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domingo, 24 de maio de 2020

Evangelho do dia 30 de maio sábado 2020


30 maio - São José Marello.
A palma da vitória está no Céu para quem sabe morrer triunfalmente. (L 23). São Jose Marello
João 21,20-25
"Então Pedro virou para trás e viu que o discípulo que Jesus amava vinha atrás dele. Este era o mesmo que estava ao lado de Jesus durante o jantar da Páscoa e que havia chegado para mais perto dele e perguntado: "Senhor, quem é o traidor?" Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus:
- O que diz, Senhor, a respeito deste aqui?
Jesus respondeu:
- Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso? Venha comigo!
Então se espalhou entre os seguidores de Jesus a notícia de que aquele discípulo não ia morrer. Mas Jesus não disse isso. Ele apenas disse: "Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso?"
Este é o discípulo que falou destas coisas e as escreveu. E nós sabemos que o que ele disse é verdade.
Final
Ainda há muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem escritas, uma por uma, acho que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos." 

Meditação:
Agora que Pedro sabe o final do caminho (dar a vida), Jesus o convida a segui-lo. É o mesmo convite que fez a Felipe no principio do evangelho. Pedro tem que voltar ao início do discipulado, onde estava Felipe; tem que ir aprendendo de novo toda a vida de Jesus, até chegar à cruz, como ele.

O começo de sua conversão está em se voltar e mudar a direção de sua caminhada. Vê então o discípulo que nunca deixou de seguir a Jesus e que o continua seguindo. O evangelista (João 20,21-25) caracteriza este discípulo recordando o episódio da Ceia, onde sua intimidade com Jesus fez dele o único confidente da identidade do traidor. Marca assim a diferença entre este discípulo e Pedro na proximidade de Jesus e a confiança com ele; por outro lado, recorda o traidor. Também Pedro estava em perigo de se perder; mas, por não ter dado o passo atrás, voltando ao sistema injusto, isto o resgatou.

Ver o outro discípulo provoca em Pedro uma reação. Está seguro da fidelidade daquele discípulo, mas não da sua própria. Agora que Jesus o convidou a segui-lo e lhe anunciou como meta de sua vida uma morte como a sua, pensa fazê-lo com maior segurança indo atrás daquele que acompanhou Jesus até a cruz. Por isso pergunta o   que vai ser do outro: imitando-o evitará todo desvio. O uso do sobrenome só (Pedro) indica que sua atitude não é ainda a que Jesus espera.

Jesus não contesta a pergunta. Afirma em primeiro lugar que o futuro do outro discípulo depende dele e que não é coisa que interesse a Pedro. Não importa o que se passe com o outro; o caminho de cada um é independente. A resposta de Jesus a Pedro sobre o destino de João é realmente sábia: nada lhe revela. Pedro fica assim aberto ao amor, ao serviço e à ajuda a esse e a todos os seus irmãos, sem saber o caminho que tomará a história. É que determinar o futuro pode esfriar ou destruir o amor. É melhor que este permaneça vivo no meio da incerteza.

A pergunta que Pedro faz a Jesus expressa além da curiosidade o interesse pela vida do amigo João. A resposta de Jesus assegura que o destino deste será diferente do de Pedro. Ele não será martirizado, mas, terá uma morte natural. Historiadores do século II, entre eles santo Irineu, doutor da Igreja e escritor, que retrata a as tradições da mesma, afirma que João morreu em Éfeso, por volta de 117 quando reinava o Imperador Trajano.

Seu martírio foi lento e incruento como vemos relatado por Lucas, nos Atos dos Apóstolos. Temporada usada por ele para pregar pela palavra, pelo testemunho e para escrever o Evangelho as Epístolas(cartas). O próprio são João escreveu tudo que presenciou, portanto testemunha ocular, e é reconhecido desde os primeiros leitores por sua autenticidade e veracidade.

Para suscitar a fé do leitor, o autor, que se apresenta como o discípulo que Jesus mais amava, termina afirmando que é verdadeira testemunha de todas as coisas narradas. Todos os discípulos de Jesus, ao longo dos tempos, são convidados a se identificarem com este "discípulo que Jesus mais amava". 

Nas palavras de Jesus, o futuro de sua comunidade aparece como o período em que acontece sua vinda. A expressão enquanto continuou vindo une as vindas futuras com as que já tiveram lugar; delas, a terceira, no contexto de missão, foi o paradigma de suas chegadas na eucaristia. Esta situação se prolongará no tempo até um momento que Jesus não determina. É a etapa em que irá se estendendo o reino de Deus e acabando-se a obra criadora na humanidade, até que se realize o projeto divino em todos aqueles que em épocas sucessivas respondam à mensagem da vida. O ciclo da criação culminará com a vitória final sobre a morte.

Jesus repete com maior ênfase seu convite anterior a Pedro: “Segue-me tu”). Não admite que se lhe possa seguir através de um intermediário. Cada discípulo está unido diretamente a Jesus, é objeto de seu amor e recebe dele o Espírito, que identifica com ele e impulsiona a segui-lo. Seguir a outro discípulo acabaria no fracasso, pois todo intermediário impediria a união íntima que Jesus estabelece com os seus. Só ele conhece a cada um por seu nome, penetra em seu interior e pode comunicar-lhe a força de seu amor.

Não se pode ter outro guia, nem sequer o mais próximo a Jesus. Não há outro caminho que o seu (Segue-me tu). A resposta de Pedro ao convite de Jesus será dada pela história pessoal do discípulo. Os discípulos coincidem todos na direção do seguimento, atrás de Jesus, o único modelo, para chegar à entrega total. No entanto, na tarefa comum, trabalhando em favor da humanidade, cada um vai expressando sua própria resposta ao amor que recebe.

Neste texto que encerra o evangelho de João, temos uma harmonização entre duas vias no seguimento de Jesus. Por um lado, Pedro, que "entregara" Jesus negando conhecê-lo no momento de sua prisão e que, agora, se reabilita por sua tríplice confissão de fé a Jesus. Por outro, o discípulo que Jesus amava, sempre presente e fiel até ao pé da cruz. A Pedro está reservado o martírio e ao outro discípulo, a permanência no amor. Testemunha-se Jesus pelo martírio bem como por uma vida consumida no amor.

João conclui o texto de hoje falando da grandeza de Jesus. Diz ele que tudo o se escrever sobre o Filho de Deus é pouco, nem os livros do mundo inteiro bastariam para falar da importância e da imensidão do Senhor. Necessitamos ter parusia, como Ele e como Paulo, narra como em Roma se encontrava preso por causa da esperança de Israel, do amor ao Cristo ressuscitado, à doutrina por Ele pregada e vivida.

O testemunho final de Paulo em Atos, põe-nos diante do horizonte aberto de nossa missão cristã: praticar e anunciar “com o testemunho” o Reino de Deus segundo Jesus, o Senhor. E o testemunho final da comunidade joanina no evangelho de hoje (que nos apresenta o segredo da grande autoridade do “discípulo amado” como testemunha de Jesus) nos mostra o caminho para gozar da experiência e autoridade do testemunho: a união e a intimidade pessoal com Jesus, como discípulos e discípulas ao serviço de sua Causa. Sem a amorosa amizade pessoal com Jesus não é possível ser “testemunhas” de sua Causa. Porque é essa amorosa amizade pessoal com Jesus que nos torna capazes, não só de crer em Jesus e esperá-lo e amá-lo, mas de crer como ele crê, de esperar com sua esperança e de amar com seu amor. Só assim entenderemos sua Causa tal como é, e a tornaremos digna de crédito na história.

Poderia haver melhor mensagem da Palavra de Deus nas vésperas de Pentecostes? O Espírito nos dá a mais íntima amizade com Jesus, nos dá sua fé, sua esperança, sua fidelidade, seu amor que é o amor com que ele ama o Pai e o Pai o ama e ama a cada um de seus discípulos e discípulas, e a todas as pessoas da humanidade. A eucaristia é nosso pentecostes sacramental, uma fonte inesgotável de amizade e união íntima com Jesus, e de compromisso de fidelidade na missão que continua cotidianamente, na humanidade, a missão de Jesus, a Testemunha maior do amor e da vida do Reino.  

Não saber o que vai acontecer dá maior campo à liberdade, maiores possibilidades à graça e abre sempre novos caminhos ao amor. É também para o cristão um caminho para a confiança absoluta no amor providente do Senhor. “O que sabes tu sobre o que ele nos tem preparado?”, mas confiamos plenamente nele.

É prejudicial, ao contrário, apoiar-se em premonições sobre o futuro. Os que o fazem, crêem que saber o que nos espera dá segurança e tranqüilidade. Mas ter o futuro preso na mente provoca na realidade um dano. Porque, então, como ficaria a liberdade do ser humano? E a graça de Deus, não nos poderá dar, por acaso, algumas surpresas? Apoiar-se em supostas leituras do futuro pode levar à passividade interior ante uma história que, por parecer preestabelecida, surge também como imutável.

Buscar previsões do futuro estraga a espiritualidade, deforma a liberdade do ser humano, desfigura a imagem de Deus, Senhor da história, e mata as energias interiores, destinadas a construir novas propostas de uma sociedade mais justa. Contudo, não são poucos os cristãos que caem em tal inconseqüência.
  
A nossa fé é apostólica, ou seja, tem por fundamento o testemunho dado pelos próprios apóstolos. Sabemos que é um testemunho verdadeiro, porque por meio dele os discípulos encontraram a vida e não a morte. Devemos pautar a nossa vida e as nossas escolhas na tradição apostólica para poder ter a certeza de que não seremos enganados.

Assim fazendo, nos tornaremos discípulos amados por Jesus, e seremos também capazes -  como o apóstolo  João – de dar um testemunho verdadeiro, qual seja, aquele que se dá não só com palavras, mas sobretudo com a vida.

Oração: Pai, como o discípulo amado, desejamos estar perto de Jesus e ser amado por Ele, como discípulos e missionários, na força do Espírito Santo, com a missão de “renovar a face da terra”. Seja o testemunho deste amor suficientemente forte para atrair muitos outros discípulos para Ele.

Reflexão:
Hoje, você é convidado a analisar como aproveita seu tempo.
Procure fazer de cada instante uma oportunidade para planejar um futuro de segurança, paz e harmonia.
Aproveite os momentos de lazer para repor as energias e renovar as forças; trabalhe, leia, estude e assuma responsabilidades.
Nunca é tarde demais para recomeçar.
Sobre isso, considero muito pertinente esta frase de João Paulo II: “Olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e ver o futuro com esperança”.

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