domingo, 22 de junho de 2025

Evangelho do dia 24 junho terça feira 2025

 


24 JUNHO - Nem a altura do cargo, nem a grandeza e a nobreza das pessoas, nem mesmo os honrados cabelos brancos deverão nos impor silêncio quando se trata de defender Quem para nós é mais que pai, mãe, irmão, irmã, rei ou príncipe: o próprio Deus, nosso primeiro e único amor, nosso Criador, Redentor e Senhor, o único ao qual queremos servir. (S 234). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São
Lucas 1,57-66.80

"Quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho. Os vizinhos e os parentes ouviram quanta misericórdia o Senhor lhe tinha demonstrado, e alegravam-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: "Não. Ele vai se chamar João". Disseram-lhe: "Ninguém entre os teus parentes é chamado com este nome!" Por meio de sinais, então, perguntaram ao pai como ele queria que o menino e chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: "João é o seu nome!" E todos ficaram admirados. No mesmo instante, sua boca se abriu, a língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. Todos os que ouviram a notícia ficavam pensando: "Que vai ser este menino?" De fato, a mão do Senhor estava com ele. O menino crescia e seu espírito se fortalecia. Ele vivia nos desertos, até o dia de se apresentar publicamente diante de Israel."  
Meditação:

A Igreja celebra o nascimento de João como acontecimento sagrado: não há nenhum, entre os nossos antepassados, cujo nascimento seja celebrado solenemente.

Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: isto tem, sem dúvida, uma explicação. E se não a damos tão perfeita como exige a importância desta solenidade, meditemos ao menos nela, mais frutuosa e profundamente.

João nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem. O futuro pai de João não acredita que este possa nascer e é castigado com a mudez; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto, que quisemos investigar e prometemos tratar.

Se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de capacidade ou de tempo, melhor vo-lo ensinará aquele que fala dentro de vós, mesmo estando nós ausentes, Aquele em quem pensais com amor filial, que recebestes no vosso coração e de quem vos tornastes templos.

João apareceu como o ponto de encontro entre os dois testamentos, o Antigo e o Novo. O próprio Senhor o testemunha quando diz: A Lei e os Profetas até João Batista.

João representa o Antigo e anuncia o Novo. Porque representa o Antigo, nasce de pais velhos; porque anuncia o Novo, é declarado profeta quando está ainda nas entranhas de sua mãe.

Na verdade, ainda antes de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Santa Maria. Já então ficava assinalada a sua missão, ainda antes de nascer; revelava-se de quem era o precursor, ainda antes de O ver.

São realidades divinas que excedem a limitação humana. Por fim, nasce; é-lhe dado o nome e se solta a língua do pai. Reparemos no simbolismo que estes fatos representam.

Zacarias cala-se e perde a fala até ao nascimento de João, o precursor do Senhor; e então recupera a fala. Que significa o silêncio de Zacarias senão que antes da pregação de Cristo o sentido das profecias estava, em certo modo, latente, oculto e fechado? Mas tudo se abre e faz claro com a vinda d’Aquele a quem elas se referiam.

O fato de Zacarias recuperar a fala ao nascer João tem o mesmo significado que o rasgar-se do véu no templo, ao morrer Cristo na cruz.

Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Se solta a língua porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? E ele respondeu: Eu sou a voz de quem clama no deserto.

João é uma voz que grita no deserto, e nascido de mulher é o maior dentre todos nós, porque sua missão é a de anunciar a salvação.

João é a voz; mas o Senhor, no princípio era a Palavra. João é a voz passageira; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.

Precisamos despertar este “João” em nós (cuja tradução do nome é a Graça de Deus, o presente do céu) para que saibamos estar prontos para as riquezas e bênçãos que nos vem do alto: devemos sempre nos orientar para lá!

Até que ponto a Igreja vai permitir a utilização do nome desse santo homem para rotular uma festa que não tem mais nada a ver com ele, e que chega a ser até uma falta de respeito pela sua memória?

Que ao menos nós, cristãos conscientes, saibamos dar o devido valor ao anunciador de Jesus, nosso querido João Batista, e comemoremos com a nossa família e amigos, relembrando a mensagem trazida por ele: “Fazei penitência, porque está próximo o Reino dos Céus.” (Mt 3,2).

Reflexão Apostólica:

Sempre há uma preparação para a revelação boa das coisas de Deus, mesmo quando há uma aparente mudança na ordem das coisas (João nasce de uma mulher velha, já sofrida com o estigma da infertilidade: que era grande chaga para a mulher de sua época!).

Deus tem seus mistérios e – como em João – nos traz preparações boas que devemos ouvir, bons conselhos, exemplos e até acontecimentos extraordinários.

Esta narrativa pode ter sua origem dentre os discípulos de João Batista, onde circulava após sua morte. No Segundo Testamento, depois do nome de Pedro, o nome de João Batista é o mais citado, ultrapassando muito as demais ocorrências dos nomes dos próprios apóstolos.
João Batista nasceu por providência de Deus, fora dos parâmetros normais. Ele foi predestinado por Deus desde a sua concepção e fatos extraordinários aconteceram com seus pais, que já idosos experimentaram a manifestação do poder do alto. Até o seu nome foi causa de admiração.

Conforme fora prometido a Zacarias, quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho, na sua velhice.

A criança havia recebido o Espírito Santo ainda no ventre de sua mãe. As pessoas se surpreendiam com a misericórdia de Deus para com aquele casal e a expectativa era grande até mesmo em relação ao nome que eles poriam na criança.

Todos estavam alegres, Zacarias, seu pai, agora já podendo falar, louvava ao Senhor pelo grande feito. Porém ninguém imaginava que as profecias se realizariam através daquela criança que viera ao mundo preparar o caminho do Salvador. Plano de Deus! Deus pensa em tudo para nós. Até o nosso nome é sugerido por Deus para designar a nossa missão.

Deus tem um plano também para você: no dia em que você nasceu todos ficaram alegres pela sua chegada, mas somente o Senhor sabia realmente qual seria a sua missão aqui na terra.

Com certeza você também é alguém como João Batista muito importante para o reino de Deus! 

Você já pensou nisso? – Pergunte ao Senhor qual é a sua parte no plano Dele. Será que você já está vivendo dentro deste plano? Você tem paz e serenidade em relação a quem você é e faz? Você tem dúvidas? 

Converse com Deus sobre isto!

Propósito:

Pai, toma-me sob a tua proteção e robustece-me com o teu Espírito, de modo que eu possa cumprir, com coragem e fidelidade, as tarefas do Reino que me são confiadas.

Dia 24

Aproveite os bons momentos da vida junto com familiares e amigos; isso vai tornar sua vida mais prazerosa.

Após um estressante dia de trabalho, é preciso relaxar, descontrair.

É importante aproveitar cada momento de lazer.

No perfeito equilíbrio, está a fonte do bem-estar pessoal.

O lazer e o descanso devem fazer parte da vida de todos.

“Ensina-me o bom senso e a sabedoria, pois tenho confiança nos teus mandamentos”. (Sl 119[118],66).

 


Evangelho do dia 23 junho segunda feira 2025

 


23 JUNHO - Somos soldados de Jesus Cristo e, como tais, devemos, em algumas circunstâncias, demonstrar o nosso valor e a nossa coragem em defender a sua e nossa causa. Mas isso deve ser feito sempre com prudência e com o único fim de buscar a glória de Deus. (S 233). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 7,1-5

""Não julgueis, e não sereis julgados. Pois com o mesmo julgamento com que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou, como podes dizer ao teu irmão: 'Deixa-me tirar o cisco do teu olho', quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão."  
Meditação:

Mateus, no seu evangelho, apresenta o discurso inaugural de Jesus, o Sermão da Montanha, como um conjunto de orientações para o harmonioso e feliz convívio comunitário, no amor e na paz, como realização do Reino de Deus já presente no mundo.

Num mundo marcado por falsos juízos, Jesus nos adverte: Não julgueis, para que não sejais julgados.

Esta expressão que pode tranquilamente se entender por criticar é das mais conhecidas, mas nem sempre é interpretada corretamente.

O julgamento que não devemos fazer é aquele em que nos colocamos em lugar de juiz para condenarmos, ou falarmos mal a respeito do nosso irmão ou nosso próximo segundo nossa própria avaliação. Isto, porém, não se refere ao discernimento que deve ser exercido pelo cristão ou pela igreja para se proteger contra os que praticam o mal ou ensinam falsidades, ou para manter disciplina para o bem da igreja.

Quem ousa julgar aos outros, sofrerá a conseqüência dessa usurpação de poder, pois também virá a ser julgado pela mesma medida – e achado em falta!

Lembremos sempre das nossas próprias imperfeições antes de nos colocarmos no lugar de juiz para apontar as faltas dos outros.

O Senhor Jesus chama isso de hipocrisia: é preciso primeiro eliminar as nossas próprias faltas e imperfeições antes de julgarmos as dos outros. As nossas, sob esta perspectiva, são maiores e se comparam a uma trave em nosso olho quando só podemos ver um argueiro no olho do nosso irmão.

Ao nos depararmos com pessoas tão perversas que tratam as verdades divinas com total desprezo e reagem com violência quando lhes falamos do Evangelho, não temos a obrigação de continuar insistindo com elas. Se o fizermos, apenas estaremos aumentando a condenação que já pesa sobre elas.

Nem sempre é fácil perceber quando uma pessoa pode ser classificada nessa categoria, mas quando em dúvida, temos o recurso de pedir discernimento em oração.

Esta passagem evangélica nos faz conhecer que a verdadeira justiça que vem de Deus. Não temos o direito de condenar o outro quando nem sequer nos preocupamos em olhar as nossas próprias limitações e defeitos. Olhemos primeiro a trave que temos em nosso próprio olho, para depois notar o que tem na outra pessoa.
As atitudes de intolerância e incompreensão que muitas vezes adotamos frente ao pecado do outro, mostram a incapacidade que temos de amar, de perdoar, de sermos misericordiosos como é nosso Pai do céu. Quem ama vê as quedas do irmão com olhos de amor e perdão. Quem condena o outro por sua debilidade mostra que Deus não habita nele.
Não se trata de deixar passar as coisas nem condenar quem comete alguma falta, mas sim de corrigir fraternalmente com intenção de que a pessoa mude de atitude e volte seus olhos ao Pai.

Reflexão Apostólica:

Jesus nos convida a não julgar, já que o único capaz de julgar é Deus. E quando ele julga, salva; quando nós julgamos, na maioria das vezes condenamos, e oprimimos o condenado para que ele sinta todo o poder de nosso julgamento. Mas quando estamos do outro lado, o dos acusados, como desejamos que a condenação que seja lançada sobre nós seja leve.

Assim mesmo, Jesus chama a atenção de seus discípulos para serem coerentes; a se absterem de criticar quando estiverem despreparados para fazê-lo. Somos muito dados a criticar quanto passa por nossos sentidos.

Jesus não nos está tirando o direito de julgar e criticar o que é bom e o que é mau; mas exige nosso testemunho de vida.

Como posso falar a outros de paz, quando sou o mais violento da família? Como posso falar-lhes de perdão e reconciliação, quando sou o mais rancoroso? Como posso falar da verdade, quando prefiro viver na mentira? Como posso falar da cruz de Cristo e de sua ressurreição, quando o que menos aceito é sofrer dor e experimentar a morte? Como posso falar de amor, quando dou acolhida ao ódio e ao rancor para com os outros?

Neste texto de hoje, o enfoque é a remoção de juízos condenatórios que geram atritos e exclusões nas comunidades. Quem é dado a condenar os outros está se condenando a si mesmo.

Aqui pode ser aplicada a máxima: "não faça aos outros o que não queres que lhe façam", que pode ser expressa também na forma positiva.

O amor ao outro está intimamente associado ao amor a si mesmo. E nestes dois amores se realiza o amor de Deus. Quem rejeita o próximo rejeita a Deus.

Trata-se também de remover a crítica sistemática aos outros (o cisco no olho deles), com a omissão da autocrítica (a trave no próprio olho).

A qualificação de "hipócrita" leva a pensar que o dito original fosse dirigido aos fariseus, sendo, depois, aplicado à comunidade.

Não se pode imitar o espírito fariseu que separa os homens entre justos e pecadores. É no diálogo amoroso e na reconciliação que são superadas as divisões, tecendo-se os laços da unidade.

As palavras do evangelho de hoje podem ser mais bem entendidas se pensarmos em uma hipocondríaca, ou seja, uma pessoa que se considera doente sem ser.

Se essa pessoa ler um livro de medicina, começa a sentir todos os sintomas da enfermidade que lhe descrevem; em troca, se ler um livro de psicologia ou de psiquiatria, começa a atribuir doenças mentais a todos os que a rodeiam.

A mesma coisa se passa quando criticamos os outros. Se se tratar de desqualificar nossos colegas, irmãos ou líderes, nossa língua corta mais que uma espada de dois gumes, cobrimo-nos com os maiores elogios, e não pensamos nos irmãos que também têm méritos por suas ações.

Não podemos, por pura honestidade cristã, aplicar critérios de vida aos outros que nós mesmos não estejamos dispostos a cumprir.

Não podemos olhar objetivamente para as falhas dos outros se antes não nos perguntarmos se com isso estamos destruindo enormemente o princípio fundamental do cristianismo, que é o amor incondicional ao próximo. Que a trave que existe em nossos olhos não nos impeça de ver a vida que brota em nosso próximo!

Que o Senhor não nos chame de "hipócritas" por nossas atitudes condenatórias. Mas que diga: "Este é meu filho, muito amado".

Propósito:

Pai, livra-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.

Dia 23

Talvez você se questione por que algumas pessoas nascem com necessidades especiais ou, ao longo da vida, se tornam deficientes.

É difícil aceitar esse sofrimento.

Entretanto, Jesus, o Mestre da vida, ensina que o sofrimento deve ser trabalhado e superado no âmago da alma e do espírito.

Essa superação produz sentimentos pessoais tão enriquecedores, que os limites se tornam “glória para Deus”.

De fato, quem supera as próprias limitações físicas e emocionais reflete a presença de Deus e evidencia uma grande sabedoria de vida.

Deus mostra a todos que é possível ter deficiências e dificuldades e, mesmo assim, viver a vida em todo seu potencial.

Os seus discípulos lhe perguntaram: ´Rabi, quem pecou para que ele nascesse cego, ele ou seus pais? ´.

Jesus respondeu: ´Nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para que se manifestem nele as obras de Deus´”. (Jo 9,2-3).

 


quarta-feira, 18 de junho de 2025

EVANGELHO DO DIA 22 JUNHO 2025 - 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

22 junho - Não podemos duvidar do amor de Jesus por nós; então, coragem! (S 359). São José marello


Lucas 9,18-24

 "Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou: 

- Quem o povo diz que eu sou? 
Eles responderam: 
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou. 
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus. 
Pedro respondeu: 
- O Messias que Deus enviou. 
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou: 
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado. 
Depois disse a todos: 
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.

Reflexão para o 12º domingo do Tempo Comum - Lucas 9,18-24 (Ano C)

Com a retomada do tempo comum, também retomamos a leitura do Evangelho segundo Lucas, como prescreve a liturgia para o ano C, embora no próximo domingo já tenhamos uma nova interrupção, devido à solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo. Neste domingo, o texto proposto é Lc 9,18-24. Embora curto, esse texto possui uma riqueza extraordinária; concentra muitos ensinamentos importantes para a compreensão de todo o Evangelho segundo Lucas e para o discipulado de Jesus em todos os tempos. Podemos dividi-lo em três pequenas unidades temáticas, embora interligadas: a) a pergunta de Jesus sobre a sua própria identidade, cuja resposta mais completa é a confissão de Pedro (vv. 18-21); b) o primeiro anúncio da paixão (v. 22); as exigências para o discipulado (vv. 23-24).

A nível de contexto, é necessário recordar alguns elementos fundamentais para uma boa compreensão do texto. O capítulo nono de Lucas tem uma importância singular no conjunto da obra, pois marca a transição entre as duas grandes seções do Evangelho, que são, respectivamente, o ministério de Jesus na Galileia (Lc 4,14 – 9,50) e o longo caminho em direção a Jerusalém (Lc 9,51 – 19,44). Esse capítulo foi iniciado com o envio missionário dos Doze, de povoado em povoado para proclamar o Reino de Deus e libertar (curar) as pessoas (cf. 9,1-6); a repercussão da missão foi tanta que chegou aos ouvidos de Herodes, deixando-o confuso (cf. 9,7-9). O retorno dos discípulos foi marcado pelo entusiasmo, fazendo aumentar ainda mais a multidão que seguia Jesus, culminando com o episódio da partilha dos pães (cf. 9,10ss).

A situação criada desde envio dos Doze até a partilha dos pães levou Jesus à reflexão. Ele não estava preocupado com a sua imagem ou reputação, porém se preocupava se a sua mensagem estava sendo bem compreendida, sobretudo pelos discípulos. Os momentos de reflexão de Jesus, em Lucas, são marcados pela oração, quando Ele expressa a sua intimidade e confiança no Pai. Para o autor do terceiro Evangelho, todos os momentos marcantes da vida de Jesus são precedidos pela oração (cf. 6,12; 9,28; 11,1-2; 22,40ss). A primeira afirmação do texto de hoje, portanto, é um indicativo da importância que esse episódio tem: “Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” (v. 18). A oração é o meio para cultivar a intimidade com o Pai. Para Jesus, as relações com Deus e com o próximo são inseparáveis. Por isso, da oração, que é intimidade com o Pai, Ele passa a um diálogo confidencial, sincero e transparente com os discípulos, seus amigos.

Como tinham sido enviados há pouco tempo para anunciar o Reino de Deus, o projeto de vida de Jesus, os discípulos também ouviram a seu respeito. Por isso, Jesus quis saber o qual a imagem que o povo tinha dele. A preocupação de Jesus não era com sua popularidade, mas com a compreensão da sua mensagem. As respostas não demonstram fracasso, mas são insuficientes: “Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou” (v. 19). Essa resposta mostra que, em geral, o povo tinha uma boa visão de Jesus; o considerava na linha dos grandes profetas, mas essa imagem é equivocada. Tanto João Batista quanto Elias foram profetas reformadores. João Batista, com a sua austeridade, preferiu isolar-se no deserto, ao invés de enfrentar diretamente as estruturas; inclusive, acreditava que apenas a passagem pelo rito do batismo já era suficiente para uma verdadeira conversão. Elias era muito zeloso, mas fanático e intolerante, pregava a violência e o extermínio dos adversários (cf. 1Rs 18,40; 19,1). Colocar Jesus nessa linha é um grande equívoco, inclusive porque Ele não veio propor reformas, mas uma mudança radical de mentalidades e de estruturas, na sociedade e na religião.

Como os discípulos já tinham feito um longo percurso com Ele, é de se esperar que tivessem uma visão mais aprofundada do que o povo. Por isso, “Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus” (v. 20). Da resposta dos discípulos, Jesus sabia como tinha sido o anúncio deles. Pedro responde em nome de todo o grupo; a sua resposta é coletiva e sintetiza a opinião dos Doze. Que o povo conhecesse Jesus apenas superficialmente, seria tolerável, mas dos discípulos espera-se que o conheçam verdadeiramente. A resposta de Pedro é correta, mas também não é suficiente; Jesus é, de fato, o Cristo; confessá-lo assim é reconhecê-lo como o messias esperado. Ele é o messias sim, mas não conforme as expectativas do seu povo. O messias esperado pelos judeus era um personagem glorioso, um guerreiro nacionalista, alguém que iria restaurar o reino davídico-salomônico com o uso da força e da violência. Jesus não veio para restaurar a realeza em Israel, mas para instaurar o Reino de Deus. Sua mensagem não é direcionada a um povo apenas, mas a toda a humanidade.

Conhecendo a mentalidade dos discípulos, “Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém” (v. 21). É importante reconhecer a relevância dessa “proibição” para o discipulado de outrora e de hoje. Jesus não manda somente anunciar; manda também calar. A comunidade deve procurar todos os meios eficientes para o anúncio do Reino chegar a todas as pessoas e em todos os lugares, deve até pregar sobre os telhados (cf. Lc 12,3), mas quando o anúncio é distorcido, quando há proselitismo, quando há pretensões de glória e poder, é necessário calar-se. O desejo de glória e poder estava implícito na resposta de Pedro. Por isso, Jesus proibiu de anuncia-lo daquela forma. A urgência da evangelização, em qualquer época, não pode levar a comunidade a anunciar o Evangelho de qualquer forma, sem antes conhecê-lo em profundidade. Anunciar Jesus distorcendo ou omitindo a essência libertadora da sua mensagem é mais danoso do que o silêncio.

Diante da compreensão ainda não muito clara que os discípulos tinham do seu messianismo, Jesus acrescentou, alertando-os: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (v. 22). A expressão “Filho do Homem” nos evangelhos sinóticos (Mt; Mc; Lc) significa a humanidade autêntica de Jesus; mesmo sendo o Filho de Deus, Ele viveu intensamente a condição humana, inclusive o sofrimento e a morte. Aqui, Jesus antecipa o seu destino dramático, fazendo o primeiro dos três anúncios da paixão (cf. 9,22; 9,43-45; 18,31-34). Esses anúncios são formas de dizer que Ele não é um Messias conforme as expectativas do povo e da religião. Um messias sofredor era inadmissível para a tradição. Ele deve morrer porque levará a cumprimento o projeto do Pai. Não é a vontade do Pai que seu Filho seja assassinado; a vontade de Deus é que seu Reino se instaure na terra, mesmo que isso custe o sangue do seu Filho. A morte de Jesus na cruz, portanto, é fruto da cobiça e da maldade humana, sobretudo das lideranças religiosas; mas o Pai reverterá essa situação em salvação para a humanidade, com a ressurreição. Para Lucas, os responsáveis pela morte de Jesus são as autoridades religiosas.

Tendo esclarecido que não é um messias conforme as expectativas do povo, Jesus esclarece as exigências para o seu seguimento. Ele está terminando o seu ministério na Galileia; em pouco tempo irá iniciar o caminho para Jerusalém, onde viverá o drama da paixão. Para continuar no seu seguimento, é necessário que os discípulos tenham clareza do destino e dos riscos que estão correndo, como discípulos de um messias ao revés. Por isso, o esclarecimento: “Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz a cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perde-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (vv. 23-24). Antes de tudo, Jesus deixa claro que o discipulado é uma adesão pessoal e livre: “se alguém me quer seguir”; Ele não obriga e nem impõe; apenas propõe.

Seguir Jesus exige rupturas. A primeira ruptura é com a própria pessoa. Renunciar a si mesmo não significa odiar-se, mas é deixar de lado o egoísmo e todas as convicções pessoais que não estão em sintonia com a mensagem libertadora do Evangelho; pretensões de poder, conquista e bem-estar pessoal, devem ser deixadas de lado. A cruz de cada dia corresponde às consequências de tal escolha. A cruz, como a mais temida das penas na época, era sinal de perigo; com essa afirmação, Jesus deixa claro que os seus discípulos, à medida em que viverem o Evangelho com fidelidade, estarão em perigo constante, pois as opções do Evangelho contradizem as pretensões dos detentores de poder deste mundo.

Somos convidados hoje, de modo especial, a procurar conhecer cada vez mais a identidade autêntica de Jesus, para poder continuar no seu seguimento. Segui-lo é confrontar-se com as estruturas do mundo que impedem a realização, desde já, do Reino de Deus. O seguimento e o anúncio devem ser frutos de uma relação de intimidade com Ele e com o Pai. Sem convicção e conhecimento da sua pessoa, o anúncio tende a ser distorcido. É preciso romper com estruturas e mentalidades para continuar o seu seguimento.

Dia 22

Trabalhar os sentimentos de raiva, ciúme, ansiedade e mágoa é essencial para o exercício do autocontrole.

Na maioria das vezes, quando é hostilizado, o ser humano costuma enfrentar seu ofensor.

Por isso, jamais se exalte nem espere que o comportamento dos demais mude. Comece por você mesmo.

Sobre isso, santo Agostinho apresenta a seguinte frase: “Ama o pecador, mas odeia o pecado”.

Que tal pensar nisso hoje?

O importante é perceber que tanto você como os demais têm defeitos e fraquezas.

“Feliz aquele que suporta a provação, porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor

prometeu aos que o amam”. (Tg 1,12).



Evangelho do dia 21 junho sábado 2025 da 11º Semana do Tempo Comum

 


21 jun - Procuremos também nós imitar São Luís Gonzaga, este grande santo que, mais que criatura desta terra, poderia ser chamado Serafim do céu. E nós, se não pudermos imitá- lo nas virtudes extraordinárias que praticou, imitemo-lo ao menos nas virtudes ordinárias e comuns. (S 237). SÃO JOSÉ MARELLO


Mateus 6,24-34

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24“Ninguém pode servir a dois senhores; pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
25Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? 26Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? 27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso?
28E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?
31Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ‘O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? 32Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso.
33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo.
34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas”.
 
Meditação:

Este longo trecho do Sermão da Montanha (caps. 5-7) é um desdobramento da primeira bem-aventurança (“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino do céu”), associado ao que se recomenda em seguida, 5,20: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no reino do céu”, culminando no v. 33 da leitura deste domingo: “Busquem em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça! E Deus dará a vocês todas essas coisas”. Os pobres em espírito têm um só absoluto – Deus – e um objetivo principal: a busca do seu reinado.

O evangelho de hoje nos apresenta o caráter materno de Deus através do que tradicionalmente chamamos da “divina Providencia”, uma dimensão do amor de Deus que a tradição espiritual popular deu muita relevância na vida diária. Foi um exercício de fé a descoberta da mão materna de Deus cuidando nossos passos, para evitar problemas, para atender sempre nossas necessidades.
Antigamente foi fácil a fé na Providencia de Deus, a confiança de que ele interviria nas condições externas para nos cuidar maternalmente. Hoje, depois da modernidade, ficou claro que Deus não intervém nem pode intervir nas leis da natureza para nos fazer algum bem. A fé na Providencia deve ser reformulada radicalmente. Não temos por que acreditar na intervenção de Deus sobre as causas segundas.
Na nossa forma adulta de viver a fé, como pessoas que se consideram inteiramente responsáveis de seu destino, sabemos que precisamos viver sem o consolo de um Deus a nosso serviço para facilitar nossa segurança ou nossa vida. Sabemos que neste mundo moderno estamos sós, sem um deus-tapa-buracos que nos proteja, porém sob a nossa única responsabilidade, e nas mãos de um sem fim de imprevistos que devemos assumir com responsabilidade, audácia e coragem.
É esse sentido de responsabilidade e coragem que nos permitem superar a angustia existencial que sempre rodeiam e assediam nossa vida, como vida de seres limitados, contingentes e submetidos a toda sorte de ameaças.
Preocupar-se é ocupar-se antes do tempo. Deus é um Pai providente e previdente, isto é, sabe de tudo quanto nós carecemos e nos conforta com a Sua Palavra promissora. Por isso, nós não podemos servir a dois senhores!
Ou, nós confiamos na providência do Pai e nos entregamos totalmente a Ele, seguindo os Seus ensinamentos e vivendo de acordo com a Sua orientação, ou então, iremos servir ao dinheiro, ou seja, trabalhar mais para amealhar mais.
Não poderemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo, porque assim sendo, falharemos em uma ou em outra. Jesus nos dá como exemplo os pássaros e os lírios dos campos que vivem na dependência do Criador.
Nós nos angustiamos e nos consumimos por coisas que não vão depender da nossa preocupação e sim das ações que realizamos confiantes no auxílio e na ajuda de Deus. A maioria das pessoas faz tudo ao contrário do que Jesus nos ensina. Corre basicamente para o trabalho e para a ação, e esquece de que tudo isto acontecerá em decorrência da conquista, em primeiro lugar “do reino de Deus e da sua justiça”.
Buscar o reino e a justiça de Deus em primeiro lugar é o requisito para que tenhamos todas as coisas, por acréscimo. O reino de Deus não está dissociado do tempo e do espaço em que vivemos porque Ele começa aqui e agora. Portanto, muitas coisas as quais ansiamos e desejamos são inerentes ao reino dos céus e porque Deus é justo, Ele quer nos dar.
O que você tem buscado em primeiro lugar na sua vida? A quem você está servindo mais: a Deus ou ao dinheiro? Você se preocupa com o que comer e vestir? Você já experimentou contemplar a obra de Deus através da natureza? Você sabe que faz parte dela?
A frase do versículo 24b não pode ser mais taxativa: não se pode servir a Deus e ao dinheiro. Erroneamente durante muito tempo acreditamos que o pobre, o necessitado, o desamparado, tinha que ser consolado dizendo que a situação em que se encontrava era a “vontade de Deus” e que no “céu” teria sua recompensa.
Nosso bom Pai-Mãe Deus continua nos falando hoje e ensinando que não se trata de fugir da sociedade para viver uma vida eremita e miserável, não é isso que Deus quer para nós.

Não podemos cair na tentação de nos transformarmos em seres passivos, e achar que a desgraça e a pobreza são vontade de Deus; muito pelo contrário, nosso afã deve se centrar no trabalho e no esforço em fazer tudo o que está ao nosso alcance, para que cada pessoa tenha uma vida digna, direito a um trabalho, a uma boa educação, a uma boa saúde.
Se cada um, a partir do lugar em que se encontra, se preocupa pelo bem comum e com os direitos de igualdade na sociedade em que vive, e se entrega confiante e seguro nos braços de Deus, tudo o mais se dará por conseqüência.

Reflexão Apostólica:

O amor de Deus por nós se revela na vida de Jesus, que foi uma vida de amor e serviço aos pequeninos, empobrecidos e excluídos. O testemunho e a prática de Jesus é a contradição da prática daquele que serve ao dinheiro.
Quem serve ao dinheiro ama o dinheiro, e a ambição o torna cego e insensível ao próximo e a Deus. Servir ao dinheiro é consolidar esta estrutura econômica que favorece o enriquecimento de minorias ricas, às custas da exploração dos consumidores e das maiorias empobrecidas que são os trabalhadores que produzem os bens de consumo e os bens acumulados por estes ricos. Servir a Deus é assumir o seu projeto de comunhão no amor, de misericórdia e reconciliação, de solidariedade e partilha. 
A advertência de Jesus, "não podeis servir a Deus e ao dinheiro!", se insere na recomendação "fazei amigos com o dinheiro injusto, a fim de que, no dia em que faltar, eles vos recebam nas tendas eternas".
Isto significa colocar o dinheiro injusto a serviço da promoção da vida dos empobrecidos e excluídos. Hoje, no evangelho de Mateus, a advertência sobre a incompatibilidade entre o servir a Deus e o servir ao dinheiro se relaciona com a busca de segurança na vida pela acumulação do dinheiro.
A partir da insegurança quanto às questões elementares da sobrevivência opta-se pela aparente segurança que o dinheiro proporciona. Passa-se a acumular dinheiro, e, contraditoriamente, a acumulação do dinheiro gera mais insegurança e ansiedade, pelo receio das desvalorizações financeiras, das concorrências, ou pelo receio dos ladrões marginais. Quem busca salvar a sua vida colocando sua segurança no dinheiro a perde.
Encontramos toda nossa segurança na fonte e doador da vida que é Deus. O cuidado de Deus por nós é expresso de maneira poética pela comparação com os cuidados com os pássaros do céu e com os lírios dos campos.
A bem-aventurança da pobreza é o abandono nas mãos de Deus que cuida dos pássaros do céu e das flores do campo. Conquista-se, assim, a liberdade para colocar-se inteiramente a serviço de Deus, na prática de sua justiça, com o que entramos em comunhão de vida eterna com Deus.
Abandonar-se nas mãos de Deus é a atitude fundamental para usufruir da vida plena. Deus ama seus filhos como mãe. Na primeira leitura temos esta referência à mãe que ama seus filhos, como imagem de Deus, no qual não há nenhuma imperfeição. É um lampejo do caráter feminino de Deus, tão ocultado pela sua predominante imagem patriarcal tradicional.
Libertados da ambição, os filhos de Deus buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça e, como "administradores dos mistério de Deus", devem se empenhar em que vigore a justiça e os bens terrenos tenham um caráter comunitário, estando a serviço da vida plena para todos, conforme a vontade do Pai.

Propósito:

Pai, centra toda minha vida na busca do teu Reino e na justiça que dele vem, de forma que nenhuma outra preocupação possa ser importante para mim.

Dia 21

Em cada pessoa, existe um grande dualismo: poder e fragilidade.

Somos tanto capazes de dar um grande salto como cair de mau jeito.

Assim se revezam os sucessos e insucessos.

Você pode realizar maravilhas autênticas e também ser vítima de sua fragilidade.

Deus não deprecia ninguém por causa das limitações.

Ele confia a cada um a missão de ser cooperador em sua obra e apenas quer que tenhamos fé.

É da vontade de Deus dar coisas boas a todos.

“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus

dará coisas boas aos que lhe pedirem!” (Mt 7,11).

 


Evangelho do dia 20 junho sexta feira 2025 - da 11º Semana do Tempo Comum

 


20 jun - Seja qual for o caminho pelo qual o Senhor nos conduza, se lhe formos sempre fiéis, nos encontraremos um dia no Paraíso, onde teremos acumulado numerosos merecimentos e glória, e tanto mais nos regozijaremos e nos deliciaremos em Deus, quanto menos tivermos desfrutado de suas consolações aqui na terra. (S 359). São José Marello


Evangelho
:
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 6,19-23

""Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. A lâmpada do corpo é o olho: se teu olho for límpido, ficarás todo cheio de luz. Mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas. Se, pois, a luz em ti é trevas, quão grandes serão as trevas!"

Meditação:

Mateus propõe não acumular, não ter mais do que o verdadeiramente necessário. Não se trata de viver miseravelmente, pois Deus não quer isso para nós, ao contrário, temos direito a viver dignamente e com todas as comodidades que nos proporciona nosso tempo.

A crítica é dirigida para quem, além de ter de sobra, acumula, esconde, guarda; estes vivem na obscuridade, pois não tem a sensibilidade de que existem muitas pessoas que sobrevivem apenas com o pouco que possuem.
Tais pessoas são os que têm o olho enfermo, estão cheios de obscuridade, pois são incapazes de se comover com os necessitados do mundo, aquele que tem em abundância só se preocupam de amontoar e acumular sua riqueza, e sua preocupação será sempre em não perder os bens adquiridos. Por outro lado, aquele que tem o olho sadio, não acumula dinheiro nem bens.
Pode ter muito ou pouco, materialmente falando, entretanto, está sempre atento para as necessidades dos outros, disposto a ajudar e compartilhar com outros. Este sim tem luz, porque pode ver o próximo e iluminá-lo; seu verdadeiro tesouro está escondido nos rincões de seu coração, porque seu verdadeiro tesouro não está em possuir, mas sim em ser.

Continuamos a meditação sobre as Bem-aventuranças. E hoje no evangelho nos faz duas recomendações sobre como que olhos e como nos devemos relacionar e usar os bens materiais.

Nos quarenta anos de deserto, o povo foi provado para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Ex 16,4). A prova consistia nisto: ver se eles eram capazes de recolher só o necessário de maná para cada dia e de não o acumular para o dia seguinte.

E hoje na mesma linha Jesus diz: Não acumuleis riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam

O que significa acumular tesouros no céu? Trata-se de saber de onde vim, o que faço aqui na terra e para onde vou. Descobrir qual o fundamento da minha existência e nelas colocar a minha confiança. Se a deposito nos bens materiais desta terra, sempre corro o perigo de perder o que acumulei.

Porém se for a Deus, ninguém vai poder destruí-lo e terei a liberdade interior de partilhar com os outros os bens que possuo.

Para que isto seja possível e visível, é importante que se crie uma convivência comunitária que favoreça a partilha e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não é a riqueza material, mas sim a riqueza ou o tesouro da convivência fraterna nascida a partir da certeza trazida por Jesus de que Deus é o meu Pai e todos. E se ele é nosso Pai todos nós somos irmãos.  É nosso Pai nele deve estar o nosso coração de filhos.

A lâmpada do corpo é o olho por que como disse Jesus: os olhos são como uma luz para o corpo. Mas para entender o que Jesus pede é necessário ter olhos novos. Jesus é exigente e pede muita coisa: não acumular, não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo.

Estas recomendações exigentes tratam daquela parte da vida humana, onde as pessoas têm mais angústias e preocupações. É urgente que tenhamos o nosso olho lúcido e são porque se teu olho estiver doente, todo o teu corpo estará também doente.

Na realidade, a pior doença que se possa imaginar é uma pessoa se fechar sobre si mesma e sobre seus bens e confiar só neles. É a doença da tibieza, mesquinhez!

Quem olha a vida com este olhar viverá na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta doença é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida toda se torna luminosa, pois faz nascer a partilha e a fraternidade.

Jesus quer uma mudança radical. Quer que vivamos como Deus é. A imitação de Deus leva à partilha justa dos bens e ao amor criativo, que gera fraternidade verdadeira.

Onde está tua riqueza, aí estará o teu coração. Onde está a tua e a minha riqueza? Muitas pessoas idolatram o marido, a esposa, os filhos ou parentes colocando-os acima de Deus.

Outras colocam em primeiro lugar o dinheiro, os bens matérias (o carro, o cavalo, a vaca, as jóias…) e relegam para o segundo ou o último lugar Deus e a família. Esquecem-se de que é em Deus, é no amor ao próximo como a si mesmo que está a fonte da vida.

Que luz temos como referência? Para onde direcionamos os nossos olhos? Para as coisas do mundo ou para o Círio Pascal que é a fonte da luz sem ocaso? Ela é a luz no mundo, quem lhe segue não se engana nem na vida nem na morte.

Reflexão Apostólica:

A injusta acumulação de bens torna o coração tão corrompido quanto às riquezas acumuladas. Os tesouros no céu são conquistados pela união de coração e de vontade com Deus, com o empenho no resgate e no cultivo da vida, particularmente entre os excluídos.

O olho é a lâmpada do coração. O olho fixo nas riquezas traz trevas ao coração. O olho sensível ao sofrimento do irmão é luz para o coração.

O ser humano, apesar das grades riquezas que dia a dia extrai da terra e do mar, continua sendo a mais pobre de todas as criaturas, porque não descobriu a riqueza maior de todas as descobertas até agora: seu próximo.

Jesus adverte sobre o perigo das riquezas não porque sejam más, mas pelo mau uso que delas costuma fazer o ser humano.

Nós temos o dever de administrar bem as riquezas que encontramos em nosso mundo para que redunde em benefício de todos, e não de uns poucos.

Nosso tesouro como cristãos há de ser o da vivência da caridade, que trará como conseqüência que nosso coração tenha como centro o próprio Jesus.

Dessa maneira, poderemos ver no próximo não a um estranho, mas a outro igual que nós, necessitado da presença de Deus em sua vida, da ação misericordiosa do Pai que cure suas mais profundas feridas causadas pelo sofrimento.

Que nosso tesouro seja o encontro com Jesus na presença do irmão que sofre, que clama por justiça e anela, como nós, que chegue o dia em que o reino de Deus se estabeleça para sempre.

Muitas vezes as coisas materiais podem nos levar ao egoísmo e à inveja. Obviamente, quem se apega ao material não pode ser chamado de discípulo do Senhor, simplesmente porque não tem liberdade para agir.

Seu apego às coisas não o deixa entregar-se ao projeto de Jesus: o Reino. O Senhor mesmo diz claramente: “Onde está teu tesouro, aí está também teu coração”.
Diz um refrão popular: “Os olhos são reflexos da alma”, e Jesus expressa uma idéia similar: “O olho é a lâmpada do corpo”. O olhar expressa cansaço, ódio, ofensa, tristeza, dor, alegria, tranqüilidade, paz. A pessoa generosa, entregue, serviçal ilumina com seu olhar, enquanto que a mesquinha e egoísta vive nas trevas da avareza e cobiça.
Manter os olhos fixos no Senhor significa olhar a realidade a partir dele e buscar, por todos os meios, sua transformação para o bem da humanidade, especialmente dos mais pobres.

A luta por um mundo melhor, mais justo, mais digno para todos, é uma das prioridades de nosso trabalho como evangelizadores e humanizadores.

Ontem e ainda hoje pensamos no que VEMOS e pouco valorizamos o que TEMOS. TER é importante para podermos viver em nossa sociedade. Precisamos TER dinheiro para pagar nossas contas, comprar mantimentos, manter nossa saúde, ter lazer…

Carregamos no nosso coração a idéia concreta daqueles filmes de detetive que sempre há em disputa um testamento repleto de bens e riquezas. Esse horizonte de compreensão é apenas visual.

Jesus dois mil anos atrás pedia para que ampliássemos nosso compreender do que é importante. “(…) Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu…”.

É muito bacana quando um filho diz que o maior patrimônio que recebeu de seus pais foi o caráter, o estudo, a disciplina, a coerência, (…); esses valores, como outros também, o tempo não os coroem. Ver valores como PATRIMÔNIO é enxergar além dos olhos.

Nossos olhos não conseguem dar atenção aos 180 graus que lhe são apresentados portando dependem de nós para colocar o FOCO. Para onde olhamos, definimos nossa atenção, é lá que este nosso foco. Jesus alertava que não o colocássemos no que pode enferrujar. Ao ampliar nosso horizonte deveríamos também não o fazer.

Mais uma vez, Jesus não é contra em se ter um objetivo grandioso na vida, algo que fosse muito almejado como um sonho, uma conquista, um desafio, mas a palavra alerta que esse horizonte não tivesse como foco o que é perecível.

Nossa Igreja nos revela um imenso HORIZONTE de conhecimento a ser explorado. Se hoje não é do jeito que imaginamos é porque nós, servos, participantes, irmãos, estamos colocando nosso foco em outros lugares.

Quando um padre, por exemplo, rejeita uma determinada pastoral ou movimento, apenas por seu próprio gosto, está de vontade própria diminuindo o horizonte de compreensão que Deus lhe oferece (Rm 1,31-32). Quando uma pastoral desiste de lutar tem seu foco distorcido, sofre de miopia, pois só enxerga o que está perto.

Quando alguns "dirigentes" de Movimentos não aceitam aquilo que insistem em chamar de "novidades" que, na realidade, nada mais são do que a própria dinâmica e atualização do mesmo, também não enxergam ou não querem enxergar.

Propósito:

Pai, dá-me sabedoria suficiente para buscar sempre o tesouro verdadeiro, e assim estar seguro de que em ti coloquei o meu coração.

Dia 20

A cada dia, a natureza se renova.

Isso ocorre em vários aspectos: cores, formas, flores, frutos, enfim, tudo se renova totalmente.

Você também pode renovar seus pensamentos, sentimentos e atitudes.

Para isso, todos os dias, peça que o Espírito Santo venha e restaure, cure e liberte todas as áreas de sua vida.

Fale a Jesus sobre seus desejos e necessidades mais íntimos, para que ele seja o centro de sua existência.

Renove-se a cada dia.


Entregue-se a Jesus.

“Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza.

Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis”. (Rm 8,26).

 

Evangelho do dia 24 junho terça feira 2025

  24 JUNHO - Nem a altura do cargo, nem a grandeza e a nobreza das pessoas, nem mesmo os honrados cabelos brancos deverão nos impor silêncio...