quinta-feira, 29 de maio de 2025

EVANGELHO DO DIA 01 JUNHO 2025 - ASCENSÃO DO SENHOR

 

01 junho - Quando sentimos o coração duro e irritável, vamos buscar um pouco de doçura no Coração de Jesus. (S 176). São josé Marello

 Lucas 24,46-53

 "E disse: 

- O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas dessas coisas. E eu lhes mandarei o que o meu Pai prometeu. Mas esperem aqui em Jerusalém, até que o poder de cima venha sobre vocês. 
Então Jesus os levou para fora da cidade até o povoado de Betânia. Ali levantou as mãos e os abençoou. Enquanto os estava abençoando, Jesus se afastou deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém cheios de alegria. E passavam o tempo todo no pátio do Templo, louvando a Deus.
"


 
Reflexão para Lucas 24,46-53 - Solenidade da Ascensão do Senhor Ano C

Neste domingo em que celebramos a solenidade da ascensão do Senhor, a liturgia propõe Lc 24,46-53 para o evangelho, texto que contém os últimos versículos do Evangelho segundo Lucas. A solenidade da ascensão marca a consumação da ressurreição: o Ressuscitado penetra no mundo do Pai e confere à sua comunidade de seguidores e seguidoras a missão de continuar a sua presença no mundo, com a assistência do Espírito Santo. Embora se trate de uma despedida, a cena descrita por Lucas é marcada pela alegria, pois aquele que parte, o Ressuscitado, não se ausenta dos seus; a sua partida é a garantia de uma presença ainda mais efetiva, não mais condicionada às circunstâncias de tempo e espaço, como foi no seu curto ministério de três anos.

Neste ano temos a oportunidade de ler o relato da ascensão duas vezes: na primeira leitura (At 1,1-11), como em todos os anos, e no Evangelho, por estarmos vivenciando o “ano C” da liturgia. Temos hoje, portanto, dois relatos de um mesmo evento, narrados pelo mesmo autor. Por sinal, Lucas é o único evangelista que narra a ascensão; Marcos faz apenas um pequeno aceno (cf. Mc 16,19), enquanto Mateus e João não fazem nenhuma referência. Mesmo se tratando do mesmo acontecimento, Lucas não conta as duas vezes do mesmo jeito. Há detalhes que diferenciam os dois relatos, pois cada livro tem uma finalidade específica. No Evangelho, a ascensão tem a função de marcar a conclusão da missão de Jesus entre os discípulos; em Atos, a função é preparar a missão da Igreja e mostrar a continuidade entre essa e Jesus.

A nível de contexto, é importante recordar que, de acordo com o Evangelho, a ascensão acontece no mesmo dia da ressurreição, e não após um período de quarenta dias como em Atos (cf. At 1,3). De fato, o evento narrado no Evangelho de hoje é a sequência do episódio dos discípulos de Emaús: após se manifestar aos dois que retornavam desiludidos de Jerusalém (cf. Lc 24,13-35) e a Simão (cf. Lc 24,34), o Senhor se manifestou também aos demais discípulos que estavam reunidos no cenáculo em Jerusalém (cf. Lc 24,36), naquele mesmo dia, o primeiro da semana (cf. Lc 24,13). Os estudiosos procuraram explicar essa diferença. Uma das explicações é que quando o Evangelho já estava pronto, Lucas recebeu novas informações sobre esse acontecimento e, por isso, acrescentou alguns detalhes em Atos dos Apóstolos. O mais provável, no entanto, é que essa diferença seja intencional e teológica. Nenhum dos relatos pretende ser uma crônica exata dos fatos. A intenção do evangelista é mostrar que Jesus consumou a sua obra, retornou para a glória do Pai e habilitou os seus discípulos a manterem viva a sua presença no mundo, por meio do testemunho e animados pela força do alto, o Espírito Santo.

O texto de hoje começa com a continuidade das palavras de Jesus aos discípulos reunidos. Tendo se manifestado entre os eles, Ele lhes transmitiu a paz (cf. Lc 24,36), pois os discípulos estavam assustados (cf. 24,37), mostrou os estigmas de crucificado (cf. 24,39-40), pediu algo para comer (cf. 24,42), deram-lhe um pedaço de peixe (24,42), Ele o comeu (cf. 24,43) e começou a falar, explicando o cumprimento das Escrituras em sua vida (24,44). Hoje, lemos a continuidade e conclusão dessa explicação: “Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia” (v. 46). É importante que os discípulos, que ainda estavam apreensivos e decepcionados com os últimos acontecimentos, acolham o desfecho final da vida de Jesus como cumprimento das Escrituras. Só assim, poderiam aceitá-lo como o Cristo e proclamá-lo, como fizeram.

O evangelista não faz uma interpretação fundamentalista da Escritura, não cita passagens isoladas, mas fala do seu conjunto; é a totalidade da Escritura que aponta para o Cristo. Da recordação das Escrituras, emerge a missão da comunidade, que consiste no anúncio e no testemunho: “e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso” (v. 47-48). Aqui Jesus resume a sua missão e antecipa a da comunidade cristã. O elemento primordial da missão é oferecer a reconciliação a todos os povos, sem distinção. Nada de proselitismos e nem doutrinação. A primeira tarefa da comunidade cristã é oferecer ao mundo o amor misericordioso de Deus, como Jesus fez em seu curto ministério, e Lucas fez disso o tema central de seu Evangelho. A comunidade cumpre a sua missão quando assume um estilo de vida semelhante ao de Jesus.

Jesus quer que todos os povos recebam os benefícios da sua ressurreição. O começo por Jerusalém é muito significativo; não se trata de um privilégio, mas de uma necessidade. Essa cidade era símbolo do poder, sobretudo o religioso. Era lá onde o poder matava em nome de Deus, e o próprio Jesus fora vítima dessa prática. Nessa cidade, praticava-se um culto estéril e mercantilista, caracterizado pelo mero ritualismo e o sacrifício de animais; o sangue desses sacrifícios não gerava comunhão com Deus, pois o único sangue com força de salvação fora derramado por Jesus. Por isso, como o amor misericordioso de Deus não faz distinção de pessoas, Jesus habilita seus discípulos a começarem o anúncio-testemunho onde as pessoas estavam mais longe de Deus e, paradoxalmente, era na cidade santa onde as pessoas mais estavam distantes de Deus, onde mais havia necessidade de uma “mudança de mentalidade”, como significa propriamente o termo conversão.

Como responsáveis pelo prolongamento da missão de Jesus, os discípulos não poderiam levá-la a cumprimento sozinhos; por isso, Jesus promete enviar-lhes o que o próprio Pai prometeu: “eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto” (v. 49). Esse versículo contém as últimas palavras de Jesus no Evangelho, e essas são carregadas de esperança. O próprio Jesus só iniciou a sua vida pública após o batismo, momento em que desceu sobre Ele o Espírito Santo (cf. Lc 3,22); ao pregar pela primeira vez na sinagoga de Nazaré, declarou estar investido do Espírito Santo e, por isso, autorizado para tal (cf. Lc 4,18). Sem o Espírito Santo, portanto, não haveria missão alguma. Os discípulos devem esperar esse momento, o que Lucas ilustrará tão bem com a narrativa de Pentecostes (cf. At 2,1-13). O Espírito Santo aqui é referido como “força do alto”, uma expressão que atendia melhor às necessidades dos discípulos naquele momento em que estavam com medo; por isso, necessitavam de uma “força” (em grego: δύναμις dynâmis) que os movesse. Do termo grego empregado pelo autor, derivam palavras que expressam bem a natureza missionária da Igreja, como “dinamismo” e “dinâmica”, o que se opõe a uma instituição estática e parada no tempo. O livro todo dos Atos dos Apóstolos mostra que os discípulos compreenderam bem essa dimensão, e cabe aos discípulos/as de todos os tempos atualizarem sempre.

Tendo concluída a fala, começa a cena da ascensão propriamente dita, com Jesus colocando os discípulos em movimento, tirando-os do cenáculo e até da cidade de Jerusalém: “então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os” (v. 50). O gesto de levá-los para fora é uma atualização do êxodo, o que fora tema da conversa de Jesus com Elias e Moisés, na transfiguração (cf. Lc 9,28-36); mesmo narrada pelos três sinóticos (cf. Mt 17,1-9; Mc 9,2-10; Lc 9,28-36), somente Lucas empregou o termo “êxodo” naquela ocasião, e agora mostra a sua realização. Ir para “Perto de Betânia” significa refazer o caminho da entrada triunfante em Jerusalém, porém em sentido oposto (cf. Lc 19,29). Quando caminhava da Galileia a Jerusalém, ele parou entre o monte das Oliveiras e Betânia para solicitar o jumentinho e entrar na cidade. Se de “perto de Betânia” Ele marchou para a cruz, da mesma localidade ele marcha definitivamente para a glória do Pai. Com isso, o evangelista enfatiza a inseparabilidade entre a cruz e a glória.

O último gesto de Jesus entre os discípulos foi dar-lhes a bênção: “Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu” (v. 51). Essa é a única vez que Lucas atribui a Jesus a função de abençoar, e essa coincide com a subida ao céu. Na linguagem Bíblia, a bênção é um elemento performativo, transmite uma força eficaz e irrevogável; comunica a essência daquele que abençoa nos que são abençoados. Os discípulos, abençoados, irão difundir essa bênção e, através dela, farão novos discípulos. Com a bênção de Jesus aqui na conclusão, o evangelista recorda o início do seu Evangelho, quando o povo estava privado de bênção, devido à incredulidade e ineficiência do antigo sacerdócio do templo, personificado na figura de Zacarias: “o povo que estava à espera de Zacarias, admirava-se com a sua demora no santuário; tendo saído dali, não podia falar” (Lc 1,21-22). A bênção de Deus que fora bloqueada pelo sacerdócio do templo, agora é destravada por Jesus; antes, era restrita apenas aos judeus homens, os únicos que podiam entrar no átrio onde os sacerdotes pronunciavam a bênção. Com Jesus, a bênção de Deus deixa de ser propriedade de uma casta, e é destinada a todo o mundo.

Convictos da novidade, eis a reação dos discípulos: “Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus” (vv. 52-53). Essa é também a primeira vez que os discípulos “adoram” a Jesus, de acordo com Lucas. O fazem porque têm certeza da consumação da sua obra, com a confirmação da sua introdução definitiva no mundo do Pai. Sabem que Jesus é realmente o salvador, por isso expressam uma “grande alegria”, sentimento semelhante ao dos pastores com o anúncio do nascimento (cf. Lc 2,10). Essa “grande alegria” é uma característica essencial do discipulado, na perspectiva de Lucas; fora antecipada no início do livro por Maria (cf. 1,47), pelos pastores e pelos anjos (cf. 2,8-20), e agora toma conta dos discípulos e, através deles, se estenderá por todo o mundo.

Os discípulos já não sentem medo. Estão dispostos a assumir os desafios e as consequências da missão, e serão habilitados para isso pelo Espírito Santo. Essa alegria brota da fé e da certeza de que de agora em diante a presença do Ressuscitado será ainda mais eficaz. Continuam frequentando o templo, mas com uma nova finalidade: vão lá para “bendizer” a Deus; esse verbo (em grego: ευλογέω euloguéo) significa também louvar e dar graças. Fazer isso no templo é uma novidade, pois a função primordial do templo era o oferecimento de sacrifícios, o que os discípulos não fazem, pois têm consciência de que o único sacrifício eficaz foi o de Cristo. Louvam a Deus pelas maravilhas feitas entre eles, assim como Maria, no início do Evangelho (cf. 1,46-56), e pelas que ainda serão feitas em todo o mundo. Louvam a Deus porque percebem a construção de um mundo novo, cujos agentes são as pessoas mais humildes, e a prova incontestável disso é a glorificação de um crucificado.

Na festa da ascensão, portanto celebramos a presença constante do Ressuscitado na comunidade e na missão perene da Igreja, da qual não se espera outra coisa senão o testemunho, o que consiste em espalhar o amor misericordioso de Deus no mundo com grande alegria.

 

Dia 01

Quando trabalham pelo Reino de Deus, geralmente as pessoas são alvo de inveja, ciúmes e críticas.

Se isso lhe ocorrer, lembre-se de que Deus está sempre a seu lado e conhece o mais íntimo do coração.

Fique calmo e confie na misericórdia divina.

Alimente-se da palavra de Deus e pense de modo positivo.

Não se esqueça de que possui dons e talentos para serem colocados a serviço do Reino de Deus.

O Senhor espera isso de você!

Siga em frente com coragem e perseverança!

Deus está sempre a seu lado.

Entregue-se a ele e confie!

“Anunciarei o teu nome aos meus irmãos, vou te louvar no meio da assembleia”. (Sl 22[21],23).


terça-feira, 27 de maio de 2025

EVANGELHO DO DIA 31 MAIO SÁBADO 2025 - VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

 


DIA 31 DE JULHO 2025 ANIVERSÁRIO DO BLOG 13 ANOS NO AR, PROPAGANDO A PALAVRA DE DEUS

 31 Maio – Que a Mãe Santíssima nos guarde sempre debaixo do seu manto! (L 17). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,39-56

 "Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:

- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.
A Canção de Maria
Então Maria disse:
- A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador.
Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva! De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada,
porque o Deus Poderoso fez grandes coisas por mim. O seu nome é santo, e ele mostra a sua bondade a todos os que o temem em todas as gerações. Deus levanta a sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os planos deles. Derruba dos seus tronos reis poderosos. Dá fartura aos que têm fome e manda os ricos embora com as mãos vazias. Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo.
Lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre.
Maria ficou mais ou menos três meses com Isabel e depois voltou para casa.

 Maria “proclama que Deus realizou um tríplice inversão das falsas situações humanas, para restaurar a humanidade na salvação, obra de Cristo. No campo religioso, Deus derruba as auto-suficiências humanas; confunde os planos dos que nutrem pensamentos de soberba, erguem-se contra Deus e oprimem os homens. No campo político, Deus destrói os injustificáveis desníveis humanos, abate os poderosos dos tronos e exalta os humildes; repele aqueles que se apoderam indevidamente dos povos, e aprova os que os servem para promover o bem das pessoas e da sociedade, sem discriminações… No campo social, Deus transtorna a aristocracia estabelecida sobre ouro e meios de poder, cumula de bens os necessitados e despede de mãos vazias os ricos, para instaurar uma verdadeira fraternidade na sociedade e entre os povos”

 O Evangelho de hoje que costumamos chamar “a visita de Maria a Isabel”. Pertence aos relatos do nascimento e infância de Jesus. Lucas não pretende, em primeiro lugar, mostrar como isso aconteceu, mas reler esses acontecimentos à luz da morte-ressurreição de Jesus, a fim de iluminar a caminhada das primeiras comunidades cristãs. Não se trata, pois, de curiosidade histórica, mas de leitura teológica. Dividiremos essa seção em dois momentos: o encontro entre Maria (grávida de Jesus) e Isabel (grávida de João), e o Canto do Magnificat.

Para entender o objetivo de Lucas em relatar os eventos ligados à concepção e nascimento de Jesus, é essencial conhecer algo da sua visão teológica. Para ele, o importante é acentuar o grande contraste, e ao mesmo tempo a continuidade, entre a Antiga e a Nova Aliança. A primeira está retratada nos eventos ligados ao nascimento de João, e tem os seus representantes em Isabel, Zacarias e João; a segunda está nos relatos do nascimento de Jesus, com as figuras de Maria, José e Jesus.

Para Lucas, a Antiga Aliança está esgotada — os seus símbolos são Isabel, estéril e idosa, Zacarias, sacerdote que não acredita no anúncio do anjo, e o nenê que será um profeta, figura típica do Antigo Testamento. Em contraste, a Nova Aliança tem como símbolos a virgem jovem de Nazaré que acredita e cujo filho será o próprio Filho de Deus. Mais adiante, Lucas enfatiza este contraste nas figuras de Ana e Simeão, no Templo, especialmente quando Simeão reza:"Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu servo partir em paz. Porque meus olhos viram a tua salvação".

Na anunciação, o anjo informara Maria a respeito da gravidez de Isabel, com a garantia de que nada é impossível para Deus. Ao declarar-se serva do Senhor, ela concebe Jesus e, como sinal de seu serviço, dirige-se apressadamente à casa de Zacarias, ao encontro e a serviço de Isabel.

A cena mostra o encontro de duas mães agraciadas com o dom da fecundidade e da vida (Isabel era estéril e Maria não teve relações com nenhum homem); mostra também o encontro de duas crianças, o Precursor e o Messias, ambos sob o dinamismo do Espírito Santo.

Jesus havia sido concebido por obra do Espírito; João Batista exulta no seio de Isabel que, cheia do Espírito Santo, proclama Maria bem-aventurada. Mas a cena mostra, sobretudo, que a Trindade se revela aos pobres e faz deles sua morada permanente. O Pai havia revelado a Maria o dom feito a Isabel, a marginalizada porque estéril; o Espírito revela a Isabel que Maria, a serva do Pai, se tornou “mãe do Senhor”.

Assim a Trindade entra na casa dos pobres e humilhados que esperam a libertação. Os nomes das personagens nos ajudam a ver melhor: Jesus (= Deus salva); João (= Deus é misericórdia); Zacarias (= Deus se lembrou); Isabel (= Deus é plenitude); Maria (= a amada). Maria se torna, assim, pioneira insuperável de evangelização, pois leva Jesus-Messias às pessoas.

Duas são as características mais importantes de Maria no relato da visita a Isabel. E são exatamente as qualidades do discipulado no Evangelho de Lucas: atenção e adesão absolutas à palavra de Deus e, como conseqüência disso, serviço incondicional a quem necessita. Maria é discípula fiel (em relação a Deus) e solidária (em relação ao próximo).

Por isso, não devemos reduzir a história de hoje a um relato que pretende mostrar a caridade de Maria em cuidar da sua parente idosa e grávida. Se a finalidade de Lucas fosse somente mostrar Maria como modelo de caridade, não teria colocado versículo 56, que mostra ela deixando Isabel na hora de maior necessidade: "Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa". Também não é verossímil que uma moça judia de mais ou menos quatorze anos enfrentasse uma viagem tão perigosa como a de Galiléia à Judéia!

A intenção de Lucas é literária e teológica. Ele coloca juntas as duas gestantes, para que ambas possam louvar a Deus pela sua ação nas suas vidas, e para que fique claro que o filho de Isabel é o precursor do filho de Maria. Por isso, Lucas tira Maria de cena antes do nascimento de João, para que cada relato tenha somente as suas personagens principais: dum lado, Isabel, Zacarias e João; doutro lado, Maria, José e Jesus.

 O fato que a criança "se agitou" no ventre de Isabel faz recordar algo semelhante na história de Rebeca, quando Esaú e Jacó "pulavam" no seu ventre. O contexto, salienta que João reconhece que Jesus é o seu Senhor. Iluminada pelo o Espírito Santo, Isabel pode interpretar a "agitação" de João no seu ventre — é porque Maria está carregando o Senhor.

A expressão de alegria de Isabel ao acolher Maria recorda a surpresa de Davi ao acolher a Arca (“Como é que a Arca de Javé poderá ser introduzida em minha casa?”. Em base a esse paralelismo, alguns vêem em Maria a arca da nova Aliança, por ser ela a mãe do menino que é chamado Santo, Filho de Deus. Mas o elogio de Isabel a Maria vai além de sua maternidade física.

A grande bem-aventurança de Maria é ter acreditado que as coisas ditas pelo Senhor iriam cumprir-se. Isso está em perfeita sintonia com o Evangelho de Lucas, no qual ela aparece como modelo do discípulo. O próprio Jesus afirma haver uma bem-aventurança que supera a da maternidade física: “Felizes, antes, os que ouvem a palavra de Deus e a observam”. Maria, a escrava do Senhor, merece a bem-aventurança dos ouvintes cristãos a quem Lucas, chama de servos e servas do Senhor.

As palavras referentes a Maria: "Você é bendita entre as mulheres, e bendito é o fruto do seu ventre" fazem lembrar mais duas mulheres que ajudaram na libertação do seu povo, no Antigo Testamento: Jael e Judite. Aqui Isabel louva a Maria que traz no seu ventre o libertador definitivo do seu povo. Vale destacar o motivo pelo qual Isabel chama Maria de "bem-aventurada": "Bem-aventurada aquela que acreditou". Maria é bendita em primeiro lugar, não por sua maternidade, mas pela fé - em contraste com Zacarias, que não acreditou.

Assim, Lucas apresenta Maria principalmente como modelo de fé. Já no relato da Anunciação, Maria expressou essa fé quando disse: "Faça-se em mim segundo a tua palavra". Assim, ela aceita, não somente ser a mãe do Senhor, mas a protagonista da construção duma sociedade de solidariedade e justiça, tão almejada por Deus.

Por isso, Lucas faz uma releitura do Canto de Ana e coloca nos lábios de Maria o canto do Magnificat, em sintonia com a espiritualidade secular dos Pobres de Javé, que, desprovidos de qualquer poder, põem a sua esperança em Deus, que "dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias".

Longe de ser uma figura passiva, a Maria deste capítulo é modelo para todos que assumem a luta em favor duma sociedade alternativa, de partilha, solidariedade e fraternidade. No Magnificat, Deus realiza a esperança dos pobres.

Algumas observações preliminares ajudarão a entender melhor o texto. Em primeiro lugar, devemos perguntar se foi Maria quem pronunciou esse hino de louvor que chamamos de Magnificat. Alguns manuscritos atribuem esse hino a Isabel. O Magnificat se inspira fortemente no canto de Ana, mãe de Samuel, depois que Deus a livrou da humilhação da esterilidade. Nesse sentido, o hino está mais para Isabel do que para Maria. Porém, a idéia de serva e a expressão “todas as gerações me chamarão de bem-aventurada” se adaptam melhor a Maria.

Em segundo lugar, os estudiosos são concordes em afirmar que o Magnificat, assim como se encontra, não foi composto por Maria. Uma prova disso são os verbos no passado: agiu com a força de seu braço, dispersou, depôs, exaltou, cumulou, despediu etc. Esses verbos no passado revelam que o hino é lido à luz da vida, morte e ressurreição de Jesus. “Deus inverteu o estado de coisas que a crucifixão havia criado”.

Em terceiro lugar, trata-se de descobrir quem compôs esse hino. É bem provável que fosse um hino das primeiras comunidades cristãs, onde se louva a intervenção de Deus em favor dos pobres, humilhados e famintos, contra os orgulhosos, poderosos e ricos (característica dos hinos de louvor).

O contraste de sortes ressalta o poder de Deus e as maravilhas que realiza em favor dos pobres, coroando suas esperanças. Lucas atribuiu esse hino a Maria porque ela, mais que todos, expressava os sentimentos e atitudes de compromisso, esperança e confiança no poder de Deus.

Lucas foi muito corajoso ao atribuir esse hino a Maria, ressaltando-lhe o valor e a importância enquanto figura representativa de uma coletividade. Ela, portanto, é porta-voz qualificada dos discípulos cristãos, dos pobres que anseiam por libertação. É porta-voz dos oprimidos, pobres, aflitos, viúvas e órfãos. Opostos a esses estavam os ricos, mas também os orgulhosos e auto-suficientes que punham suas esperanças nos próprios recursos, não sentindo qualquer necessidade de Deus.

É um texto profético. Não no sentido de previsão do futuro, mas no sentido genuíno da profecia, que pode ser traduzida como denúncia de algo errado e anúncio de uma transformação. Maria é profetisa porque, movida pelo Espírito, encarna os ideais dos profetas do Antigo Testamento, do qual também ela faz parte.

O espírito do Magnificat combina com o da comunidade de Jerusalém, na qual provavelmente o hino tomou corpo, tornando-se canto de louvor pela libertação. Pondo-o nos lábios de Maria, Lucas atribui a ela um papel importante na história da salvação, “um papel representativo que, partindo do relato da infância, penetrará no mistério de Jesus e chegará finalmente à Igreja primitiva”.

O Magnificat, como os salmos do tipo “hino de louvor”, contém uma introdução onde se louva Deus; um corpo, que enumera os motivos de louvor, e uma conclusão, que ressalta por que Deus agiu assim, cumprindo as promessas feitas aos antepassados.

A introdução vê realizadas as expectativas de Ana e do profeta Habacuc, que traduzem as esperanças dos pobres (“anawim). Atribuindo a Maria este hino, Lucas a torna intérprete dos anseios dos humilhados que vêem, finalmente, realizadas suas esperanças.

O corpo do Magnificat ressalta a ação de Deus em favor dos humilhados. Essa ação é descrita como maravilha, termo que, na Bíblia, marca as grandes intervenções de Deus em vista da libertação (por exemplo, o êxodo). A maravilha divina é libertar os que sofrem e esperam nele, exaltando-os e cumulando-os de bens. Os aspectos político e econômico estão bem representados (poderosos destronados; ricos despedidos de mãos vazias).

A conclusão salienta que a ação de Deus em favor dos pobres é fruto da memória de sua misericórdia, renovando hoje os benefícios e opções feitos no passado, mantendo assim a fidelidade prometida a Abraão e a seus descendentes.

Podemos também acrescentar que neste capítulo primeiro, nós encontramos — na Bíblia — as frases da primeira parte da oração da "Ave Maria": "Ave Maria" (Lc 1,28), "Cheia de graça" "O Senhor é convosco"(Lc 1,28), "Bendita sois vós entre as mulheres." "Bendito o fruto do vosso ventre" (Lc 1,42), que demonstra que, quando tratado com fundamento bíblico, a figura de Maria não é empecilho para uma caminhada ecumênica, pois a Escritura a aponta como modelo de fé para todos nós!

Maria, casada com um carpinteiro da Galiléia, vive com fidelidade o projeto vivificante de Deus. Ao saber que sua parenta, Isabel, casada com um sacerdote do Templo de Jerusalém, estava com uma gravidez mais avançada que a sua, vai servi-la. Temos o encontro da periférica Galiléia com a elitizada Judéia. Maria, oriunda da periferia, já vive a dimensão do serviço, característica dominante na prática de Jesus, que "não veio para ser servido, mas para servir".

A presença do Reino entre os pobres é destacada por Maria em seu cântico: "Ele... derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e mandou embora os ricos de mãos vazias". 

Assumindo responsavelmente o projeto de Deus, Maria é figura e esperança de quantos aspiram por liberdade e vida. Ela vem reforçar a confiança dos pobres, ao mostrar que neles o Poderoso opera maravilhas de libertação. Serva fiel, bem-aventurada porque acreditou nas promessas, solidária com os necessitados, é mãe das comunidades que lutam contra os dragões que procuram matar as sementes do Reino e roubar-lhes as esperanças. Associada intimamente a Jesus por sua maternidade e mais ainda pela prática da Palavra, participa da vitória de Cristo, primícia da vida em plenitude.

As palavras de Maria refletem a alegria do espírito, difícil de exprimir: Meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador. Porque a verdade profunda, tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se a nós em Cristo, que é, simultaneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação.

No arroubo de seu coração, Maria confessa ter-se encontrado no próprio âmago dessa plenitude de Cristo. Está consciente de que em si está sendo cumprida a promessa feita aos pais e, em primeiro lugar, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre: que para si, portanto, como Mãe de Cristo, converge toda a economia salvífica, na qual de geração em geração se manifesta aquele que, como Deus da Aliança, se lembra de sua misericórdia.

O “canto de Maria” retrata sua gratidão a Deus e o reconhecimento de ser escolhida para se tornar a mãe do Salvador. O canto de Maria nos estimula a lutar pelo mundo novo já iniciado com a ressurreição de Jesus. Esse mundo novo irá se tornando realidade concreta se formos cidadãos conscientes e responsáveis.

Martinho Lutero escreveu um belo comentário do Magnificat de Maria, em que repetidamente ele se refere à “doce Mãe de Deus” e exalta a Virgem Maria nestes termos:
“Ela nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse. Ora, ama e louva a Deus com o coração simples e como convém a quem o louva simplesmente porque é bom; quem não considera mais que a sua pura bondade e só nela encontra o seu prazer e a sua alegria. Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre corno o da Virgem. Aqueles que amam com coração impuro e corrompido, aqueles que, de maneira semelhante à dos exploradores, procuram em Deus o seu interesse, não amam e não louvam a sua pura bondade, mas pensam em Si mesmos e só consideram quanto Deus é bom para eles mesmos. A religiosidade verdadeira, portanto, é louvor a Deus incondicionado e desinteressado.”
“Maria — escreve a seguir Lutero — não se orgulha da sua dignidade nem da sua Indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra... Ela não exaltou nem a virgindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça. (...) De fato não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus” (Do livro “Maria Mãe dos homens”, p.561).

A propósito, é interessante lembrar que, além de Lutero, outros mestres da Reforma, no século XVI, como Calvino e Zuínglio, foram muito fiéis a Maria deixaram belas expressões de estima e louvor a Maria Santíssima.

Calvino, em alguns aspectos, foi mais radical. Suprimiu as festas Marianas, aceita o título “Mãe de Deus” definido pelo Concílio de Éfeso em 431 mas prefere a expressão “Mãe de Cristo”. Sustenta a perpétua virgindade de Maria, afirmando que “os irmãos de Jesus” citados em (Mateus 13,55) não são filhos de Maria, e sim parentes. Professar o contrário, segundo Calvino, significa “ignorância”, louca sutileza e “abuso da Sagrada Escritura”.

Zuínglio, o reformador em Zurich, conservou três festas Marianas e a recitação da Ave Maria durante o culto sagrado. Os seus testemunhos, aos quais outros se poderiam acrescentar, dão suficientemente a ver como a crença em Maria ocupa lugar eminente no conjunto das verdades que a fé cristã sempre professou.

E para nós: O que representa Maria? Em que o Magnificat influencia em nosso modo de viver o cristianismo hoje?

Que saibamos estar atentos aos que estão à nossa volta! Que os sofrimentos e as dificuldades que envolvem as famílias, façam parte de nossa oração! Confiemos estas famílias a Maria, para que encontrem em seu caminho as graças da esperança e da alegria profunda. Que nosso Pai que está nos céus nos guie na sua Paz!

Oração: Obrigado Senhor por mais um mês vivido e pelos acontecimentos que marcaram a as nossas vidas neste período. Pai, conduzi-nos pelos caminhos de Maria, vossa fiel servidora, cuja vida se consumou, sendo exaltada por vós. Conservai-nos no bom caminho para que, no meio de tantas dificuldades ão caiamos no desespero nem na exaltação.  Que, como Maria, saibamos nos preparar para a comunhão plena convosco. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Dia 31

Retire de sua mente preconceitos, medos, inseguranças, angústias, rancores, enfim, todo sentimento negativo.

Saiba que Deus envia seu Espírito Santo para renovar, transformar e curar todas as áreas de sua vida.

Que ele limpe renove sua memória e purifique seus sentimentos, libertando-o de todas as amarras.

Com isso, você será curado, restaurado e regenerado pelo Espírito Santo de Deus.

Todos os dias, peça que Deus renove, cure, liberte e modifique seus pensamentos.

“Por outro lado, precisais renovar-vos, pela transformação espiritual de vossa mente, e vestir-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade”. (Ef 4,23-24).

 


Evangelho do dia 30 maio sexta feira 2025 - SÃO JOSÉ MARELLO

 

30 maio - A palma da vitória está no Céu para quem sabe morrer triunfalmente. (L 23).  São Jose Marello


João 16,20-23a

"Em verdade, em verdade, vos digo: chorareis e lamentareis, mas o mundo se alegrará. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. A mulher, quando vai dar à luz, fica angustiada, porque chegou a sua hora. Mas depois que a criança nasceu, já não se lembra mais das dores, na alegria de um ser humano ter vindo ao mundo. Também vós agora sentis tristeza. Mas eu vos verei novamente, e o vosso coração se alegrará, e ninguém poderá tirar a vossa alegria. Naquele dia, não me perguntareis mais nada."  

Meditação: 

Continuamos com o texto de ontem. Jesus hoje insiste dirigindo palavras de consolação a ti e a mim: vocês vão chorar e ficar tristes, mas as pessoas do mundo ficarão alegres. Poderíamos dizer que o tema central que Jesus nos propõe é o da alegria que supera a tristeza.
Na sequência desta fala de despedida de Jesus, na última ceia, o tema é a alegria duradoura. A tristeza é passageira. Aqui, a comparação com o dar à luz da mulher tem o sentido de mostrar a transitoriedade da angústia. Paulo usará, várias vezes, a imagem do parto para afirmar sua paternidade e maternidade em relação às suas comunidades.
Por ocasião das bodas em Caná da Galiléia, Jesus inicia o Seu ministério. Trata-se de um momento de grande alegria, que já lança a contemplar e saborear já aqui na terra o que haveremos de viver para sempre lá no Céu. Alegria das bodas, com o vinho de Jesus. Agora, com sua partida, não cessará esta alegria, mesmo que passem por momentos de tristeza.

No evangelho de hoje, Jesus se dirigia aos seus discípulos, e lhes confirma: nada pode tirar a alegria daqueles que permanecessem na palavra de Deus, e a diferença dos homens que buscam a Deus para os demais é exatamente essa alegria que não pode ser tirada do coração fiel ao Senhor.

A tristeza que os discípulos sentem no momento da despedida de Jesus é passageira. Ao escrever estas palavras, João tem presente à situação de suas comunidades. Estas, vivendo momentos difíceis de perseguição, sentiam a ausência de Jesus e se angustiavam.

As palavras de Jesus as consolam e alegram. Jesus verá os discípulos novamente. Não por um retorno ao mundo, mas pela permanência dos discípulos nele e ele nos discípulos. Então não será necessário perguntar nada a Jesus, pois o

Espírito Santo enviado conduzirá os discípulos à verdade plena.

Para esta verdade é tão verdade que afirma: Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angustia? A perseguição? A fome? A nudez? O Perigo? A espada? (Rm 8,35).

Nada é capaz de separar do amor de Cristo um coração que se entrega a esse amor, creio que o maior testemunho que podemos dar é exatamente esse de ser forte no Senhor, de ser alegre nas tribulações, de ser feliz nas provações, porque como diz a palavra nada pode nos separar desse amor.

Com todo o teu coração e professe a sua fé nas palavras de Jesus e diga: Eu tenho Jesus na minha vida e nada pode me tirar a alegria de tê-lo como meu Senhor.
Às palavras contrastantes de Jesus, podemos unir um acontecimento da vida: o parto. Nós sabemos que a dor do parto é forte e angustiante, mas que se transforma em alegria quando nasce o bebê, a nova criatura.

Com este exemplo, Jesus nos dá a conhecer que, apesar das dificuldades e contradições que podemos ter na vida, sempre haverá uma luz no final do caminho, que nos faz acreditar que a esperança é a última que morre.
A vida do cristão não acaba com a morte. A vida de Jesus não se acabou com a morte, mas sim, pelo amor do Pai, Jesus ressuscitou e continua vivo hoje em nossas comunidades, em nossa Igreja. Cada um de nós é chamado a ser uma testemunha comprometida dessa vida para os demais, a seguir gerando vida apesar da dor do parto.
Porém, feliz desenlace! A tristeza se converte em alegria. Peçamos ao Espírito do Ressuscitado que continue acompanhando nossa peregrinação e nos dê a capacidade de oferecer alegria ao próximo.
Por isso, nada de tristeza. Deus quer fazer de nós pessoas alegres, Deus quer fazer de nós testemunhos vivos de sua palavra, basta confiar a vida, os nossos problemas ao Senhor, basta deixar Jesus ir à frente, porque como Jesus mesmo disse ninguém poderá tirar essa alegria de você, ninguém, o único capaz de te fazer uma pessoa infeliz é você mesmo.

O pior carrasco do homem é ele mesmo! Seja vencedor com Cristo. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm 37-39).

Como diz a canção: Ainda se vier NOITE TRAIÇOEIRA, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo. O Mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo…”.

Reflexão Apostólica:

Nesta passagem se podem assinalar alguns aspectos interessantes no uso do “agora” e do “depois”, típico do estilo joânico.

Jesus se vale da imagem da mulher que está para dar à luz, que passa da tristeza à alegria uma vez que chegou a hora do parto. Jesus aplica esta imagem à experiência dos discípulos, que têm que passar pela tristeza para chegar à alegria; os discípulos passarão do não pedir “agora”, a pedir tudo ao Pai “depois”.

 Jesus utiliza a imagem do parto para indicar que os discípulos experimentarão uma nova luz no caminho da fé. Todos fugimos da dor e do sofrimento.

Seria bom que todas as coisas fossem fáceis. Mas não; viver a experiência de Jesus é participar de sua páscoa. E o caminho pascal una a cruz com a ressurreição. Se a ressurreição é uma nova vida, então o discípulo de Jesus deve nascer para essa nova vida, mas passando pela dor do parto.

Assim como as mulheres têm a experiência da dor ao dar à luz uma criança, mas que depois esta é superada pela alegria de ter nas mãos a criação, que é fruto do amor com o seu marido, assim também para nós.

Os chefes do poder que matam para se manter, alegrar-se-á com a aparente ausência de Jesus. Porém, os discípulos e todos os que forem libertos deste poder alegrar-se-ão com a nova presença de Jesus entre eles. E ninguém lhes poderá tirar sua alegria.
A tendência para falar dos momentos tristes sobrepõe-se, na maior parte das vezes, aos de alegria; não devia de ser, mas muitas vezes é. Faz parte da vida. E da vida fazem parte alegrias e tristezas… promessas e concretizações… forças e fraquezas… sorrisos e lágrimas.

Diariamente, tentamos driblar os caminhos da tristeza como fazemos com os da morte. É nesse driblar que acabamos por encontrar o caminho e avançar. Avançar porque? Porque o Senhor nos promete: agora estão tristes, mas eu os verei novamente. Aí vocês ficarão cheios de alegria, e ninguém poderá tirar essa alegria de vocês.
Por mais complicada que seja a situação, tudo tem solução. É verdade, não há um único só problema que não tenha solução.

Entretanto, por vezes, essa solução é de mais fácil visualização se for procurada por uma pessoa que esteja fora desse problema, por uma pessoa que queira ajudar. Uma pessoa amiga! Um anjo! E não um lobo com pele de carneiro. E estes são muitos. Passando por amigas afinal só vem para infernizar a nossa vida.
A verdadeira amizade é aquela feita em Deus e o primeiro dos amigos que deves ter é Jesus. Ele é o amigo fiel que não nos abandona em momento algum. Ele nos convida: Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos. Tomai o meu julgo sobre vós e aprendei de mim que só manso e humilde de coração e encontrareis alívio. Com ele a tua tristeza se concerte em alegria.

A partida dele para o Céu não é uma ausência. Mas sim uma presença escondida. Fisicamente. Porque ele quer que O sintamos dentro de nós e não fora.

É fundamental que não tendo encontrado ainda a solução dos nossos problemas, vazio, carência, namorado, namorada, noivo, noiva, esposa, esposo, emprego, reconciliação, perdão enfim qualquer graça que seja, tenhamos força de vontade para procurá-lo e lutar por isso.

Lutemos pelas nossas vidas, pelo nosso amor, pelas nossas famílias e pelo nosso bem-estar. Mesmo que estejamos tão tristes, feridos e abatidos que a dor bata bem lá no fundo do nosso coração e nos faça sentir aquele vazio, aquele nada, aquele sintoma de perda…

O nosso coração pode andar meio descompassado, aborrecido e desiludido, mas isso serve para mostrar a nós mesmos o quanto somos fortes, o quanto podemos dar a volta por cima, crescer, vencer! São Paulo diz: Prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas porque quando me sinto fraco então é que sou forte. Forte para tudo recomeçar de novo.

Com Cristo seremos mais do que vencedores! A tristeza se converterá em alegria plena com Cristo e em Cristo pela força e poder do Espírito Santo!
Propósito:

Pai, não permitas que jamais a tristeza e o pranto tomem conta do meu coração. E que a fé na Ressurreição seja, para mim, motivo de perene alegria.

Dia 30

Faça de cada dia uma nova descoberta. O propósito de atingir um objetivo vai muito além do sonho, do projeto, do plano e dá um sentido real à existência.

Lembre-se de que o ser humano não foi criado para viver no esconderijo de suas limitações e medos.

Por isso, busque com firmeza e intensidade a realização de suas metas.

Enquanto existir amor nos corações, tenha a certeza de que nada está perdido.

“Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor”.

(1Jo 4,8).

 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Evangelho do dia 29 maio quinta feira da 6º semana da Páscoa 2025

 

29 MAIO - A santa pureza é guardada pela virtude da humildade, sua irmã. Ah! Ninguém pode ser puro se não for humilde! E a Virgem Santíssima foi enriquecida por uma pureza tão singular e resplandecente porque foi sumamente humilde. (S 358). São Jose Marello

 


EVANGELHO DO DIA

João 16,16-20

""Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo". Alguns dos seus discípulos comentavam: "Que significa isto que ele está dizendo: 'Um pouco de tempo e não mais me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo' e 'Eu vou para junto do Pai'?" Diziam ainda: "O que é esse 'pouco'? Não entendemos o que ele quer dizer". Jesus entendeu que eles queriam fazer perguntas; então falou: "Estais discutindo porque eu disse: 'Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo'? Em verdade, em verdade, vos digo: chorareis e lamentareis, mas o mundo se alegrará. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria."  

Meditação:

Após a ceia, em sua despedida Jesus fala sobre a sua glorificação e partida, a alegoria da videira, e a vinda do Espírito Santo.
Ao contrário dos evangelhos sinóticos, João não fala de uma outra "volta" de Jesus ao mundo no fim dos tempos, a Parusia, mas sim na permanência dos discípulos nele, e dele e do Pai nos discípulos, em comunhão de amor.

 Agora, explicando a sua partida, a fala que se inicia é sobre o pouco de tempo que resta para não mais verem Jesus, e mais um pouco em que ele será visto de novo. Esta afirmação é repetida por três vezes neste rápido diálogo.

 No evangelho de João o projeto de Deus, revelado, segue a seguinte trajetória: a Palavra, o Filho, que estava em Deus, se faz carne e habita entre nós; convive conosco e é glorificado em sua missão libertadora e vivificante, como enviado pelo Pai; volta ao Pai mas mantém sua comunhão de vida com os discípulos, fazendo sua morada naqueles que o seguem, juntamente com o Pai e o Espírito Santo.

 O evangelista João apresenta a confusão dos discípulos de Jesus ante suas palavras conflitivas, como: “pouco tempo ainda e já não me vereis. E outra vez um pouco tempo, e me vereis de novo” ou ainda: “vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”. O que significaram estas palavras para os apóstolos e o que significam para nós hoje?
Não obstante os discípulos terem convivido com Jesus, mesmo assim eles não entendiam as palavras do Mestre quando falava de seu mistério de entrega total por nós, quando dizia que: "Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver, porque vou para junto do Pai." 
Os discípulos estão confusos diante da afirmação de Jesus, aparentemente contraditória, de não vê-lo e tornar a ver. Costuma-se interpretar esta afirmação como a manifestação do conhecimento exato, por parte de Jesus, de tudo o que havia de acontecer a respeito de sua morte e ressurreição, e de como os discípulos tornariam a vê-lo ressuscitado.
Os discípulos de Jesus não entendiam o que Ele queria lhes falar. As Suas palavras os deixavam perturbados: “pouco tempo e já não mais me vereis… pouco tempo e me vereis de novo”.
Jesus fazia de tudo para que os Seus discípulos percebessem o grande mistério da Sua missão aqui na terra e os instruía sobre as coisas que iriam acontecer.
As palavras de Jesus antecipam uma união mais permanente que a estabelecida nas aparições depois da ressurreição. “Ver” Jesus é a chave da espiritualidade e a fonte da alegria dos discípulos e discípulos. Refere-se à experiência constante de sua presença neles e nelas, experiência mediada pela presença do Espírito Santo em suas vidas.
Ele lhes dava sempre sinais de esperança a fim de lhes mostrar o sentido para tudo que Ele teria que vivenciar e consequentemente, eles teriam que passar.
Jesus adverte que haverá tristeza, prantos e lamentos por parte de seus discípulos, enquanto que o mundo parece estar alegre, mas na realidade essa alegria é falsa e cruel, pois o mundo e seus sequazes provocaram a morte de Jesus. Em contraste, a alegria dos discípulos é duradoura.

 Ao compartilhar a dor da morte com Jesus, compartilham também a alegria de sua ressurreição. Então “a tristeza se converterá em alegria”, por tratar-se de uma alegria que surge triunfante da dor.
Ele lhes falava abertamente que iria embora, mas que voltaria em breve e que isto seria necessário que ocorresse. Eles ainda não conseguiam entender o que Jesus lhes anunciava, pois não haviam recebido o Espírito Santo.
Jesus foi para junto do Pai para que o Espírito Santo viesse nos ensinar todas as coisas. Hoje nós percebemos e comprovamos este fato, pois sem a manifestação do Espírito nós permanecemos estáticos, aéreos e confusos.
Nunca poderíamos entender as palavras de Jesus se o Espírito não nos tivesse sido dado. Precisamos também, baseados nos ensinamentos de Jesus, entender que tudo na vida passa e que a esperança e a fé em Jesus devem nos mover e sustentar na hora em que não entendemos o porquê das coisas que nos acontecem.
Nos primeiros momentos, ficamos tristes e acabrunhados, mas se tivermos em sintonia com o Espírito Santo Ele nos dará a luz e logo depois compreenderemos o sentido de todos os acontecimentos.
Existe um infinito de esperança que move o nosso coração quando nós nos apropriamos do poder do Espírito Santo. Só Ele tem a capacidade de nos convencer de que nada do que passamos aqui na terra será em vão para a conquista do reino dos céus.
Não tenhamos medo das coisas que não acontecem de acordo com o nosso planejamento. O Pai não quer que se perca ninguém e tudo faz para a nossa salvação.
Precisamos acolher a Palavra de Jesus com fé e esperança, certos de que a tristeza de hoje, colocada nas Mãos do Pai, transformar-se-á em alegria, amanhã.
Você tem medo do amanhã? De que você gosta mais: alegrar-se ou fazer a alegria de alguém? Você tem o coração aberto para acolher a manifestação do Espírito de Deus? Você consegue ter paciência no meio da tribulação e esperar o bom que virá? 

Reflexão Apostólica:

   Aparece aqui a oposição entre tristeza – alegria. A presença de Jesus sempre é motivo de alegria. Sua ausência é causa de tristeza e confusão.

 O contraste se estabelece entre os discípulos e o mundo (o ambiente contrário a Jesus e a seus seguidores). Enquanto os discípulos estão tristes pela morte de Jesus, o mundo estará alegre. Mas quando eles tiverem a experiência da ressurreição do Senhor, seu coração se encherá de alegria e paz. Então o mundo estará triste, porque não reconheceu em Jesus o Salvador. A garantia da alegria é a presença do Espírito Santo. Ele produz no fiel a alegria, a paz.

O pranto e a lamentação serão a consequência do seguimento. Não se pode seguir a Jesus sem assumir a cruz. Mas a cruz somente pode ser suportável com a presença constante do Espírito Santo.

 Somente quem sabe interpretar a aflição e a perseguição em chave de esperança poderá vencer os obstáculos que se apresentam à vida de fé. Aí se enraíza a força de tantos homens e mulheres que deram a vida pela causa de Jesus ao longo da história.

 A vida do cristão é marcada por uma série de contrastes que, embora desconcertantes, são necessários para entendermos os caminhos de Deus em nossa vida. O que para o ser humano pode ser negro, para Deus é branco.

 Para muitos, inclusive para os discípulos, a morte de Jesus foi um momento escuro, mas para Deus foi o momento propício para manifestar a grandeza de seu amor.

“Quanto mais escura a noite, mais próximo o amanhecer”. Muitas vezes não compreendemos os desígnios de Deus, mas devemos estar seguros de que Ele não abandona seu povo. 

 Jesus nos convida a NÃO ficarmos tristes ou lamentando, mas sim a viver com alegria característica do cristão; alegria que deve ser nossa razão de viver. É bom lembrar: “Um cristão triste é um triste cristão”
Hoje em dia muitos ainda não entendem ou se recusam a entender o mistério da fé que se concentra na pessoa de Cristo. E o pior é que tem alguns que se dão o luxo de criticar a Igreja.
Não nos acovardemos quando precisar defender a nossa Igreja. Sem ofender a outra pessoa que esteja criticando o Papa, ou os padres, peçamos o Espírito Santo que fale através de nós, e comecemos a responder as acusações. O difícil é começar.
Comecemos a falar e as palavras fluirão através de nós. Por outro lado, entrar em bate boca não é uma coisa elegante. Nem fazer como na Irlanda, onde católicos e protestantes vivem se matando.
Com toda firmeza devemos defender nossos padres e irmãos de fé quando forem vítimas de chacotas, acusações injustas bem como corrigi-los quando necessário para que a imagem da Igreja e os seus valores não sejam denegridos por uma minoria de insensatos.

Propósito:

Pai, que o meu testemunho de vida cristã seja tal, que as pessoas possam "ver" Jesus nas minhas palavras e nos meus gestos de amor ao próximo.

 Dia 29

Se perdeu o emprego, ficou decepcionado com alguém, foi desprezado, humilhado e rejeitado, passa por problemas financeiros, lembre-se de que a vida sempre oferece novas oportunidades.

Mas você precisa fazer sua parte, pois nada cai do céu.

Por isso, olhe para o horizonte, com muita fé e esperança.

Cultive em seu interior a força capaz de enfrentar qualquer adversidade.

Não permita que tristezas, frustrações e obstáculos coloquem fim a seus sonhos, ideais e objetivos.

“O anjo respondeu: ´O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra´”. (Lc 1,35a-b).

 


Evangelho do dia 28 maio quarta feira da 6º Semana da páscoa 2025

 


28 maio - Há uma virtude que resplandeceu de modo muito particular na Virgem Imaculada, nossa Mãe, uma virtude predileta de Jesus e que também nós devemos possuir, pois ela é o adorno mais lindo da alma: quero dizer a pureza, a virtude com a qual o homem imita os Anjos, aliás, os vence em merecimento, pois eles são puros por natureza, nós por graça: eles, não tendo corpo, são puros por necessidade, nós por vontade, pois nós devemos combater, vigiar, rezar muito e mortificar-nos para obter e conservar  essa virtude tão delicada. (S 356). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São João 16,12-15

"Ainda 
tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não poderiam suportar isso agora. Porém, quando o Espírito da verdade vier, ele ensinará toda a verdade a vocês. O Espírito não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouviu e anunciará a vocês as coisas que estão para acontecer. Ele vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dirá a vocês, e assim ele trará glória para mim. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso eu disse que o Espírito vai ficar sabendo o que eu lhe disser e vai anunciar a vocês." 

Meditação:

 Jesus anuncia que muitas coisas ainda devem ser ditas. Mas os discípulos não estão preparados ainda para compreender tudo o que Jesus deve dizer.

 A solução vem pela vinda do Espírito Santo. Ele dará plena compreensão de tudo o que foi dito e ocorrido durante o ministério de Jesus, que é em si mesmo a revelação do Pai, a Palavra de Deus.

 Esta compreensão profunda da vontade do Pai e do Filho acarreta cargas muito duras, como a perseguição ou a morte, mencionadas alguns versículos antes. 
Mas o Espírito irá mostrando aos discípulos o caminho ao longo da história e o estilo de vida que deverão ter, em conformidade com o ensinamento de Jesus.

 O Espírito provém, tanto do Filho como do Pai. Ele continua, através dos discípulos, tornando visível o Reino, na reinterpretação da mensagem de Jesus às gerações vindouras, gerando um conhecimento cada vez mais profundo do que ele significa para cada época. 
Ajuda no discernimento e na interpretação dos sinais dos tempos, a fim podermos encontrar o sentido profundo do que vai acontecendo no mundo, bem como a presença dos sinais do Reino
Estamos nos aproximando cada vez mais de um acontecimento fundamental na vida e missão da Igreja: a celebração de “Pentecostes”, o envio do Espírito Santo, que é quem nos impulsiona à missão que temos como seres humanos, como cristãos. 
João desvela, nesta seção de seu Evangelho, o importante papel que o Espírito dá à comunidade. Este iluminará aos discípulos no futuro, os conduzirá pelo caminho da verdade plena, já que Jesus não pode comunicar-lhes tudo que necessitam saber, nem tampouco eles tiveram capacidade de compreender a profundidade de suas palavras.
É importante ter claro ao que se refere João quando fala da “verdade plena”, especialmente agora que a Igreja se vê submergida na diversidade, na multiplicidade cultural e religiosa, tal como estava a comunidade de João. A verdade plena é Jesus de Nazaré, é o Deus feito carne na história da humanidade, é o amor absoluto entregue por Deus através de seu único Filho.
Esta Verdade que é universal, para todos aqueles que se sentem chamados a viver e promover, de diversas maneiras, a paz, a justiça, a fraternidade, o respeito pela Vida em todas as suas manifestações. É no diverso, no que “não é igual”, onde realmente se evidencia a ação universal do Espírito de Deus.
Precisamente com a condução do Espírito que acontece na fidelidade, que é amor posto em prática, a comunidade manifesta a presença de Jesus ressuscitado, torna presente a Palavra que lhe foi confiada e é impulsionada a comunicá-la à humanidade para que esta creia. 
“O Espírito nos conduzirá à verdade e essa verdade nos fará livres”. Vivemos em um mundo onde “a palavra” já “não vale”; as pessoas se comprometem e não cumprem; a mentira ronda pelas cidades, povos e veredas; a corrupção está acabando com países inteiros. A verdade parece não ter mais espaço na sociedade. 
E nós, como cristãos, que estamos fazendo para que essa verdade recupere seu valor de antigamente? Ou será que seguimos os mesmos esquemas que dominam o mundo? Nosso compromisso evangélico é estar e viver sempre na verdade e recordar as palavras do Mestre: “A verdade os fará livres”.

Reflexão Apostólica:

Jesus descreve a dinâmica da onisciência de Deus quanto a nossa vida. É o próprio Espírito Santo que descreve bem nossas necessidades e as apresenta a Deus, bem como, age como canal sempre aberto de relacionamento do amor Dele com sua criatura humana. “(…) Tudo o que o Pai tem é meu. POR ISSO EU DISSE QUE O ESPÍRITO VAI FICAR SABENDO O QUE EU LHE DISSER E VAI ANUNCIAR A VOCÊS”.
Deus sabe bem o que precisamos e, no momento mais oportuno, através do Espírito Santo, nos revela o que precisamos saber e ver. É nesse momento que entra a fé!
Ele é a voz que insiste em nos orientar a fazer o certo; é a sensação estranha quando algo acontece; é a fortaleza que surge na hora da aflição; a força sobre-humana que levanta o escombro, mas como já mencionamos em outra reflexão, o primeiro contato geralmente passa por despercebido e talvez seja proposital, pois talvez queira apresentar primeiramente a nós a realidade que vivemos, abrindo nossos olhos para o projeto salvifico de Deus.
Se então voltarmos um pouco na leitura buscando subsídios para uma complementação de entendimento do de hoje, teremos uma possível síntese do parágrafo anterior nas palavras:

O Espírito age muito em nosso meio, mas nem sempre o ouvimos sussurrar (talvez, mesmo se gritasse, também não ouviríamos). É uma voz presente em nossa reflexão diária. Uma resposta concreta na nossa oração diária. Um clamor persistente e obediente a bondade, no entanto seus sussurros são abafados pelos gritos dos valores pregados por nossa sociedade. Seus murmúrios são calados pelos gritos ensurdecedores dos falsos profetas
O Espírito Santo não vem falar de tragédias ou do final dos tempos, pois mesmo que um dia isso venha acontecer, hoje não estaríamos ainda preparados para tal.

 Ele não anuncia catástrofes ou calamidades, pois sofreríamos muito por antecipação. O Espírito Santo se apresenta logo após a paz de Jesus. Seu vento impetuoso é repleto de verdade e vida e não de medo.

 Sim! É preciso estar atento aos falsos sopros que mais afastam do que aproximam as pessoas e daqueles que aprisionam as pessoas pelo medo.

 Precisamos também rever nossa sensibilidade quanto aos sussurros do Espírito Santo e também repensar nossa postura cristã missionária.

 Cada vez mais vemos cristãos escondidos em seus cenáculos à espera que algo diferente, impetuoso, que encha novamente aquele lugar de alegria e fogo. Cada vez mais cresce o número de surdos na fé. Cada vez mais vemos falsos pastores, donos de pequenas igrejas e grandes negócios, comercializando “ações do Espírito Santo” pela TV.
Tudo acontece a seu tempo. Fiquemos atentos. Paciência. Até mesmo quando estivermos no olho da tempestade “(…) ele ensinará toda a verdade a vocês”.

Propósito: 

Seguir Jesus Cristo, caminhando sobre suas pegadas (adesão da vontade); escutando a sua doutrina (adesão da inteligência) e vivendo no seu amor e na sua graça (adesão do sentimento e do espírito).
Dia 28

Sonhos, problemas, alegrias...

Existem muitas pessoas que precisam de um ombro amigo para dividir os problemas; no entanto, algumas vezes, as frases prontas são insuficientes para aliviar a dor dos semelhantes.

Por esse motivo, sempre que for solicitado, esteja à disposição para ouvir os problemas alheios, proferindo palavras consoladoras no momento certo.

Se um amigo o procurar para dividir seus problemas, saiba ouvi-lo com sincera atenção.

“Tudo o que aí está, minhas mãos é que fizeram; tudo o que existe é meu – oráculo do Senhor.

Aquele por quem eu olho são: o pobre, o de espírito abatido, o que treme diante de minha palavra”. (Is 66,2).

 


Evangelho do dia 03 julho quinta feira 2025

  03 julho - Cristo ressuscitou, Cristo vive, Cristo reina, Cristo está no meio da sua Igreja, terrível e formidável. Ele disse uma grande p...