra serviço é a base para tudo. Dizer, que se é discípulo, mas continuar a ter uma vida baseada nas mesma vida antes de se conhecer e aceitar Jesus, é estar em desacordo com a palavra de Deus, em renunciar o mundo e as suas paixões. Jesus é claro. Ele deu o exemplo. Perdeu a sua vida. Todos nós que queremos ser discípulos de Jesus, devemos renunciar as coisas do mundo e andar em novidade de vida. Devemos servir a Deus com intensidade, com amor, com vida, renunciando o pecado, murmurações, pensamentos da velha vida. Neste sentido, a frase final do Evangelho de hoje: "[...] quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.", própria dos evangelhos sinóticos, identifica o missionário com Jesus e o Pai.
 "Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fossemos o centro do mundo e da vida. É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros. É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E, se para descobri-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo". (Dom Hélder Câmera)
 A Páscoa de Jesus convida-nos, pois, a renovar nossa condição de povo de Deus. Então, se nós vamos chamar a gente o povo de Deus, se a gente responde ao chamado de Deus para ser “o povo de Deus”, temos que apreender a viver em solidariedade uns com os outros e com todos os povos de Deus em todo o mundo e com a Criação. Qualquer coisa menor vai, sem dúvida nenhuma, trazer o julgamento de Deus sobre nós como Nação, como “povo” desobediente. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos mostre o sentido de solidariedade no mundo de hoje. Para isso, é imperativo que reconheçamos o valor de uma alma humana, para que nunca desistamos de um de Seus preciosos filhos.
 Oração: Ó Deus, que restaurais a natureza humana, dando-lhe uma dignidade ainda maior, considerai o mistério do vosso amor, conservando para sempre os dons da vossa graça naqueles que renovastes pelo sacramento de uma vida: Inculcai em nossos corações a certeza de que só tu és Senhor, e que entre os seres humanos deve reinar igualdade e solidariedade, sem opressão.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


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